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Estudo Dirigido – Direito Administrativo

Defina 3 conceitos de Direito Administrativo

Descreva quais as fontes e o objeto de estudo do Direito Administrativo.


Conceitue os princípios inerentes ao Regime Jurídico
Administrativo.
Descreva e defina os princípios constituicionais expressos do Direito
Administrativo.

Os princípios da Administração Pública expressos na Constituição são a legalidade,


impessoalidade, moralidade e eficiência.
Princípio da Legalidade:

Princípio da Moralidade:
Princípio da Impessoalidade:
Princípio da Publicidade:
Princípio da Eficiência:
Descreva 3 princípios não expressos na Constituição Federal do Direito
Administrativo

Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade:


Princípio da Autotela:
Princípio da Continuidade do Serviço Público

Conceitue Administração segundo os critérios orgânico, formal e


material.
Determine o que é competência administrativa.
Conceitue agente público e dê a classificação de servidores públicos.
Determine o que é competência administrativa.
Defina os intitutos da delegação e avocação de competência.
Diferencie administração direta, indireta e entidades paraestatais.
Defina Autarquia e suas peculiaridades administrativas.

Direito Adminstrativo Descomplicado: Pg 39-55

Defina Fundações Públicas e suas peculiaridades.

Direito Adminstrativo Descomplicado: Pg 55-70

Defina Empresas Públicas e suas peculiaridades.

Direito Adminstrativo Descomplicado: Pg 70-100

Defina as entidades estatais e suas peculiaridades.

Direito Adminstrativo Descomplicado: Pg 39-70

Diferencie ato administrativo de fato administrativo .


Conceitue Ato administrativo e determine os seus requisitos,
elementos, pressupostos e classificação.

Direito Administrativo Descomplicado: p 415-498

Descreva o que é um parecer e quais as responsabilidades de seu


emissor.
Apesar do parecer ser, em regra, ato meramente opinativo, que não produz efeitos
jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de consultores jurídicos quando o
parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que proferido com má-fé ou
culpa.

Quais os efeitos jurídicos do silêncio administrativo?

Uma questão interessante que merece ser analisada no tocante ao ato administrativo é a
omissão da Administração Pública ou, o chamado silêncio administrativo.
Essa omissão é verificada quando a administração deveria expressar uma pronuncia
quando provocada por administrado, ou para fins de controle de outro órgão e, não o faz.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é um ato jurídico,
mas quando produz efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico administrativo.
Explica o referido autor:
"o silêncio não é ato jurídico. Por isto, evidentemente, não pode ser ato
administrativo. Este é uma declaração jurídica. Quem se absteve de
declarar, pois, silenciou, não declarou nada e por isto não praticou ato
administrativo algum. Tal omissão é um 'fato jurídico' e, in casu, um 'fato
jurídico administrativo'. Nada importa que a lei haja atribuído determinado
efeito ao silêncio: o de conceder ou negar. Este efeito resultará do fato da
omissão, como imputação legal, e não de algum presumido ato, razão por
que é de rejeitar a posição dos que consideram ter aí existido um 'ato
tácito'."

Marçal Justen Filho distingue manifestação omissiva e ausência de vontade. Para ele, "a
atuação omissiva produzirá um ato administrativo quando consistir em 'manifestação de
vontade'. Se houver ausência de manifestação de vontade, não existirá ato administrativo
em sentido restrito. Poderá existir ato ilícito: se a Administração Pública omitir a
manifestação de vontade quando estava obrigada a atuar, existirá ilicitude e incidirá o
regime da responsabilidade civil."
Da leitura dos conceitos dos supramencionados, denota-se que o silêncio pode consistir
em omissão, ausência de manifestação de vontade, ou não. Em determinadas situações
poderá a lei determinar a Administração Pública manifestar-se obrigatoriamente,
qualificando o silêncio como manifestação de vontade. Nesses casos, é possível afirmar
que estaremos diante de um ato administrativo.

Neste sentido, explica Maria Sylvia Zanella Di Pietro, "até mesmo o silêncio pode
significar forma de manifestação da vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente
ocorre quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração significa
concordância ou discordância."

Desta forma, quando o silêncio é uma forma de manifestação de vontade, produz efeitos
de ato administrativo. Isto porque a lei pode atribuir ao silêncio determinado efeito jurídico,
após o decurso de certo prazo.

Entretanto, na ausência de lei que atribua determinado efeito jurídico ao silêncio,


estaremos diante de um fato jurídico administrativo.

Em relação ao direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a", da Constituição Federal - clique
aqui), cumpre esclarecer que Poder Público tem o dever de se manifestar acerca das
petições dos administrados. Havendo silencio indevidamente, haverá negligência e
afronta ao dever funcional de exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo,
conforme previsto no art. 116, I da Lei nº 8.112/90 (clique aqui).

No entanto, se da referida omissão resultar dano ao administrado, poderá tal omissão


resultar em responsabilidade civil do Estado, nos termos do art. 37, §6º da Constituição
Federal, além da responsabilidade penal e administrativa.

Assim, cumpre salientar que o silêncio administrativo será considerado infração ao direito
sempre que houver dever de agir pela Administração Pública, configurando-se assim um
ato ilícito.

Por fim, vale destacar a denominação realizada por Marçal Justen Filho quanto ao silêncio
qualificado:

"o silêncio qualificado é aquele que permite inferir a vontade da


Administração Pública em determinado sentido, a isso se somando a
possibilidade de reconhecer a omissão como manifestação daquela
vontade. O silêncio qualificado é um modo de exercitar a função
administrativa. Mas a qualificação do silêncio depende da disciplina
jurídica."

Assim, em síntese é possível afirmar que o silêncio administrativo não se configura ato
administrativo, com exceção dos casos em que a lei qualifica a omissão administrativa
como manifestação de vontade.

Quando um ato administrativo poderá ser cassado, revogado ou


anulado?
Defina atos administrativos simples, complexos e compostos.
Defina atos unilaterias, bilaterais e multilaterais.

Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade de uma única
pessoa. Ex: Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos
unilaterais.
Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade de mais de uma
pessoa. Ex: Contrato administrativo.

Defina atos gerais e individuais.


Defina atos vinculados e discricionários.
Defina ato administrativo inexistente.
Conceitue o mérito administrativo e sua discricionariedade.
Descreva a Teoria da Nulidade dos Atos Administrativos

A questão das nulidades no Direito é um dos temas mais tortuosos enfrentados pelos
juristas e doutrinadores.
Se mesmo no Direito Civil[9] ainda provoca polêmicas, de pode imaginar seus efeitos no
Direito Administrativo. Bem oportuna é a lição de Seabra Fagundes, lembrado
por Carvalho Filho, que asseverou “a deficiência e a falta de sistematização dos textos
de Direito Administrativo embaraçam a construção da teoria das nulidades dos atos da
Administração Pública”.

As nulidades no direito comum tradicionalmente obedecem a um sistema dicotômico, no


qual, dependendo da intensidade do vício que atinja o ato jurídico, dependendo do tipo de
interesse violado – o interesse público, ou o interesse privado-, maculado pelo vício, a lei
o fulmina com a pecha da nulidade ou da anulabilidade, ambas figurando no novo Código
Civil, art. 166 e 171, respectivamente (Art. 145 e 147 do Código de 1916).

Como salienta Celso Antônio Bandeira de Mello, “a ordem normativa pode repelir
com intensidade variável atos praticados em desobediência às disposições
jurídicas, estabelecendo destarte uma gradação no repúdio a eles”.

No Direito Civil, são duas as diferenças básicas entre a nulidade e a anulabilidade [10]. A
primeira é que a nulidade não admite a convalidação, ao passo que na anulabilidade ela é
possível. A segunda é que a nulidade pode ser decretada pelo juiz ex officio (sem
provocação da parte interessada), ou ainda mediante provocação pela parte ou pelo
Ministério Público; enquanto que no caso da anulabilidade, esta só pode ser apreciada
mediante provocação da(s) parte(s) interessada(s).

A possibilidade de adaptar-se a teoria das nulidades civilistas ao Direito Administrativo


provocou enorme cisão na doutrina, a ponto de dividi-la em dois pólos antagônicos:
os monistas e os dualistas.

Para os monistas, é inaplicável ao Direito Administrativo a dicotomia das nulidades do


Direito Civil. Para estes autores, o ato administrativo será nulo ou válido (esta posição e
defendida principalmente por Hely L. Meirelles[11], Diógenes Gasparini, Sérgio Ferraz
etc).

Já para os dualistas, os atos administrativos podem ser nulos ou anuláveis, de acordo


com a maior ou menor gravidade do vício.

Para estes, é possível que o Direito Administrativo admita a existência da dicotomia entre
nulidade e anulabilidade, inclusive, neste último caso, com o efeito da convalidação de
atos defeituosos (posição defendida principalmente por Celso A. Bandeira de Mello,
Cretella Júnior, Lucia Valle Figueiredo e Silvia Di Pietro)[12].

A diferença predominante entre nulidade e anulabilidade em Direito Administrativo,


baseia-se, quase que exclusivamente, na possibilidade de convalidação. Logo, no ato
absolutamente nulo, impossível é a sua convalidação, enquanto que nos atos anuláveis é
possível que os mesmos sejam saneados pela Administração.

Esta é a posição defendida por Celso A. B. de Mello, para quem, “nulos são os atos que
não podem ser convalidados, entrando nessa categoria: os atos que a lei assim o declare;
os atos em que é materialmente impossível a convalidação, pois se o mesmo conteúdo
fosse novamente produzido, seria reproduzida a invalidade anterior (é o que ocorre com
os vícios relativos ao objeto, à finalidade, ao motivo, à causa); seriam anuláveis os que a
lei assim declare; os que podem ser praticados sem vício (é o caso dos praticados por
sujeito incompetente, com vício de vontade, com defeito de formalidade)”.

Di Pietro completa o raciocínio lembrando que as hipóteses de nulidade e anulabilidade


do direito civil é que não podem ser inteiramente transpostas para o direito administrativo,
face às peculiaridades desta cadeira publicista. A necessidade de manifestação do
interessado, exigida na anulabilidade civil, carece de aplicação no campo
administrativista, em virtude da autotutela administrativa; já a possibilidade ou não da
convalidação é possível ser transposta, residindo, ai mesmo, a diferença entre a nulidade
e a anulabilidade.

Com o advento da lei federal nº 9.784/99 foi positivada a teoria dualista, já que a referida
lei admite expressamente a possibilidade de convalidação dos atos administrativos que
apresentarem defeitos sanáveis, pelo que se faz imperioso, hodiernamente, a aceitação
de atos administrativos anuláveis[13].

Por último, uma outra questão controvertida, é a de saber se há prazo para a


Administração anular seus atos.

O art. 54 da lei nº 9.784/99 prescreve que “o direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai[14] em
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.

Logo, é de se afirmar que a despeito de todas as inúmeras controvérsias doutrinárias, a


lei acima referida, estabelece o prazo qüinqüenal para a administração anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, ressalvada a
má-fé. Findo tal prazo, o ato não mais poderá ser anulado, ocorrendo, via de
conseqüência, a convalidação tácita.[15]

Ressalte-se, todavia, que o prazo qüinqüenal acima mencionado só pode referir-se, por
ilação lógico-jurídica, e interpretação sistemática da legislação vigente, aos atos
anuláveis, e não aos nulos. Os atos nulos, portadores de vícios insanáveis, ou
expressamente declarados nulos por disposição expressa de lei podem ser invalidados a
qualquer tempo.

É que não se pode admitir que a nulidade visceral, deletéria do interesse público e
violadora de expressa determinação legal, tenha a sua declaração de nulidade sujeita a
prazo.

É correto que se sujeite a prazo a ação anulatória, mas não a declaração de nulidade.
Não é por outra razão que o art. 54, acima transcrito menciona que o prazo qüinqüenal é
de natureza decadencial. Sabe-se que os prazos de natureza decadencial ligam-se
intimamente ao exercício dos chamados direitos potestativos. Ora, o direito da
administração de anular atos administrativos que produzam efeitos favoráveis aos
destinatários é típico exemplo de direito potestativo, os quais devem ter prazo fixado para
o seu exercício, para que não se sujeite aquele a quem o ato beneficie a eterna
possibilidade de intervenção em sua esfera jurídica pela simples manifestação de vontade
da administração.

Por outro lado, o princípio da segurança jurídica impede a perpetuação de controvérsias e


privilegia a sedimentação das relações jurídicas. Por tal razão, mesmo antes do advento
da lei nº 9.784/99 já se defendia, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a existência
de um prazo razoável para se proceder à anulação dos atos administrativos de que
decorressem efeitos favoráveis para os administrados, ficando, caso a caso, sujeito ao
prudente arbítrio do julgador ou do aplicador do direito a fixação de um prazo tido como
razoável. O mérito inegável da lei nº 9.784/99 foi uniformizar esse prazo, estabelecendo-o
como regra imperativa e uniforme para a administração federal. Ressalte-se que o
reconhecimento da existência do sub-princípio da segurança jurídica como princípio
constitucional é o que torna possível a existência do próprio art. 54 da lei nº 9.784/99, pois
caso contrário, seria ele violador do princípio da legalidade.
Logo, tratando-se de ato anulável, deve a administração anulá-lo ou convalidá-lo expressamente
dentro do prazo decadencial de cinco anos, sob pena de depois de exaurido este prazo, o ato tornar-se
convalidado tacitamente, e, portanto, intocável, por decaído o direito de decretar-lhe a anulação.

Já no que se refere à declaração de nulidade, não se pode aceitar que haja prazo para fazê-lo. O
que se pode considerar é que os atos administrativos viciados que não se encontrem sob o manto do
art. 54, caput, da Lei Federal n. 9.784/99, possam ser administrativamente invalidados a qualquer
tempo[16], desde que os terceiros de boa-fé prejudicados tenham seus possíveis prejuízos
ressarcidos, e, especialmente, que a má-fé do beneficiário seja comprovada[17].

Como se poderia entender que a nomeação de servidor público para cargo efetivo sem o
atendimento a exigência de prévia aprovação em concurso público esteja sujeita a prazo, diante de
sua visceral nulidade e da expressa determinação contida no parágrafo segundo da Constituição que
expressamente o declara nulo? O que se pode aceitar é a convalidação dos atos praticados por tal
servidor que atinjam terceiros de boa-fé, como antes já foi dito, mas jamais que a nomeação em si
tornou-se inatacável pela decadência. O mesmo ocorreria com a expressa determinação de nulidade
dos atos mencionados no art. 21 da lei complementar nº 1001/00.

Há que se distinguir, portanto, a anulação, sujeita ao prazo decadencial de cinco anos, previsto no
art. 54 da lei nº 9.784/99, da declaração de nulidade, que pode ser feita a qualquer tempo, justamente
por se tratar de mera declaração, que como tal, não se sujeita a prazo. [18][19]

Por outro lado, fica patente pela análise integral do art. 54, que o mesmo visou estabilizar,
principalmente, os atos que produzam efeitos patrimoniais, numa preocupação legítima e justificável,
de poupar os administrados dos terríveis efeitos decorrentes da devolução de quantias, ou da
supressão de vantagens pecuniárias já incorporadas ao seu patrimônio, em flagrante violação a
cláusula da estabilidade financeira.[20][21]
Ressalte-se que para se proceder à invalidação de ato administrativo que afete esfera jurídica de
terceiros, deve a administração instaurar o devido processo administrativo, para que se garanta os
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.

Descreva a Teoria dos motivos determinantes.


Conceitue o poder hieráquico e sua manifestações.
Defina poder de polícia e seus desdobramentos.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 234-254

Conceitue o controle da administração pública, seus tipos e formas de


controle.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 789-906

Diferencie controle interno de controle externo.


Conceitue controle parlamentar.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 828-854


Conceitue controle administrativo.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 802-828

Defina Recurso de administração.


Defina reclamação.

Ato de impugnação que visa à retirada de conduta administrativa que viola direito
preexistente do peticionante. Nesses casos, o particular prejudicado busca a anulação do
ato administrativo que lhe causou prejuízos diretamente. Suponha que um licitante
impugna edital de licitação que traz regras que o desclassificam do certame.
Defina os sistemas de controle administrativo: o contecioso
administrativo e sistema de jurisdição una.

Sistema do contencioso administrativo também conhecido como modelo francês, é


uma das duas modalidades de estruturação do Direito administrativo. Neste sistema
encontraremos uma dualidade de jurisdições: a comum (tribunal judiciário), e a
administrativa (tribunal administrativo), fazendo com que as decisões em âmbito
administrativo promovam coisa julgada (decisão conclusiva).
No Brasil adota-se o sistema de controle judicial ou de jurisdição única, modelo de origem
inglesa, onde somente haverá coisa julgada em tribunal judiciário, fora do espaço
administrativo. Contudo, no âmbito do contencioso administrativo há uma possibilidade de
existir coisa julgada definitivamente: Na hipótese em que o lançamento é anulado pela
própria Fazenda Pública, cuja decorrência é a extinção do Crédito tributário pela "decisão
administrativa irreformável" estipulada no artigo 156, inciso IX do Código Tributário
Nacional (CTN).
Após a constituição do crédito tributário por meio do lançamento de ofício, previsto no art.
142 do CTN, cujas denominações podem variar de Auto de infração (AI), Notificação
Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) ou Notificação de Lançamento (NL), o sujeito
passivo tem o prazo legal de 30 (trinta) dias para instaurar o contencioso administrativo
por meio da interposição de peça recursal denominada Impugnação, conceituada no
artigo 145, I do CTN e nos artigos 14 e 15 do Decreto n.° 70.235, de 06 de março de
1972, o qual regula o processo administrativo fiscal na esfera Federal.
A impugnação constitui, portanto, uma maneira legal de se insurgir contra a pretensão do
Fisco instaurando um litígio, garantindo aos contribuintes as garantias constitucionais do
contraditório e da ampla defesa (art. 5°, LV da Constituição Federal - CF).
Processado o recurso de impugnação, Instaura-se o litígio e o contencioso na esfera
administrativa e o processo administrativo fiscal (PAF) é remetido ao órgão julgador de
primeira instância administrativa federal denominado Delegacia da Receita Federal do
Brasil de Julgamento (DRJ). Nesse instante, a partir da recepção do recurso de
impugnação, a exigibilidade do crédito tributário constituído pelo lançamento de ofício fica
suspensa nos moldes do artigo 151, inciso III do CTN.
Encerrado o julgamento de primeira instância administrativa pela DRJ, há duas
possibilidades:
1) Julgamento totalmente ou parcialmente favorável ao Fisco: O crédito tributário (total ou
parcial) passa a novamente ser exigível após a notificação do sujeito passivo do resultado
do julgamento de primeira instância administrativa. Contra esta decisão o contribuinte tem
à sua disposição outro recurso disponível, o chamado "Recurso Voluntário" (Art. 25, II do
Decreto n° 70.235/72), o qual deve ser interposto em até 30 (trinta) dias contados da
ciência do acórdão do julgamento da primeira instância administrativa (DRJ) pelo
contribuinte e cuja decorrência é a reapreciação da matéria em litígio em segunda
instância administrativa, a qual é efetuada pelo Conselho de Administração de Recursos
Fiscais (CARF). Processado o Recurso Voluntário, a exigibilidade do crédito tributário volta
a ficar suspensa, ex vi artigo 151, III do CTN.
Observe-se que a jurisprudência pacificou o entendimento de que "É inconstitucional a
exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recursos administrativos" (Súmula vinculante n.° 21 do Supremo Tribunal Federal - STF).
Caso a decisão administrativa do julgamento de primeira instância tenha sido
parcialmente favorável ao Fisco, há um limite de alçada acima do qual a Fazenda
Nacional é obrigada a recorrer de ofício (Recurso de Ofício, art. 145, II do CTN c/c art. 25,
II do Decreto n° 70.235/72) da parte do crédito tributário exonerada no julgamento que for
superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais). Tal recurso instituído pelo Código
Tributário Nacional corresponde ao que a doutrina processualista denomina " remessa
necessária", ou "reexame necessário" ou "duplo grau obrigatório".
2) Julgamento totalmente favorável ao sujeito passivo: Caso o valor do crédito tributário
exonerado não tenha ultrapassado o valor de alçada de R$ 1.000.000,00, ocorre a sua
extinção, na dicção do artigo 156, IX do CTN e encerra-se o litígio na esfera
administrativa, surgindo, portanto, a coisa julgada administrativamente.
Por fim, há um último instrumento que pode ser manejado no âmbito do contencioso
administrativo, o chamado "Recurso Especial", cuja previsão normativa é o artigo 37,
inciso II do Decreto n° 70.235/72. Aludido recurso poderá ser apresentado tanto pelo
sujeito passivo quanto pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PFN) no prazo de
15 (quinze) dias contados da ciência do acórdão do CARF e somente na hipótese em que
a decisão recorrida der à lei tributária interpretação diversa da que lhe tenha dado outra
Câmara ou Turma do CARF.
O Recurso Especial é apreciado e julgado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais
(CSRF). O processamento deste recurso retoma a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário guerreado.
A decisão proferida pela CSRF no julgamento do Recurso Especial é definitiva, não
cabendo Pedido de Reconsideração contra esta decisão, a qual deve ser cumprida no
prazo de 30 (trinta) dias para a cobrança amigável em caso de manutenção de crédito
tributário contra o sujeito passivo, após o qual será encaminhado para inscrição em dívida
ativa da União e sua cobrança executiva em caso de não haver pagamento ou
parcelamento do crédito tributário mantido.
Portanto, a decisão proferida pela CSRF em julgamento de Recurso Especial encerra o
contencioso administrativo, podendo esta decisão ser totalmente favorável ao sujeito
passivo, caso em que haverá a ocorrência da coisa julgada administrativa e a
consequente extinção do crédito tributário litigado, na forma do já citado artigo 156, IX do
CTN, ou ser parcial/totalmente favorável ao Fisco, caso em que a parte do crédito
tributário mantida será cobrada, num primeiro momento, amigavelmente pela RFB e, num
segundo momento, judicialmente pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional em ação
judicial de execução fiscal a ser ajuizada nos moldes da Lei de Execução Fiscal n°
6.830/80.
Defina o controle jurisdicional da administração pública no direito
brasileiro.

Direito Administrativo Descomplicado: 855-894

Defina o controle da atividade financeira do Estado, conceituando suas


espécies e sistemas.

Direito Administrativo Descomplicado: 835-840

Descreva as atribuições do Tribunal de Contas da União.

Direito Administrativo Descomplicado: 840-854

Descreva o sistema de correição do poder executivo federal.

O que significa o termo “correição”?


O termo “correição”, com base em um dos principais dicionários de Língua Portuguesa, o
Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, tem os seguintes sentidos: 1.Ato ou efeito de
corrigir; correção. 2.Função administrativa, em via de regra de competência do poder
judiciário, exercida pelo corregedor. 3.Visita do corregedor às comarcas, no exercício de
suas atribuições.

Assim, como ato que visa a correção de condutas verificou-se que a “correição” está
ligada ao exercício do “poder disciplinar”, termo sobre o qual apresentamos as seguintes
definições:

a) para Hely Lopes Meirelles, o poder disciplinar seria “a faculdade de punir internamente
as infrações disciplinares dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos
órgãos e serviços da Administração Pública”;

b) para Maria Sylvia Zanello Di Pietro, o Poder Disciplinar “é o que cabe à Administração
Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina administrativa”;

c) para Marcello Caetano, o “Poder Disciplinar tem origem e razão de ser no interesse e
na necessidade de aperfeiçoamento progressivo do serviço público”.

Em que consiste a correição no âmbito da CGU?


A correição é uma das áreas de atuação fundamentais da Controladoria-Geral da União
(CGU) e consiste nas atividades relacionadas à apuração de possíveis irregularidades
cometidas por servidores públicos e à aplicação das devidas penalidades. A unidade da
CGU responsável pelas atividades relacionadas à “correição” é a Corregedoria-Geral da
União (CRG).

O que é Sistema de Correição do Poder Executivo Federal?


Com a publicação do Decreto nº 5.480, foi criado o “Sistema de Correição do Poder
Executivo Federal”, integrado pela Corregedoria-Geral da União como “Órgão Central”
(Decreto nº 5683/2006), pelas unidades específicas de correição junto aos Ministérios
como “unidades setoriais” e pelas unidades específicas de correição que compõem as
estruturas dos Ministérios, autarquias e fundações públicas como “unidades seccionais”.
Atendendo aos dispositivos supracitados, a Portaria CGU nº 335, de 30/05/06,
regulamentou o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal e, em síntese, definiu
os instrumentos a serem utilizados no Sistema, nas atividades relacionadas à correição, e
estabeleceu competências.

Quais os requisitos exigidos para titulares de cargos de Unidades de Correição do Poder


Executivo Federal (Órgão Central, Setorial e Seccional)?
Primeiramente, cabe transcrever o indigitado artigo 8º do Decreto nº 5.480/2005:

“Art.8º Os cargos dos titulares das unidades setoriais e seccionais de correição são
privativos de servidores públicos efetivos, que possuam nível de escolaridade superior e
sejam, preferencialmente: (Redação dada pelo Decreto nº 7.128, de 2010).
I - graduados em Direito; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.128, de 2010).
II - integrantes da carreira de Finanças e Controle. (Incluído pelo Decreto nº 7.128, de
2010)."

Há essa imposição legal para que os titulares das unidades de correição da Administração
Pública Federal sejam, privativamente, servidores públicos ocupantes de cargo efetivo
que possuam nível de escolaridade superior, preferencialmente Direito ou integrantes da
carreira de Finanças e Controle.

No entanto, o § 3º do artigo 8º do referido Decreto resguardou aos que já estavam em


exercício da função na data da publicação do Decreto (1º de julho de 2005) a faculdade
de se manterem titulares das unidades correcionais, a despeito de não reunirem os
requisitos legais.

“§ 3º A exigência contida no caput deste artigo não se aplica aos titulares das unidades de
correição em exercício na data de publicação deste Decreto” (grifou-se).

Vale lembrar que as unidades de correição constituem-se das corregedorias setoriais, que
atuam junto aos Ministérios, e das corregedorias seccionais, que compõem a estrutura
dos Ministérios.
Todas as entidades da Administração Pública Federal devem ter uma unidade
especializada em matéria disciplinar?
Alguns órgãos e entidades da administração pública federal dispõem, por norma
específica (seja lei orgânica, estatuto ou regimento interno), de unidade especializada na
matéria disciplinar, normalmente chamada de Corregedoria, dotada de competência
exclusiva para o assunto. No entanto, em outros órgãos, não há uma estrutura de
Corregedoria e tal atribuição é desempenhada por algum setor administrativo.

A CGU tem competência para analisar processos disciplinares de outros órgãos que
estejam em andamento?
Sempre que a Controladoria-Geral da União constatar omissão da respectiva autoridade
instauradora, ou, facultativamente, nos casos envolvendo lesão ou ameaça de lesão a
patrimônio federal, os § 1º, 2º e 4º do art. 18 da Lei nº 10.683/03, conferem-lhe os
poderes de avocar o apuratório e de instaurar procedimento para apurar a inércia da
autoridade originariamente competente.

Quais os instrumentos disponíveis ao Sistema de Correição do Poder Executivo Federal


para o desempenho de atividades correcionais?
A Portaria CGU nº 335, de 30/05/2006, elenca que a atividade correcional utilizará como
instrumentos: a investigação preliminar, a sindicância investigativa, a sindicância
patrimonial, a sindicância contraditória, o processo administrativo disciplinar e a inspeção.
Dentre esse universo de instrumentos, empregam-se para apuração de irregularidades a
investigação preliminar, as três espécies de sindicância e o processo administrativo
disciplinar (excluindo-se a inspeção); e, para a apuração de responsabilidade, apenas
sindicância contraditória e o processo administrativo disciplinar são válidos (excluindo
também a investigação preliminar e as sindicâncias investigativa e patrimonial).

O que é investigação preliminar?


Antes de instaurar um PAD ou sindicância, a autoridade instauradora pode promover
diligências, averiguações ou qualquer outro tipo de procedimento prévio, a fim de amparar
sua decisão de instauração ou não do procedimento disciplinar. Assim, o objetivo da
investigação preliminar é fornecer, à autoridade instauradora, o máximo possível de
informações, internas ou externas, a fim de lhe propiciar o devido amparo e instrução para
a relevante decisão de instaurar ou não a sede disciplinar.

Com fundamento nos artigos 6º ao 8º da Portaria CGU nº 335/2006, a investigação


preliminar consiste num procedimento realizado no âmbito do órgão central e das
corregedorias setoriais, instaurado de forma sigilosa (sem publicidade), por ordem do
Ministro de Estado do Controle e da Transparência, do Secretário-Executivo, do
Corregedor-Geral ou dos Corregedores-Gerais Adjuntos, de ofício ou à vista de denúncia
(inclusive anônima) ou representação, quando não se justifique nem a imediata
instauração e nem o arquivamento liminar. Como o próprio nome indica, trata-se de
procedimento que antecede a fase contraditória, de forma que seu rito é inquisitorial, pois
não há a quem se garantir prerrogativas de defesa, e visa a coletar elementos para
subsidiar a decisão de instaurar ou não sindicância, inclusive patrimonial, ou processo
administrativo disciplinar (no caso de arquivamento, a decisão compete ao Corregedor-
Geral). Esta investigação preliminar, a cargo do órgão central ou das unidades setoriais,
tem prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo.

Qual a duração da investigação preliminar?


De acordo com o artigo 8º da Portaria CGU nº 335/2006, a investigação preliminar deverá
ser concluída no prazo de sessenta dias, sendo admitida prorrogação por igual período.

O que é sindicância investigativa?


A sindicância investigativa ou preparatória ou inquisitorial, que pode ser instaurada por
qualquer autoridade administrativa, não é prevista na Lei nº 8.112/90, e, como tal, não se
confunde com a sindicância contraditória, prevista nos artigos 143 e 145 daquele diploma
legal e que, de forma excludente, somente pode ser instaurada por autoridade
competente para a matéria correcional.

Não obstante, a sindicância inquisitorial, por falta de rito definido em qualquer norma,
pode adotar, extensivamente, no que cabível, os institutos, rito e prazos da sindicância
contraditória.

A sindicância investigativa, além de poder servir como meio preparatório para a


sindicância contraditória ou processo administrativo disciplinar, pode ser aplicada em
qualquer outra circunstância que comprometa a regularidade do serviço público. Assim, o
seu relatório tanto pode recomendar instauração de rito disciplinar, como também pode
esclarecer fatos, orientar a autoridade sobre falhas e lacunas normativas ou operacionais,
propor alteração ou rescisão de contratos de terceirizados e de prestadores de serviços
em geral, instauração de tomada de contas especial, recomendar medidas de gestão de
pessoal ou de gerência administrativa, alteração do ordenamento e criação ou
aperfeiçoamento de rotinas e de sistemas internos de controle.

No âmbito da CGU, a sindicância investigativa é regulada pelo inciso II do artigo 4º da


Portaria nº 335/2006.

O que é sindicância patrimonial?


A sindicância patrimonial, regulamentada pelo Decreto nº 5483, de 30/06/2005, constitui
procedimento investigativo, de caráter sigiloso e não-punitivo, destinado a apurar indícios
de enriquecimento ilícito por parte de agente público federal, a partir da verificação de
incompatibilidade patrimonial com seus recursos e disponibilidades.

De acordo com a Portaria nº 335/2006 a sindicância patrimonial no âmbito da CGU será


iniciada mediante determinação do Ministro de Estado do Controle e da Transparência, do
Secretário-Executivo da Controladoria-Geral da União, do Corregedor-Geral ou dos
Corregedores-Gerais Adjuntos.
O que é sindicância punitiva?
A sindicância punitiva ou acusatória ou contraditória é o procedimento para apurar
responsabilidade de menor gravidade e pode, se for o caso, depois de respeitados o
contraditório e a ampla defesa, redundar em apenação. O procedimento deve ser
conduzido por comissão de dois ou três servidores estáveis, no prazo de até trinta dias,
prorrogado por igual período.

O que é processo administrativo disciplinar - PAD?


O processo administrativo disciplinar – PAD é o instrumento para apurar responsabilidade
de servidor por infração cometida no exercício do cargo ou a ele associada, sob rito
contraditório, podendo aplicar todas as penas estatutárias. O PAD deve ser conduzido por
comissão formada por três servidores estáveis, no prazo de até sessenta dias, prorrogado
por igual período.

O que é inspeção correcional?


A inspeção destina-se a obter informações e documentos e a aferir o cumprimento de
normas, orientações técnicas, recomendações e determinações, bem como verificar a
regularidade, eficiência, eficácia e prazos dos trabalhos no Sistema de Correição. Pode
ser realizada pelo órgão central nas unidades setoriais e, por estas, nos Ministérios e nas
unidades seccionais.

Nos termos do artigo 23 da Portaria nº 335/2006, ao final de cada inspeção será


elaborado relatório circunstanciado, com os registros das constatações e recomendações
realizadas, que será encaminhado ao Órgão Central do Sistema

Conceitue a prescrição administrativa e os casos em que ela se aplica.

Diferencie representação de reclamação administrativa.


Representação: Ato através do qual o particular requer a anulação de ato lesivo ao
ineteresse público.
Reclamação: Ato de impugnação que visa a retirada de conduta administrativa que viola
direito preexistente de peticionante.

Qual a relação jurídica que permeia o emprego público.

Expressão designa o vínculo profissional entre a Administração Pública e os seus agentes


regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, mediante celebração de contrato que
definirá todos os direitos e obrigações do particular sujeito à disciplina administrativa e
também dos entes estatais, na relação ajustada.

Celso Antônio Bandeira de Mello estabelece que os empregos públicos "são núcleos de
encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para
desempenhd- los, sob relação trabalhista, como, alids, prevê a lei 9.962 de 22.2.2000"

Os empregados detentores de empregos públicos se submetem a normas estipuladas no


próprio acordo firmado com o ente público, designado como "contrato de emprego" que
deve ser orientado, por todas as garantias constitucionais estampadas no art. 7° da Carta
Magna e na Consolidação das Leis Trabalhistas. Ressalte-se que tais normas definem,
somente, garantias mínimas a serem observadas pelo empregador, quando da assínatura
do contrato, sendo possível a ampliação destes direitos mediante ajuste próprio, No
âmbito federal, a CLT é aplicada subsidiariamente às normas estipuladas pela lei 9.962/00
que disciplína o regime de emprego público do pessoal da Administração Federal Direta
autárquica e fundacional, e dá outras providências e define que o contrato de trabalho
será celebrado por prazo indeterminado e somente será rescindido por ato unilareral da
Administração Pública, nas hipóteses previstas no art. 3° deste diploma legislativo.

Ocorre que o regíme de emprego foi abolido da Administração Direta, autárquica e


fundacional, em virtude da restauraçáo do Regime Jurídico Único, decorrente da
concessão de medida cautelar na ADI 2135, já analisada. nesta obra, em tópico anterior,
consolidado por meio da edição da lei 8.112/90.

Sendo assim, o regime de empregos, na estrutura organizacional da União Federal, fica


restrito às contratações de pessoal efetivadas nas empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas regidas pelo direito privado.

Consoante disposto no art. 61, §1°, II, "a" da Constítuição FederaL a criação de empregos
públicos deve ser feita mediante lei e, pelo princípio da simetria das formas, exige-se esta
mesma regra para sua extinção.

Ademais, para que seja possível a celebração de contrato de emprego, o particular deve
ter sido previamente aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos,
definido nos moldes do are. 37, II da CF, ainda que para prestação de serviços nos entes
privados da Administração Descentralizada.
O que é agente público?

A expressão agente público é bastante ampla, para determinar, de forma específica, os


sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa que age em nome do
Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem
remuneração e transitoriamente, Dessa forma, uma vez que o Estado está atuando por
via do sujeito, responderá pelos atos praticados, sendo a responsabilidade objetiva do
Estado nos moldes do art. 37, §6° da CRFB.

O que é estágio probatório?


Quais são as características do servidor ocupante de cargo em
comissão?

O ingresso nos órgãos e entidades integrantes da administração pública pode acontecer


por meio de cargos efetivos, em comissão e comissionados.

Os cargos efetivos são aqueles que podem ser exercidos exclusivamente por servidores
recrutados, a partir da Constituição Federal de 1988, exclusivamente por meio de
concurso público de provas e títulos. Conforme explica Aldino Graef, especialista em
políticas públicas e gestão governamental, “estes cargos podem ser isolados ou
integrantes de planos de cargos ou de carreira, em conformidade com a legislação
vigente”.

Já os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e


assessoramento e, nos termos do inciso V do artigo 37 da Constituição Federal, “a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei”. São os cargos mais elevados da hierarquia administrativa e são
considerados de livre provimento pelo governo, desde que obedecidos os percentuais
mínimos destinados aos servidores de carreira e os casos e condições para os servidores
previstos em lei.

Aldino ainda comenta as possíveis diferenças entre cargos em comissão e


comissionados. “A Constituição fala em ‘cargo em comissão’. Comissionado é, portanto,
um cargo cujo provimento é ‘em comissão’, característica dos cargos de confiança para
os quais não há concurso público. Por esta razão, os dois termos são usados muitas
vezes como sinônimos.”

Para os cargos em comissão, assim como as funções de confiança (previstas somente


para servidores), não há requisitos legais para os ocupantes destes cargos que não são
ocupantes de cargos de carreira.

No caso dos servidores de carreira, o inciso V do artigo 37 da Constituição estabelece


que a lei determinará os casos, condições e percentuais mínimos de cargos em comissão
a serem preenchidos por servidores de carreira. Mas esta lei ainda não foi aprovada.

“Consequentemente não foi definido tampouco o campo específico dos cargos em


comissão e das funções de confiança, ambas estruturas previstas para as atividades de
direção, chefia e assessoramento. Existe apenas um Decreto do Presidente da República,
que alcança apenas o Poder Executivo Federal, o Decreto nº 5.497, de 21 de julho de
2005, que estabelece percentuais mínimos de cargos dos níveis mais baixos da estrutura
hierárquica (os níveis de DAS 1, 2, 3 e 4) a serem ocupados por servidores ocupantes de
carreira, não havendo definição para os níveis mais elevados (DAS 5 e 6 e cargos de
Natureza Especial, destinados a Secretários Executivos de Ministérios e outros
equivalentes)”, completa Aldino.

Não há, portanto, qualquer definição dos “casos” e das “condições” para o exercício dos
cargos em comissão por servidores. A ausência da regulamentação do referido dispositivo
constitucional implica, na prática, na ausência de requisitos legais e, também, na ausência
de espaços da hierarquia definidos para os cargos em comissão e para as funções de
confiança.

Quando questionado sobre as diferenças nas remunerações e benefícios, Aldino explica.


“Não há relação entre a remuneração dos cargos em comissão e dos cargos efetivos. A
Lei estabelece as remunerações para cada cargo e em épocas distintas. Cumpre ressaltar
que o ocupante de cargo efetivo, o militar ou o empregado permanente de qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios quando investido em
cargo em comissão pode optar entre três fórmulas distintas de remuneração: receber a
remuneração da tabela do cargo em comissão, acrescida dos anuênios; receber a
remuneração do seu cargo efetivo, posto, graduação ou emprego, acrescida da diferença
desta remuneração com a do cargo em comissão; receber a remuneração do seu cargo
efetivo, posto, graduação ou emprego, acrescida do percentual de 60% da remuneração
do cargo em comissão.”
Mas, segundo Aldino, este adicional proveniente do exercício do cargo em comissão não
é incorporado à remuneração do cargo efetivo do servidor e não se incorpora aos
proventos de aposentadoria.

Segundo decisão recente do Tribunal Superior do Trabalho, "o vínculo existente entre o
ocupante de cargo comissionado e o ente público não é empregatício, e sim
administrativo, de caráter precário e transitório, com possibilidade de exoneração sem
causa".

Entenda as principais diferenças


Cargos efetivos
- Ingresso através de concurso público
- Regido pela lei 8112/90 (União)
- Aposentadoria se dá pelo regime próprio dos servidores públicos

Cargos em comissão
- Não precisa de concurso público para ingressar
- Apenas para cargos de chefias, assessoramento e direção
- Sem estabilidade (exonerado “ad nutum”)
- Não precisa ser titular de cargo efetivo – ocupante de cargo efetivo que é nomeado para
cargo em comissão fica afastado das atribuições do cargo efetivo
- Aposentadoria pelo INSS

Saiba mais sobre o artigo 37 da Constituição


Segundo o artigo, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão ou científico.

Quais os direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos


civis?

Direito Administrativo Descomplicado: pg 257- 413

Quais as formas de provimento e vacância dos cargos públicos?

Direito Administrativo Descomplicado: pg 347- 357; 366

Quais as exigências constitucionais para a investidura em cargo ou


emprego público?

Direito Administrativo Descomplicado: pg 261-263


Quais são os requisitos para a requisição da propriedade privada?

Direito Administrativo Descomplicado: pg 953-955

Defina ocupação temporária.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 955-957

Defina a evolução histórica e fundamentos jurídicos da


responsabilidade patrimonial do Estado por atos da administração
pública.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 947-950

Conceitue as teorias subjetivas e objetivas da reponsabilidade


patrimonial do Estado.

Direito Administrativo Descomplicado: pg 755-760

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