Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Obrigação de fazer;
Ex.: Fazer uma reforma em parede divisória entre terrenos.
Simples: que apresenta todos os elementos no singular, ou seja, um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto.
Composta ou Complexa: contrária a primeira, apresenta qualquer um dos elementos, ou todos, no plural. Por
exemplo: um sujeito ativo, um sujeito passivo e dois objetos. Esta, por sua vez, divide-se em:
Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "e". Somando-se, então, os dois objetos.
Ex.: "A" deve dar a "B" um livro e um caderno.
Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "ou". Alternando então, a opção por um ou outro
objeto.
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 10.000,00 ou um carro.
Divisíveis: são as obrigações em que o objeto pode ser dividido entre os sujeitos.
Ex.: Determinada quantia em dinheiro - R$ 1.000,00.
Indivisíveis: são as obrigações em que o objeto não pode ser dividido entre os sujeitos.
Ex.: Um animal, um veículo etc.
Solidárias: não depende da divisibilidade do objeto, pois decorre da lei ou até mesmo da vontade das partes. Pode
ser solidariedade ativa ou passiva, de acordo com os sujeitos que se encontram em número plural dentro da relação.
Quando qualquer um deve responder pela dívida inteira, assim que demandado, tendo direito de regresso contra o
sujeito que não realizou a prestação. Ex.: "A" e "B" são sujeitos passivos de uma obrigação. "C", sujeito ativo,
demanda o pagamento total da dívida a "A", que cumpre a prestação sozinho e pode, posteriormente, cobrar de "B"
a parte que pagou a mais.
- Obrigação de meio é aquela em que o devedor, ou seja, o sujeito passivo da obrigação, utiliza os seus
conhecimentos, meios e técnicas para alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este
não se produza. Como ocorre nos casos de contratos com advogados, os quais devem utilizar todos os meios para
conseguir obter a sentença desejada por seu cliente, mas em nenhum momento será responsabilizado se não atingir
este objetivo.
- Obrigação de resultado é aquela que o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios, técnicas e
conhecimentos necessários para a obtenção do resultado, como também se responsabiliza caso este seja diverso do
esperado. Sendo assim, o devedor (sujeito passivo) só ficará isento da obrigação quando alcançar o resultado
almejado. Como exemplo para este caso temos os contratos de empresas de transportes, que têm por fim entregar
tal material para o credor (sujeito ativo) e se, embora utilizado todos os meios, a transportadora não efetuar a
entrega (obter o resultado), não estará exonerada da obrigação.
- Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação judicial.
Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu um carro de entregar a documentação referente ao veículo.
- Obrigação natural permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito ao credor de exigir sua prestação.
Entretanto, se o devedor realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois não
cabe o pedido de restituição.
Ex.: Arts. 814, 882 e 564, III do Código Civil.
"Artigo 814 CC - As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que
voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito".
As obrigações possuem, além dos elementos naturais, os elementos acidentais, que acabam muitas vezes por
caracterizá-las. Estes elementos são: a alteração da condição da obrigação, do termo e do encargo ou do modo.
- Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a nenhuma condição, termo ou encargo.
Ex.: Obrigação de dar uma maçã sem por que, para que, por quanto e nem em que tempo.
- Obrigações condicionais são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir
seus efeitos.
Ex.: Obrigação de dar uma viagem a alguém quando esta pessoa passar no vestibular (condição).
- Obrigações a termo submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O termo
pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido.
Ex.: Obrigação de dar um carro a alguém no dia em que completar 18 anos de idade.
- Obrigações modais em que o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o artigo
136 do Código Civil.
Ex.: Pode figurar na promessa de compra e venda ou também, mais comum, em doações.
6. Obrigações de Execução Instantânea; Diferida e Periódica
Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo classificadas,
portanto, em:
- Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são concluídas em um só ato, ou seja, são sempre
cumpridas imediatamente após sua constituição.
Ex.: Compra e venda à vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o entrega o objeto. "A" dá o dinheiro a "B" que
o entrega a coisa.
- Obrigações de execução diferida também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da
anterior, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.
Ex.: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo.
- Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) que se satisfazem por meio de atos
continuados.
Ex.: As prestações de serviço ou a compra e venda a prazo.
- Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um
algarismo ou algo que determine um número certo.
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz.
- Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto.
Ex.: "A" deve dar vegetais a "B", não se sabe quanto e nem qual vegetal.
Diversos artigos do Código Civil estabelecem essa classificação. Citamos, então, os seguintes: arts. 397, 407, 369,
352, entre outros.
- Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, não dependem de nenhuma obrigação para ter
sua real eficácia.
Ex.: Entregar a coisa no contrato de compra e venda.
- Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação jurídica, sendo assim, dependem da obrigação
principal.
Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no momento oportuno.
É importante, portanto, ressaltar que caso a obrigação principal seja considerada nula, assim também será a
acessória, que a segue.
Acarretam multa ou pena, caso haja o inadimplemento ou o retardamento do acordo. A cláusula penal tem caráter
acessório e, assim sendo, se considerada nula a obrigação principal, não haverá nenhuma multa ou pena à parte
inadimplente. São divididas em:
Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo também classificadas como obrigações
híbridas. Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa por força de determinado direito real.
Existe somente em decorrência da situação jurídica entre a pessoa e a coisa.
Por exemplo, as obrigações impostas aos vizinhos, no direito de vizinhança, por estarem figurando como possuidores
do imóvel.
A prestação econômica, denominada o elemento objetivo da obrigação, é o objeto da obrigação e deve ser
lícito, possível e economicamente apreciável e pode constituir-se em: dar, fazer e não fazer.
Introdução
Modalidade é o mesmo que espécies. Várias são as modalidades ou espécies de obrigações. As obrigações são
distinguidas, basicamente, quanto ao objeto, em obrigações de dar, fazer e não fazer. É, portanto, uma
classificação objetiva, porque considera a qualidade da prestação. Esta, como já foi dito, é o objeto imediato da
obrigação.
Noção geral
O legislador brasileiro manteve-se fiel à técnica romana, dividindo-as, em função de seu objeto, em três grupos:
obrigações de dar, que se subdividem em obrigações de dar coisa certa e coisa incerta, obrigações de fazer e
obrigações de não fazer.
As obrigações de dar e de fazer são obrigações positivas. A de não fazer é obrigação negativa. As obrigações de
não fazer são contraídas voluntariamente pelo próprio devedor, diminuindo sua liberdade e atividade.
Nas obrigações de dar e de fazer, muitas vezes elas andam juntas, entrelaçadas. Na compra e venda, por
exemplo, o vendedor tem obrigação de entregar, que é espécie de obrigação de dar, a coisa vendida e, ao mesmo
tempo, a de responder pela evicção e vícios redibitórios, que constitui modalidade de obrigação de fazer, podendo
ainda assumir a de transportar (fazer). Do mesmo modo, a obrigação de fazer pode abranger a obrigação de dar,
como no contrato de empreitada com fornecimento de material etc.
1) Obrigações simples - são as que se apresentam com um sujeito ativo, um sujeito passivo e um único objeto, ou
seja, com todos os elementos no singular.
2) Compostas ou complexas – são aquelas em que um de seus elementos (sujeitos ativo e passivo, vínculo jurídico e
objeto) se apresenta no plural. Assim, basta que um deles esteja no plural para que a obrigação se denomine
composta ou complexa.
Exemplo:
“José obrigou-se a entregar a João um veículo e um animal” (dois objetos). A obrigação, neste caso, é composta
com multiplicidade de objetos. Se a pluralidade for de sujeitos, ativo e passivo, concomitantemente ou não, a
obrigação será composta com multiplicidade de sujeitos.
3) Composta pela multiplicidade de objetos – é aquela em que a obrigação tem mais de um objeto. Essas obrigações
podem ser:
a) Cumulativas ou conjuntivas – nestas, os objetos apresentam-se ligados pela conjunção “e”, como na obrigação de
entregar um veículo e um animal, ou seja, os dois, cumulativamente. Efetiva- se o seu cumprimento somente pela
prestação de todos eles.
a) Alternativas ou disjuntivas – nas alternativas, os objetos estão ligados pela disjuntiva “ou”, podendo haver duas
ou mais opções. Assim, se a obrigação for de entregar um veículo ou um animal, o devedor libera-se da obrigação
entregando apenas um deles e não ambos. Tal modalidade de obrigação exaure-se com a simples prestação de um
dos objetos que a compõem.
Os doutrinadores costumam mencionar uma espécie sui generis de obrigação alternativa, a que
denominam facultativa. É obrigação com faculdade de substituição. Trata-se de obrigação simples, em que é devida
uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de
prestação diversa e predeterminada. O credor só pode exigir a prestação obrigatória (que se encontra in
obligatione), mas o devedor se exonera cumprindo a prestação facultativa.
A obrigação facultativa se visualizada pelo prisma do credor, é obrigação simples, de um só objeto. Se este
perece, sem culpa do devedor, resolve-se o vínculo obrigacional, não podendo aquele exigir a prestação acessória.
A obrigação alternativa extingue-se somente com o perecimento de todos os objetos, e será válida se apenas
uma das prestações estiver eivada* de vício, permanecendo eficaz a outra.
Só há interesse em saber se uma obrigação é divisível ou indivisível quando há multiplicidade de credores ou de
devedores.
Nas obrigações divisíveis, cada credor só tem direito à sua parte, podendo reclamá-la independentemente do
outro. E cada devedor responde exclusivamente pela sua quota. Assim, se o objeto da prestação for, por exemplo, as
duas sacas de café, o credor somente pode exigir de um dos devedores a entrega de uma delas. Se quiser as duas,
deve exigi-las dos dois devedores (CC, art. 257).
Nas obrigações indivisíveis, cada devedor só deve a sua quota-parte. Mas, em razão da indivisibilidade física
do objeto (um cavalo, p. ex.), a prestação deve ser cumprida por inteiro. Se dois são os credores, um só pode exigir a
entrega do animal, mas somente por ser indivisível, devendo prestar contas ao outro credor (CC, arts. 259 e 261).
MORA EX RE: DIES INTERPELLAT PRO HOMINE (O DIA INTERPELA PELO HOMEM)
OCORRE NOS CONTRATOS COM PRAZO DETERMINADO
ART. 397, CAPUT, CC
MORA EX PERSONA:
EFEITOS DA MORA:
PURGA DA MORA (ART. 401, CC): SIGNIFICA SANAR, COLOCAR FIM A MORA.
B) INADIMPLEMENTO ABSOLUTO:
o NORMAL: PAGAMENTO.
o ESPECIAIS: ARTS 334/388, CC.
O PAGAMENTO
A) ASPECTOS SUBJETIVOS:
QUEM PAGA (ARTS. 304 A 307, CC):
o DEVEDOR
o TERCEIRO INTERESSADO (INTERESSE JURÍDICO NA EXTINÇÃO DA DIVIDA)
o TERCEIRO NÃO INTERESSADO
o CREDOR PUTATIVO:
- O CREDOR NÃO É OBRIGADO A RECEBER PRESTAÇÃO DIVERSA AINDA QUE MAIS VALIOSA
(ART.313, CC).
- ART. 314 DO CC/02: PRINCÍPIO DA PRESTAÇÃO INTEGRAL
- ART. 315 DO CC/02: PRINCÍPIO DO NOMINALISMO
- ART. 316 DO CC/02: CLÁUSULA DE ESCALA MÓVEL – PREVÊ UM REAJUSTAMENTO
AUTOMÁTICO DAS
PRESTAÇÕES.
- ART. 317 DO CC/02: APLICAÇÃO DA TEORIA DA IMPREVISÃO (PARA ALGUNS AUTORES).
- ART. 318 DO CC/02: IMPÕE O CURSO FORÇADO DA MOEDA NACIONAL (LEI 9069/95: REAL -
MOEDA
CORRENTE), PROIBIÇÃO DA CLÁUSULA MOEDA ESTRANGEIRA/OURO.
PROVA DO PAGAMENTO
Conceito: a compensação extingue as obrigações do mesmo gênero das pessoas que são,
reciprocamente, credoras e devedoras entre si, até onde as dívidas se compensem. Ex: A deve
cem a B decorrente de um empréstimo e B deve cem a A porque bateu no carro de A, então um
não vai cobrar do outro, a compensação vai extinguir as duas obrigações mediante
um pagamento fictício (art. 368). A compensação exige pluralidade de obrigações, não existindo
compensação numa obrigação única, como uma compra e venda, onde o comprador deve o preço
e o vendedor deve a coisa. A compensação pode ser parcial caso a outra dívida seja inferior, o
que vai representar mais uma exceção ao art. 314, afinal a compensação deve ser estimulada.
Espécies: a) compensação legal: ocorre por força da lei, mesmo que uma das partes se oponha,
sempre que as dívidas forem líquidas ( = valor certo), vencidas e homogêneas (= mesma espécie
e qualidade, 369); b) compensação judicial: determinada pelo Juiz no caso concreto, ao entender
que deve haver compensação por uma questão de economia processual, por uma questão de
praticidade, dando o Juiz seus motivos/fundamentos na sentença; c) compensação convencional:
decorre do acordo de vontades, decorre da transação entre as partes, e no direito civil a liberdade
das partes é grande, as partes podem dispor de seus bens com ampla liberdade, é a chamada
autonomia privada. Dívidas de qualquer tipo podem ser compensadas, sejam ilíquidas,
heterogenias ou não vencidas, ninguém tem nada a ver com isso, nem Promotor, nem Juiz, nem
Delegado, afinal cada um sabe o que faz com seu patrimônio. Mas, repito, depende de acordo,
não pode haver imposição de uma parte sobre outra.
Efeitos da compensação: os mesmos do pagamento: extingue a obrigação, satisfaz o credor e
libera o devedor.
CONFUSÃO: esta confusão aqui, do direito das obrigações, é diferente da confusão dos direitos
reais, do art. 1272, que corresponde à mistura de líquidos, e que estudaremos em Civil 4. A
confusão que nos interessa hoje é mais um modo de extinção das obrigações semelhante ao
pagamento por impossibilidade lógica de permanecer o vínculo. Art 381, ex: A é inquilino de seu
pai B, mas o pai morre e A herda o apartamento, extinguindo a obrigação de pagar aluguel face à
confusão, pois B vai reunir as qualidades de credor e devedor, afinal ninguém pode ser devedor
ou credor de si mesmo. A confusão exige identidade de pessoas e de patrimônios, de modo que o
dono de uma pessoa jurídica pode dever a sua empresa, e vice-versa.
REMISSÃO: escreve-se com dois “s”, ao contrário de remição, instituto da execução contra
devedor que vocês vão estudar em processo civil. A remissão (com dois “s”) é o popular perdão
da dívida. Conceito: remissão é a liberação do devedor pela autoridade do credor que,
voluntariamente, dispensa o crédito, perdoa o débito e extingue a obrigação (385). Mas como
pagar é um direito do devedor, se ele não aceitar a remissão deve consignar o pagamento. Mas
em geral a remissão é aceita e se assemelha a uma doação.
Espécies de remissão: pode ser total ou parcial (parte da dívida ou dispensa dos juros); pode ser
expressa (por escrito) ou tácita (ex: devolução do título de crédito); pode ser gratuita (mais
comum) ou onerosa (nesta remissão o credor perdoa a dívida mas pede algo em troca, o que se
assemelha a uma transação, veremos transação em breve).
Conceito: arbitragem é o acordo pela qual as partes, por não chegarem à transação, concordam
em ter sua lide submetida à decisão de um árbitro, de um “juiz particular”, afastando tal lide da
Justiça Estatal. Através da arbitragem as partes pedem a um terceiro que aprecie a lide, e tal
decisão deverá ser cumprida pelas partes, como se fosse uma sentença judicial. Ressalto que na
transação, através de mediação, as partes escolhem a solução da lide, enquanto na arbitragem as
partes escolhem o árbitro, mas não escolhem a decisão.
Aplicação da arbitragem: no Direito Internacional, na solução de divergências obrigacionais
entre empresas multinacionais, ou na solução de disputas entre países soberanos (ex: dúvidas
sobre a fronteira entre dois países); no Direito Civil em matéria patrimonial (852, ex: direito de
vizinhança, contratos, direito da informática, direito autoral, responsabilidade civil, etc). Na
Espanha inclusive, conforme publicado no Jornal do Magistrado da AMB, edição de outubro de
2003, funciona uma corte arbitral com mais de mil anos, na cidade de Valencia. É um tribunal
privado que julga problemas com o uso de água entre os agricultores numa região árida, e os
árbitros são os próprios agricultores. Espécies: a) cláusula compromissória (853): as partes
celebram um contrato e dispõem numa cláusula que, se houver algum litígio futuro entre elas, a
lide será submetida à arbitragem e não à Justiça; esta cláusula é mera precaução; b)
compromisso arbitral (851): já existe litígio entre as partes e elas resolvem submeter a questão a
um árbitro e não a um Juiz para solucionar a controvérsia.
MORA: é o atraso no pagamento ou no recebimento, tanto por culpa do devedor (mora solvendi)
como por culpa do credor (mora accipiendi). Se ambos tiverem culpa não haverá mora, pois as
moras recíprocas se anulam. Conceito: mora é a impontualidade culposa do devedor no
pagamento ou do credor no recebimento (394). Se o devedor atrasa sem culpa (ex: por causa de
um acidente, uma greve, uma cheia, um caso fortuito ou de força maior) não haverá mora (396).
Mas a mora do credor independe de culpa e o devedor nesse caso deve consignar o pagamento.
Assim não importam os motivos da mora do credor, o devedor precisa exercer seu dever e seu
direito de pagar através da consignação (335 , I – observem que tal inciso usa a expressão “se o
credor não puder”, não importando assim os motivos pelos quais o credor não pôde ir buscar o
pagamento, mesmo que sejam decorrentes de um caso fortuito). A mora do credor é mais rara.
Efeitos da mora do credor: o credor que não quiser ou não for receber o pagamento conforme
acertado se sujeita a quatro efeitos: 1) o credor em mora libera o devedor da responsabilidade
pela conservação da coisa (ex: A deve um cavalo a B que ficou de ir buscá-lo na fazenda de A; a
mora de B não responsabiliza A caso o cavalo venha a morrer mordido por uma cobra após o
vencimento; § 2º do 492); 2) o credor em mora deve ressarcir o devedor com as despesas pela
conservação da coisa (no exemplo do cavalo, B deve pagar as despesas de A com ração e
medicamento desde o vencimento); 3) obriga o credor a pagar um preço mais alto pela coisa se a
cotação subir; este efeito se aplica a coisas que têm preço na bolsa de valores, como ações,
açúcar, café, soja, etc. No art. 400 do CC vamos encontrar estes três efeitos; 4) último efeito: o
credor em mora não pode cobrar juros do devedor desse período, afinal foi do credor a culpa pela
atraso no pagamento.
Efeitos da mora do devedor: 1) o devedor responde pelos prejuízos causados, mais multa,
juros, etc (395); 2) o devedor em mora responde pelo caso fortuito ou de força maiores ocorridos
durante o atraso (399, ex: A deve um cavalo campeão a B, mas A entrou em mora para levar o
cavalo para B, então vem uma cheia e mata o cavalo, A irá responder por perdas e danos, salvo
se conseguir provar que a cheia também atingiu a fazenda de B e que o cavalo morreria do
mesmo jeito se estivesse lá; se a cheia chegasse antes do vencimento A também não iria
responder perante B pela morte do cavalo pois se tratou de um caso fortuito ou de força maior).