Você está na página 1de 7

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL ZONA CENTRO 1 – Sede DES. PIRES DE


CASTRO.

PROCESSO Nº :0801752-03.2022.8.18.0009

GABRIEL RODRIGUES DA SILVA, já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES C/C
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, na condição de Autor, vem, por intermédio do
advogado infra –assinado, portador da OAB/PI 9.189, com endereço
profissional na Rua Goiás nº 1175, Bairro: Ilhotas, á presença de Vossa
Excelência, com fulcro nos arts. 42, §2º, e seguinte da Lei nº 9.099/95, em
termos e tempestivamente, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO

em face do Recurso Inominado de ID:38950448, requerendo que se digne


Vossa Excelência mandar processá-la para que suba a Egrégia Turma
Recursal.

Termos em que
Pede e espera deferimento

Teresina 05 de Abril de 2023.


MIGUEL SALES DE LIMA
OAB/PI 9189.

Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com


Fones: 86 99982-9988.
Juízo de Origem: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL ZONA CENTRO 1
– Sede DES. PIRES DE CASTRO.

Tipo de Ação: AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES C/C ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA.

Processo de origem: 0801752-03.2022.8.18.0009.

RECORRENTE: EQUATORIAL S/A.

RECORRIDO: GABRIEL RODRIGUES DA SILVA.

Egrégia Turma,

I – DA TEMPESTIVIDADE

De acordo, com o disposto no artigo 42 §2 da Lei 9.099/95, o Recurso


Inominado deverá ser respondido no prazo de 10 dias a contar da intimação do
Recorrido para oferecer as contrarrazões.

II-DA QUESTÃO RECURSAL

Trata-se de ação de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES C/C
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, movida pelo Autor, ora Recorrido, em face do
Réu, ora Recorrente.

Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com


Fones: 86 99982-9988.
Na sua petição inicial, o Recorrido aduziu que pleiteia a condenação da
requerida ao pagamento de indenização por danos materiais e morais
decorrentes de queda de poste em seu veículo. Pelas fotos acostadas aos
autos (ID 30070276), verifica-se que a causa dos danos suportados pelo autor
foi a queda de um poste de energia elétrica, mantido pela ré, que atingiu o
veículo do autor, que estava transitando próximo ao local.

Logo, tem-se por inequívoco que os danos causados ao autor


decorreram da queda de poste de energia de responsabilidade da ré. A
alegação da empresa ré de que a queda teria sido ocasionada por um cabo de
telefonia, o que não foi comprovado, não tem o condão de afastar sua
responsabilidade.

Por se tratar de relação de consumo, a responsabilidade da requerida


pela reparação dos danos advindos da má prestação de seus serviços, é de
natureza objetiva, independente de culpa (art. 14 do CDC).

Assim, postulou pela condenação do Recorrente ao pagamento de


R$ 28.260,00 (vinte e oito mil, duzentos e sessenta reais), a título de dano
material, acrescido de correção monetária, a partir da data do orçamento de ID
30070259, e de juros de mora de 1% ao mês (art. 406 do CC), a contar da do
evento danoso.

Em sua resposta, em síntese, o Recorrente afirmou que o Juizados


Especiais não é competente pra julgar a causa, pela sua complexidade e por
não realização de perícia. Ademais, constatou que a fiação que fez derrubar o
poste é de linha telefônica e não de linha de energia, que o cabo que fora
arrastado pelo caminhão sequer é de responsabilidade da concessionária de
energia elétrica.

Ao longo do processo, foi possível verificar desde, a colisão do poste, a


Equatorial consertou ,mas a fiação ficou baixa, em decorrência disso, nunca a
energia ficou normal no bairro, por conta desses fios abaixo do
permitido(conforme relato de testemunhas).
Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com
Fones: 86 99982-9988.
Entretanto, devido a tantos ocorridos, danos e riscos que os fios da
Equatorial, proporcionou, atualmente o poste se encontra em estado normal
(conforme fotos antes e depois do ocorrido).
O Autor, pela sua boa-fé, foi até a Equatorial, tentar resolver
administrativamente, com protocolos em, mas foi contrariado, por conta de não
obter resultado devido.
Destarte, acerto, a d. Sentença recorrida acolheu as postulações
autorais julgou procedente em parte, condenando o Recorrente ao pagamento
de R$ 28.260,00 (vinte e oito mil, duzentos e sessenta reais), a título de
dano material, acrescido de correção monetária, a partir da data do
orçamento de ID 30070259, e de juros de mora de 1% ao mês (art. 406 do CC),
a contar da do evento danoso.

Inconformado com a condenação, o Recorrente interpôs o recurso em


tela, alegando que que o Juizados Especiais não é competente pra julgar a
causa, pela sua complexidade e por não realização de perícia. Ademais,
constatou que a fiação que fez derrubar o poste é de linha telefônica e não de
linha de energia, que o cabo que fora arrastado pelo caminhão sequer é de
responsabilidade da concessionária de energia elétrica.

III-DOS FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA

Data vênia, mas, a toda evidencia, merece ser mantida a r. sentença


recorrida que julgou procedente os pedidos formulados pelo Recorrido.
O referido decisum deve ser mantido porque, diferentemente do que foi
afirmado pelo Recorrente, está em absoluta harmonia com os fatos apurados,
estando bem fundamentado e em sintonia com o ordenamento jurídico pátrio.
Note-se que o nobre Magistrado a quo enfrentou a causa examinando-a
de acordo com os dispositivos legai pertinentes, analisando “a responsabilidade
da requerida pela reparação dos danos advindos da má prestação de seus
serviços, é de natureza objetiva, independente de culpa (art. 14 do CDC).”
Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com
Fones: 86 99982-9988.
        À luz do quanto disposto em seus fundamentos, na parte dispositiva,
deliberou-se que:

“É que a pretendida indenização pressupõe a ocorrência de abalo à


moral ou à imagem que acarrete considerável e injusto sofrimento ao agredido, de
modo que, por não haver dano patrimonial propriamente dito, repara-se
financeiramente o sofrimento, abalo à reputação ou transtornos relevantes que
eventual ato ilícito tenha causado.

Ressalte-se que, ao contrário do alegado pelo Recorrente,


contesta a fiação de telefonia, sendo que é responsável objetivamente, pois a
fiscalização da utilização de postes públicos, o que incluí as empresas de
telefonia e internet, é responsabilidade da COMPANHIA DE ENERGIA
ELÉTRICA, como também a responsabilidade objetiva.

IV.DA SIMETRIA ENTRE A SENTENÇA RECORRIDA E A JURISPRUDÊNCIA


DO TJ.

Por fim, importante salientar que a sentença recorrida está em perfeita


sintonia com as normas estaduais pertinentes á hipótese.
Consoante, o TJ/PA tem entendido, acerca dos arts. 12 e 14 do CDC em
que a imposição que obriga o fornecedor a reparar os danos causados aos
consumidores decorrentes de vicio de produto, informações insuficientes ou
inadequadas ou, ainda, de falhas na prestação de serviços, independentemente
da existência de culpa.
Decorrência do expendido e do constante nos autos, verifica-se
totalmente descabida as afirmativas do Réu, pois este contesta a fiação de
telefonia, sendo que é responsável objetivamente, pois a fiscalização da
utilização de postes públicos, o que incluí as empresas de telefonia e internet, é
responsabilidade da COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA, como também a
responsabilidade objetiva. Segundo jurisprudência do TJ/PR:

Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com


Fones: 86 99982-9988.
TJ-PR PROCESSO CIVEIL E DO TRABALHO Recurso de
apelação apl xxxxx20158160132 PR XXXX-
73.2015.8.16.0132(acordão) (TJ-PR) APELAÇÃO “AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. CAMINHÃO DE
PROPRIEDADE DA EMPRESA AUTORA QUE AO SER
CONDUZIDO POR FUNCIONARIO, ENROSCA NA FIAÇÃO LIGADA
ENTRE POSTES, CAUSANDO QUEDA DO POSTE E CURTO-
CIRCUITO, INCENDIO. COMPARTILHAMENTO DE POSTES
ENTRE A EMPRESA DE ENERGIA E TELEFONIA. APLICAÇÃO DO
CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. SOLIDARIEDADE, FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. CONSUBSTANCIADA NA OMISSÃO/NEGLIGÊNCIA EM
FISCALIZAR A FIAÇÃO, INCUMBÊNCIA DE AMBAS AS
EMPRESAS, DEVER DE IDENIZAR. DANOS MATERIAIS
CONFIRMADOS. SENTENÇA MANTIDA . RECURSO
DESPROVIDO (TJPR-10°C. Civel-XXXXX-73.2015.8.16.0132-
PeabiruRel: Desembargadora Ângela Khury- J 21.03.2019).

Por se tratar de relação de consumo, a responsabilidade da requerida


pela reparação dos danos advindos da má prestação de seus serviços, é de
natureza objetiva, independente de culpa (art. 14 do CDC).

Ademais, o fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos, pois a fiscalização da
utilização de postes públicos, o que incluí as empresas de telefonia e internet, é
responsabilidade da COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA.

Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com


Fones: 86 99982-9988.
V. DO NÃO ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA
ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.

A ré, contrapõe no Recurso inominado, a perícia, sendo que não cabe


perícia nos Juizados Especiais, pois a parte Autora tem pareceres técnicos e
documentos elucidativos que consideram suficientes.
A alegação da empresa ré de que a queda teria sido ocasionada por um
cabo de telefonia, o que não foi comprovado, não tem o condão de afastar
sua responsabilidade.
Portanto, vossa Excelência, peço a manutenção da Sentença que foi
julgada procedente em parte, pois o recurso inominado não merece ser
mantido por medida de justiça.
V.I DOS PEDIDOS

Ex positis, requer a essa egrégia Turma, caso admitido o recurso


inominado em tela, o seu improvimento, com a manutenção da decisão
recorrida, por seus próprios e doutos fundamentos, condenando a parte
recorrida nos ônus sucumbenciais (art 55, infine, da Lei nº 9.099/95).
Pugna-se, outrossim, na remota hipótese de acolhimento do recurso
interposto, pela expressa manifestação quanto á compatibilidade da decisão
recursal com a jurisprudência prevalente dos Tribunais de Justiça.

Termos em que, pede


deferimento.

Teresina,05 de abril de 2023.


MIGUEL SALES DE LIMA.
OAB/PI 9.189.

Rua Goiás, 1175 • Ilhotas • CEP: 64.014-055 • Teresina-PI • e-mail: msales.pi@gmail.com


Fones: 86 99982-9988.

Você também pode gostar