Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O ponto que não podemos esquecer jamais nesse tema é o que sofreu alteração do
Código Civil de 1916 para o Código Civil de 2002 e tudo isso se deve à palavra-chave:
COOPERAÇÃO, pois é ela que traz, tanto do devedor como do credor, a observância de relações
recíprocas para o cumprimento daquela relação obrigacional pactuada e, nesse momento,
surgem os chamados deveres anexos da boa-fé, que abordam a conduta de ambos (devedor e
credor).
Existe outra situação: Inadimplemento que para parte da doutrina pode ser: a)
total e b) parcial. Muitos vão dizer que são diferentes, mas outros vão dizer que terei um
inadimplemento parcial (mora). Após o momento da verificação do inadimplemento, temo o
cumprimento forçado da obrigação, ou seja, a satisfação do crédito.
Vamos à questão: 1) É absoluta a regra do artigo 391 do Código Civil: " Pelo inadimplemento
das obrigações respondem todos os bens do devedor." Resposta fundamentada.
Não é uma regra absoluta, mas para podermos responder corretamente a questão
devemos buscar todos os seus fundamentos, verificando quais as regras constitucionais
devemos aplicar, bem como a legislação ordinária, súmulas e enunciados. Assim, as normas de
direito constitucional que eu posso invocar na resposta dessa questão são: dignidade da pessoa
humana (art. 1º, III da CF/88 – que é um direito fundamental que possui objetivos – art. 3º, I da
CF/88) e ainda devemos falar do MÍNIMO EXISTENCIAL (ou patrimônio mínimo) – que é
matéria tratada com muita propriedade pelos autores Ingo Wolfgang Sarlet e Ricardo Lobo
Torres.
Comentários: Já foi objeto de outros concursos o tema a obrigação como processo, que é um
dos objetos de alteração do Código Civil e que tem, pela PUC editora, um livro relançado sobre
o assunto.
Obrigação como processo significa que a satisfação do credor não estará adstrita a
uma provimento jurisdicional, pelo qual estaremos seccionando cada fase de um procedimento
para a obtenção do cumprimento da relação obrigacional. A obrigação como processo visa o
desencadeamento de atos ou condutas de cooperação para que, por meio de relações
intersubjetivas, se alcance o cumprimento da prestação obrigacional pactuada.
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 3
Na prática, ninguém entra com ação na justiça para dizer que “ganhou, mas não
levou”, pois quando se tem um direito subjetivo violado, se quer a satisfação daquela
prestação, daquela violação sofrida. Por conta disso, o melhor exemplo dessa modificação está
positivada no art. 461 do CPC – tutelas de urgência e tutelas inibitórias.
1) - QUESTÕES OBJETIVAS:
gado, 5 cavalos da raça manga larga marchador, em criação no Haras Solar, situado no
município vizinho.
Uma súbita epidemia dizimou todo o rebanho bovino de A, impedindo a entrega das
20 vacas. B, então, exigiu os 5 cavalos, invocando o art. 885 do Código Civil.Responda
objetivamente: A) Que tipo ou espécie de obrigação assumiu A; B) Cabe aplicar-se ao caso o
artigo 885 do Código Civil? Resolva, sucintamente a questão, fornecendo os esclarecimentos e a
fundamentação necessários e pertinentes.
Poderá ainda o devedor, caso queira a seu exclusivo critério (faculdade) entregar os
cinco cavalos, mantendo a relação jurídica e cumprindo-a pela obrigação em faculdade de
substituição, não podendo o credor exigir os 5 cavalos. O CC não regulamentou a obrigação
denominada de facultativa.
Primeiramente, vamos exemplificar com casa e carro. Essa regra foi criada em
benefício do devedor, pois é uma forma dele se desobrigar da obrigação original no dia do
vencimento, podendo entregar coisa diversa. Para alguns doutrinadores, isso seria dação em
pagamento, prevista no próprio nascimento da relação obrigacional. (art. 313 CC/02).
Seção III
Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
OU - 1ª OBRIGAÇÃO
- 2ª OBRIGAÇÃO
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 5
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 6
2ª QUESTÃO:
Essa assertiva está errada. Trata-se de uma obrigação indivisível. Assim sendo,
vamos traça a diferença da obrigação indivisível para a obrigação solidária. Dentro da
classificação das obrigações essas estão dentro da modalidade PLURALIDADE DE SUJEITOS.
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL
OBRIGAÇÃO INDIVISIVEL
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 7
obrigação é indivisível, ou seja, a prestação deverá ser cumprida por inteiro, seja divisível ou
indivisível o seu objeto.
Por outro lado, para haver a divisibilidade de obrigações seu objeto há de poder se
dividido entre seus sujeitos, o que não é possível com as obrigações indivisíveis.
Nas obrigações indivisíveis com mais de um devedor, cada um é obrigado por toda a
dívida, e o que pagar sub-roga-se nos direitos do credor perante os demais. Já nas obrigações
indivisíveis com mais de um credor, o pagamento a um deles apenas libera o devedor ou
devedores se o que recebeu der ratificação do ato pelos demais.
Para obrigação indivisível, suponha um caso em que três devedores têm a obrigação
de entregar um automóvel. Neste caso não há como dividir o veículo, sem tirar suas
características como bem, sendo esta obrigação indivisível.
Por outro lado, se houver mais de um credor, qualquer deles pode exigir a prestação
na sua totalidade, assumindo neste caso a posição como se fosse credor único.
Se for estipulado que a obrigação é solidária, todos os sujeitos são tratados como
uma única pessoa (tanto se for devedor, como credor). Por isso, quando eu interpelar um deles,
vai valer para todos, assim como a prescrição numa obrigação solidária, se interrompida para
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 8
um, será para todos. Internamente a relação é comum, divisível, mas externamente é tratada
como uma única obrigação.
No primeiro desenho temos uma relação interna divisível, que por causa da
solidariedade, é tida externamente como uma só. Na indivisibilidade, segundo desenho, se
estamos trabalhando com pluralidade de sujeitos, não havendo, em tese solidariedade
estipulada, mas quando eu verifico que o conteúdo é indivisível (seja, por estipulação ou
natureza do objeto), significa que eu também terei que dar a integralidade da coisa.
Nas obrigações divisíveis com solidariedade, não vigora a regra da divisibilida de,
não vigora o concursus pactum fiunt, que é “na ausência de pactuação em contrário, tudo é
dividido em partes iguais” (pizza). Assim, a diferença é que em não havendo o pagamento, na
obrigação divisível, a solidariedade permanece, podendo o credor demandar a totalidade do
valor de qualquer devedor. Na obrigação indivisível, o que era indivisível, passa a ser divisível,
aplicando-se a regra da cota parte, o credor somente poderá cobrar de cada um deles
25.000,00.
(Essa assertiva está errada – a comunhão condomínio pro diviso existe somente de
direito, a de fato ainda não existe).
(assertiva correta)
1) É absoluta a regra do artigo 391 do Código Civil: " Pelo inadimplemento das
obrigações respondem todos os bens do devedor." Resposta fundamentada.
2) Quais são as exceções à regra contida no artigo 882 do Código Civil: " Não se
pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível."
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 9
As teorias que adotamos no Direito das Obrigações que abordam o débito e sua
coercibilidade são: a) teoria monista – para essa teoria basta o débito, pois a coercibilidade ou
responsabilidade é apurada no momento do inadimplemento; e b)teoria dualista – o Código
Civil adota esta, que divide o débito (haftung)e a responsabilidade (schuld), e, em função disso,
podemos ter um débito, mas podemos não ter a responsabilidade, ou vice-versa. (ex. débito
existente, mas sem responsabilidade – DÍVIDA PRESCRITA e DÍVIDAS DE JOGO) e (Ex. de
responsabilidade sem débito – obrigação de garantia – fiança e avalista e art. 50 do Código Civil
– fraude nas sociedades).
A prescrição pode ser renunciada, mas cuidado, não haverá a validade daquele
pagamento se for em prejuízo de um credor. O devedor paga dívida prescrita justamente para
se tornar insolvente e não pagar credores legitimados. No caso do art. 369 – no caso de uma
dívida prescrita, está vencida, mas não podemos aplicar a ela o pagamento em prejuízo.
Art. 202 do Código Civil – Interrupção da Prescrição – uma única vez somente
podemos interromper a prescrição, o mesmo se aplicaria à novação. (somente toquem nesses
pontos em provas específicas).
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 12
3ª QUESTÃO:
Pelo art.477 eu não vou cumprir, porque estou vendo que a outra parte não vai me
pagar – ex. estou pagando as prestações para um apartamento, faltam 2 meses para a entrega,
mas sequer a construção saiu da edificação – para a exceção do contrato não cumprido eu
tenho que cumprir a minha parte para poder exigir da outra, nesse caso se aplica o Exceção de
Insegurança ou quebra antecipada de contrato (basta a dificuldade patrimonial)
Seção IV
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 13
Quando tenho data certa, pode o devedor compelir o credor a receber a prestação
antes do vencimento? Justifique. Escrevam em vermelho – prazo de pagamento sempre
estipulado como benefício para o devedor, daí a possibilidade de pagamento antecipado, pois a
recusa injustificada do credor importa em abuso de direito.
Para o pagamento antecipado deve ser descontado juros e todos os encargos, pois
na parcela está embutida a expectativa de inadimplemento em indisponibilidade de capital
(juros de mora), sob pena de enriquecimento sem causa do credor.
Relembrando – Obrigação Propter Rem: é uma obrigação pessoal com efeitos reais.
O desdobramento é real, pois oriundo do titular da coisa. Você paga IPVA , pois você é
proprietário de veículo. O mesmo ocorre com IPTU e condomínio. Assim sendo, qual a
diferença entre assunção de dívida e assunção de cumprimento (ou promessa de liberação)?
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com
Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)
FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 14
Na cessão de crédito eu também posso ter uma relação interna e outra externa. Na
externa, o credor de uma obrigação, chamado cedente, transfere a um terceiro, chamado
cessionário, sua posição ativa na relação obrigacional, devendo dar ciência ao devedor do
crédito cedido, em função do pagamento, pois se ele não for notificado dessa alteração, fará o
pagamento a pessoa diversa - credor primitivo – credor putativo (figura aos olhos de todos
como sendo credor e na verdade não é).
Não, somente se houver disposição em contrário, pois a regra é pela solvência, que
será verificada na data da assunção da dívida. Se , no momento em que houve a assunção da
dívida, o devedor era solvente, está perfeito – não há nada o que se restabelecer. Se após, se
tornar insolvente, haverá responsabilidade nessa nova relação obrigacional.
_________________________________________________________________________________________________________
Transcrição por: J.A.K – informações: 7879-8034 – jakadv@gmail.com