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DIREITO

EMPRESARIAL I
Professor Diêgo Domiciano Cabral
@diegodomicianocabral
OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO
1. REGISTRO
CC. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
• Lei 8.934/94 (LRE – Lei de Registros Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins):
a) DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração) – órgão central
do SINREM: Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis): É um órgão
federal, de caráter normatizador e fiscalizador. (art. 4º)

b) Junta Comercial: É um órgão estadual, de caráter executor. É na junta


comercial que se procede ao registro do empresário. (art. 8º)
JUNTA COMERCIAL

 Subordinação hierárquica híbrida:

1) Subordinação técnica: Em questões de Direito Comercial se subordina ao


DREI (órgão federal).
2) Subordinação administrativa: Em questões de Direito Administrativo e
Financeiro se subordina ao Governo do Estado. Ou seja, quem paga o salário
de quem trabalha na Junta Comercial é o estado.

Pergunta de prova:
Havendo ato denegatório de registro na Junta Comercial, cabe impetração de
MS perante a justiça estadual ou federal?
ATOS DE REGISTRO
1) Matrícula: Ato de inscrição dos profissionais de atividades “paracomerciais”. Se
refere a alguns profissionais específicos (Auxiliares da atividade de comércio). A
grosso modo: regula algumas profissões. (Ex. Leiloeiro, Tradutor Intérprete
Juramentado, etc.)

2) Arquivamento: Ato de inscrição do empresário individual bem como atos de


inscrição, dissolução e alteração das sociedades empresárias, cooperativas,
consórcios de empresas, grupos de sociedades, empresas mercantis estrangeiras,
assim como declarações de microempresa e de empresa de pequeno porte. Atos
constitutivos, modificativos e extintivos! (Registro de um contrato social,
modificação de sócio, dissolução, etc.)

3) Autenticação: É ligada aos demais instrumentos de escrituração. São os livros


comerciais e as fichas escriturais. Requisito extrínseco de validade da escrituração.
(art. 1.154 CC)
EXCEÇÃO AO REGISTRO

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão,
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos,
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro.

 Para o empresário rural o registro é facultativo. No entanto, enquanto não feito


o registro, o sujeito não recebe tratamento de empresário.

 CESPE TJ/PB 2015: A inscrição no registro público de empresas mercantis é obrigatória


ao empresário cuja atividade rural constitua sua principal profissão. ERRADA!
 FCC TJ/AL 2015: Renato, empresário cuja atividade rural constitui sua principal profissão,
tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mesmo depois de iniciadas as
suas atividades. CORRETA!
NATUREZA JURÍDICA DO REGISTRO
o Empresário comum = registro é mera CONDIÇÃO DE REGULARIDADE.

Empresário sem registro não deixa de ser empresário (o que torna o sujeito
empresário é a atividade por ele empreendida), mas o é de forma IRREGULAR,
ficando tolhido de uma série de benefícios assegurados aos empresários
regulares.

JDC/CJF:
198 – Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular
reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial,
salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em
contrário.
199 – Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua
regularidade, e não da sua caracterização.
NATUREZA JURÍDICA DO REGISTRO
o Empresário rural = registro tem natureza CONSTITUTIVA.

É condição “sine qua non” para que o sujeito receba o tratamento legal de
empresário.

JDC/CJF:202 – Arts. 971* e 984*: O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é
facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse
regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção.

 Ou seja, a sociedade rural que não fizer o registro, não será


sociedade empresarial e sim sociedade simples*.
 O ‘empresário’ rural, não será empresário e sim profissional liberal
autônomo*.
INATIVIDADE DA EMPRESA (Art. 60, Lei 8934/94)
Critério temporal = 10 anos sem arquivamentos

O empresário individual e a sociedade empresária que deixam de proceder a qualquer


arquivamento no prazo de 10 anos, se não comunicam à Junta que ainda se encontram em
atividade, serão considerados inativos.

Qual a repercussão da inatividade?

A inatividade da empresa autoriza a Junta a proceder ao cancelamento do registro, perdendo


assim, a proteção do NOME EMPRESARIAL pelo titular inativo.

Como isso é feito?

A lei exige a comunicação da Junta ao empresário antes do cancelamento, atendendo a


comunicação se desfaz a inatividade, não atendendo, efetua-se o cancelamento do registro,
informando o fisco.
Obs.: O cancelamento do registro não implica em dissolução da sociedade, só sua irregularidade na
hipótese de continuar funcionando.
EMPRESÁRIO IRREGULAR - CONSEQUENCIAS

1) Não tem legitimidade para pedir a falência de outro empresário;

2) Não pode requerer a própria recuperação judicial;

3) Não pode participar de licitação;

4) Tratando-se de sociedade empresária: a responsabilidade do sócio


passará a ser ilimitada.
REGISTRO DA COOPERATIVA

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples,
as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.

 A cooperativa É SEMPRE UMA SOCIEDADE SIMPLES, não importa se


exerce uma atividade empresarial de forma organizada com o intuito de lucro*.
 Então onde registro as cooperativas?

1 – Junta Comercial (corrente tradicional) – não majoritária, mas dominante

2 – CRPJ – Cartório de Registro de PJ (corrente moderna)

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