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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE PORTO


SEGURO-BA.

THALES BORGES DA SILVA, brasileiro, contador, casado, portador do


RG 814888747, inscrito no CPF/MF 797.413.475-53, residente e
domiciliado no pavimento térreo no Condomínio Residencial J. Rocha,
situado na Rua Teodomiro Guimarães, casa nº 01, Alto do Villas,
Arraial D’Ajuda, Porto Seguro-Ba, CEP 45.816-000, por seu advogado
infra-assinado, procuração inclusa, com escritório a Rua Presidente
Médici, 375, centro, Itamaraju-Ba, CEP-45.836-000, endereço
eletrônico octaviosantanaadv@hotmail.com, vem respeitosamente à
presença de V. Exa, propor a presente ação de AÇÃO DE OBRIGAÇÃO
DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS,
DANOS MATERIAIS E TUTELA DE URGÊNCIA, PARA DETERMINAR
O FORNECIMENTO DE ÁGUA, sob os fundamentos dos artigos 1º, III,
da CF/88, e 300 do Novo Código de Processo Civil de 2015, Lei Federal
n. 11.445/07, em desfavor da EMBASA (Empresa Baiana de Águas e
Saneamento S/A), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ/MF sob o n. 13.504.675/0001-10 através de seu representante
legal em Porto Seguro-Ba, com endereço na Av. Pero Vaz de Caminha,
424 - Centro, Porto Seguro - BA, 45810-000.

DOS FATOS
O Requerente está financiando, junto à Caixa Econômica Federal,
imóvel residencial localizado no pavimento térreo no Condomínio
Residencial J. Rocha, situado na Rua Teodomiro Guimarães, casa nº
01, Alto do Villas, no Distrito de Arraial D’Ajuda, Município de Porto
Seguro-Bahia.
Na conformidade com as declarações anexas, o Jurisdicionado vive com
sua família, e seus pais idosos de aproximadamente 75 (setenta e cinco)
anos, ressaltando que seu genitor possui vários problemas de saúde,
tais como: diabetes, problemas cardíacos e etc.
Ocorre que, o autor se dirigiu ao escritório da EMBASA no distrito de
Arraial D’Ajuda, neste município, empresa pública, CONCESSIONÁRIA
DE SERVIÇO ESSENCIAL, no dia 16 de maio do corrente ano, para
solicitar ligação de água no imóvel recém construído, sem qualquer tipo
de resposta até a presente data, tudo conforme protocolo de nº
984416772.
Cumpre esclarecer, que por não possuir ligação de água no referido
imóvel, não foi aprovada a vistoria técnica de uma das etapas do
financiamento do imóvel, colocando em risco o negócio jurídico para
aquisição da casa, tendo em vista que no contrato de promessa de
compra e venda uma das formas de pagamento será através da carta de
crédito fornecida por meio do financiamento.
Chama atenção, Excelência, que vários outros vizinhos, possuem
pedidos há alguns meses que não foram atendidos pela concessionária
ré, demonstrando o total desprezo da mesma para com os cidadãos
residentes na região, mesmo possuindo conhecimento que tais serviços
são essenciais, conforme fotos abaixo:
Ressalta que nos imóveis localizados no quarteirão acima da residência
do Autor, todos possuem fornecimento de água pela requerida, mesmo a
distância não passando de 200 metros de distância, conforme imagens
do aplicativo Google Maps abaixo:

Dessa maneira, com todo o ocorrido, o requerente, no desespero para


abastecer sua residência de água, está necessitando da ajuda dos
vizinhos que possuem poços artesianos e se comoveram com a família
que possui como integrante idosos dos quais necessitam diariamente do
uso de água, tendo em vista envolver problemas de saúde.
É incontroverso que o Autor e sua família não têm à disposição o
serviço básico essencial de fornecimento de água, mesmo sido requerido
desde o dia 16/05/2023 a praticamente 30 (trinta) dias.
Dessa forma recorre ao pálio da justiça para ter seu direito como
consumidor e cidadã devidamente resguardados, buscando antes da
decisão de mérito em si, a ORDEM LIMINAR PARA A LIGAÇÃO
IMEDIATA DO FORNECIMENTO DE ÁGUA, SOB PENA DE MULTA
DIÁRIA NÃO INFERIOR A R$ 200,00(DUZENTOS REAIS), bem como o
ressarcimento pelos danos morais e materiais suportados, este na
decisão de mérito.

DOS FUNDAMENTOS

DA RELAÇÃO DE CONSUMO
A pretensão que fundamenta a presente ação judicial vem amparada no
art. 2º e art. 3º do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe:

“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que


adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.”

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Dentro do contexto da presente demanda, há possibilidades claras de
inversão do ônus da prova ante a veracidade das alegações, conforme
dispõe o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com
a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência.”
Vale ressaltar aqui ainda, uma jurisprudência acerca do caso em tela:
“AÇÃO REVISIONAL. CONTRATOS BANCÁRIOS.
APLICABILIDADE DO CDC. INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. POSSIBILIDADE. 1. É pacífico o
entendimento de que se aplica o CDC às relações
contratuais firmadas com as instituições financeiras, tendo
em vista o disposto na Súmula 297 do STJ. Todavia, a
inversão do ônus da prova não é automática e subordina-
se ao critério do juiz, quando for verossímil a alegação ou
quando o postulante for hipossuficiente (art. 6º, VIII do
CDC). 2. No caso, tendo a parte autora identificado os
contratos que pretende revisar e juntado alguns
documentos que comprovam a relação contratual firmada
com a instituição financeira, deve ser deferido o pedido de
inversão do ônus da prova para determinar que a CEF
junte aos autos o contrato faltante, a fim de possibilitar a
revisão postulada.
(TRF-4 - AC: 50645719220144047100 RS 5064571-
92.2014.404.7100, Relator: SÉRGIO RENATO TEJADA
GARCIA, Data de Julgamento: 18/11/2015, TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: D.E. 19/11/2015).”

Essa inversão busca retirar do consumidor o peso de provar os fatos


alegados de seu interesse, há a presunção de veracidade nos fatos
alegados por ele, conforme a Lei 8.078/1990.

DO DEFEITO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


Conforme o Código de Defesa do Consumidor, no que consta o defeito
na prestação de serviço, dispõe o caput do art. 14:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.”

A responsabilização civil do fornecedor de serviços prescinde da


comprovação da sua culpa na causação do dano ao consumidor, mas
não dispensando a existência do nexo causal entre a conduta lesiva e o
dano.
No caso em tela restou claro como luz solar que a Requerida prestou
seu serviço de forma defeituosa, ao não ligar a água da casa do Autor,
nem, tampouco, lhe passar informações sobre o andamento do pedido.
Assim tratam as jurisprudências do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado da Bahia:

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA DE


PARCIAL PROCEDÊNCIA MANTIDA POR FUNDAMENTO
DIVERSO.     ****************************   PROCESSO Nº
0011674-79.2021.8.05.0080 RELATORA: JUÍZA NICIA
OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS JULGADO EM
07/2022   JUIZADO ESPECIAL. DIREITO DO
CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO. DECISÃO
MONOCRÁTICA (ART. 15, XI E XII, DO REGIMENTO
INTERNO DAS TURMAS RECURSAIS E ART. 932, III, IV e
V, DO CPC). PEDIDO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA.
LIGAÇÃO NOVA. ALEGAÇÃO DEFENSIVA DE NÃO
DISPONIBILIZAÇÃO DO SERVIÇO EM RAZÃO DE
INEXISTÊNCIA DE RESERVATÓRIO INFERIOR E BOMBA
ELEVATÓRIA. NÃO COMPROVADO FATO IMPEDITIVO,
MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO AUTORAL
(ART. 373, II DO CPC). SERVIÇO ESSENCIAL. VÍCIO DO
SERVIÇO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS E FIXADOS
NA ORIGEM EM PATAMAR ADEQUADO (R$ 5.000,00).
OBRIGAÇÃO DE FAZER. RECURSO IMPROVIDO.   1. Da
análise dos documentos juntados no evento nº 1, observa-
se que o autor formulou o requerimento de ligação de água
em abril/2021, porém, até a data de propositura da ação
(19/05/2021), o serviço não tinha sido disponibilizado, o
que ocorreu somente após a concessão de medida liminar.
2. A acionada defende-se argumentando que não atendeu
a solicitação do consumidor em razão do imóvel não
possuir reservatório interior e bomba de elevação, nos
termos do art. 6º, VI, da Resolução 02/2017 da AGERSA,
porém, não apresenta qualquer documento que comprove
suas alegações ou prova de que notificou o consumidor
sobre a suposta pendência, portanto, não se
desincumbindo de seu ônus probatório previsto no art.
373, II do CPC.   3. Digno de nota que a mencionada
Resolução dispõe: ¿Para efetivação da ligação de água
e/ou de esgoto, a Prestadora dos serviços cientificará o
interessado quanto à obrigatoriedade de:¿, ocorrendo, no
caso, flagrante ofensa ao Princípio da Informação,
privando-se, injustificadamente, o consumidor do serviço
essencial.   4. A extrapolação de prazo razoável para
solução do vício do serviço, sem qualquer posicionamento
satisfatório, privando o consumidor de usufruir do mesmo,
configura quebra dos deveres de qualidade e confiança,
situação que extrapola o sentimento de mero dissabor ou
aborrecimento, ensejando danos morais indenizáveis,
mormente em razão do serviço de fornecimento de água
potável ser qualificado como essencial.   5. Considerando
que a prestação de serviço de fornecimento de água é de
exclusividade da acionada, o atraso injustificado na
realização de ligação de matrícula nova de água
demonstra-se ilícita. A falha na prestação do serviço,
obrigando o consumidor a recorrer ao Poder Judiciário
configura-se em vício do serviço, gerando direito a
indenização por danos morais em valor suficiente a inibir a
repetição da conduta lesiva, reputando-se adequado o
patamar indenizatório arbitrado pelo M.M. juízo ¿a
quo¿ (R$ 5.000,00).   RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia PODER


JUDICIÁRIO PRIMEIRA TURMA RECURSAL - PROJUDI
PADRE CASIMIRO QUIROGA, LT. RIO DAS PEDRAS, QD
01, SALVADOR - BA ssa-turmasrecursais@tjba.jus.br -
Tel.: 71 3372-7460 Ação: Procedimento do Juizado
Especial Cível Recurso nº 0017990-74.2022.8.05.0080
Processo nº 0017990-74.2022.8.05.0080 Recorrente(s):
EMBASA Recorrido(s): EDIELMA OLIVEIRA AZEVEDO  
RECURSO INOMINADO. JUIZADOS ESPECIAIS. DIREITO
DO CONSUMIDOR. DECISÃO MONOCRÁTICA.
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE PREENCHIDAS.
SOLICITAÇÃO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA NO IMÓVEL
DO AUTOR. DEMORA EXCESSIVA NA INSTALAÇÃO.
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CONDENAÇÃO NA
OBRIGAÇÃO DE FAZER, CONSISTENTE EM PROCEDER A
LIGAÇÃO ÁGUA NA RESIDÊNCIA DA PARTE AUTORA.
DANOS MORAIS CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO
E NÃO PROVIDO.   DECISÃO MONOCRÁTICA
Inicialmente, destaque-se que esta magistrada, no
exercício da substituição que foi designada para atuação
nesta Primeira Turma Recursal, em prestígio à segurança
jurídica, estabilidade da jurisprudência, bem como, diante
da inexistência de aplicabilidade da técnica de julgamento
do art. 942 CPC em sede de julgamento de Recurso
Inominado, curvo-me ao entendimento consolidado desta
Turma sobre a matéria discutida nestes autos, pelo que
passo ao julgamento nos seguintes termos: Trata-se de
recurso inominado interposto pelo réu em face da r.
sentença prolatada nos autos do processo em epígrafe. 
Em síntese, a parte autora ingressou com a presente ação
alegando ocorrência de responsabilidade civil advinda da
existência de vício de qualidade por inadequação do
serviço (vício do serviço), visto que a acionada não atendeu
a pedido de ligação de água por ela formulado.  O Juízo a
quo, em sentença, julgou parcialmente procedente os
pedidos. A parte acionada interpôs recurso inominado.
Contrarrazões foram apresentadas. É o breve relatório,
ainda que dispensado pelo artigo 38 da Lei Nº 9.099/95 e
Enunciado nº 162 do FONAJE.   DECIDO   O novo
Regimento Interno das Turmas Recursais (Resolução nº
02/2021 do TJBA), estabelece a competência do relator
para julgar monocraticamente as matérias que já tenham
entendimento sedimentado pelo colegiado ou com
uniformização de jurisprudência, em consonância com o
art. 15, incisos XI e XII, da mencionada Resolução e artigo
932 do Código de Processo Civil. Conheço do recurso
interposto, porquanto preenchidos os seus pressupostos de
admissibilidade.  Passo ao mérito. Analisados os autos
observa-se que a matéria já se encontra sedimentada no
âmbito da 1ª Turma Recursal. Precedentes desta turma:
0123538-05.2020.8.05.0001; 0000425-
97.2022.8.05.0080. Depois de minucioso exame dos
autos, estou persuadida de que a irresignação
manifestada pela recorrente não merece acolhimento. A
sentença bem analisou as provas constantes dos autos e
alegações das partes, quando declarou a falha na
prestação do serviço, em face da resistência da acionada
ao fornecimento da água encanada na residência da parte
autora.   A requerida deixou de produzir provas que
justifiquem sua conduta e se eximam de sua
responsabilidade civil. Com efeito, observa-se que a
demandada se limitou a colacionar tão somente os
documentos pertinentes à sua representação em juízo, as
quais não são suficientes para desconstituir os elementos
probatórios trazidos pelo demandante. Com efeito, a ré
não juntou aos autos o histórico de ocorrências ou de
respostas às reclamações e solicitações.   Ademais, para
além das razões lançadas pela decisão recorrida, a 1ª
turma vem entendendo que nesses casos a demanda é
procedente.   Segue entendimento:   PROCESSO Nº
0006973-75.2021.8.05.0080 RELATORA: JUÍZA NICIA
OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS JULGADO EM
24/01/2022   JUIZADO ESPECIAL. RECURSO
INOMINADO. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA
ENCANADA. PRETENSÃO DE LIGAÇÃO DE REDE DE
ÁGUA E ESGOTO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE OS PLEITOS DA
AUTORA. RECURSO DA ACIONADA. MANUTENÇÃO POR
FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA. VERIFICA-SE: QUE OS
DÉBITOS DECORRENTES DO SERVIÇO DE
FORNECIMENTO DE ÁGUA ENCANADA E ESGOTO
POSSUEM NATUREZA PESSOAL, NÃO SE VINCULANDO À
COISA, MAS SIM A QUEM TITULARIZA O CONTRATO;
MOSTRA-SE ABUSIVA O CONDICIONAMENTO DE NOVA
LIGAÇÃO DE REDE DE ÁGUA E ESGOTO AO PAGAMENTO
DE DÉBITOS PRETÉRITOS CONTRAÍDOS POR
TERCEIROS; RESPONSABILIDADE OBJETIVA BASEADA
NOS ARTS. 14 E 22 DO CDC. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA
MANTIDA POR FUNDAMENTO DIVERSO.   1. A autora
alega que a acionada tem se rejeitado a atender seu
pedido de nova ligação em imóvel recém construída em
terreno cedido por seu pai. Pleiteia indenização por danos
morais e fixação de obrigação de fazer.   2. Sentença que
julgou demanda parcialmente procedente, inclusive
arbitrando indenização de R$ 4.000,00.   3. Recurso da
acionada, alegando existência de débito vinculado a
contrato anterior, que impediria nova ligação de rede de
água e esgoto.   4. Verifica-se que, conforme entendem
reiterados precedentes, tanto das Turmas Recursais da
Bahia quanto de outros órgãos judicantes do país, os
débitos decorrentes do serviço prestado pela acionada têm
natureza pessoal e não natureza real, não se vinculando à
coisa, mas sim àquele que titulariza o contrato.   5.
Abusiva a conduta de condicionar o atendimento do
requerimento da consumidora ao pagamento de prévio
débito contraído por terceiro.   RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA
MANTIDA POR FUNDAMENTO DIVERSO.    
****************************   PROCESSO Nº 0011674-
79.2021.8.05.0080 RELATORA: JUÍZA NICIA OLGA
ANDRADE DE SOUZA DANTAS JULGADO EM 07/2022  
JUIZADO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR.
RECURSO INOMINADO. DECISÃO MONOCRÁTICA (ART.
15, XI E XII, DO REGIMENTO INTERNO DAS TURMAS
RECURSAIS E ART. 932, III, IV e V, DO CPC). PEDIDO DE
FORNECIMENTO DE ÁGUA. LIGAÇÃO NOVA. ALEGAÇÃO
DEFENSIVA DE NÃO DISPONIBILIZAÇÃO DO SERVIÇO EM
RAZÃO DE INEXISTÊNCIA DE RESERVATÓRIO INFERIOR
E BOMBA ELEVATÓRIA. NÃO COMPROVADO FATO
IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO
AUTORAL (ART. 373, II DO CPC). SERVIÇO ESSENCIAL.
VÍCIO DO SERVIÇO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS E
FIXADOS NA ORIGEM EM PATAMAR ADEQUADO (R$
5.000,00). OBRIGAÇÃO DE FAZER. RECURSO
IMPROVIDO.   1. Da análise dos documentos juntados no
evento nº 1, observa-se que o autor formulou o
requerimento de ligação de água em abril/2021, porém,
até a data de propositura da ação (19/05/2021), o serviço
não tinha sido disponibilizado, o que ocorreu somente após
a concessão de medida liminar.   2. A acionada defende-
se argumentando que não atendeu a solicitação do
consumidor em razão do imóvel não possuir reservatório
interior e bomba de elevação, nos termos do art. 6º, VI, da
Resolução 02/2017 da AGERSA, porém, não apresenta
qualquer documento que comprove suas alegações ou
prova de que notificou o consumidor sobre a suposta
pendência, portanto, não se desincumbindo de seu ônus
probatório previsto no art. 373, II do CPC.   3. Digno de
nota que a mencionada Resolução dispõe: ¿Para efetivação
da ligação de água e/ou de esgoto, a Prestadora dos
serviços cientificará o interessado quanto à
obrigatoriedade de:¿, ocorrendo, no caso, flagrante ofensa
ao Princípio da Informação, privando-se,
injustificadamente, o consumidor do serviço essencial.   4.
A extrapolação de prazo razoável para solução do vício do
serviço, sem qualquer posicionamento satisfatório,
privando o consumidor de usufruir do mesmo, configura
quebra dos deveres de qualidade e confiança, situação
que extrapola o sentimento de mero dissabor ou
aborrecimento, ensejando danos morais indenizáveis,
mormente em razão do serviço de fornecimento de água
potável ser qualificado como essencial.   5. Considerando
que a prestação de serviço de fornecimento de água é de
exclusividade da acionada, o atraso injustificado na
realização de ligação de matrícula nova de água
demonstra-se ilícita. A falha na prestação do serviço,
obrigando o consumidor a recorrer ao Poder Judiciário
configura-se em vício do serviço, gerando direito a
indenização por danos morais em valor suficiente a inibir a
repetição da conduta lesiva, reputando-se adequado o
patamar indenizatório arbitrado pelo M.M. juízo ¿a
quo¿ (R$ 5.000,00).   RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.   Portanto, a sentença fustigada é incensurável
e, portanto, merece confirmação pelos seus próprios
fundamentos. Em assim sendo, servirá o decisum de 1º
grau de acórdão do julgamento, conforme determinação
expressa do art. 46, da Lei 9.099/95, segunda parte in
verbis:   O julgamento em segunda instancia constará
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença
for confirmada pelos seus próprios fundamentos, a súmula
servirá de acórdão   Diante do exposto, e por tudo mais
constante nos presentes autos, julgo no sentido de
CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO,
mantendo íntegra a sentença proferida.   Não tendo
logrado êxito em seu recurso, custas e honorários, pela
Recorrente, estes fixados em 20% (vinte por cento) do valor
da condenação. Salvador, data registrada no sistema.
CLAUDIA VALERIA PANETTA Juíza Relatora  
(Classe: Recurso Inominado,Número do Processo:
0017990-74.2022.8.05.0080,Relator(a): CLAUDIA
VALERIA PANETTA,Publicado em: 20/04/2023 )

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia PODER


JUDICIÁRIO PRIMEIRA TURMA RECURSAL - PROJUDI
PADRE CASIMIRO QUIROGA, LT. RIO DAS PEDRAS, QD
01, SALVADOR - BA ssa-turmasrecursais@tjba.jus.br -
Tel.: 71 3372-7460   1ª TURMA RECURSAL CÍVEL E
CRIMINAL PROCESSO Nº.: 0000074-41.2022.8.05.0043
RECORRENTE: EMBASA RECORRIDO: JONATAS DOS
SANTOS CARVALHO RELATORA: JUÍZA SANDRA SOUSA
DO NASCIMENTO MORENO EMENTA RECURSO
INOMINADO. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
PREENCHIDOS. NOVO REGIMENTO DAS TURMAS
RECURSAIS, RESOLUÇÃO Nº 02/2021, ESTABELECEU A
COMPETÊNCIA DO RELATOR PARA JULGAR
MONOCRATICAMENTE MATÉRIAS COM UNIFORMIZAÇÃO
DE JURISPRUDÊNCIA OU ENTENDIMENTO
SEDIMENTADO. DEMANDAS REPETITIVAS. SOLICITAÇÃO
DE FORNECIMENTO DE ESGOTO NO IMÓVEL DO AUTOR.
DEMORA EXCESSIVA NA INSTALAÇÃO. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CONDENAÇÃO NA
OBRIGAÇÃO DE FAZER, CONSISTENTE EM PROCEDER A
LIGAÇÃO DE ESGOTO NA RESIDÊNCIA DA PARTE
AUTORA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REDUÇÃO.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
RELATÓRIO Trata-se de recurso inominado interposto pela
EMBASA contra sentença que: Diante do exposto, rejeito a
preliminar e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE A
AÇÃO, e DETERMINO o que a acionada realize a ligação
da rede de esgoto no imóvel da parte autora, no prazo de 5
dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 300,00
(trezentos reais). Ainda, CONDENO o demandado a
indenizar o requerente pelos danos morais causados no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com juros legais
atuais desde a citação e correção monetária de acordo com
os índices oficiais atuais do INPC a partir da presente
data. Por fim, RATIFICO em todos os termos a medida
liminar concedida.   Intimada, a parte recorrida ofereceu
contrarrazões (evento nº 45).   VOTO   Presentes as
condições de admissibilidade do recurso, uma vez que foi
interposto e preparado dentro do prazo legal, consoante
dispõe o artigo 42 e parágrafo 1º da Lei 9099/95, conheço
do mesmo.   Adentrando na análise do mérito recursal,
entendo que o recurso deve ser parcialmente
provido.              A sentença bem analisou as
provas constantes dos autos e alegações das partes,
quando declarou a falha na prestação do serviço, em face
da resistência da acionada ao fornecimento dos serviços
de esgoto na residência da parte autora. Demora de meses
para efetivação do serviço e somente após a judicialização
da presente demanda.   A resistência imposta pela
empresa consubstancia-se como ilegal e abusiva, posto
que o autor junta diversos números de protocolo,
demonstrando a solicitação de ativação da instalação do
referido serviço (ev. 01).   A requerida deixou de produzir
provas que justifiquem sua conduta e se eximam de sua
responsabilidade civil. Com efeito, observa-se que a
demandada se limitou a colacionar tão somente os
documentos pertinentes à sua representação em juízo, as
quais não são suficientes para desconstituir os elementos
probatórios trazidos pelo demandante. Com efeito, a ré
não juntou aos autos o histórico de ocorrências ou de
respostas às reclamações e solicitações.   Ademais, para
além das razões lançadas pela decisão recorrida, a 1ª
turma vem entendendo que nesses casos o caso deve ser
julgado procedente.               Segue entendimento:
PROCESSO Nº 0011883-74.2021.8.05.0039 RELATORA:
JUÍZA NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS
PUBLICAÇÃO EM 16/02/2023   JUIZADO ESPECIAL.
DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO.
SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA ENCANADA.
PRETENSÃO DE LIGAÇÃO DE REDE DE ÁGUA E ESGOTO
E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SENTENÇA QUE
JULGOU PROCEDENTE OS PLEITOS DA AUTORA.
RECURSO DA ACIONADA. MANUTENÇÃO POR
FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA. VERIFICA-SE: QUE OS
DÉBITOS DECORRENTES DO SERVIÇO DE
FORNECIMENTO DE ÁGUA ENCANADA E ESGOTO
POSSUEM NATUREZA PESSOAL, NÃO SE VINCULANDO À
COISA, MAS SIM A QUEM TITULARIZA O CONTRATO;
MOSTRA-SE ABUSIVA O CONDICIONAMENTO DE NOVA
LIGAÇÃO DE REDE DE ÁGUA E ESGOTO AO PAGAMENTO
DE DÉBITOS PRETÉRITOS CONTRAÍDOS POR
TERCEIROS; RESPONSABILIDADE OBJETIVA BASEADA
NOS ARTS. 14 E 22 DO CDC. DANOS MORAIS IN RE IPSA
CONFIGURADOS E FIXADOS EM VALOR EXCESSIVO NA
ORIGEM (R$ 10.000,00). REFORMA DA SENTENÇA
APENAS PARA REDUZIR O QUANTUM INDENIZATÓRIO
PARA O PATAMAR DE R$ 5.000,00. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.     Quanto ao
valor fixado, R$ 10.000,00 (dez mil reais), embora seja
difícil quantificar o dano moral, predomina o entendimento
que deve ser fixado observando-se o princípio da
razoabilidade e proporcionalidade, entretanto, não pode
ser um valor irrisório, pois descaracterizaria o caráter
intimidatório da condenação.   Destarte, por DECISÃO
MONOCRÁTICA, voto pelo PROVIMENTO PARCIAL do
recurso, reformando-se a sentença para reduzir a
condenação por danos morais para o patamar de R$
5.000,00 (cinco mil reais).   Deixo de condenar em custas
e honorários.   Salvador, 16 de abril de 2023.   SANDRA
SOUSA DO NASCIMENTO MORENO JUÍZA RELATORA  

( Classe: Recurso Inominado,Número do Processo:


0000074-41.2022.8.05.0043,Relator(a): SANDRA SOUSA
DO NASCIMENTO MORENO,Publicado em: 19/04/2023 )

Nesses moldes e com base nas decisões sedimentas e acima citadas, a


indenização pelos danos morais passam a ser devidos, já estando,
portanto, comprovada a conduta, o dano, bem como o nexo de
causalidade entre os mesmos.

DO DANO MORAL
O ordenamento jurídico pátrio estabelece o direito à indenização por
danos morais decorrente da violação à honra e à imagem da pessoa. É
evidente Dano Moral na presente ação, tendo em vista o artigo 5º,
incisos V e X, da Constituição Federal, que dispõem:
“Art.5º, V – É assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.”

Regulamentando o artigo acima mencionado, o Código Civil Brasileiro


afirma que aquele que causar dano a outrem, por ato ilícito, fica
obrigado a repará-lo; e em outro artigo caracteriza o ato ilícito, vide
artigos 927 e 186 do CC, abaixo transcritos:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.”
Resta patente, dessa forma, a obrigação da Ré em indenizar o Autor,
devido aos danos a ele causados pela não solução da lide, face ao
desrespeito às leis consumeristas.
A FRUSTRAÇÃO e o ABORRECIMENTO que acometeram o autor,
justificam a reparação por danos morais, conforme o art. 18, § 1º, do
Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos
vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
em perfeitas condições de uso;
II -a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.”

Este, também ampara o consumidor que foi vitimado em sua relação de


consumo, com a justa reparação dos danos morais causados pela má
prestação de serviço, como se pode constatar no artigo 6º, inciso VI,
cuja redação diz:
“São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.”

Ademais, constata-se que o novo Código Civil acolhe de forma mais


expressiva a possibilidade de reparação dos danos causados a alguém,
consoante podemos verificar mediante o disposto no artigo 186, dispõe:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito."
O art. 186 do novo Código define o que é ato ilícito. Entretanto observa-
se que não disciplina o dever de indenizar, ou seja, responsabilidade
civil, matéria tratada no art. 927 do mesmo Código, a saber:
“Art. 927. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem”

Latente é a consonância do que aqui foi exposto com o posicionamento


da jurisprudência dominante, conforme extraímos do julgado abaixo:
“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
C/C INDENIZAÇÃO- APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR – FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS - NÃO ENTREGA DOS PRODUTOS
ADQUIRIDOS E QUITADOS NO PRAZO CONTRATADO -
DANO MORAL CONFIGURADO - INDENIZAÇÃO – MANTER
VALOR ARBITRADO. – A relação jurídica existente entre as
partes litigantes é tipicamente de consumo, atraindo a
aplicação do Código de Defesa do Consumidor à lide.
Assim, a responsabilidade é objetiva, prevista no art. 14
do CDC. – Comprovada a falha na prestação do serviço,
consubstanciada na não entrega dos produtos adquiridos
pelo consumidor, a fornecedora deve responder pelos
danos experimentados pelo autor, considerando a
assunção dos riscos do empreendimento, a falta de
previsão de isenção de sua responsabilidade no que diz
respeito à entrega do produto. - Os fatos narrados na
inicial não constituem mero aborrecimento ou dissabor do
dia a dia. Ao contrário, os fatos relatados configuram um
grave desrespeito para com o consumidor que, repita-se,
ficou meses impedido de premiar os seus clientes com as
mercadorias compradas na empresa ré, causando-lhe
frustrações e angústia diante da espera da entrega dos
produtos. - O valor da indenização deve ser fixado com
prudência, segundo os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, mostrando-se apto a reparar,
adequadamente, o dano suportado pelo ofendido,
servindo, ainda, como meio de impedir que o condenado
reitere a conduta ilícita. Assim resta comprovado que a
Requerida deve arcar com os danos causados ao Autor,
consoante sua responsabilidade objetiva. (TJ-MG -
AC:10079100140478001 MG, Relator: Evandro Lopes da
Costa Teixeira, Data de Julgamento: 20/02/2014,
Câmaras Cíveis /17a CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 07/03/2014).”

DA TUTELA DE URGÊNCIA
Para a concessão de medida de urgência, se faz necessário a
comprovação de dois requisitos: probabilidade do direito e perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo. O que ficará devidamente
comprovado, veja:
Tais requisitos retratam a aparência de um bom direito e de perigo de
demora, ou seja, ocorre quando resta comprovado que o ora requerido
possui plausibilidade, observa-se: sobre o perigo de dano, mister
lembrar que, quanto mais tempo perdurar a falta de ligação da ÁGUA,
maior será o CONSTRANGIMENTO da parte Autora, que possui filhos e
pais idosos, e depende de água para manter o mínimo de dignidade
para si e para sua família. Já a probabilidade de direito se percebe com
os documentos comprobatórios ora anexos, diga-se os comprovantes de
pagamento e de negociação da dívida.
Verifica-se, que a situação da parte Autora atende perfeitamente a todos
os requisitos esperados para a concessão da medida antecipatória;
PARA TANTO, REQUER DE VOSSA EXCELÊNCIA A DETERMINAÇÃO
DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO A PARTE REQUERIDA NO SENTIDO DE
ATIVAR IMEDIATAMENTE O FORNECIMENTO DE ÁGUA
INDEVIDAMENTE NÃO REALIZADO ATÉ O PRESENTE MOMENTO.
E sendo deferido o pedido da parte Autora, requer, ainda, que seja
assinalado prazo mínimo à parte Ré para cumprimento da ordem
judicial, além de multa diária de atraso do cumprimento da ordem.
Pelos fatos narrados, e pelas provas documentais anexas, percebe-se
que a Ré ainda negligencia o reparo imediato do problema, mesmo se
tratando de serviço essencial.

DO PEDIDO
Diante do exposto, entendendo estarem plenamente configurados os
pressupostos legais que regulamentam a matéria em tela, requer a
Vossa Excelência a TOTAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS PARA:
a) Que seja deferido os benefícios da justiça judiciária gratuita, nos
termos do artigo 98 e seguintes do NCPC, e eventual fase
recursal;
b) A concessão de medida liminar para realizar de imediato o
fornecimento de água da residência do Autor, evitando assim
maiores prejuízos. O arbitramento de multa diária pelo não
cumprimento imediato da obrigação;

c) Seja determinada a Citação da ré, em seu endereço notório e já


mencionado, para que responda aos termos da presente Ação, e
apresente a Defesa que melhor lhe convenha, dentro do prazo
legal, sob pena de revelia e confissão ficta;
d) Seja confirmada a medida antecipatória ao fim da demanda;
e) Seja a Requerida condenada a ressarcir ao Autor o valor de R$
30.000,00 (trinta mil reais) pelos danos morais suportados, já que
sofreu com a falta do mínimo de dignidade para si e para seu filho
até o momento do protocolo desta ação, por vários dias;
f) Admitir a produção de todos os meios de prova em direito
suportadas por este rito processual.

Dá se o valor da presente causa a importância de R$ 30.000,00 (trinta


mil reais).

Porto Seguro-Ba, 14 de junho de 2023.

Termos em que,
P. Deferimento.

Jaime Octávio Nascimento de Santana


OAB/BA 27.948

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