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Constitucionalismo
Lugares importantes:
- EUA;
- Inglaterra;
- França.
Neoconstitucionalismo
Após a 2ª GM, houve uma modificação em relação à função da Constituição e os direitos que
assegura.
Seria preciso alçar à constituição a posição de norma jurídica suprema, da qual decorrem todas
as leis.
■ Estado constitucional de direito: a Constituição passa a ser o centro do sistema, marcada por
uma intensa carga valorativa;
■ plebiscito;
■ referendo;
■ iniciativa popular.
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO:
Sentido sociológico
Valendo-se do sentido sociológico, Ferdinand Lassalle, em seu livro ¿Qué es una Constitución?,
defendeu que uma Constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social,
refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima,
caracterizando-se como uma simples “folha de papel”. A Constituição, segundo a conceituação
de Lassalle, seria, então, a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
Sentido político
Segundo Carl Schmitt, podemos distinguir Constituição de lei constitucional. Constituição seria
a decisão política fundamental. Por outro lado, leis constitucionais seriam os dispositivos que
estão inseridos na Constituição, mas que não tratam da matéria de decisão política
fundamental.
Do ponto de vista material, o que vai importar para definirmos se uma norma tem caráter
constitucional é o seu conteúdo, e não a forma pela qual foi aquela norma introduzida no
ordenamento jurídico.
Por outro lado, quando nos valemos do critério formal não mais nos interessará o conteúdo da
norma, mas sim a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico.
Sentido jurídico
Sentido culturalista
Nesse sentido, pode-se dizer que a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela
sociedade e que sobre ela pode influir.
A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as
aparentes antinomias deverão ser afastadas.
Muitas vezes associado ao princípio da unidade, conforme ensina Canotilho, “... na resolução
dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista
que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. Como tópico
argumentativo, o princípio do efeito integrador não se assenta numa concepção
integracionista de Estado e da sociedade (conducente a reducionismos, autoritarismos,
fundamentalismos e transpersonalismos políticos), antes arranca da conflitualidade
constitucionalmente racionalizada para conduzir a soluções pluralisticamente integradoras”
(2003, p. 227).
■ necessidade (por alguns denominada exigibilidade): a adoção da medida que possa restringir
direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e se não se puder substituí-la por
outra menos gravosa;
Peter Häberle propõe que se supere o modelo de interpretação de uma sociedade fechada
(nas mãos de juízes e em procedimentos formalizados) para a ideia de uma sociedade aberta
dos intérpretes da Constituição, vale dizer, uma interpretação pluralista e democrática e por
aqueles que “vivem” a norma.
Como exemplo, podemos lembrar o papel do amicus curiae e as audiências públicas buscando
legitimar as decisões tomadas pelo STF.
Estrutura da Constituição
O preâmbulo situa-se no domínio da política. Não tem relevância jurídica, não tem força
normativa, não cria direitos ou obrigações, não tem força obrigatória, servindo, apenas, como
norte interpretativo das normas constitucionais. Por essas características, a invocação à
divindade não é de reprodução obrigatória nos preâmbulos das Constituições Estaduais e leis
orgânicas do DF e dos Municípios.
O ADCT, como o nome já induz (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), tem
natureza de norma constitucional e poderá, portanto, trazer exceções às regras colocadas no
corpo da Constituição.
O poder constituinte derivado decorrente, por outro lado, não se estende aos Municípios e aos
Territórios Federais que eventualmente venham a ser criados, no primeiro caso pelo fato de o
Município sofrer uma dupla vinculação (Constituição Estadual e Constituição Federal) e, na
situação dos Territórios, por não terem autonomia federativa, já que devem ser considerados
como mera extensão da União.
O poder constituinte difuso pode ser caracterizado como um poder de fato e se manifesta por
meio das mutações constitucionais (tema já estudado), quais sejam, alterações no sentido
interpretativo das normas.
RECEPÇÃO
Podemos, então, concluir: para se verificar o fenômeno da recepção, é preciso que a lei (ou ato
normativo) preencha os seguintes requisitos:
■ ter compatibilidade formal e material perante a Constituição sob cuja regência ela foi
editada (no ordenamento anterior).
REPRISTINAÇÃO
O fenômeno da repristinação ocorrerá quando uma lei revogada volta a produzir efeitos se a
lei que a revogou vier a ser revogada. Para tanto, é necessária previsão expressa.
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis
com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional.
A recepção material das normas constitucionais ocorre quando uma norma da Constituição
anterior é recepcionada com o mesmo status de norma constitucional pelo novo ordenamento
jurídico.
Como exemplo, lembramos o art. 34, caput, e seu § 1º, do ADCT da Constituição de 1988, que
assegurou, expressamente, a continuidade da vigência do sistema tributário anterior durante
os 5 primeiros meses do novo ordenamento.
Note-se, porém, que referidas normas são recebidas por prazo certo e com caráter precário.
A restrição de referidas normas constitucionais pode-se concretizar não só por meio de lei
infraconstitucional, mas, também, em outras situações, pela incidência de normas da própria
Constituição, desde que ocorram certos pressupostos de fato, por exemplo a decretação do
estado de defesa ou de sítio, limitando diversos direitos (arts. 136, § 1º, e 139 da CF/88).
São aquelas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada, não têm o
condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa
infraconstitucional. São, portanto, de aplicabilidade mediata e reduzida, ou, segundo alguns
autores, aplicabilidade diferida.
São próprias do ADCT, notadamente aquelas normas que já cumpriram o papel, encargo ou
tarefa para o qual foram propostas.
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o art. 5º, § 1º, da
CF/88, têm aplicação imediata.
O termo “aplicação”, não se confunde com “aplicabilidade”, na teoria de José Afonso da Silva,
que classifica, conforme visto, as normas de eficácia plena e contida como tendo aplicabilidade
direta e imediata e as de eficácia limitada como possuidoras de aplicabilidade mediata ou
indireta.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Pode-se afirmar que a maioria da doutrina brasileira acatou, inclusive por influência do direito
norte-americano, a caracterização da teoria da nulidade ao se declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo (afetando o plano da validade).
Trata-se, nesse sentido, de ato declaratório que reconhece uma situação pretérita, qual seja, o
“vício congênito”, de “nascimento” do ato normativo.
Assim, o ato legislativo, por regra, uma vez declarado inconstitucional, deve ser considerado,
nos termos da doutrina brasileira majoritária, como “... nulo, írrito, e, portanto, desprovido de
força vinculativa”.
Trata-se da denominada técnica de modulação dos efeitos da decisão, a qual o STF também
vem aceitando, em algumas situações, para o controle difuso.