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CURSO PREPARATÓRIO PARA 1ª FASE DO 37º EXAME DA ORDEM DOS

ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)


Direito Empresarial
2 Igor Costa

APRESENTAÇÃO

Estimados Guerreiros e Guerreiras!

É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito Empresarial do preparatório para o 37º
exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!

Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!

Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!

Espero que vocês tenham um excelente proveito!

Receba o nosso sincero abraço!

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TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL

Ramo autônomo da ciência jurídica, que tem como objetivo a


análise de direitos e obrigações do empresário (incluindo
no conceito a sociedade empresária), bem como, as matérias
correlatas a atividade de empresários.

1) EMPRESÁRIO

▪ A empresa é atividade econômica realizada pelo empresário > objeto social. O empresário ou
a sociedade empresária são os responsáveis por exercer a empresa, ou seja, a atividade
econômica.

2) ELEMENTOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO (ART. 966, CC/02)


▪ O empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
▪ Requisitos para ser empresário:
I. Exercer atividade profissional de forma habitual (constância).
II. Exercer atividade econômica = atividade que busca lucro ($).
III. Exercer atividade de forma organizada = fatores de produção (capital, mão de obra,
insumos, melhorias, etc).
IV. Para circulação de bens/serviços.

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Observação:
➢ O empresário que não está registrado na junta não deixa de ser empresário,
pois, o registro não é obrigatório para ser considerado empresário,
contudo, ele será considerado um empresário irregular.
➢ Para ser empresário, basta obedecer aos requisitos do art. 966, CC/02.
➢ Para ser considerado um empresário regular, é preciso estar registrado.
➢ Enunciado 198 do CJF: A inscrição do empresário na Junta Comercial não
é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa
sem tal providência.
➢ O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às
normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que
forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição
em contrário.
➢ Enunciado 199 do CJF: A inscrição do empresário ou sociedade
empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua
caracterização.

2.1. EXCEÇÕES À REGRA


I. PROFISSIONAL LIBERAL (ART. 966, P. ÚNICO, CC/02)
 Regra geral, o profissional liberal não é considerado empresário, pois, exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa, quando será considerado
empresário.

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o Os profissionais liberais encaixam-se na hipótese de exceção, não


podendo, em regra, ser empresários, à exemplo do advogado, contador,
economista, arquiteto, engenheiro civil, etc.
o O elemento de empresa prioriza os fatores de produção.
o O advogado jamais poderá ser empresário, em hipótese alguma, nos
moldes do art. 16 da Lei n 8906/94 (EOAB).

II. PRODUTOR RURAL (ART. 971, CC/02)


 O produtor rural exerce atividades voltadas ao ramo da agropecuária, e sua
produção é direcionada ao comércio.
 O produtor rural só é considerado empresário após o registro.

2.2. O EMPRESÁRIO E O CDC


 O Código de Defesa do Consumidor (CDC) poderá ser usado nas relações empresariais
sempre que houver situação de hipossuficiência (vulnerabilidade técnica, econômica ou
jurídica).

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3) REGISTRO DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA (ART. 967 AO 969, CC/02)


▪ O registro do empresário ou da sociedade empresária é obrigatório (natureza declaratória)
antes do início da atividade da empresa, no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM), ou
seja, na Junta Comercial (art. 967, CC/02).
▪ O empresário poderá se registrar posteriormente ao início da atividade.
o Antes do registro, continua empresário, mas irregular.
▪ O produtor rural só poderá ser equiparado a empresário a partir do seu registro na junta
comercial (natureza constitutiva).
▪ A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha a firma e atribuição
dos registros públicos empresariais (art. 968, CC/02).
▪ Os efeitos do registro são:
I) aquisição de personalidade jurídica; e
II) autonomia patrimonial (blindagem e separação patrimonial).

4. DOS REQUISITOS E DA CAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DA EMPRESA


▪ O art. 972, do CC/02, dispõe sobre aqueles que podem exercer a empresa, como sendo àqueles
em pleno gozo da capacidade civil e legalmente desimpedidos.
▪ A capacidade civil ocorre com a maioridade ou a emancipação (art. 5, CC/02).
▪ Existem alguns impedimentos legais para o exercício da empresa, sendo:
 Legalmente impedidos de serem empresários: Juízes, promotores, militares da
ativadas Forças Armadas e das polícias militares, falidos não reabilitados, devedores do
INSS e os estrangeiros não residentes no País.
o Não podem ser empresários tendo em vista o caráter preventivo do impedimento,
pois, seus poderes não podem ser usados para exercer a empresa, porém, poderão
ser sócios.
▪ Se o empresário impedido exercer a empresa, responderá por todas as obrigações contraídas,
de forma ilimitada (art. 973, CC/02).

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▪ A incapacidade superveniente é a hipótese em que o empresário se torna incapaz, após já ter


constituído a empresa. De acordo com o art. 974, do CC/02, o incapaz superveniente poderá
continuar a empresa, por meio de representante ou devidamente assistido.
 O incapaz poderá continuar a empresa, desde que:
I) não seja administrador;
II) seja assistido ou representado; e
III) capital social totalmente integralizado.

*requisitos cumulativos*

5. EMPRESA JORNALÍSTICA, DE RADIOFUSÃO SONORA E DE SONS E IMAGENS


▪ A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País, nos moldes do art. 222, da
CRFB/88.

6. SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES (ART. 977 A 979, CC/02)


▪ Cônjuges podem constituir sociedade entre si ou com terceiros, seguindo alguns requisitos (art.
977 ao 979, CC/02).
▪ Para que seja considerado empresário, o cônjuge não poderá ter contraído matrimônio no
regime da comunhão universal ou separação obrigatória de bens.
 Aqueles que casaram no regime da comunhão parcial ou separação total de bens poderão
ser empresários.
▪ Para oneração ou alienação do patrimônio da empresa, não é necessária a outorga
conjugal/uxória, seja qual for o regime (art. 978, CC/02).
 O cônjuge empresário pode alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou
gravá-los de ônus real.
 Os pactos e declarações antenupciais do empresário, doação, herança ou legado do
empresário devem ser arquivados e averbados no RPEM.

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NOME EMPRESARIAL

Art. 1.555, CC/02.


Considera-se nome empresarial, a firma ou a
denominação adotada para o exercício de empresa.

É o nome pelo qual o empresário se identifica


perante terceiros.

1) ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL


1.1. FIRMA: Espécie de nome empresarial formada por um nome civil – do próprio empresário,
no caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social.
a) Firma individual: O empresário que exerce em nome próprio uma atividade
empresarial, como titular do negócio.
Ex.: Igor Costa.
b) Firma social ou coletiva: Exercício da empresa por sócios.
Ex.: Costa e Nunes.

1.2. DENOMINAÇÃO: Espécie de nome social (sociedade), que se vale de uma expressão
linguística, acrescida do objeto social.
Ex.: Cimento Forte Tapa Tudo, Olho Vivo Vigilância, etc.

Observações:
→ Empresário individual e sociedades de responsabilidade ilimitada
(sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples)
somente podem usar firma.
→ Eireli, sociedade em comandita por ações e sociedade limitada somente
podem usar firma ou denominação.
→ Sociedade anônima somente pode usar denominação.
→ Cooperativa será composta por “denominação + expressão
cooperativa”.

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Tirando essas, todos os outros (limitada, sociedade


simples, etc.) podem optar pela espécie que usarão.

2) PARTICULARIDADES DO NOME EMPRESARIAL


▪ O nome empresarial, também conhecido como razão social, deve ser original no âmbito do
Estado (proteção estadual), devendo ser registrado na Junta Comercial.
o Algumas empresas possuem a proteção em âmbito nacional, à exemplo da Globo e Arcos
Dourados.
o Constará como nome oficial.
o Terá a anotação do seu CNPJ na primeira linha do registro.

Observação: A marca não se confunde com o nome empresarial.


Marca X Nome Empresarial
- Utilizado para dar - Acompanha o cartão do CNPJ.
visibilidade econômica. - Não pode ser alienado.
- Pode ser alienada. - Registrado na junta
- Registrada no INPI. comercial.

▪ O nome empresarial não pode ser alienado, nos moldes do art. 1.164, CC/02.
▪ O nome empresarial precisa guardar pertinência com o empresário.
o O apelido pode ser acrescentado, porém, o nome ainda precisa estar presente. Ou seja, o
apelido pode ser adicionado, mas não pode substituir o nome empresarial.

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▪ O nome fantasia é o nome comercial do seu empreendimento, aquele que você coloca na faixada
do estabelecimento, à exemplo do Mc Donalds.
▪ O nome domínio é o endereço eletrônico do site da empresa, aquele que utilizamos para acessar
o canal online do empreendimento.

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ESCRITURAÇÃO

Art. 1.179, CC/02


O empresário e a sociedade empresária são obrigados a
seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não,
com base na escrituração uniforme de seus livros, em
correspondência com a documentação respectiva, e a
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado
econômico.

❖ Contabilidade da atividade mediante escrituração de livros.

❖ As Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte ficam dispensadas da escrituração,


conforme o art. 1.179, §2 do CC/02.

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ESTABELECIMENTO

Art. 1.142, do CC/02. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

▪ Empresário é sujeito de direito que exerce a empresa.


▪ Sociedade Empresária é a união de duas ou mais pessoas com um interesse em comum para
exercer uma atividade.
▪ Estabelecimento Comercial é o conjunto instrumental do empresário, que dá sustentáculo à
atividade econômica desenvolvida pelo empresário, de modo a possibilitar o contato dos clientes
com o serviço ou produto oferecido o que, consequentemente, derivará o lucro diante desse
contato.
o O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial,
que poderá ser físico ou virtual.
- Quando o local onde se exerce a atividade
empresarial for virtual, o endereço informado
para fins de registro poderá ser, conforme o caso,
o endereço do empresário individual ou o de um
dos sócios da sociedade empresária.
- Quando o local onde se exerce a atividade
empresarial for físico, a fixação do horário de
funcionamento competirá ao Município.

Estabelecimento físico > Estrutura onde funciona a atividade.


Estabelecimento virtual > Endereço virtual da atividade (www).

Observações: O estabelecimento virtual não é registrado na


junta comercial, mas, tão somente a sociedade/empresa. O
estabelecimento faz parte da empresa.

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2) CONTRATO DE TRESPASSE E DE ARRENDAMENTO


▪ Base legal do art. 1.144 ao 1.148, CC/02.
▪ O contrato de trespasse está associado ao contrato de porteira fechada, pois, inclui todos os
ônus e bônus já existentes (vínculos empregatícios, equipamentos, clientes, acordos, nome, etc.).
o Vende-se a integralidade do estabelecimento.
▪ O contrato de arrendamento é um contrato de cessão entre duas partes, onde o proprietário
repassa seu bem para um terceiro utilizar, mediante o pagamento de remuneração, estando
inerentes a ele todas as obrigações.
Observação: O trespasse e o arrendamento precisam ser
registrados na Junta Comercial e publicados em jornal de
grande publicação na imprensa oficial, para que fique claro a
terceiros quem está à frente da empresa.

2.1. EFICÁCIA DO TRESPASSE


 A eficácia do contrato está condicionada ao pagamento dos credores, bens que paguem
todas as dívidas, ou, se não for possível, autorização expressa dos credores, de modo
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação, nos moldes do art. 1.145, CC/02.
 O trespasse irregular gera falência.

2.2. CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA DO TREESPASSE E DE ARRENDAMENTO


 É a obrigação pela qual o empregado se compromete a não praticar, pessoalmente ou por
meio de terceiro, ato de concorrência para com o empregador.
o Trata-se de uma obrigação de natureza moral e de lealdade.
 Se o contrato não possuir cláusula de não concorrência, aplicar-se-á o prazo de cinco anos
subsequentes à transferência, disciplinado no art. 1.147, CC/02.
 No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo
persistirá durante o prazo do contrato, que já é algo provisório.

2.3. SUCESSÃO DE DÍVIDAS NO TRESPASSE


 O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento, nos moldes do art. 1.146, CC/02.
o O adquirente possui responsabilidade solidária em todas as dívidas escrituradas.
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o O alienante possui responsabilidade subsidiária nas dívidas vencidas e vincendas,


pelo prazo de um ano.

2.4. SUB-ROGAÇÃO DE CONTRATOS


 Hipótese de substituição de um determinado credor originário por um terceiro,
estranho ao negócio jurídico inicial, que quita a dívida da obrigação, todavia, sem que haja a
extinção da obrigação original.
 Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos
contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal,
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da
transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do
alienante.

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PONTO COMERCIAL

➢ O estabelecimento se constitui por uma série de elementos que favorecem o empresário a


exercer sua atividade empresarial e, para algumas atividades empresariais é fundamental a
presença de um ponto comercial, sendo preciso conferir proteção a esse ponto.
o Dono do imóvel: Locador
o Possuidor do imóvel: Locatário

1) PROTEÇÃO AO PONTO COMERCIAL (LEI 8.245/91 - LL)


▪ O direito a proteção do ponto comercial surge através do direito de permanência do locatário,
que precisa obedecer a alguns requisitos, previstos no art. 51, da LINQ.

I) Requisito material: Contrato a renovar celebrado por escrito e com prazo


determinado.
II) Requisito material: Prazo mínimo do contrato a renovar, ou a soma dos
prazos ininterruptos dos contratos escritos, de cinco anos.
III) Requisito material: O locatário explorando seu comércio, no mesmo ramo,
pelo prazo mínimo ininterrupto de três anos.
IV) Requisito processual: Prazo para ação renovatória (art. 51, § 5º).
o Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no
interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores
à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

Observação: Os requisitos materiais precisam ser


obedecidos, cumulativamente, para o atendimento do
requisito processual (direito de permanência). O

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atendimento desses
requisitos, de forma provada, pode intensificar a chance de
sucesso da ação renovatória.

Observação:
➢ Súmula 482, do STF: O locatário, que não for sucessor ou cessionário do
que o precedeu na locação, não pode somar os prazos concedidos a este,
para pedir a renovação do contrato, nos termos do Decreto 24.150.

▪ Direito de retomada do locador (art. 52, LINQ):

2) MORTE DE SÓCIO DA LOCATÁRIA


▪ Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-
rogado no direito a renovação, podendo dar continuidade ao contrato, desde que continue no
mesmo ramo (art. 51, § 3º).

3) DIREITO DE PERMANÊNCIA EXCLUSIVA DE QUEM EXERCE ATIVIDADE EMPRESARIAL


▪ O direito a renovação do contrato estende-se às locações celebradas por indústrias e sociedades
civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que, ocorrentes os pressupostos
previstos neste artigo (art. 51, § 4º).
o As ONG’s, entidades beneficentes e associações não se encaixam nessa hipótese, pois, não
possuem aspecto empresarial.

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4) DIREITO DE RETOMADA DO LOCADOR (ART. 52, LL)

4.1. HIPÓTESES
(I) (II) (III) (IV)

Proposta Existência de Reforma no imóvel por Retomada de imóvel


insuficiente para proposta de aluguel determinação do poder para uso próprio
renovação do melhor público, ou aumento da OU
aluguel propriedade Transferência de fundo
de comércio

- Art. 72, II, LL. - Art. 72, III, LL. - Art. 52, I, LL. - Art. 52, II, LL.
- A proposta precisa - Caso a obra não seja iniciada em - Da utilização do imóvel
ser comprovada (art. três meses, há o direito a perdas no mesmo ramo (art. 52, §
72, § 2º, LL). e danos (art. 52, § 3º, LL). 1º, LL).
- Caso não alugue - Perdas e danos, e lucros
para terceiro após cessantes se não der
três meses, há o destino ao imóvel (art. 52,
pagamento de perdas § 3º, LL).
e danos, e lucros
cessantes (art. 52, §
3º, LL).

5) LOCAÇÃO EM SHOPPING CENTER E A LOCAÇÃO BUILT TO SUIT (ART. 54 E 54-A DA LL)


▪ Locação de loja em shopping center: Fixada a cobrança de aluguel percentual, proporcional
ao faturamento bruto mensal da atividade comercial, e que se justifica devido à infraestrutura
do empreendimento, que colabora para o sucesso do lojista locatário.
▪ O built to suit é um contrato de locação no qual o locatário encomenda a construção ou a
reforma de imóvel para atender às suas necessidades, sendo que cabe ao locador, por si ou por
terceiros, construir ou promover a reforma no imóvel que será locado.

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QUESTÕES PARA TREINO:

1) Álvares Florence tem um filho relativamente incapaz e consulta você, como advogado(a), para saber
da possibilidade de transferir para o filho parte das quotas que possui na sociedade empresária
Redenção da Serra Alimentos Ltda., cujo capital social se encontra integralizado. Apoiado na disposição
do Código Civil sobre o assunto, você respondeu que:
A) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, bastando que esteja assistido
por seu pai no instrumento de alteração contratual.
B) não é permitida a participação de menor, absoluta ou relativamente incapaz, em sociedade,
exceto nos tipos de sociedades por ações.
C) não é permitida a participação de incapaz em sociedade, mesmo que esteja representado ou
assistido, salvo se a transmissão das quotas se der em razão de sucessão causa mortis.
D) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, desde que esteja assistido no
instrumento de alteração contratual, devendo constar a vedação do exercício da administração
da sociedade por ele.

2) Luzia Betim pretende iniciar uma sociedade empresária em nome próprio. Para tanto, procura
assessoria jurídica quanto à necessidade de inscrição no Registro Empresarial para regularidade de
exercício da empresa. Na condição de consultor(a), você responderá que a inscrição do empresário
individual é
A) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
B) obrigatória antes do início da atividade.
C) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor individual.
D) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno
porte.

3) Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu investir na construção de uma hospedagem do tipo
pousada no terreno que possuía em Matinhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada,
fez cursos de hotelaria e, com os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele
também contratou um desenvolvedor de sites de Internet e um profissional de marketing para divulgar
sua pousada. Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são
promissores. A pousada está sempre cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em

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breve, será ampliada em sua capacidade. Considerando a descrição da


atividade econômica explorada por Roberto, assinale a afirmativa correta.
A) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de profissionalismo de
seu titular quanto de produção de bens.
B) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços não ser
um ato de empresa.
C) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário a partir
do registro na Junta Comercial.
D) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário, independentemente de
registro na Junta Comercial.

4) Cruz Machado pretende iniciar o exercício individual de empresa e adotar como firma,
exclusivamente, o nome pelo qual é conhecido pela população de sua cidade – “Monsenhor”. De acordo
com as informações acima e as regras legais de formação de nome empresarial para o empresário
individual, assinale a afirmativa correta.
A) A pretensão de Cruz Machado é possível, pois o empresário individual pode escolher
livremente a formação de sua firma.
B) A pretensão de Cruz Machado não é possível, pois o empresário individual deve adotar
denominação indicativa do objeto social como espécie de nome empresarial.
C) A pretensão de Cruz Machado não é possível, pois o empresário individual opera sob firma
constituída por seu nome, completo ou abreviado.
D) A pretensão de Cruz Machado é possível, pois o empresário individual pode substituir seu
nome civil por uma designação mais precisa de sua pessoa.

GABARITO
1) D 2) B 3) D 4) A

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DIREITO SOCIETÁRIO

1) ESPÉCIES DE SOCIEDADE
1.1. SOCIEDADES ESTRANGEIRAS (ARTIGOS 1.134 A 1.141, CC/02):
 Sociedades constituídas originalmente em outras jurisdições.
Exemplo: Offshore, Xerox, Apple, HP, Coca Cola, etc.
 Para que seja formada a sociedade estrangeira, é preciso obedecer a alguns
requisitos, quais sejam:
a) Autorização do Poder Executivo;
b) Registro prévio ao exercício da atividade;
c) Sujeição à jurisdição brasileira e nome empresarial; e
d) Exigência de representante permanente.

1.2. SOCIEDADES NACIONAIS:


 Criadas e registradas sob a jurisdição brasileira, dividindo-se em:
I) Sociedade Não Personificada:
o Não foi registrada na Junta Comercial, logo, não possui
personalidade jurídica.
o Não possui nome empresarial, por conta da ausência do registro
na Junta Comercial, contudo, poderá ter nome fantasia.
o Responsabilidade ilimitada dos sócios.
o Exemplos:
a) Sociedade em comum (artigos 986 a 990, CC/02):
Sociedade em que o empresário irregular atua com sócios.
b) Sociedade em conta de participação (artigos 991 a 996,
CC/02): Estrutura de negócios em que o sócio ostensivo e
os sócios ocultos se reúnem para um negócio em que
apenas o sócio ostensivo contrata com terceiros e exerce
a gerência, logo, a responsabilização recairá sobre ele. É
composta por um ou mais sócios ostensivos (exerce a
gerência e responde de forma ilimitada) e sócios ocultos
(atua com o porte financeiro e responde de forma
limitada). O contrato pode ser registrado no cartório de
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notas, mas não na junta


comercial. Possui natureza de contrato de investimento.
Não gera personalidade jurídica. Não possui nome
empresarial.
II) Sociedade Personificada:
o Registrada na Junta Comercial, logo, possui personalidade
jurídica e separação patrimonial.
o Todos os sócios possuem responsabilidade limitada.
o A sociedade personificada divide-se em:
a) Sociedade Simples: Registrada no cartório de pessoas
jurídicas (RPPJ).
b) Sociedade Empresária: Registrada na Junta Comercial.

II.1. Sociedade Limitada (artigos 1.052 a 1.087, CC/02)


 O contrato social da sociedade limitada possui alguns requisitos
indispensáveis, quais sejam:
a) Ser registrado na Junta Comercial (obrigatório);
b) Detalhar a qualificação das partes contratantes;
c) Ter nome empresarial, objeto social (atividade econômica),
sede e prazo (determinado ou indeterminado);
d) O capital social em moeda corrente, a quota social de cada
sócio e o modo de realiza-la;
e) Pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade,
seus poderes e atribuições; e
f) Participação no lucro e nas perdas, e se os sócios respondem
ou não pelas obrigações sociais de forma subsidiaria.
 A Lei da Liberdade Econômica permite a constituição da sociedade
limitada com um único sócio, sendo chamada de Sociedade Limitada
Unipessoal.
o A EIRELI não existe mais.
 A responsabilidade dos sócios é limitada, restrita ao valor de suas
quotas.

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o Apesar da responsabilidade
ser limitada, todos os sócios respondem solidariamente pelo
capital social não integralizado.
 O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade
limitada pelas normas da sociedade anônima. Caso o empresário não
faça, o legislador fará, optando pela sociedade simples.
 É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
 Na hipótese de omissão do contrato social, o sócio pode transferir
sua quota para outro sócio sem anuência dos demais, porém, só
poderá transferir suas quotas para terceiro caso tenha aprovação de
¾ do capital social.
 A sociedade pode ter um administrador não sócio, desde que
aprovado por ¾ do capital social. Se o capital estiver integralizado,
basta que seja aprovado por 50% + 1. Toda sociedade com até 10
sócios, deliberará em reunião, e caso tenha mais de 10 sócios,
deliberará em Assembleia.
 Em regra, o administrador da sociedade pode conduzir livremente
os negócios da sociedade, salvo limitação imposta pelos demais
sócios.
 No silêncio do contrato social, os poderes do administrador são
amplos e, com isso, a responsabilidade é da empresa.
 Para o sócio administrador ser destituído é necessário que seja por
aprovação de mais de 50% do capital social.
 A exclusão pode ser definida como o afastamento compulsório de
um ou mais sócios pela imposição dos demais, de forma judicial ou
extrajudicial, de forma motivada.
o Se um sócio sai, o capital não diminui automaticamente.
o Se o sócio minoritário sai da sociedade, terá responsabilidade
remanescente pelos débitos da empresa por dois anos. O
prazo é contado da averbação na junta comercial.
 O herdeiro só participa da sociedade após a morte do sócio caso haja
previsão no contrato social.
 No silêncio do contrato social, em caso de morte do sócio, haverá a
liquidação parcial das quotas para pagamento dos herdeiros.
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 A retirada, exclusão ou morte do


sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas
obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a
resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas
posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação.

II.2. Sociedade Anônima (Lei 6.404/1976)


 A sociedade anônima pode ser classificada como aberta ou fechada.
o Aberta: Sempre terá autorização para negociar ações na
bolsa de valores.
o Fechada: Não possui autorização para negociar ações na
bolsa de valores. Pode negociar no mercado de balcão.
 O capital social é dividido em ações.
o Atenção: Sociedade anônima não possuo quotas, mas sim,
ações.
 Os acionistas possuem responsabilidade restrita ao valor de suas
ações ➜ responsabilidade limitada.
 As ações são classificadas como ordinárias ou preferenciais.
(i) Ordinária: Objetiva o lucro e o direito ao voto.
(ii) Preferencial: Objetiva o lucro e a preferência no
pagamento de dividendos.
 Com o voto plural, uma única ação poderá proporcionar ao acionista
até 10 votos por ação. Ou seja, um único acionista que não possua o
maior número de ações pode manter o controle societário, desde
que, estrategicamente, seja detentor de ações com voto plural.

VAMOS CONFERIR ALGUMAS SOCIEDADES PERSONIFICADAS, MAS QUE NÃO SÃO EMPRESÁRIAS:
A) Sociedade Simples (Art. 997 a 1.038, CC/02)
 Registradas no Cartório de Pessoas Jurídicas, possuindo personalidade jurídica e
separação patrimonial.
 Desenvolvem uma atividade intelectual (não empresária).
o Quando o diagnóstico é mais importante que a situação econômica.
o Exemplos: Escritório de advocacia, consultório médico, consultório
odontológico, etc.
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 A deliberação societária sobre qualificação dos sócios,


denominação, objeto social, sede, prazo, capital social e administração, precisa ter
quórum unânime. O restante não possui quórum específico.
 Aquele que deliberar contrariamente a sociedade terá responsabilidade ilimitada.

QUESTÕES PARA TREINO:

1) Leandro, Alcides e Inácio pretendem investir recursos oriundos de investimentos no mercado de


capitais para constituir uma companhia fechada por subscrição particular do capital. A sociedade será
administrada por Inácio e sua irmã, que não será sócia. Considerando-se o tipo societário e a
responsabilidade legal dos sócios a ele inerente, assinale a afirmativa correta.
a) Leandro, Alcides e Inácio responderão limitadamente até o preço de emissão das ações por
eles subscritas.
b) Leandro, Alcides e Inácio responderão limitadamente até o valor das quotas por eles
subscritas, mas solidariamente pela integralização do capital.
c) Leandro, Alcides e Inácio responderão ilimitada, solidária e subsidiariamente pelas obrigações
sociais.
d) Leandro e Alcides responderão limitadamente até o preço de emissão das ações por eles
subscritas, e Inácio, como administrador, ilimitada e subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

2) Miguel e Paulo pretendem constituir uma sociedade do tipo limitada porque não pretendem
responder subsidiariamente pelas obrigações sociais. Na consulta a um advogado previamente à
elaboração do contrato, foram informados de que, nesse tipo societário, todos os sócios respondem
a) solidariamente pela integralização do capital social.
b) até o valor da quota de cada um, sem solidariedade entre si e em relação à sociedade.
c) até o valor da quota de cada um, após cinco anos da data do arquivamento do contrato.
d) solidariamente pelas obrigações sociais.

3) Rosana e Carolina pretendem reunir esforços para empreender uma atividade econômica,
constituindo uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada,(EIRELI). Essa iniciativa será
possível se observada a seguinte condição:

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a) Rosana poderá indicar Carolina como administradora, mas


somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.
b) Rosana e Carolina poderão ser coproprietárias de todas as quotas, mas estas serão indivisíveis
em relação a EIRELI, salvo para efeito de transferência.
c) não será cabível a desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI, diante da limitação
de responsabilidade de Carolina ao valor do capital social.
d) a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor, de que sejam
detentoras tanto Rosana quanto Carolina, vinculados à atividade profissional de ambas, poderá
ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação de serviços.

4) O engenheiro agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome
próprio, a exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado. A atividade em
todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos de alto
custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial. Com base nessas informações, é correto afirmar
que
a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário
independentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.
b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de não
ter realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo,
exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial antes
do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

5) Sebastião e Marcelo constituíram uma sociedade sem que o documento de constituição tivesse sido
levado a registro. Marcelo assumiu uma dívida em seu nome pessoal, mas no interesse da sociedade.
Barros é credor de Marcelo pela referida obrigação. Barros poderá provar a existência da sociedade
a) de qualquer modo, e os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por Marcelo.
b) somente por escrito, e os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por Marcelo.
c) de qualquer modo, e somente os bens particulares de Marcelo respondem pelos atos de gestão
por ele praticados.
d) somente por escrito, e os bens particulares de Marcelo e Sebastião respondem pelos atos de
gestão praticados por Marcelo.

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6) Maria, empresária individual, teve sua interdição decretada pelo juiz


a pedido de seu pai, José, em razão de causa permanente que a impede de exprimir sua vontade para os
atos da vida civil. Sabendo-se que José, servidor público federal na ativa, foi nomeado curador de Maria,
assinale a afirmativa correta.
a) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria;
porém, diante do impedimento de José para exercer atividade de empresário, este nomeará, com
a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
b) A interdição de Maria por incapacidade traz como efeito imediato a extinção da empresa,
cabendo a José, na condição de pai e curador, promover a liquidação do estabelecimento.
c) É possível a concessão de autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria
antes exercida por ela enquanto capaz, devendo seu pai, José, como curador e representante,
assumir o exercício da empresa.
d) Poderá ser concedida autorização judicial para o prosseguimento da empresa de Maria, porém
ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que Maria já possuía ao tempo da interdição,
tanto os afetados quanto os estranhos ao acervo daquela.

7) Perseu, em 2012, ingressa numa sociedade simples, constituída em 2008, formada por cinco pessoas
naturais e com sede na cidade de Primeira Cruz. De acordo com as disposições do Código Civil sobre a
sociedade simples, assinale a afirmativa correta.
a) Perseu é responsável por todas as dívidas sociais anteriores à admissão.
b) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais posteriores à admissão.
c) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais contraídas no ano anterior à admissão.
d) Perseu não responde pelas dívidas sociais anteriores e posteriores à admissão.

8) A sociedade Bonafonte Agronegócios S.A., necessitando expandir sua área de pesquisa em métodos
de inovação e desenvolvimento tecnológico, decide aumentar seu capital social através da emissão
pública de novas ações. Para levar a efeito a operação, os administradores devem necessariamente
observar certas exigências legais, dentre elas:
a) O Conselho Fiscal, se estiver em funcionamento, deverá ser necessária e obrigatoriamente
ouvido antes de qualquer deliberação sobre o aumento de capital.
b) O aumento de capital mediante a emissão de novas ações sempre exige deliberação
assemblear e alteração estatutária.
c) O capital social deve estar totalmente integralizado, sob pena de a CVM não autorizar o
aumento de capital.
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d) Nas companhias com capital autorizado o Conselho de


Administração poderá deliberar sobre o aumento de capital, se assim dispuser o estatuto.

9) No que se refere aos órgãos sociais da sociedade anônima, é correto afirmar que:
a) Os poderes da assembleia geral são absolutos e ilimitados.
b) O Conselho de Administração é órgão de presença obrigatória na sociedade anônima.
c) Compete ao Conselho Fiscal opinar sobre as propostas dos órgãos de administração.
d) É de competência privativa da assembleia deliberar sobre a inserção de cláusula no estatuto
que restrinja as hipóteses de recesso

10) Em relação às sociedades por quotas de responsabilidade limitada, dispõe o Código Civil:
a) A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos três meses seguintes
ao término do exercício social, com o objetivo, dentre outros, de tomar as contas dos
administradores e designar membros do conselho fiscal.
b) Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato,
depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis, e, se excessivo em relação ao objeto da
sociedade.
c) A assembleia será presidida e secretariada por sócios estabelecidos no contrato social, e a
cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela mesa, será, nos trinta dias subsequentes
à reunião, apresentada ao Registro Público de Empresas Mercantis para arquivamento e
averbação.
d) Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal
composto de dois ou mais membros e respectivos suplentes, necessariamente sócios, residentes
no País, eleitos na assembleia anual ou extraordinária.
e) Ressalvado o disposto no contrato social, integralizadas as quotas, pode ser o capital
aumentado, com a correspondente modificação do contrato, e até vinte dias após a deliberação,
terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam
titulares.

11) Em relação à sociedade simples, dispõe o Código Civil:


a) O sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele,
cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do
valor das quotas, vedada qualquer estipulação em contrário.

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b) O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode,


salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser
privado de seus lucros e dela excluído.
c) Nos dez dias subsequentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do
contrato social no registro competente, sendo ineficaz em relação aos sócios, qualquer pacto
separado, contrário ao disposto no instrumento.
d) São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do
contrato social, salvo justa causa, a pedido da maioria dos sócios, sendo ainda, irrevogáveis, os
poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio, cujos atos aproveitam a
terceiros.
e) A sociedade adquire direitos, assume obrigações e procede judicialmente, por meio de
administradores com poderes especiais, ou, não os havendo, em conjunto por todos os sócios,
sendo que o sócio, admitido em sociedade já constituída, fica eximido das dívidas sociais
anteriores à admissão.

GABARITO
1. A 2. A 3. A 4. B 5. A 6. A 7. A 8. D 9. C 10. B 11. B

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EMPRESA SIMPLES DE CRÉDITO (ESC)

Lei Complementar 167/2019

❖ Atuação, Objeto e Destinatário (art. 1, da LESC): A Empresa Simples de Crédito (ESC), de âmbito
municipal ou distrital, com atuação exclusivamente no Município de sua sede e em Municípios
limítrofes, ou, quando for o caso, no Distrito Federal e em Municípios limítrofes, destina-se à
realização de operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito,
exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123,
de 14 de dezembro de 2006 (Lei do Simples Nacional).

❖ Forma da ESC (art. 2, da LESC): A ESC deve adotar a forma de empresa individual de
responsabilidade limitada (Eireli), empresário individual ou sociedade limitada constituída
exclusivamente por pessoas naturais e terá por objeto social exclusivo as atividades enumeradas no
art. 1º desta Lei Complementar.

❖ Nome empresarial (art. 2, §1, da LESC): O nome empresarial de que trata o caput deste artigo
conterá a expressão “Empresa Simples de Crédito”, e não poderá constar dele, ou de qualquer texto
de divulgação de suas atividades, a expressão “banco” ou outra expressão identificadora de
instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

❖ Capital Social (art. 2, § 2 c/c art. 4, da LESC): O capital inicial da ESC e os posteriores aumentos
de capital deverão ser realizados integralmente em moeda corrente.

❖ Regra para operações e limitações (art. 2, § 3 e 4, da LESC):


§ 3. O valor total das operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de
crédito da ESC não poderá ser superior ao capital realizado.
§ 4. A mesma pessoa natural não poderá participar de mais de uma ESC, ainda que localizadas
em Municípios distintos ou sob a forma de filial.

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❖ Vedações a ESC (art. 3, da LESC): É vedada à ESC a realização de:


I - qualquer captação de recursos, em nome próprio ou de terceiros, sob pena de enquadramento
no crime previsto no art. 16 da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986 (Lei dos Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional); e
II - operações de crédito, na qualidade de credora, com entidades integrantes da administração
pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

❖ Cobrança de Juros pela ESC (art. 5, inciso I, § 4, da LESC): Nas operações referidas no art. 1º desta
Lei Complementar, devem ser observadas as seguintes condições:
I - a remuneração da ESC somente pode ocorrer por meio de juros remuneratórios, vedada a
cobrança de quaisquer outros encargos, mesmo sob a forma de tarifa;

❖ A Falência e a Recuperação Judicial da ESC (art. 7, da LESC): As ESCs estão sujeitas aos regimes
de recuperação judicial e extrajudicial e ao regime falimentar regulados pela Lei nº 11.101, de 9 de
fevereiro de 2005 (Lei de Falências).

❖ A ESC e a lei de lavagem de dinheiro (art. 11, da LESC c/c art. 9, inciso V, da Lei 9.613/98): O
art. 9 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro), passa a vigorar com a
seguinte redação:
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de fomento comercial
(factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC)

❖ Repercussão criminal (art. 9, da LESC): Constitui crime o descumprimento do disposto no art. 1º,
no § 3º do art. 2º, no art. 3º e no caput do art. 5º desta Lei Complementar.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

❖ A ESC e o SIMPLES: Art. 17, da LC 123/2006 (Alterada pela LC 167/2019): Não poderão recolher
os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno
porte:
I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento
de ativos (asset management) ou compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis
a prazo ou de prestação de serviços (factoring) ou que execute operações de empréstimo, de
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financiamento e de desconto de títulos de crédito,


exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive sob a forma de empresa
simples de crédito;
II - que tenha sócio domiciliado no exterior;
III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal,
estadual ou municipal;
V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas
Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto
quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou
metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte
de estudantes ou trabalhadores;
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis;
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e
pólvoras, explosivos e detonantes;
b) bebidas não alcoólicas a seguir descritas:
1 – alcoólicas;
4 - cervejas sem álcool;
c) bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por:
1. micro e pequenas cervejarias;
2. micro e pequenas vinícolas;
3. produtores de licores;
4. micro e pequenas destilarias;
XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade
intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua
profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de
despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios;
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;
XIII - que realize atividade de consultoria;
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
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XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto


quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS.
XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou
estadual, quando exigível.

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INOVA SIMPLES

Art. 65-A, LC 167/2019.

É o estimulo para criação de


startup.

❖ Conceito de Startup: Considera-se startup a empresa de caráter inovador que visa a aperfeiçoar
sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de serviços ou de produtos, os quais,
quando já existentes, caracterizam startups de natureza incremental, ou, quando relacionados à
criação de algo totalmente novo, caracterizam startups de natureza disruptiva (art. 65-A, § 1º, LC
167/2019).
o Regime diferenciado para abertura e fechamento de empresas do tipo startup.
Startup Disruptiva: Aqueles que iniciam uma atividade, como Uber, Ifood, etc.
Startup Incremental: Aqueles que incrementam uma atividade, como Uber eats,
99pop, etc.

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❖ Tratamento Diferenciado: O tratamento diferenciado a que se refere o caput deste artigo consiste
na fixação de rito sumário para abertura e fechamento de empresas sob o regime do Inova Simples,
que se dará de forma simplificada e automática, no mesmo ambiente digital do portal da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), em
sítio eletrônico oficial do governo federal, por meio da utilização de formulário digital próprio,
disponível em janela ou ícone intitulado Inova Simples, facilitando a abertura e fechamento, nos
moldes do art. 65-A, § 3º, da LC 167/2019.

❖ Limite de Comercialização: 81 mil, nos moldes do art. 65-A, § 3º, LC 167/2019.

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MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL, MICRO EMPRESA E


EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Lei Complementar 123/2006

❖ Art. 3. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de


pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966, do CC/02, devidamente
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme
o caso, desde que:
 Microempreendedor individual (MEI) é um profissional autônomo (possui CNPJ), faturando
até 81 mil reais por ano.
 Microempresa (ME) é aquele que tem receita bruta de até 360 mil reais por ano.
 Empresa de Pequeno Porte (EPP) é aquele que tem a receita bruta entre 360 mil e 4.8 milhões
de reais por ano.

Observações: A sociedade anônima e a cooperativa, salvo as de


consumo, não poderão ser ME/EPP. Empresa que desenvolver
atividade financeira não pode ser ME/EPP.

❖ Simples Nacional (art. 12 e 13, LC 123/06): O SIMPLES é o nome dado ao sistema de tributação
simplificada criado em 1996 através de medida provisória e convertida na Lei nº 9.317/1996 pelo
governo do Brasil cujo objetivo é facilitar o recolhimento de contribuições das microempresas e
médias empresas.

❖ Registro (art. 4, § 1 e 3 da LC ME/EPP): Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos


e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo,
deverão considerar a unicidade do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas
jurídicas, para tanto devendo articular as competências próprias com aquelas dos demais membros,
e buscar, em conjunto, compatibilizar e integrar procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de
exigências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário.
§ 1. O processo de abertura, registro, alteração e baixa da microempresa e empresa de pequeno
porte, bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento, deverão ter trâmite
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especial e simplificado, preferencialmente eletrônico, opcional


para o empreendedor, observado o seguinte:
§ 3. Ressalvado o disposto nesta Lei Complementar, ficam reduzidos a 0 (zero) todos os custos,
inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao funcionamento, ao alvará, à
licença, ao cadastro, às alterações e procedimentos de baixa e encerramento e aos demais itens
relativos ao Microempreendedor Individual, incluindo os valores referentes a taxas, a
emolumentos e a demais contribuições relativas aos órgãos de registro, de licenciamento,
sindicais, de regulamentação, de anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de
fiscalização do exercício de profissões regulamentadas. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 147, de 2014)

❖ Outras Obrigações Acessórias (art. 70 e 71 da LC ME/EPP):


Art. 70. As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de
reuniões e assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão
substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do
capital social.
§ 1. O disposto no caput deste artigo não se aplica caso haja disposição contratual em
contrário, caso ocorra hipótese de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou caso um
ou mais sócios ponham em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de
inegável gravidade.
§ 2. Nos casos referidos no § 1o deste artigo, realizar-se-á reunião ou assembleia de
acordo com a legislação civil.
Art. 71. Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei Complementar, nos termos da
legislação civil, ficam dispensados da publicação de qualquer ato societário.

❖ Alterações e Encerramento (art. 9, §§1°, II, 4° e 5° LC ME/EPP):


Art. 9. O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a
empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo ocorrerá
independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas,
principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de
empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares,
dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção.
II - prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo
ou contribuição de qualquer natureza.
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§ 2. Não se aplica às microempresas e às empresas de


pequeno porte o disposto no § 2 o do art. 1o da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994.
§ 4. A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente, sejam
lançados ou cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da
falta do cumprimento de obrigações ou da prática comprovada e apurada em processo
administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresários, pelas
pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou administradores.

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INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA - IDPJ

Art. 50, do CC/02 + Art. 133 e ss., do CPC/15

❖ Desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, CC/02 c/c art. 133 e seguintes do
CPC/15): Diferente de Despersonalização
a) Teorias aplicáveis:
a.1) Teoria menor: Todas as vezes que se encontrar obstáculos para a satisfação do
débito.
a.2) Teoria maior: Há a autorização da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas ser
ignorada, como forma de coibir fraudes e abusos praticados através delas.
- Hipóteses: Abuso da personalidade jurídica, que é o desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.
- Legitimidade: Partes interessadas ou o MP (quando couber).
- Efeito: Ultrapassar ou superar a personalidade jurídica e a autonomia patrimonial.
- Alcance: Busca alcançar todos os sócios e terceiros envolvidos, que foram
beneficiados direta ou indiretamente.

b) Definição do que é desvio de finalidade e confusão patrimonial: §§1º e 2º do art. 50,


CC/02.
b.1) Desvio de finalidade: Dolosa para atos ilícitos
b.2) Confusão patrimonial: Cumprimento repetitivo de obrigações, transferência de
ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente
insignificante, outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

c) Grupo econômico x regras do caput - § 4º do art. 50, CC/02.


c.1) Deve existir a caracterização do desvio de finalidade ou desvio patrimonial.

d) Excludente de desconsideração: § 5º do art.50, CC.

e) Aplicabilidade processual: Art.133 e seguintes CPC/15.

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TÍTULOS DE CRÉDITO

❖ Art. 887, CC/02: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
o São títulos extrajudiciais, com característica de permitir a circulação do credito.
❖ Regidos legalmente pelo art. 903, do CC/02 e pela Lei Universal de Genebra.
o Considerando o princípio da especialidade, em caso de divergência entre o CC/02 e a Lei
Universal de Genebra, seguir-se-á Lei específica.

1) PRINCÍPIOS NORTEADORES
a) Princípio da Cartularidade: O direito só pode ser exercido mediante apresentação do título de
crédito.
b) Princípio da Literalidade: O direito limita-se ao que consta no título de crédito.
c) Princípio da Autonomia (subprincípios da inoponibilidade das exceções aos terceiros de
boa-fé): O título de crédito é autônomo em relação ao negócio jurídico que o originou.

2) PERSONAGENS DAS AÇÕES CAMBIÁRIAS


a) Sacador ou Emitente: Aquele que faz o saque cambiário, ou seja, a emissão do título de crédito.
Esse sempre é o devedor/obrigado principal.
b) Sacado: Aquele que recebe e pega pelo título de crédito.
c) Beneficiário: Aquele que tem o proveito econômico direto do título de crédito.
d) Endossantes Coobrigados: Credor que transfere seus direitos.
e) Avalista: Presta o aval, ou seja, dá a garantia do pagamento, ficando equiparado ao devedor
principal.

3) PRINCIPAIS ATOS CAMBIÁRIOS


a) Saque: Ato de emitir um título de crédito. Sacar é preencher e entregar um título.
b) Descontar: Ir até o banco descontar um título de crédito.
c) Endosso: Ato de transferência da titularidade de um título de crédito.
o Partes e espécies: Endossante (faz a transferência) e Endossatário (recebe o título por
transferência).
o O endosso tem efeito de transferência de crédito, onde a responsabilidade é solidária.

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o O endosso parcial/limitado/condicionado é nulo, não


sendo admitido, nos moldes do art. 12, LUG c/c art. 912, CC/02.
o O endosso translativo pode ser em branco ou em preto.
- Preto: Indica-se o nome do endossatário, de forma expressa.
- Branco: Não indica o nome do endossatário.
o O endosso mandato ou procuração outorga o direito de cobrar, transferindo o título de
crédito para cobrança por terceiros, não transferindo o direito ao crédito, nos moldes do
art. 18, da LUG.
o O endosso penhor ou pignoratício é feito em garantia de uma obrigação, nos termos do
art. 19, LUG.
- Feito como garantia, e não como pagamento.
o O endosso sem garantia é aquele título transferido sem responsabilização do terceiro. Ou
seja, o indivíduo endossa, mas não é codevedor, conforme o art. 15, LUG.
o O endosso não à ordem transfere um título de crédito, mas sem responsabilização do
credor após o endosso, nos termos do art. 2º, LUG.
d) Aval: Assume-se uma garantia dada por terceiro para adimplemento do título de credito.
o Partes: Avalista, que presta o aval, e o Avalizado, que é beneficiado com o aval.
o Espécies de aval:
- Total: A garantia corresponde ao valor do documento, de forma integral.
- Parcial: O avalista garante apenas uma parte da dívida.
- Simultâneo: Todos os avalistas garantem o mesmo avalizado.
- Sucessivo: Avais superpostos, ou seja, um avalista garante outro avalista; um
avalista garante a obrigação do avalista anterior.
- Prévio: Aval que é feito antes da emissão do título.
- Póstumo: Prestado após o vencimento do título.
Observação: A Súmula 189, do STF, diz que, os avais em
branco e superpostos consideram-se simultâneos e não
sucessivos.
o O aval pode ser parcial, segundo o art. 30 da LUG.
o A responsabilidade do aval é solidária entre o devedor principal e o avalista, conforme o
art. 32, LUG.
o Não admite benefício de ordem.
o Necessita de outorga uxória, caso seja casado, conforme art. 1.647, III, CC/02.
e) Fiança: Regime de direito civil, onde a obrigação acessória leva a mesma sorte da principal.
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o Admite o benefício de ordem.


o Responsabilidade subsidiária.
f) Protesto: Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para relação cambial, que pode ser a
(i) falta de aceite, a (ii) falta de devolução do título ou a (iii) falta de pagamento do título.
o Muito usado quando há inadimplência.
o O objetivo é tornar pública a inadimplência, exercendo o direito de cobrança.
o Previsto na Lei 9.492/1997.
o O protesto pode ser necessário (contra os coobrigados e endossantes) ou facultativo
(contra o devedor principal e o seu avalista).
o Sobre a prescrição no protesto:
- A Súmula 153, do STF, é válida para casos até 31/12/2001, entendendo que o
simples protesto cambiário não interrompe a prescrição.
- A partir de 01/01/2003, teremos a aplicação do art. 202, III, do CC/02,
entendendo que a interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma
vez, dar-se-á por protesto cambial.
o O protesto é exigido para falência e para comprovação da mora em contrato de alienação
fiduciária em garantia.
o Súmula 475, do STJ. Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o
endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas.
o Súmula 476, do STJ. O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só
responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário.

4) PRINCIPAIS AÇÕES CAMBIÁRIAS


4.1. Ação de Execução de Título Executivo Extrajudicial (art. 783 ao 786, CPC): Processo
judicial de cobrança que possui a finalidade de cobrar dívidas que não foram devidamente pagas
pelo devedor e constam registradas em algum título,
o Proposta contra título de crédito não prescrito.
o A execução deverá ser proposta preferencialmente no foro do devedor.

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4.2. Ação Monitória: Credor de um bem ou uma quantia de


dinheiro poderá cobrar essa dívida sem ter que passar por todo o trâmite de uma ação de
execução judicial.
o Procedimento especial de cobrança.
o Cobrança de título de crédito prescrita.

5) TITULOS DE CRÉDITO
5.1. Nota Promissória: Nota promissória é um título cambiário em que seu criador assume a
obrigação direta e principal de pagar o valor correspondente no título.
o O emitente é a pessoa que deve – quem preenche o título. O beneficiário (credor da
dívida) fica com a nota até a data do pagamento. Ela só é devolvida ao devedor no dia
em que a dívida for quitada.
o O sacador e o sacado são a mesma pessoa.
o Aplicabilidade dos institutos do endosso, aval e protesto.
o Aplicabilidade da causa “não à ordem” (impede o endosso, mas permite a
transferência via cessão civil), “sem garantia” (ausência de responsabilidade pelo
pagamento), “sem despesas” (possibilidade de cobrar fora do prazo) ou “sem
protestos” (protesto fora do prazo impossibilita cobrança do título).
o Prazo prescricional de 5 anos (quinquenal) para ação monitória visando cobrar nota
promissória, a contar do dia seguinte ao vencimento do título (Súmula 504/STJ).

5.2. Duplicata: Título de crédito pelo qual o comprador se obriga a pagar dentro do prazo a
importância representada na fatura.
o Documento nominal emitido pelo comerciante (vendedor/sacador), com o valor
global e o vencimento da fatura > quem paga é o comprador/sacado.
o Contempla o instituto do aceite, com reservas > pode ser negado, caso o produto esteja
em desconformidade com o que foi contratado.
o Aplicabilidade dos institutos do endosso, aval e protesto.
o Aplicabilidade da causa “não à ordem” (impede o endosso, mas permite a
transferência via cessão civil), “sem garantia” (ausência de responsabilidade pelo
pagamento), “sem despesas” (possibilidade de cobrar fora do prazo) ou “sem
protestos” (protesto fora do prazo impossibilita cobrança do título).
o O protesto da duplicata deve ser feito sempre no prazo de 30 dias.
o A triplicata é uma segunda via da duplicata.
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5.3. Cheque: É uma ordem de pagamento à vista. Pode ser recebido em dinheiro diretamente na
agência em que o emitente mantém conta, ou pode ser depositado em outra agência, para ser
compensado e creditado na conta do beneficiário. Ao emitir um cheque, ele poderá ser
descontado imediatamente.
o O cheque pode ser cruzado (só pode ser descontado na boca do caixa), visado (valor
assegurado pela instituição financeira para o pagamento do título, mediante bloqueio
em conta) e administrativo (emitido pelo próprio sacado, com seus valores
preenchidos e o fundo já aprovado pelo banco ou correntista).
o O cheque pode ser sustado por revogação (feito fora do prazo, por contra-ordem
escrita e motivando o ato) ou oposição (feito dentro do prazo, por aviso escrito).
o O prazo prescricional do cheque é de 6 meses.
o O endosso parcial é nulo, e o aval parcial é válido.
o Aplicabilidade dos institutos do endosso, aval e protesto.
o Aplicabilidade da causa “não à ordem” (impede o endosso, mas permite a
transferência via cessão civil), “sem garantia” (ausência de responsabilidade pelo
pagamento), “sem despesas” (possibilidade de cobrar fora do prazo) ou “sem
protestos” (protesto fora do prazo impossibilita cobrança do título).
o O cheque pré-datado é um cheque comum, com uma data futura preenchida > coloca-
se a data em que deseja que o valor seja compensado (não tem previsão legal).

QUESTÕES PARA TREINO:

1) Pedrinho emitiu quatro cheques em 26 de março de 2017, mas esqueceu de depositar um deles.
Tendo um débito a honrar com Kennedy e sendo beneficiário desse quarto cheque, Pedrinho o endossou
em preto, datando no verso “dia 20 de maio de 2017”. Sabe-se que o lugar de emissão do quarto cheque
é o mesmo do de pagamento. Sobre esse endosso, assinale a afirmativa correta.
A) O endosso produz seus efeitos legais porque a transmissão do cheque se deu dentro do prazo
de apresentação.
B) No endosso em preto, o endossatário fica dispensado da apresentação em tempo hábil do
cheque ao sacado.

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C) O endosso do cheque tem efeito de cessão de crédito por ter


sido realizado após o decurso do prazo de apresentação.
D) Pedrinho ficou exonerado de responsabilidade pelo pagamento do cheque em razão do
caráter póstumo do endosso.

2) Humaitá Comércio e Distribuição de Defensivos Agrícolas Ltda. sacou 4 (quatro) duplicatas de


compra e venda em face de Cooperativa dos Produtores Rurais de Coari Ltda., em razão da venda de
insumos para as plantações dos cooperados.
Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta.
A) É facultado ao sacador inserir cláusula não à ordem no momento do saque, caso em que a
forma de transferência dos títulos se dará por meio de cessão civil de crédito.
B) Por se tratar de sacado cooperativa, sociedade simples independentemente de seu objeto, é
proibido o saque de duplicatas em face dessa espécie de sociedade.
C) Lançada eventualmente a cláusula mandato no endosso das duplicatas, o endossatário poderá
exercer todos os direitos emergentes dos títulos, inclusive efetuar endosso próprio a terceiro.
D) Sendo o pagamento das duplicatas garantido por aval, o avalista é equiparado àquele cujo
nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos,
ao sacado.

3) Resende & Piraí Ltda. sacou duplicata de serviço em face de Italva Louças e Metais S/A, que a aceitou.
Antes do vencimento, o título foi endossado para Walter. Há um aval em preto no título dado por
Casimiro Cantagalo em favor do sacador. Após o vencimento, ocorrido em 11 de setembro de 2018,
duplicata foi levada a protesto por falta de pagamento, em 28 de setembro do mesmo ano. Com base
nas informações dadas, assinale a opção que indica contra quem Walter, endossatário da duplicata,
poderá promover a ação de execução.
A) Italva Louças e Metais S/A, exclusivamente, em razão da perda do direito de ação em face dos
coobrigados pela apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento além do prazo de
1 (um) dia útil após o vencimento.
B) Resende & Piraí Ltda. e Casimiro Cantagalo, somente, pois a duplicata foi apresentada a
protesto tempestivamente, assegurando o portador seu direito de ação em face dos coobrigados,
mas não em face do aceitante.
C) Resende & Piraí Ltda. e Italva Louças e Metais S/A, somente, em razão da perda do direito de
ação em face do avalista pela apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento além
do prazo de 1 (um) dia útil após o vencimento.
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D) Resende & Piraí Ltda., Italva Louças e Metais S/A e Casimiro


Cantagalo, pois a duplicata foi apresentada a protesto tempestivamente, assegurando o portador
seu direito de ação em face dos coobrigados e do aceitante.

4) Três Coroas Comércio de Artigos Eletrônicos Ltda. subscreveu nota promissória em favor do Banco
Dois Irmãos S.A. com vencimento a dia certo. Após o vencimento, foi aceita uma proposta de moratória
feita pelo devedor por 120 (cento e vinte) dias, sem alteração da data de vencimento indicada no título.
O beneficiário exigiu dois avalistas simultâneos, e o devedor apresentou Montenegro e Bento, que
firmaram avais em preto no título. Sobre esses avais e a responsabilidade dos avalistas simultâneos,
assinale a afirmativa correta.
A) Por ser vedado, no direito brasileiro, o aval póstumo, os avais simultâneos são considerados
não escritos, inexistindo responsabilidade cambial dos avalistas.
B) O aval lançado na nota promissória após o vencimento ou o protesto tem efeito de fiança,
respondendo os avalistas subsidiariamente perante o portador.
C) O aval póstumo produz os mesmos efeitos do anteriormente dado, respondendo os avalistas
solidariamente e autonomamente perante o portador.
D) O aval póstumo é nulo, mas sua nulidade não se estende à obrigação firmada pelo subscritor
(avalizado), em razão do princípio da autonomia.

5) Borba Eletrônicos Ltda. celebrou contrato de abertura de crédito em conta corrente com o Banco
Humaitá S/A, lastreado em nota promissória emitida em garantia da dívida. Sobre a nota promissória e
o contrato de abertura de crédito em conta corrente, diante do inadimplemento do mutuário, assinale
a afirmativa correta.
A) O contrato, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente e assinado por duas
testemunhas, não é título executivo extrajudicial, e a nota promissória a ele vinculada não goza
de autonomia, em razão da iliquidez do título que a originou.
B) O contrato, desde que acompanhado de extrato da conta corrente e assinado por duas
testemunhas, é título executivo extrajudicial, porém a nota promissória a ele vinculada não goza
de autonomia, em razão da abusividade da cláusula de mandato.
C) O contrato, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente e assinado por duas
testemunhas, não é título executivo extrajudicial, porém a nota promissória a ele vinculada goza
de autonomia, em razão de sua independência.

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D) O contrato, mesmo não acompanhado de extrato da conta


corrente ou assinado por duas testemunhas, é título executivo extrajudicial, e a nota promissória
a ele vinculada goza de executividade autônoma.

6) Para realizar o pagamento de uma dívida contraída pelo sócio M. Paraguaçu em favor da sociedade
Iguape, Cananeia & Cia Ltda., o primeiro emitiu uma nota promissória à vista, com cláusula à ordem no
valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). De acordo com essas informações e a respeito da cláusula
à ordem, é correto afirmar que
A) a nota promissória, na omissão dessa cláusula, somente poderia ser transferida pela forma e
com os efeitos de cessão de crédito.
B) a cláusula implica a possibilidade de transferência do título por endosso, sendo o endossante
responsável pelo pagamento, salvo cláusula sem garantia.
C) a cláusula implica a possibilidade de transferência do título por endosso, porque a modalidade
de vencimento da nota promissória é à vista.
D) tal cláusula implica a possibilidade de transferência do título por cessão de crédito, não
respondendo o cedente pela solvência do emitente, salvo cláusula de garantia.

7) Um cliente apresenta a você um cheque nominal à ordem com as assinaturas do emitente no anverso
e do endossante no verso. No verso da cártula, também consta uma terceira assinatura, identificada
apenas como aval pelo signatário.
Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.
A) O aval dado no título foi irregular, pois, para a sua validade, deveria ter sido lançado no
anverso.
B) A falta de indicação do avalizado permite concluir que ele pode ser qualquer dos signatários
(emitente ou endossante).
C) O aval dado no título foi na modalidade em branco, sendo avalizado o emitente.
D) O aval somente é cabível no cheque não à ordem, sendo considerado não escrito se a emissão
for à ordem.

GABARITO
1) C 2) D 3) D 4) C 5) A 6) B 7) C

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FALÊNCIA

Lei 11.101/2005
Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos
simplesmente como devedor.

Alterada pela Lei 14.112/2020

1) COMPETÊNCIA – ART. 3º, LFRE


▪ Do ponto de vista material, a competência é da Vara Cível.
▪ Do ponto de vista do local, a competência é do principal estabelecimento do devedor.
▪ Será competente para recuperação ou decretação de falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
o O principal estabelecimento pode ser o centro decisório, pode ser onde tenha maior
volume de negócios ou onde estejam concentrados os bens.
o A competência não se confunde com o endereço da sede.

2) LEGITIMIDADE ATIVA – ART. 97, §1, DA LFRE


▪ Capacidade para ser autor em processo de falência (pedido de falência).
▪ Legitimados:
a) O próprio empresário devedor – autofalência (art. 105, LFRE);
b) Pessoa jurídica, registrada na junta comercial;
c) Qualquer credor.
▪ A Fazenda Pública não possui legitimidade para requerer a falência do empresário, ainda que
seja credora, nos moldes do Enunciado 56, 1ª Jornada de Direito Comercial.
▪ Para pedir falência, a pessoa jurídica estrangeira precisará ser registrada e prestar a caução.
▪ Súmula 47/TJSP: O credor não comerciante pode requerer a quebra do devedor.

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3) LEGITIMIDADE PASSIVA – ART. 1º C/C ART. 966, DO CC


▪ Capacidade processual de sofrer a falência.

3.1. Empresário Individual e Sociedades Empresárias


Não precisam estar registrados para sofrer falência, basta ser empresário.
Ou seja, a falência poderá atingir a sociedade empresária sem registro
(empresário irregular).
 A pessoa física não sofre falência, mas sim, a insolvência civil.
 O profissional liberal (desde que seja empresário), o produtor rural (desde que esteja
registrado) e a sociedade comum podem sofrer falência.
 A sociedade simples (exerce atividade intelectual) não é empresário, logo, não poderá
sofrer falência.

3.2. Ilegitimidade Passiva (art. 2º, da LFRE)


 Não poderão sofrer falência:
I. Empresa pública; ➜ Caixa Econômica Federal e Correios.

II. Sociedade de economia mista; ➜ Petrobras.


III. Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.

4) PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA (ART. 94, LFRE)


a) Impontualidade Injustificada (art. 94, I, LFRE): Para requerer a falência do devedor, é
necessário comprovar a impontualidade injustificada do devedor. A impontualidade precisa
refletir uma obrigação líquida, materializada em título ou títulos executivos, judicial ou
extrajudicial, desde que devidamente protestado. O título em questão precisa ter valor superior
a 40 salários mínimos.

b) Execução Frustrada ou Tríplice Omissão (art. 94, II, LFRE): A falência poderá ser
decretada se houver execução, por qualquer quantia líquida, desde que o devedor não pague,
não deposite e não nomeie bens suficientes à penhora, dentro do prazo legal.
- O protesto é dispensável, mas a execução é obrigatória.
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c) Atos de Falência (art. 94, III, LFRE): Atitudes escapistas praticadas pelo devedor. Praticar
qualquer um dos atos seguintes, exceto se fizer parte do plano de recuperação judicial.
c.1) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou
fraudulento para realizar pagamentos;
c.2) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade
de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c.3) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
c.4) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
c.5) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
c.6) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
c.7) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.

5) DEFESA DA FALÊNCIA (ART. 96 C/C 98 DA LFRE)


▪ O prazo para contestar a falência é de 10 dias corridos.
o Apresentam-se todas as matérias de defesa possíveis (falsidade do título, prescrição,
pagamento, etc).
▪ O depósito elisivo poderá ser realizado pelo devedor, no prazo da contestação, nos casos
autorizados pela lei, objetivando impedir a decretação da quebra, caso a defesa apresentada seja
rejeitada pelo juiz.
o Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá,
no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido
de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não
será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.

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6) DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA
a) Recurso (art. 100, LFRE):
Da decretação de falência pelo juízo, caberá agravo de instrumento.
Da sentença que julga a improcedência do pedido, caberá apelação.

b) Massa falida e a formação do juízo universal da falência (art. 76, LFRE): O juízo da
falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e
negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei
em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.

c) Gestão da massa falida e a nomeação do Administrador Judicial (art. 21 ao 25 da LFRE):


• Nomeação pelo juiz > art. 99, IX, LFRE.
• Critério de escolha > art. 21, da LFRE.
• Remuneração > art. 24, §1° e 5°, da LFRE.

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7) DECISÃO DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA


7.1. Quanto ao empresário e a massa falida (art. 102, LFRE):
 Retirada do administrador social e ingresso do administrador judicial.
 O empresário fica temporariamente proibido de ser empresário > o afastamento não
pode ser superior a 3 anos, contados a partir da decretação da falência.

7.2. Quanto às execuções e os juros (art. 124, LFRE):


 Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência,
previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos
credores subordinados.
 Quando a falência é decretada, suspendem-se as execuções e os juros.

7.3. Quanto ao direito de recesso (art. 116, LFRE):


 Em caso de decretação de falência, o direito do sócio em se retirar da empresa (direito
de recesso) fica suspenso.

7.4. Quanto aos contratos (art. 117 e 118, LFRE):


 Uma vez decretada a falência, os contratos não rescindirão automaticamente
(unilaterais e bilaterais), salvo os contratos de concessão de serviços públicos.

7.5. Quanto às execuções e os juros (art. 124, LFRE):


 Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência,
previstos em lei ou em contrato, se

8) ALGUNS EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA


8.1. Quanto a responsabilidade do sócio (art. 81 e 82 da LFRE)
• Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes que ficam sujeitos aos mesmos efeitos
jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para
apresentar contestação, se assim o desejarem.
• Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos
controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas
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leis, será apurada no próprio juízo da falência,


independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o
passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.

8.2. Quanto aos atos praticados pelo falido (art. 129 e 130 da LFRE):
 Atos ineficazes, atos defeitos:
o Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não
intenção deste fraudar credores:
o Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores,
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar
e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

8.3. Quanto ao direito dos credores


 Vencimento antecipado (art. 77, da LFRE) > os débitos vincendos se tornarão vencidos.
 Fluência dos juros (art. 124 da LFRE) > suspensão.
 Prescrição, ações e execuções (art. 6 da LFRE) > suspensão.
 Quanto aos contratos com o falido (art. 117 ao 119 da LFRE).

9) DA HABILITAÇÃO DE CRÉDITO (ART. 7 AO 15, LFRE)


1º momento: Na Fase Administrativa, o credor habilita-se por meio de petição endereçada ao
administrador judicial, protocolada no prazo de 15 dias corridos.
- O credor retardatário (apresentado após o prazo) não perde o crédito, mas perde o
rateio e o direito de voto na assembleia de credores.
2º momento: O administrador judicial tem 45 dias corridos para apresentar sua relação de
credores ao juízo.
3º momento: Na Fase Judicial, em caso de discordância sobre a relação de credores apresentada
pelo administrador judicial, o credor habilita-se por meio de petição de habilitação, dirigida ao
juiz, protocolada no prazo de 10 dias corridos.
A decisão do juiz é interlocutória > cabe agravo de instrumento.

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10) RESTITUIÇÃO DOS BENS DE FALÊNCIA (ART. 85 AO 93, LFRE)


10.1. Restituição Ordinária (art. 85, caput): O proprietário de bem arrecadado no processo
de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá
pedir sua restituição.
o O proprietário endereça uma petição ao magistrado comprovando que é proprietário do
bem e requer sua restituição.

10.2. Restituição Especial (art. 86, I, II, III, IV, LFRE): Restituição feita em dinheiro.
▪ Hipóteses:
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o
requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda,
o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado;
o O bem não está em posse da falida.
o O valor da restituição será correspondente ao valor do bem.
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º, da
Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive
eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade
competente;
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de
revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei;
IV - às Fazendas Públicas, relativamente a tributos passíveis de retenção na fonte, de
descontos de terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos pelos agentes
arrecadadores e não recolhidos aos cofres públicos. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
(Vigência)
o Tributos sujeitos a retenção na fonte.

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11) PROCEDIMENTO DE PAGAMENTO DOS CREDORES


11.1. Ordem Geral de Pagamento
I. Créditos extraconcursais (art. 84, LFRE):
i. Credor trabalhista extraordinário.
ii. Remuneração do administrador judicial.
iii. Créditos trabalhistas posteriores à decretação da falência.
iv. Créditos tributários posteriores à decretação da falência.
II. Créditos concursais:
i. Todo crédito trabalhista limitado a 150 salários mínimos (art. 83, I).
ii. Créditos com garantia real (hipotecária, caucionada ou fidejussória) >
imóvel, títulos de crédito e móvel (art. 83, II).
iii. Créditos fiscais (art. 83, III).
iv. Créditos quirografários > todo credor sem garantia e os excedentes (art. 83,
VI).
v. Multas (art. 83, VII).
vi. Crédito subordinado > créditos devidos aos sócios (art. 83, VIII).
vii. Juros após a decretação da falência > retorna à primeira classe e paga os
juros de todos os credores após a decretação da falência (art. 83, IX).

*macete*

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12) ENCERRAMENTO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO (ART. 158, LFRE)


▪ O encerramento poderá acontecer de três formas:
a) Pagamento integral: Encerra completamente a falência.
b) Pagamento parcial: O devedor poderá ter a extinção da falência pelo pagamento
parcial desde que pague até 25% dos credores quirografários.
c) Decurso do prazo de 3 anos da decretação da falência: Caso o procedimento
falimentar ainda não tenha sido encerrado, isso não poderá permitir que o falido não
preciso adimplir mais nenhuma obrigação.

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL

1) PETIÇÃO INICIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS


▪ A recuperação judicial é um benefício concedido pelo Estado.
▪ A legitimidade para o pedido de recuperação judicial é do próprio empresário/sociedade
empresária.
▪ É necessário/obrigatório estar devidamente registrado há mais de 2 anos para que se possa
pedir recuperação.
▪ Há duas possibilidades de litisconsórcio ativo na recuperação de empresas (duas ou mais
empresas entram juntas com o pedido), podendo ser:
I. Consolidação processual (art. 69-G, LFRE) > as empresas se juntam, mas cada uma
tem sua autonomia/independência; ou
II. Consolidação substancial (art. 69-J, LFRE) > há confusão entre ativos e passivos,
gerando um plano unitário (feita por determinação judicial).
▪ Sociedade de economia mista e Empresa pública não poderão pedir falência (art. 2, LFRE).
▪ O juízo competente para recuperação judicial é o do principal estabelecimento do devedor (art.
3, LFRE).

2) PRESSUPOSTOS PARA RECUPERAÇÃO JUDICIAL


▪ Dispostos no art. 48, I a IV, LFRE.
▪ Os pressupostos para o requerimento de recuperação judicial são:
a) Comprovar que não é falido, ou se foi, que extinguiu suas obrigações;
b) Comprovar que nos últimos 5 anos não obteve o benefício da recuperação judicial;
c) Comprovar que o controlador ou administrador da empresa não foi condenado por
crime falimentar.

3) MANIFESTAÇÃO JURISDICIONAL
▪ Depois que o pedido de recuperação chega nas mãos do juiz, ele poderá:
a) Denegação do pedido de RJ: Inépcia.
b) Constatação prévia (art. 51-A, LFRE): Ato do perito de atestar a regularidade
documental para o pedido de RJ.
O juiz não pode analisar a viabilidade econômica.

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c) Deferimento do processamento da RJ (art. 52 e 53,


LFRE): O juiz defere o processo e irá determinar que o devedor apresente seu plano
de recuperação judicial, num prazo de 60 dias corridos, improrrogável.
O juiz nomeia um administrador judicial, que terá função fiscalizatória.

4) PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ART. 50 E 54, LFRE)


▪ Traz um rol exemplificativo.
▪ O legislador incluiu ao rol a (i) possibilidade de conversão da dívida em capital social e a (ii)
venda integral do estabelecimento (trespasse).
▪ O crédito trabalhista, se for privilegiado/extraordinário, deve ser recebido em 30 dias, no
máximo. O restante deve ser recebido em 1 ano, podendo ser prorrogado por mais 1 ano.

5) ALCANCE DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL


▪ Em regra, a recuperação atinge os créditos anteriores ao pedido de RJ (art. 49, LFRE).
▪ Existem credores que são excluídos da sistemática do plano de recuperação judicial (exceções):
a) Créditos relativos às obrigações posteriores ao pedido de RJ;
b) Créditos relativos ao contrato de arrendamento mercantil (leasing);
c) Créditos relativos à contrato fiduciário de bens móveis, imóveis ou creditícios (trava
bancária);
d) Créditos relativos à contratos de compra e venda com cláusula de reserva de domínio.

6) APROVAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ART. 45, § 1 E 2, LFRE)


Trabalhista/ME/EPP Resto dos Credores
Aprovação do plano por maioria.
Aprovação do plano (PRJ) por maioria 50% + 1 por cabeça
simples > 50% + 1. C/C
50% + 1 por crédito

6.1. Consequências da Aprovação e da Rejeição do PRJ:


 A rejeição do plano não acarreta a falência. Acarreta a possibilidade de apresentação
do plano de recuperação judicial de credores > tentativa de plano. Só acarretará
falência se o plano de recuperação dos credores for rejeitado.
o O plano de credores deve ser apresentado em 30 dias.
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 Se o plano de recuperação for aprovado, o


administrador judicial irá registrar em ata o quórum de votação e submeter o ato à
homologação pelo Poder Judiciário. A decisão da assembleia é soberana sobre o plano
de recuperação judicial, restando ao judiciário apenas realizar o controle de
legalidade do plano.

7) DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA (ART. 73, LFRE)


▪ Convolação é sinônimo de transformação.
▪ Hipóteses em que a RJ será convolada em falência:
a) Por deliberação da assembleia-geral de credores;
b) Caso o devedor não apresente o plano de recuperação;
c) Quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 56 desta Lei, ou rejeitado o
plano de recuperação judicial proposto pelos credores;
d) Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação;
e) Por descumprimento dos parcelamentos referidos no art. 68 desta Lei ou da transação
prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002;
f) Quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique
liquidação substancial da empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à
recuperação judicial, inclusive as Fazendas Públicas.

8) PLANO ESPECIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL (PERJ) (ART. 70 A 72, LFRE)


▪ A sua especialidade visa favorecer alguns tipos empresariais (empresas com perfis diferenciados
> ME/EPP).
▪ A legitimidade é da ME/EPP e produtor rural (art. 70 e 70-A, LFRE).
▪ Requisitos da recuperação judicial especial (art. 71, LFRE):
a) Abrangência: Igual a recuperação judicial. Esse plano não abrange os bancos oficiais
(Caixa, Banco do Brasil e bancos regionais).
b) Prazo máximo de parcelamento: Pagamento em no máximo 36x, caso o devedor deseje
aderir.
▪ Aprovação e indeferimento do PERJ (art. 72, LFRE): O juiz é quem decide se o plano será
aprovado, e não a assembleia geral de credores.

9) PLANO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL (PREJ)


▪ Exclusivamente feito fora do poder judiciário. O juiz homologa a decisão, somente.
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▪ Requisitos (art. 48, LFRE):


a) Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado,
as responsabilidades daí decorrentes;
b) Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
c) Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base
no plano especial;
d) Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
▪ Alcance (art. 161, LFRE): Atualmente, esse plano alcança o credor trabalhista e poderá ser
negociado.
▪ O juízo competente é o do principal estabelecimento do devedor.
▪ O devedor precisa juntar a petição inicial e a ata de aprovação do plano de recuperação para
entregar ao magistrado, visando homologação (art. 162, LFRE).
▪ Para aprovar o plano é necessária aprovação da maioria (50% + 1).

QUESTÕES PARA TREINO:

1) Ribamar é sócio da sociedade empresária Junco, Fiquene & Cia. Ltda. Após uma infrutífera negociação
de plano de recuperação judicial, a assembleia de credores rejeitou o plano, acarretando a decretação
de falência da sociedade. O desgaste, que já existia entre Ribamar e os demais sócios, intensificou-se
com a decretação da falência, ensejando pedido de retirada da sociedade, com base nas disposições
reguladoras da sociedade limitada. Diante dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A) A decretação da falência suspende o exercício do direito de retirada do sócio Ribamar.
B) A sociedade deverá apurar os haveres do sócio dissidente Ribamar, que serão pagos como
créditos extraconcursais.
C) O juiz da falência deverá avaliar o pedido de retirada do sócio Ribamar e, eventualmente,
deferi-lo na ação de dissolução parcial.
D) A decretação de falência não suspende o direito de retirada do sócio Ribamar, mas o
pagamento de seus haveres deverá ser incluído como crédito subordinado.

2) Madeireira Juína Ltda. requereu a homologação de plano de recuperação extrajudicial em Juara/MT,


lugar de seu principal estabelecimento. Após o pedido de homologação e antes da publicação do edital
para apresentação de impugnação ao plano, um dos credores com privilégio geral que haviam assinado

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o plano pretende desistir unilateralmente da adesão. Tal credor possui


um terço dos créditos de sua classe submetidos ao plano. Com relação ao credor com privilégio geral,
após a distribuição do pedido de homologação, assinale a afirmativa correta.
A) Não poderá desistir da adesão ao plano, mesmo com a anuência expressa dos demais
signatários.
B) Poderá desistir da adesão em razão da natureza contratual do plano, que permite, a qualquer
tempo, sua denúncia.
C) Não poderá desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais
signatários.
D) Poderá desistir da adesão ao plano, desde que seja titular de mais de 1/4 do total dos créditos
de sua classe.

3) Jacinto Almenara EIRELI teve um bem de sua propriedade arrecadado pelo administrador judicial
na falência de Rubim & Divisa Ltda., mas foi informado que o referido bem já tinha sido alienado pela
massa. Ciente dessa circunstância, o(a) advogado(a) da EIRELI
A) não poderá pleitear a restituição do bem nem receber o preço da venda em razão de já ter
sido alienado pela massa falida.
B) deverá habilitar o crédito no processo de falência, com a classificação de quirografário, diante
da impossibilidade de sua restituição in natura.
C) poderá pleitear a restituição em dinheiro, recebendo o preço obtido com a venda do bem
arrecadado, devidamente atualizado.
D) deverá ajuizar ação revocatória para obter indenização da massa falida pela venda ilegal do
bem arrecadado, que deveria lhe ter sido restituído.

4) Indústria de Celulose Três Rios Ltda. requereu homologação de plano de recuperação extrajudicial
no lugar do seu principal estabelecimento. No plano de recuperação apresentado há um crédito
quirografário em moeda estrangeira, com pagamento segundo a variação cambial do euro. Foi prevista
ainda pelo devedor a supressão da variação cambial pela substituição da moeda euro pelo real. O plano
foi aprovado por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada classe, mas Licínio,
o credor titular deste crédito, não o assinou. De acordo com as disposições legais para homologação da
recuperação extrajudicial, assinale a afirmativa correta.
A) O plano pode ser homologado porque, mesmo sem a assinatura de Licínio, houve aprovação
por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada classe.

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B) O plano não pode ser homologado porque, diante da


supressão da variação cambial, o credor Licínio pode vetar sua aprovação, qualquer que seja o
quórum de aprovação.
C) O plano pode ser homologado porque o consentimento expresso de Licínio só é exigido para
os créditos com garantia real, não se aplicando a exigência aos créditos quirografários.
D) O plano não pode ser homologado por não ter atingido o quórum mínimo de aprovação,
independentemente da supressão da cláusula de variação cambial.

5) A Fazenda Pública do Estado de Pernambuco ajuizou ação de execução fiscal em face de sociedade
empresária. No curso da demanda, houve o processamento da recuperação judicial da sociedade. Em
relação à execução fiscal em curso, assinale a afirmativa correta.
A) Fica suspensa com o processamento da recuperação até seu encerramento.
B) Não é suspensa com o processamento da recuperação judicial.
C) Fica suspensa com o processamento da recuperação judicial até o máximo de 180 (cento e
oitenta) dias.
D) É extinta com o processamento da recuperação judicial.

6) Antes da decretação de falência da sociedade Talismã & Sandolândia Ltda., foi ajuizada ação de
execução por título extrajudicial por Frigorífico Rio Sono Ltda., está enquadrada como empresa de
pequeno porte. Com a notícia da decretação da falência pela publicação da sentença no Diário da Justiça,
o advogado da exequente tomará ciência de que a execução do título extrajudicial
A) não será suspensa, em razão do enquadramento da credora como empresa de pequeno porte.
B) está suspensa pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação
da sentença.
C) não será suspensa, em razão de ter sido ajuizada pelo credor antes da decretação da falência.
D) está suspensa, devendo o credor se submeter às regras do processo falimentar e ter seu
crédito verificado e classificado.

7) Concessionária de Veículos Primeira Cruz Ltda. obteve concessão de sua recuperação judicial. Diante
da necessidade de alienação de bens do ativo permanente, não relacionados previamente no plano de
recuperação, foi convocada assembleia geral de credores. A proposta de alienação foi aprovada em
razão do voto decisivo da credora Dutra & Corda Representações Ltda., cujo sócio majoritário P. Dutra
tem participação de 32% (trinta e dois por cento) no capital da sociedade recuperanda. Com base nesses
dados, é correto afirmar que
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A) a decisão é nula de pleno direito, pois a pretensão de alienação


de bens do ativo permanente, não relacionados no plano, enseja a convolação da recuperação
judicial em falência.
B) o voto da sociedade Dutra & Corda Representações Ltda. não poderia ter sido considerado
para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação da assembleia geral.
C) a decisão assemblear é anulável, pois a sociedade Dutra & Corda Representações Ltda., como
credora, não poderia ter participado nem proferido voto na assembleia geral.
D) a assembleia é nula, pois a autorização para a alienação de bens do ativo permanente, não
relacionados no plano de recuperação judicial, é prerrogativa exclusiva do administrador
judicial.

8) O empresário individual Ives Diniz, em conluio com seus dois primos, realizou empréstimos
simulados a fim de obter crédito para si; por esse e outros motivos, foi decretada sua falência. No curso
do processo falimentar, o administrador judicial verificou a prática de outros atos praticados pelo
devedor e seus primos, antes da falência; entre eles, a transferência de bens do estabelecimento a
terceiros lastreados em pagamentos de dívidas fictícias, com nítido prejuízo à massa. De acordo com o
enunciado e as disposições da Lei de Falência e Recuperação de Empresas, o advogado contratado pelo
administrador judicial para defender os direitos e interesses da massa deverá
A) requerer, no juízo da falência, a instauração do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica.
B) ajuizar ação revocatória em nome da massa falida no juízo da falência.
C) ajuizar ação pauliana em nome do administrador judicial no juízo cível.
D) requerer, no juízo da falência, o sequestro dos bens dos primos do empresário como medida
antecedente à ação de responsabilidade civil.

GABARITO
1) A 2) C 3) B 4) B 5) B 6) D 7) B 8) B

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CONTRATOS MERCANTIS

1) CONTRATO DE COMISSÃO MERCANTIL (ART. 693 A 709, CC/02)


▪ Negócio jurídico que tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu
próprio nome, sob orientação do comitente.
▪ Partes: Comitente (quem adquire) e Comissário (recebe percentual para intermediar a
operação).
o Em regra, o comissário não atua nos conflitos, não sofrendo responsabilização > salvo
com fixação da cláusula del credere.
▪ A cláusula “del credere” estabelece a possibilidade de aumento da remuneração, mediante a
responsabilidade solidária (art. 697 e 698, CC/02).

2) CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL (LEI 4.886/1965)


▪ Contrato em que se estabelece uma relação com um representante, pessoa física ou jurídica que
desempenha, sem relação de emprego e em caráter não eventual, a mediação para a realização
de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para que tais pedidos sejam
transmitidos aos representados.
▪ Partes: Representante (pessoa que presta serviço) e o Representado (empresa).
▪ A cláusula de exclusividade de zona estabelece que são obrigatórias a definição da zona (ou seja,
do território de cada representante) onde a representação comercial vai se dar e se ela vai ser
feita com ou sem exclusividade - é dizer, se pode ou não haver mais de um representante na
mesma zona (art. 31, Lei 4.886/65).
o Essa cláusula garante ao representante a remuneração, ainda que ele não tenha
intermediado a operação.
o A exclusividade do representante, caso exista, precisa estar constando expressamente no
contrato (art. 41).
o A exclusividade gera o aumento na remuneração.
▪ A cláusula “del credere” é vedada nesse contrato (art. 43).

3) CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA


▪ Contrato instrumental em que uma das partes, em confiança, aliena a outra a propriedade de
determinado bem, móvel ou imóvel, ficando esta parte (uma instituição financeira, em regra)

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obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi alienado quando


verificada a ocorrência de determinado fato.
▪ Qualquer pessoal natural ou jurídica, de direito privado ou de direito público, pode alienar em
garantia.
▪ Partes: Devedor-fiduciante e Credor-fiduciário.
▪ Súmulas importantes do STJ:
- 28: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o
patrimônio do devedor.
- 72: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente.
- 92: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de
registro do veículo automotor.
- 245: A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação
fiduciária dispensa a indicação do valor do débito.
- 565: A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou outra
denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao
início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008.
- 566: Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.
3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento
entre o consumidor e a instituição financeira.

4) CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING) (RES. 2.039 DO BACEN)


▪ Contrato especial de locação que assegura ao locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado
ao final da avença, pagando, nesse caso, uma diferença chamada de valor residual.
o Aluguel especial > contrato especial de locação.
▪ Partes: Arrendador (proprietário o bem) e Arrendatário (quem aluga).
▪ Opções do arrendatário:
I. Renovar a locação;
II. Encerrar o contrato, não mais renovando a locação; ou
III. Comprar o bem alugado, pagando-se o valor residual.
▪ Modalidades de leasing:
a) Leasing financeiro: Não há pretensão de adquirir o bem ao final do contrato. Parcelas
menores e VRG maiores ao final.

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b) Leasing operacional: Existe a pretensão de adquirir o bem


ao final do contrato. Parcelas maiores e VRG pequeno ao final.
c) Lease-back: Similar à alienação fiduciária > leasing com bem próprio.
▪ Súmulas importantes do STJ:
- 293: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato
de arrendamento mercantil.
- 369: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva
expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
- 564: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma
da importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do
bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá direito de receber
a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras
despesas ou encargos pactuados.

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PARABÉNS PELO EMPENHO!

NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!

Família CEJAS: Líderes em aprovação em todo o Brasil!

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