Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito Eleitoral do preparatório para 38º
exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
3 Hermes Hilarião
O Direito Eleitoral cuida do exercício da soberania popular, por meio da qual o povo exerce todo o
poder que lhe pertence, de forma direta ou indireta.
Art. 1º, parágrafo único, da CRFB/88. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
• A soberania popular é o poder dado ao povo, exercido por meio do sufrágio universal, voto direto,
secreto e com valor igual para todos, do plebiscito, do referendo, da iniciativa popular de leis, da
ação popular e por outros meios que viabilizem a manifestação da vontade do povo.
• O Direito Eleitoral, além de zelar pelo exercício do poder pelo povo, cuida de todos os instrumentos
de manifestação da vontade deste, não se limitando a regular somente as eleições, mas todos os
meios de manifestação do poder popular.
o Por tratar de soberania popular, princípio fundamental da República, faz parte do Direito
Público.
• A principal função do Direito Eleitoral é proporcionar e assegurar que a conquista do poder pelos
grupos sociais seja efetuada dentro de parâmetros legais preestabelecidos, sem o uso da força ou de
quaisquer subterfúgios que interfiram na soberana manifestação da vontade popular.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
4 Hermes Hilarião
• O Direito Eleitoral tem por objeto o alistamento eleitoral, a aquisição, perda e suspensão dos
direitos políticos, os sistemas eleitorais, a propaganda eleitoral, as garantias eleitorais, os crimes e
ilícitos eleitorais, as eleições, dentre outros institutos relacionados ao exercício da soberania
popular.
• Por fim, durante nossas noções iniciais, devemos distinguir o Direito Eleitoral do Direito
Partidário:
os Direitos Políticos (artigos 14 a 16 da CF/1988), pois, são esses Direito que trata dos
direitos que viabilizam o exercício da soberania popular. X partidos políticos é o
Não há, no âmbito do Direito Eleitoral, o tratamento normativo dos Direito Partidário.
partidos políticos, uma vez que entre estes e os direitos políticos
existe uma distinção conceitual.
[...] 1. A Justiça Eleitoral não detém competência para apreciar feitos em matérias respeitantes a
conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados, quando estas não tenham reflexo no prélio
eleitoral. [...] (AgR-AI n. 7098, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 23/06/2015).
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
5 Hermes Hilarião
• O Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujo objeto são os institutos, as normas e os
procedimentos que regulam o exercício do direito fundamental de sufrágio com vistas a assegurar
o exercício da soberania popular, à validação da ocupação de cargos políticos e à legitimação do
exercício do poder estatal. (José Jairo Gomes).
• Regula todas as fases do processo eleitoral, desde o alistamento até a fase de diplomação dos
candidatos eleitos e é dotado de autonomia didática, científica e normativa. Além disso, suas normas
têm natureza cogente, ou seja, imperativas (Ius cogens).
• Em razão da indisponibilidade dos bens e interesses envolvidos, não possui valor jurídico
qualquer acordo em que candidato ou partido abra mão de direitos ou prerrogativas que lhes sejam
assegurados.
2.1. Primárias
I) Constituição Federal;
II) Código Eleitoral;
III) Lei de Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90);
IV) Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95);
V) Lei das Eleições (Lei 9.504/97);
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
6 Hermes Hilarião
2.2. Secundárias
I) Resoluções do TSE.
IMPORTANTE:
→ As resoluções do TSE são fontes secundárias, contudo, podem ter força
de lei, tornando-se fonte primária de direito eleitoral quando
possuírem força normativa de lei ordinária federal e houver omissão
legislativa sobre o que versar a resolução.
→ Tais resoluções decorrem do poder conferido ao Tribunal Superior
Eleitoral pelo Código Eleitoral nos seguintes dispositivos:
********************************************
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
IX - Expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste
Código;
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
7 Hermes Hilarião
• Destaca-se que é de competência privativa da União legislar sobre direito eleitoral. Contudo, a
edição de medidas provisórias sobre a matéria é VEDADA.
o Veja-se:
Art. 62, da CRFB/88. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional:
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
políticos e direito eleitoral;
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
8 Hermes Hilarião
Para Miguel Reale (1994, p. 60), sob o enfoque lógico, os princípios são verdades ou juízos
fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos,
ordenados em um sistema de conceitos relativos a dada porção da realidade.
IMPORTANTE
Este princípio é cláusula pétrea e somente aplica-se às leis que alteram o
processo eleitoral.
B) PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES (CF, ART. 14, § 9º): Tal princípio é baseado na ideia
e proteção de cidadania, bem como na necessidade de manter-se a igualdade de oportunidades. É a
escolha democrática daqueles que o povo julga mais capacitados a representá-lo, sem abuso de poder
econômico ou de exercício de função, por exemplo. Preza-se pela obediência à moralidade e probidade
nas eleições.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
9 Hermes Hilarião
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
10 Hermes Hilarião
Em breve contextualização, cabe elencar algumas das fases mais relevantes do processo
eleitoral:
f) APURAÇÃO DOS VOTOS – Fase de checagem e contagem dos votos válidos, brancos e nulos.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
11 Hermes Hilarião
Direitos políticos são aquelas prerrogativas que permitem ao cidadão participar na formação e
comando do governo. Eles estão previstos na Constituição Federal, que estabelece um conjunto
sistemático de normas respeitantes à atuação da soberania popular.
Para que se concretize a capacidade eleitoral passiva, ou seja, a capacidade de ser votado, é
necessário o preenchimento das condições mínimas de elegibilidade.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
12 Hermes Hilarião
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
13 Hermes Hilarião
2. CAUSAS DE INELEGIBILIDADE
• Além de preencher as condições mínimas de elegibilidade, para o pleno gozo dos direitos
políticos positivos, o cidadão não deve incorrer em nenhuma das causas de inelegibilidade
(direitos políticos negativos).
• A inelegibilidade é a perda da capacidade de ser votado para ocupar cargo público eletivo
(impedimento do exercício da capacidade eleitoral passiva). As causas de inelegibilidade
dividem-se em constitucionais e infraconstitucionais, conforme destacado a seguir.
• É necessário mencionar que a distinção que se faz entre inelegibilidades de natureza
constitucional e de natureza legal não se faz em vão. Quanto às primeiras, estas não são
alcançadas pela preclusão, podendo ser arguidas na fase de registro de candidatura ou após,
antes ou depois da data das eleições. Por outro lado, as inelegibilidades infraconstitucionais
devem ser suscitadas na primeira oportunidade após o seu surgimento, sob pena de preclusão.
IMPORTANTE
IMPORTANTE
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
15 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
16 Hermes Hilarião
A inelegibilidade constante nesta alínea não se aplica aos crimes culposos e nem aos crimes
definidos em lei como de menor potencial ofensivo ou de ação penal privada.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
17 Hermes Hilarião
b) Art. 1º, inciso I, alínea “g”: Os que tiverem suas contas relativas ao exercício
de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que
configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão
irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada
pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos
seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso
II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
c) Art. 1º, inciso I, alínea “j”: Os que forem condenados, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção
eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de
recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8
(oito) anos a contar da eleição;
d) Art. 1º, inciso I, alínea “p”: A pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas
responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito)
anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22. Doações
acima do limite permitido (10% do rendimento bruto) caracterizam-se como
ilegais.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
18 Hermes Hilarião
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
19 Hermes Hilarião
São órgãos da Justiça Eleitoral: o Tribunal Superior Eleitoral (com sede em Brasília); os
Tribunais Regionais Eleitorais (na capital de cada Estado e no Distrito Federal); os juízes eleitorais; e as
juntas eleitorais.
➢ Tribunal Superior Eleitoral (TSE): É a corte suprema do Direito Eleitoral (lembrando que o
STF está, hierarquicamente, acima do TSE). Sua composição é formada por, no mínimo, sete
membros, a serem escolhidos da seguinte maneira (art. 16, Código Eleitoral):
IMPORTANTE
Ou seja, Ministro do TSE cuja função também seja de Ministro do STF, em hipótese
de atuação em um caso no TSE, tem permissão para atuar novamente no mesmo
processo caso ele chegue ao Supremo.
Quanto à competência do Tribunal Superior Eleitoral, está disposta nos arts. 22 e 23 do Código
Eleitoral:
*************************************************
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
23 Hermes Hilarião
➢ Tribunal Regional Eleitoral (TRE): Haverá um Tribunal Regional Eleitoral em cada Estado e
um no Distrito Federal.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
24 Hermes Hilarião
*************************************************
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
26 Hermes Hilarião
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
27 Hermes Hilarião
➢ Juiz Eleitoral: Não existe um corpo de magistrados próprios da Justiça Eleitoral, seus cargos são
temporários e não possuem vitaliciedade. O juiz eleitoral é um juiz de direito da Justiça Estadual,
designado pelo TSE para o exercício da função por dois anos, prorrogáveis por mais dois.
Em caso de juiz de comarca com vara única que também seja zona eleitoral, o magistrado
também será juiz eleitoral, não havendo limitação temporal.
Sua competência está disposta no art. 35 do Código Eleitoral.
➢ Junta Eleitoral: Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente,
e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. (Art. 36 do Código Eleitoral).
Seus membros serão nomeados 60 dias antes da eleição, após aprovação pelo presidente do TRE,
a quem cumpre também designar-lhes a sede.
Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas
serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias,
em petição fundamentada, impugnar as indicações.
Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares:
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e
cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
28 Hermes Hilarião
CALENDÁRIO ELEITORAL
O Calendário Eleitoral é expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral e disciplina todos os prazos
do ano eleitoral, determinando datas-limite para o atos como a filiação, a regularização do título de
eleitor, o registro de candidatura do pré-candidato designado em convenção eleitoral e etc.
Merecem destaque os seguintes atos:
a) 5 DE MARÇO - Resoluções do TSE – Data limite para o Tribunal Superior Eleitoral publicar
as instruções relativas às eleições gerais do ano.
e) SEIS MESES ANTES DA DATA DAS ELEIÇÕES - Desincompatibilização e filiação – Data até
a qual o Presidente da República, as Governadoras ou os Governadores de Estado e do Distrito Federal
e as Prefeitas e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos, caso pretendam concorrer a
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
29 Hermes Hilarião
PROPAGANDA POLÍTICO-ELEITORAL
IMPORTANTE
A propaganda eleitoral, inclusive na internet, somente é permitida após o
dia 15 de agosto do ano da eleição.
A propaganda eleitoral só é permitida a partir do dia 16 de agosto do ano da eleição até o dia
do pleito. Nessa oportunidade, o candidato já terá sido escolhido na convenção e seu pedido de registro
já deverá ter sido requerido a justiça eleitoral.
Caso a propaganda seja feita fora desse período, classifica-se como antecipada. Caracteriza-se
pela captação antecipada de votos, o que pode ferir a igualdade entre os candidatos e desequilibrar o
certame.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
32 Hermes Hilarião
Art. 36, §3º, Código Eleitoral. A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela
divulgação da propaganda e, quando comprovado o seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
33 Hermes Hilarião
É necessário analisar a propaganda eleitoral de forma mais detida, considerando que ela ocorre durante
todo o período eleitoral, entre o dia 16 de agosto e o dia das eleições.
a) Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam;
b) Nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego,
viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos;
c) É vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta
e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.
d) É vedada na campanha eleitoral a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou
com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou
quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor.
e) É vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a
empresa responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata retirada da
propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de R$5.000,00 a R$15.000,00.
f) Showmícios. Conhecidos pela utilização de shows ou apresentações artísticas, ainda que
gratuitas, para animar comício e reunião eleitoral.
IMPORTANTE
ADI 5970. O TSE e o STF compreenderam que a prática de “lives” na internet cujo
objetivo seja arrecadar fundos para a campanha eleitoral NÃO configura
showmício e está autorizada.
• Exceções
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
34 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
Art. 37, §4º, Código Eleitoral. Bens de uso comum, para fins eleitorais,
são os assim definidos pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil
e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas,
clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de
propriedade privada.
Art. 45. Encerrado o prazo para a realização das convenções no ano das eleições,
é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu
noticiário:
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
35 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
O STF declarou inconstitucionais os incisos II e III do art. 45 da Lei das Eleições,
o que significou uma maior liberdade humorística e jornalística durante o período
eleitoral. (ADI 4451).
É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde
que observado o limite de 80 decibéis de nível de pressão sonora, medido a 7 metros de distância do
veículo, apenas em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios (Art. 39,
§11 da Lei das Eleições).
Contudo, é vedada a utilização de trios elétricos em campanhas eleitorais, exceto para a
sonorização de comícios. (Art. 39, §10 da Lei das Eleições).
Até as 22 horas do dia que antecede a eleição, serão permitidos distribuição de material gráfico,
caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou
mensagens de candidatos (art. 39 §9º LE).
Conforme o art. 57-A da Lei das Eleições, a propaganda eleitoral na internet é permitida após o
dia 15 de agosto do ano das eleições.
A propaganda eleitoral na Internet poderá ser realizada nas seguintes formas:
• Direito de resposta
Disposto no art. 58 e parágrafos da Lei de Eleições, o direito de resposta pode ser exercido já a
partir da escolha de candidatos em convenção, quando o candidato, partido ou coligação forem
atingidos, ainda que indiretamente, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa
ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
38 Hermes Hilarião
Uma vez recebido o pedido, o ofensor será imediatamente notificado pela Justiça Eleitoral para
que se defenda em vinte e quatro horas, devendo a decisão ser prolatada no prazo máximo de setenta e
duas horas da data da formulação do pedido (art. 58, §2º).
Ainda segundo a Lei das Eleições, é cabível recurso às instâncias superiores sobre decisões que
versem do direito de resposta em até vinte e quatro horas, em atendimento ao princípio da celeridade
eleitoral.
Nesse sentido, as decisões da Justiça Eleitoral também devem ser proferidas no prazo máximo
de vinte e quatro horas.
➢ Vedações
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
39 Hermes Hilarião
➢ Requisitos
Observados os limites estabelecidos, somente serão aceitos valores para campanhas eleitorais
se provenientes de: recursos próprios do candidato; doações financeiras ou estimáveis em dinheiro de
pessoas físicas; doações de outros partidos políticos e de outros candidatos; comercialização ou
promoção de bens e/ou serviços e eventos de arrecadação realizados diretamente por candidatos ou
agremiações políticas; e recursos procedentes da aplicação de fundos à sua disposição.
Também serão admitidos recursos próprios das legendas, desde que identificada a origem e que
sejam provenientes do Fundo Partidário; do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC); de
doações de pessoas físicas efetuadas aos partidos; de contribuição dos filiados; da comercialização de
bens, serviços ou promoção de eventos; e de rendimentos decorrentes da locação de bens próprios das
siglas.
O partido não poderá transferir para o candidato ou utilizar, direta ou indiretamente, nas
campanhas eleitorais recursos que tenham sido doados por pessoas jurídicas, ainda que em exercícios
anteriores.
➢ Doações
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
40 Hermes Hilarião
➢ Fundo Partidário
O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é a fonte principal dos recursos
utilizados pelos partidos e agremiações políticas. Destina-se aos partidos cujos estatutos estejam
devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral e a prestação de contas esteja devidamente
regularizada.
Segundo o art. 38 da Lei dos Partidos Políticos:
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo
Partidário) é constituído por:
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e
leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente
ou eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos
bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao
número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta
orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de
agosto de 1995.
Do total do fundo partidário, conforme art. 41-A da Lei dos Partidos Políticos:
a) 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que
atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário;
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
41 Hermes Hilarião
A legislação eleitoral determinou que os partidos políticos devem destinar os recursos do Fundo
Eleitoral proporcionalmente ao total de candidaturas de mulheres e pessoas negras.
Se há 35% de candidaturas femininas no partido, elas deverão receber 35% do Fundo Eleitoral.
O percentual para as mulheres, contudo, não pode ser menor que 30%.
No caso de pessoas negras, se um partido lançou 50% de candidatos que se identificam como
negros, eles devem receber 50% dos recursos do Fundo.
A cada eleição é estabelecido um teto para os gastos das campanhas eleitorais majoritárias e
proporcionais. É o valor limite que cada candidato pode gastar para investir em sua campanha.
Os limites variam de acordo com o cargo para o qual o indivíduo está concorrendo e são
instituídos por lei. O TSE divulgará o montante exato que cada candidato poderá gastar a partir da
utilização de alguns critérios e cálculos complexos.
Nas eleições majoritárias, o limite é único, incluindo todos os gastos realizados pela chapa, ou
seja, pelo titular e respectivo vice ou suplente.
Contudo, conforme o parágrafo único do art. 18-A da Lei das Eleições, não estão sujeitos aos
limites estabelecidos “os gastos advocatícios e de contabilidade referentes a consultoria, assessoria e
honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor destas, bem como
em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político”.
Segundo o art. 18-B do mesmo diploma, o descumprimento dos limites de gastos estabelecidos
pode acarretar:
a) Sanção de multa de valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o limite estabelecido;
b) Apuração da ocorrência de abuso do poder econômico, que pode se dar tanto por meio de
AIJE, quanto no âmbito da ação por captação ou gastos ilícitos de recursos prevista no art. 30-A da Lei
das Eleições.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
42 Hermes Hilarião
Nas últimas eleições (2020 e 2022), os limites de gastos em campanha foram, em média, os
seguintes para cada cargo:
➢ Prestação de contas
A prestação de contas é um dever de todos os candidatos, com seus vices e suplentes, e dos
diretórios partidários nacionais e estaduais, em conjunto com seus respectivos comitês financeiros, se
constituídos. Tal medida é imposta para garantir-se a transparência e a legitimidade da atuação
partidária no processo eleitoral.
O candidato que renunciar à candidatura, dela desistir, for substituído, ou tiver seu pedido de
registro indeferido pela Justiça Eleitoral (JE) deverá prestar contas correspondentes ao período em que
participou do processo eleitoral, mesmo que não tenha realizado campanha. Se houver dissidência
partidária, os dissidentes também deverão prestar contas.
A prestação de contas é feita parcialmente e finalmente. A prestação parcial deverá ser
realizada duas vezes, em prazo que, geralmente, compreende o final de julho e o início de agosto para
a primeira prestação, enquanto a segunda prestação parcial é comumente realizada ente o final de
agosto e início de setembro. A ausência de prestação de contas parciais pode repercutir na regularidade
das contas finais.
A prestação de contas final deve ser feita até o trigésimo dia posterior às eleições, para todos os
candidatos que não concorrerem ao segundo turno e para os partidos políticos, incluídas as contas dos
respectivos comitês financeiros. Havendo segundo turno, as contas referentes aos dois turnos deverão
ser prestadas até o trigésimo dia posterior a sua realização.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
43 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
1.2 Legitimidade
a) Ativa: Podem ajuizar AIRC qualquer candidato (pré-candidato), partido político, coligação ou
o Ministério Público.
b) Passiva: A legitimidade passiva recai sobre o pré-candidato cujo registro busca-se impugnar.
Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá, no prazo de cinco dias contados da
publicação do edital relativo ao pedido de registro, dar notícia de inelegibilidade ao Juízo Eleitoral
competente, mediante petição fundamentada, apresentada em duas vias. O Cartório Eleitoral
procederá à juntada de uma via aos autos do pedido de registro do candidato a que se refere a notícia e
encaminhará a outra via ao Ministério Público Eleitoral, detentor de legitimidade ativa para ajuizar
AIRC.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
45 Hermes Hilarião
1.4 Competência
O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar a
veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6.
Terminado o prazo para impugnação, o candidato, o partido político ou a coligação serão
notificados para, no prazo de 7 dias, contestá-la ou se manifestar sobre a notícia de inelegibilidade,
juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas, inclusive
documentais, que se encontrarem em poder de terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos
judiciais ou administrativos, salvo os processos que estiverem tramitando em segredo de justiça.
Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova
protestada for relevante, o Juiz Eleitoral designará os quatro dias seguintes para inquirição das
testemunhas do impugnante e do impugnado em uma só assentada, as quais comparecerão por
iniciativa das partes que as tiverem arrolado, após notificação judicial.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
46 Hermes Hilarião
Nestes casos em que a competência inicial já pertence aos Tribunais Regionais ou Tribunal
Superior, é necessário observar o que determina o art. 13 da Lei Complementar 64/90:
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
47 Hermes Hilarião
Por fim, cabe ressaltar que os prazos elencados no art. 3º e seguintes da LC 64/90 são contínuos,
iniciando a partir da data de encerramento do prazo para registro de candidatos e não se suspendendo
aos sábados, domingos e feriados.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral está lastreada no art. 22 da Lei Complementar 64/90, já
referida como a Lei das Inelegibilidades, fruto de uma preocupação do Constituinte com os gravíssimos
efeitos do poder econômico ou político sobre as eleições. É o instrumento empregado para proteção da
lisura, legitimidade e autenticidade do prélio eleitoral e igualdade entre os candidatos.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
48 Hermes Hilarião
É utilizada para pedidos de abertura de investigação judicial, relatando fatos e indicando provas,
indícios e circunstâncias para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder
de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de
candidato ou de partido político.
Para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o
resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. (Art. 22, XVI,
LC 64/90).
2.2 Competência
2.3 Legitimidade
a) Ministério Público;
b) Candidatos;
c) Pré-candidatos (escolhidos em convenção partidária);
d) Partidos e Coligações;
O partido coligado NÃO TEM legitimidade para agir isoladamente. No mesmo sentido, o cidadão
também não possui legitimidade, porém, poderá noticiar o fato ao Ministério Público.
Como legitimados passivos, pode-se elencar:
a) Os candidatos beneficiados, e qualquer pessoa que tenha contribuído para o ato abusivo, com
exceção das pessoas jurídicas (o objeto do pedido é a cassação do registro ou diploma e a
decretação da inelegibilidade).
b) Partidos Políticos e coligações não ostentam legitimidade passiva para a causa em AIJE.
Entende-se que a ação deve ser ajuizada no período compreendido entre as convenções e o
registro de candidatura, até a data da diplomação dos eleitos (certificação da justiça eleitoral de que o
candidato foi eleito), momento a partir do qual não será mais possível utilizar-se da AIJE.
Nesta esteira, o TSE firmou posicionamento indicando que o fato considerado abusivo, que serve
como fundamento da ação, pode ter ocorrido em momento anterior à referida baliza inicial.
Seu rito procedimental está previsto no art. 22 da Lei Complementar 64/90, aplicando-se a todas
as ações que implicam cassação do registro ou do diploma do candidato.
b) Petição Inicial
➢ Objetivos pretendidos
Com a ação em exame pode-se buscar dois resultados. O primeiro diz respeito à decretação da
inelegibilidade do “representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato”.
A constituição de inelegibilidade figura como objeto imediato da demanda. Após reconhecer e
declarar a ocorrência do evento abusivo, a decisão judicial constitui ou erige nova situação jurídica,
consistente na inelegibilidade.
O segundo resultado liga-se à “cassação do registro ou diploma do candidato diretamente
beneficiado pela interferência do poder econômico e pelo desvio ou abuso do poder de
autoridade ou dos meios de comunicação”
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
51 Hermes Hilarião
➢ Causa de pedir
Na AIJE, os fatos devem demonstrar o abuso de poder econômico, político ou dos meios de
comunicação social, conforme previsão do artigo 14, § 9º, da CF, regulamentado pelos artigos 19 e 22,
XIV, ambos da LC nº 64/90.
Segundo o TSE, é irrelevante que o réu não tenha praticado, pessoalmente, os fatos abusivos,
pois para que seja responsabilizado basta “o mero benefício eleitoral angariado” com eles.
c) Rito procedimental
Art. 22, XIV. Julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação
dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
52 Hermes Hilarião
Art. 14. §10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral
no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Art. 14. §11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
No Código Eleitoral, pode-se extrair sua previsão dos arts. 222 e 237:
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
53 Hermes Hilarião
a) Fraude: A doutrina de Rodrigo López conceitua como “o ato voluntário que induz outrem em
erro, mediante a utilização de meio astucioso ou ardil. Pressupõe que a conduta seja perpetrada com o
deliberado proposito de induzir alguém em erro, configurando-se o ilícito quando houver benefício ou
prejuízo indevido a quaisquer dos atores do processo eleitoral (candidato, partido ou coligação)”.
Abrange toda e qualquer fase relacionada ao processo eleitoral (inclusive a fase de votação e
apuração), desde que tenha como resultado a interferência na manifestação de vontade do eleitorado,
com reflexos na apuração de fotos. Não importa o momento do processo eleitoral em que ocorreu a
fraude, sendo fundamental apurar se o ilícito apresentou reflexos na normalidade ou
legitimidade da eleição. O ato de fraudar significa a utilização de todo artifício ou ardil empregado
com o intento de enganar, afetar ou interferir na livre vontade do eleitor, com o fim de burlar a legislação
eleitoral para que determinado candidato seja favorecido.
IMPORTANTE
A verificação de fraude à cota de gênero nos partidos políticos tem sido
uma pauta recorrente. As decisões recentes dos tribunais regionais eleitorais e do
TSE determinam a anulação de todos os registros de candidaturas e a cassação
dos diplomas eletivos em razão de fraude à cota de gênero.
Cabe ressaltar que tal posicionamento tem despertado discussões acerca
da proporcionalidade da medida, porém, é o entendimento mantido até então.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
54 Hermes Hilarião
c) Abuso de poder econômico: Trata-se de hipótese em que o agente público emprega recursos
patrimoniais, públicos ou privados, sob os quais detém gestão ou controle, em seu favorecimento
eleitoral, de forma a comprometer a legitimidade do pleito.
3.3 Competência
3.4 Legitimidade
a) Ativa: Possui legitimidade para propor AIME qualquer candidato, partidos políticos (limitados
a sua circunscrição), coligação partidária e o Ministério Público. No mesmo sentido, o TSE
entende que, embora encerradas as eleições, a Coligação mantém legitimidade ativa para a
causa. O eleitor, de forma autônoma, não é parte legítima.
b) Passiva: Para ocupar o polo passivo, ou seja, responder a ação, é legítimo o candidato diplomado.
O Partido ou a Coligação não possuem legitimidade passiva, mas podem figurar como
assistente simples do réu.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
56 Hermes Hilarião
Da sentença que julgar AIME, em eleições municipais, é cabível o recurso no prazo de 3 dias,
na forma previsto pelo art. 258 do CE.
Do acórdão do TRE que julgar a AIME nas eleições municipais cabe recurso especial eleitoral
ao TSE (art. 276, inciso I, do CE).
Da decisão do TRE nas eleições federais e estaduais cabe recurso ordinário ao TSE (art.121 §4º,
inciso IV da CF).
De decisão do TSE nas eleições municipais cabível recurso extraordinário ao STF.
O Recurso Contra a Expedição de Diploma é a mais antiga das ações eleitorais e está previsto no
art. 262 do Código Eleitoral:
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de
inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de
condição de elegibilidade.
A doutrina diverge acerca da natureza jurídica do RCED. Para determinada parte, seria gênero
do recurso ordinário. Porém, segundo o posicionamento majoritário, o RCED possui a natureza jurídica
de ação, apesar de tal nomenclatura.
É descabido qualificá-lo como recurso, pois recurso é aforado, em regra, pelo sucumbente do
feito dentro de uma relação processual já existente e, in casu, inexiste qualquer relação processual
formada a partir da expedição do diploma.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
57 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
Súmula 47 do TSE: A inelegibilidade superveniente que autoriza a
interposição de recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262, do CE
- Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional,
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.
4.3 Legitimidade
a) Ativa: Podem propor Recurso Contra Expedição de Diploma candidato, Partido Político ou
Ministério Público.
b) Passiva: Detém legitimidade passiva os candidatos diplomados e, quando houver, seus vices
e suplentes.
4.4 Competência
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
58 Hermes Hilarião
Nas eleições estaduais e federais (Deputado Estadual, Distrital, Federal, Senador e Governador),
o RCED é interposto e processado pelo TRE e julgado pelo TSE.
Quanto às eleições presidenciais, o STF fixou que o TSE é o órgão competente para julgar
recursos contra expedição de diploma. Desse modo, a competência do TSE para julgamento do RCED
estende-se para Deputados – Distrital, Estadual e Federal –, Senador, Governador e Presidente.
Em resumo, nas eleições gerais a competência é do TSE, enquanto nas eleições nas municipais a
competência é dos TREs. A competência nunca será da zona eleitoral.
O prazo para proposição do RCED é de 3 dias, contado a partir do último dia limite fixado para a
diplomação, conforme o art. 262, §3º do Código Eleitoral:
Art. 262, § 3º. O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo
de 3 (três) dias após o último dia limite fixado para a diplomação e será suspenso
no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, a partir
do qual retomará seu cômputo.
Protocolada e recebida a petição inicial, será o recorrido citado para que tenha vista dos autos e,
no prazo de 3 dias, ofereça defesa ou contrarrazões.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
59 Hermes Hilarião
IMPORTANTE
Art. 216 CE - Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso
interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o
mandato em toda a sua plenitude.
REPRESENTAÇÕES ELEITORAIS
5. REPRESENTAÇÕES ELEITORAIS
A Representação Eleitoral, em sentido amplo, encontra base legal no art. 96 da Lei das Eleições.
De modo mais específico, esse dispositivo regula o cabimento de Representação nos casos de
propaganda eleitoral irregular.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
60 Hermes Hilarião
A Representação Eleitoral visa, especialmente, a aplicar uma multa aos candidatos e partidos
políticos que tenham descumprido as regras sobre propaganda política eleitoral regular, ou seja,
tenham praticado irregularidades não sujeitas à sanção de inelegibilidade por abuso do poder
econômico ou político ou por compra de votos, pois, nestes casos, segue-se o disposto nos arts. 22 da
LC nº 64/90 ou 41-A da Lei das Eleições.
5.1 Legitimidade
a) Ativa: A legitimidade ativa para propor a representação eleitoral tratada no art. 96 da Lei das
Eleições pertence a candidato, partido político ou coligação, bem como ao Ministério Público.
b) Passiva: Quanto à legitimidade para responder a uma representação, está recairá sobre o
agente violador das regras dispostas na Lei das Eleições. Ressalta-se que, exceto nos casos em que o
partido tenha efetivamente participado do ilícito cometido, a agremiação não será atingida por
eventuais sanções aplicadas ao representado, ainda que tenha sido beneficiada pela conduta irregular.
5.2 Competência
Conforme os incisos do art. 96, a competência para julgar Representação Eleitoral pertence:
A inicial deve relatar fatos e ser instruída com provas da propaganda irregular ou da conduta
ilícita diversa prevista na Lei das Eleições.
A defesa deverá ser feita em quarenta e oito horas. A celeridade do processo eleitoral enseja a
notificação por fax e meios eletrônicos.
O Ministério Público deve sempre dar o seu parecer em vinte e quatro horas. Após a decisão do
juiz, se for cabível recurso, deverá ser apresentado no prazo de vinte e quatro horas e as contrarrazões
devem ser ofertadas no mesmo prazo.
O julgamento do recurso ocorrerá em quarenta e oito horas.
É indiscutível a influência do poder econômico durante o pleito eleitoral, de modo que qualquer
tipo de abuso desta natureza deve ser coibido. Por esta razão, é cabível representação para denunciar
a prática de arrecadação e gasto ilícito de recursos, conforme o art. 30-A da Lei das Eleições:
Neste caso, a legitimidade ativa pertencerá somente a coligação e partidos políticos, bem como
ao Ministério Público. Candidatos não detém legitimidade para ajuizar Representação Eleitoral.
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
62 Hermes Hilarião
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA
6. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA
IMPORTANTE
Súmula nº 67, TSE: “A perda do mandato em razão da desfiliação
partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário”.
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa
causa, do partido pelo qual foi eleito.
Em síntese, são dois os pressupostos autorizadores da decretação da perda de cargo eletivo por
infidelidade partidária: efetiva desfiliação partidária e ausência de justa causa para a desfiliação.
A desfiliação traduz-se no ato pelo qual o mandatário rompe com o partido pelo qual foi eleito,
migrando ou não para outro. Após a desfiliação, pode ocorrer de o mandatário se refiliar e retornar ao
partido pelo qual se elegera. Nesse caso, seu anterior desligamento se torna irrelevante para os fins de
perda de mandato, pois a infidelidade não chega a se perfazer. Ainda porque a agremiação política não
sofre prejuízo, já que permanece com a vaga; além disso, aceitou de volta seu filiado, o que revela ter
perdoado seu ato.
Caso o mandatário seja expulso do partido, não cabe ação de perda de cargo eletivo por
desfiliação partidária, pois a infidelidade só se configura quando há desligamento voluntário da
agremiação.
6.1 Competência
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
64 Hermes Hilarião
NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br
Direito Eleitoral
65 Hermes Hilarião
________________________________________________________________________________________________
www.cejasonline.com.br