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Direito Administrativo

Prof.ª Franciele Kühl


Prof.ª Maria Valentina de Moraes
Prof. Matheus De Gregori
Querido aluno,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito


carinho para que você possa absorver, de forma rápida,
conteúdos de qualidade!
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!
Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe 1ª Fase Ceisc ♥

@prof.frankuhl
@prof.mvalentina_moraes
@prof.matheusdegre
Revisão Turbo | 36º Exame de Ordem
Direito Administrativo

1. Organização da Administração Pública

* Para todos verem: esquema

Particulares que
Administração direta Administração indireta
prestam serviço público
Permissionárias União Autarquias
Concessionárias Estados Fundações públicas
Autorizatários Distrito Federal Sociedade de
Municípios economia mista
Órgãos Empresa Pública
Associação Pública

DESCENTRALIZAÇÃO
Ato unilateral (no caso de
autorização) e contrato
administrativo (no caso de DESCONCENTRAÇÃO
concessão e permissão) Criação de órgão DESCENTRALIZAÇÃO
Tem personalidade jurídica Novo ente
Especialização interna
Criada ou autorizada por lei
Não tem personalidade
Tem personalidade jurídica
jurídica
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* Para todos verem: esquema

Pessoa jurídica de direito


público

Autarquia e Fundação
Lei específica
Pública de Direito Público
Criação

A própria lei é o ato


constitutivo

Pessoa jurídica de direito


privado

Fundação Pública de Lei específica apenas


Direito Privado/ S.E.M/ E.P autoriza

Deve o Poder Executivo


providenciar a sua criação
no registro público.

Atenção: Como já foi cobrado diversas vezes pela banca, é muito importante o estudo da lei
das Estatais, dos consórcios públicos e das principais características das Agências
Reguladoras, então vou indicar alguns artigos para leitura:

• Lei 13.303/2016: artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 11, 12, 13, 17, 29, 30, 38, 47, 49, 51, 54, 59 e 83.
• Lei 9.986/2000: artigos 3º, 4º, 5º, 6º, 8º, 8º-A, 8º-B, 9º e art. 2º da Lei 13.848/19.
• Lei 11.107/2005: artigos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 11
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2. Entidades Paraestatais

* Para todos verem: quadro comparativo

FORMA DE OBSERVAÇÃO
PRINCIPAL
ENTIDADE E LEI CONVÊNIO OU COMUM A
OBSERVAÇÃO
PARCERIA TODOS
OS (Organização Entidades de iniciativa
Social) Contrato de gestão privada; sem fins Sem fins
Lei 9.637/98 lucrativos e que prestam lucrativos;
serviço de interesse
público.
Não faz parte da
A grande diferença é
OSCIP (Organização Administração
que as OS absorveram
da Sociedade Civil de Pública direta ou
Termo de parceria serviços do Estado e as
Interesse Público) indireta;
OSCIP são entidades
Lei 9.790/99
que buscam fomento e
se enquadram nos Recebe fomento
requisitos da lei.
(incentivo) do
São instituídas por Estado;
servidores públicos sob
forma de fundação,
EA (Entidades de
Convênio, contrato, associação ou Presta atividade
apoio)
acordo; cooperativa; com a de interesse
Lei 8.958/94
finalidade de apoiar social;
projetos de ensino,
pesquisa, extensão, etc.
SSA (Serviços Sujeito a
Lei específica para Entidades como: do controle da
Sociais Autônomos)
cada Sesi, Senai, Senac, Administração
Lei específica para
entidade. Sesc, etc.
cada entidade. Pública;
Termo de
OSC (Organizações colaboração ou São as demais
Serviço não
da Sociedade Civil) termo entidades que buscam
exclusivo do
Lei 13.019/2014 e de fomento ou parceria com o Estado
13.243/16. acordo de para conseguir fomento. Estado;
cooperação;
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3. Responsabilidade Civil do Estado

3.1 Teoria do Risco Administrativo: Responsabilidade objetiva


* Para todos verem: esquema

Excludentes

Caso fortuito (imprevisível)


Força maior (natureza)
Culpa exclusiva da vítima (se a vítima concorre com o dano, o ônus é repartido)

3.2 Teoria do Risco Integral: Dano ambiental, atividade nuclear, queda de aeronave por ato
de guerra ou ato terrorista.

● Não há excludentes.

* Para todos verem: pirâmide entre Estado, Vítima e Agente

Estado

Ação de regresso:
responsabilidade
subjetiva

Vítima Agente
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3.3 Responsabilidade Subjetiva: aquela que exige a comprovação do dolo ou culpa.


• Omissão genérica
• Estatais que exploram atividade econômica

4. Improbidade Administrativa

Art. 37 da CF

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

* Para todos verem: esquema

Atos de improbidade
Art. 9º Constitui ato de Art. 10. Constitui ato de
improbidade administrativa improbidade administrativa que
importando em enriquecimento causa lesão ao erário qualquer Art. 11. Constitui ato de
ilícito auferir, mediante a práticade ação ou omissão dolosa, que improbidade administrativa que
ato doloso, qualquer tipo de enseje, efetiva e atenta contra os princípios da
vantagem patrimonial indevida em comprovadamente, perda administração pública a ação ou
razão do exercício de cargo,de patrimonial, desvio, apropriação, omissão dolosa que viole os
mandato, de função, de emprego malbaratamento ou dilapidação deveres de honestidade, de
ou de atividade nas entidades dos bens ou haveres das imparcialidade e de legalidade [...]
referidas no art. 1º entidades referidas
desta Lei [...] no art. 1º desta Lei [...]

Perda dos bens ou valores Perda dos bens ou valores


acrescidos ilicitamente ao acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função patrimônio, se concorrer esta
pública, suspensão dos direitos circunstância, perda da função Pagamento de multa civil de até24
políticos até 14 (catorze) anos, pública, suspensão dos direitos (vinte e quatro) vezes o valorda
pagamento de multa civil políticos até 12 (doze) anos, remuneração percebida peloagente
equivalente ao valor do acréscimo pagamento de multa civil e proibição de contratar com o
patrimonial e proibição de equivalente ao valor do dano e poder público ou de receber
contratar com o poder público ou proibição de contratar com o benefícios ou incentivosfiscais ou
de receber benefícios ou poder público ou de receber creditícios, direta ou indiretamente,
incentivos fiscaisou creditícios, benefícios ou incentivos fiscaisou ainda que por intermédio de
direta ou indiretamente, ainda que creditícios, direta ou pessoa jurídica da qual seja sócio
por intermédio de pessoa jurídica indiretamente, ainda que por majoritário, pelo prazo não superior
da qual seja sócio majoritário, intermédio de pessoa jurídica da a 4 (quatro) anos;
pelo prazo não superior a 14 qual seja sócio majoritário,
(catorze) anos; pelo prazo não superior a 12
(doze) anos;
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Prescrição: Tema sensível e que sofreu diversas alterações com as Lei nº 14.230/2021. Se
antes o prazo de prescrição era (basicamente) de cinco anos, agora o prazo é de 8 anos para
prescrição. O objetivo da prescrição é dar estabilidade às relações jurídicas.

Nos parágrafos do artigo 23 da LIA há previsões de suspensão e interrupção de prazo


prescricional. Uma novidade na nova redação da LIA é que, agora, haverá possibilidade da
chamada prescrição intercorrente no prazo de 4 anos, ou seja, prescrição que ocorre no
decorrer do processo judicial: “§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia
da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo”.

5. Compliance

5.1 Atos lesivos

Atos que atentem contra:

• Patrimônio público nacional ou estrangeiro


• Contra princípios da administração
• Compromissos internacionais assumidos pelo Brasil

5.2 Responsabilidade

* Para todos verem: esquema

Responsabilidade

Objetiva Subjetiva

Dirigentes ou
Pessoas jurídicas
administradores

Ou de qualquer pessoa
natural que participe como
autora, coautora ou partícipe
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5.3 Sanções

Esfera administrativa

Art. 6º

Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos


atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.

Esfera judicial

Art. 19

Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial,
ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes
sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
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6. Controle da Administração Pública

O controle é o instrumento jurídico de fiscalização sobre a atuação dos agentes, órgãos e


entidades da Administração Pública.

* Para todos verem: esquema

Atos eivados de
Poder-dever Anular
vício/ilegais
Administração
Atos legais, por
Pode Revogar conveniência ou
oportunidade

* Para todos verem: esquema

Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Ação Civil Pública, Ação


Ações
Popular, Mandado de Injunção, Habeas Data, Ação de Improbidade
de Administrativa, Ação Direta de Inconstitucionalidade
controle
Prescrição Regra é de 5 anos - prazo DECADENCIAL
Hierárquico
Obs: No Brasil não é
Hierárquico próprio: impróprio: para outra
exigido esgotamento
para a autoridade autoridade não é
da via administrativa
Recurso superior àquela que superior àquela que
para acesso ao
praticou o ato praticou o ato
Poder Judiciário (art
recorrido recorrido. Exige
5º, XXXV, da CF)
previsão legal.
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7. Processo Administrativo Federal

O processo administrativo não depende de forma determinado, a não ser que esteja
expressamente previsto em lei, isso se dá em razão do princípio da informalismo aplicado aos
processos administrativos (art. 22). O processo administrativo é composto pelas seguintes fases:

a) Instauração: de ofício ou a pedido; com observância aos requisitos do artigo 6º, motivação,
possibilidade de vários pedidos em um único requerimento (art. 8º);
b) Instrução: princípio da oficialidade, que não afasta as iniciativas dos interessados (art. 29);
vedada as provas obtidas ilicitamente (art. 30), sendo admissível prova emprestada (591 do
STJ); com possibilidade de juntar documentos, pareceres, requerer diligências (art. 38);
possibilidade de medida acautelatória (art. 45); relatório feito pelo órgão processante.
c) Decisão: dever de decidir (art. 48) no prazo de 30 dias, salvo prorrogação motivada (art. 49).

Pareceres em processos administrativos:


Quando for obrigatório um órgão consultivo ser ouvido (art. 41), o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade
de maior prazo. Se o parecer é obrigatório e vinculante, o processo NÃO terá
seguimento até a respectiva apresentação, sendo responsabilizado quem deu causa ao
atraso por descumprimento do prazo. Entretanto, se o parecer é obrigatório, mas NÃO
é vinculante, e deixar de ser emitido no prazo, o processo PODERÁ prosseguir e ser
decidido, sem prejuízo das responsabilidades de quem se omitiu.

A todo momento, em razão do princípio da autotutela (ou poder da autotutela) a


Administração Pública pode ANULAR seus atos eivados de vício de legalidade ou REVOGAR,
por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Entretanto, a
Administração Pública está sujeita ao prazo DECADENCIAL de 5 anos para anular atos
viciados, quando oriundos de boa-fé (art. 54). Podendo, ainda, quando não acarretarem lesão
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
poderão ser convalidados.
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Das decisões administrativas cabe recurso, podemos aqui dizer que há segunda
instância administrativa. Os recursos na Lei nº 9.784/99 são possíveis nos casos de legalidade
ou mérito. Trata-se de recurso hierárquico, isso porque ele dirigido a autoridade que proferiu a
decisão e, se não reconsiderar no prazo de cinco dias, deve encaminhá-lo para autoridade
superior (art. 56, §1º).

O artigo 57 estabelece o limite de três instâncias administrativas aos recursos:

Recurso - 3ª instância
administrativa
Recurso - 2ª instância
administrativa

Decisão recorrida

8. Bens Públicos

8.1 Classificação
* Para todos verem: quadro

Bens de uso comum do


Bens de uso especial Bens dominicais
povo

São os bens que São destinados às São os que


todos podem usar, instalações e aos pertencem ao acervo
como as ruas e praças. serviços públicos, do poder público, sem
como os prédios das destinação especial.
repartições ou escolas
públicas.

8.2 Características

Inalienabilidade:
Significa que bens públicos não podem ser vendidos livremente, mas essa regra não é
absoluta! Os bens de uso especial e os bens de uso comum são inalienáveis (são bens fora do
comércio), essa é a regra.
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Impenhorabilidade:
Os bens públicos não podem ser objeto de uma constrição judicial, de uma execução. Não
poder ser objeto de garantia;

Imprescritibilidade:
Trata-se da prescrição aquisitivas (usucapião). Nesse sentido, os bens públicos não
podem ser adquiridos pela posse mansa e pacífica por determinado espaço de tempo
continuado, nos moldes da legislação civil.
Importante salientar que a imprescritibilidade atinge inclusive os bens não afetados, não
sendo estes, também, passíveis de usucapião (art. 183, §3º e 191, parágrafo único, ambos da
Constituição Federal).

Não onerabilidade:
Os bens públicos não podem ser objetos de direito real de garantia, ou seja, não fica
sujeito à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca para garantir débitos do ente estatal.
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9. Agentes Públicos

Agentes públicos

Agentes Particulares
Agentes Agentes
militares em
políticos administrativos
colaboração

Mandato eletivo + Em algum


secretários/ Forças Armadas +
polícias militares + momento exercem
ministros + alto função +
escalão PJ. MP. bombeiros
militares particulares
TC. serviço público

Servidores
Servidores públicos Empregados públicos
temporários (contrato
(Estatutários) (celetistas) CLT
prazo determinado)
Lei n.º 8.112/90
art. 37, IX, CF

Cargo Cargo em Emprego


Público Comissão Público
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10. Concurso Público

Tratando-se de concurso público de agentes administrativos, que se submetem ao regime jurídico da


lei n.º 8.112 (servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais), é
vedada a abertura de novo concurso público enquanto ainda existirem candidatos aprovados em concurso
com prazo não expirado. Em se tratando de agentes públicos não submetidos a essa lei (os agentes
militares, por exemplo), valido é o dispositivo constitucional, cabendo a abertura de novo concurso.

Importante o destaque a outros artigos aplicáveis aos concursos públicos: o artigo 5º, §2º, da Lei n.º
8.112, e a Lei n.º 12.990/2014 dispõem sobre as reservas de vagas em concursos públicos, disciplinando as
porcentagens de vagas destinadas a pessoas com deficiência, em atribuições compatíveis, e a pessoas
negras. Vejamos:

Súmula importante:

Reservas legais em concursos públicos

Lei n.º 8.112/90:


Art. 5º, § 2o: Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência
de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas no concurso;

Lei n.º 12.990:


Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração
pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades
de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei.

Duas súmulas importantes do Superior Tribunal de Justiça sobre reservas para pessoas com
deficiência:

➔ Súmula 377/STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às
vagas reservadas aos deficientes.

➔ Súmula 552/STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para
o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
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11. Poder de Polícia

Art. 78, CTN

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando


direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.

Características/atributos

* Para todos verem: esquema

Discricionariedade

Oportunidade/conveniência ao aplicar

Auto-executoriedade

Execução direta de suas decisões

Coercibilidade

Imposição das medidas

Poder de Polícia é delegável?

Em regra, não, a exceção é no que se refere a atos materiais:


Normatizar e sancionar: não cabe.
Consentir (licença, alvará, autorização) e fiscalizar: cabe.

Tese de repercussão geral STF: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio
de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de
capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação
própria do Estado e em regime não concorrencial.
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12. Extinção da Concessão

A Concessão, ainda que possua prazo determinado, possui outras possibilidades de extinção:
Termo final do prazo, rescisão, anulação, caducidade, encampação e falência ou extinção da
concessionária. Cabe tratar um pouco sobre cada uma delas, elencadas no artigo 35 da lei n.º 8.987.

Art. 35. Extingue-se a concessão por:

I - advento do termo contratual;


II - encampação;
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do
titular, no caso de empresa individual.

➔ Advento do termo contratual:

É o fim do contrato em razão da chegada do prazo determinado, desvinculando-se o


concessionário da prestação do serviço público. Como bem destaca Carvalho Filho (2021, p. 442) “ainda
que extinto o contrato, responde o concessionário pelos atos praticados quando ainda vigente o ajuste.
Na verdade, o advento do termo final não pode significar um status integral de irresponsabilidade
administrativa e civil do concessionário”.

➔ Rescisão:

Como traz o artigo 39 da Lei n.º 8.987 “o contrato de concessão poderá ser rescindido por
iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente,
mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim”, destacando o parágrafo único desse
dispositivo a impossibilidade de que a prestação dos serviços públicos seja interrompida até sentença
judicial transitada em julgado.

➔ Anulação:

Podendo ocorrer pela via administrativa ou judicial, a anulação se dá quando existente vício de
legalidade no contrato). Assim, “Presente o vício, há presumida lesão ao patrimônio público, o que
permite o ajuizamento de ação popular para postular-se a anulação do ajuste” (CARVALHO FILHO, 2021,
p. 443).

➔ Caducidade

De forma inversa à rescisão, a caducidade ocorre quando há a “rescisão” unilateral da


Administração por descumprimento das cláusulas contratuais por parte da concessionária, podendo ser
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ato vinculado (artigo 27, Lei n.º 8.987) ou discricionário (artigo 38, Lei n.º 8.987). Deve-se observar, como
procedimento:

• Comunicação à concessionária sobre o descumprimento e determinação de prazo para


correção;
• Instauração de procedimento administrativo para apuração, com garantia da ampla defesa e
contraditório;
• Apurada a inadimplência da concessionária, será declarada a caducidade da concessão por
meio de decreto expedido pelo Chefe do Poder Executivo (CARVALHO FILHO, 2021);

Caducidade – ato vinculado

Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem


prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

Caducidade – ato discricionário

Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente,
a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas
as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.

§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:


I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as
normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou
regulamentares concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as
hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para
manter a adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos
prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de
regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento
e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da
concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

➔ Encampação

Como definido no artigo 37 da Lei n.º 8.987, a encampação refere-se à retomada, por parte da
Administração Pública, da prestação do serviço público. Faz-se necessária autorização legislativa e
indenização prévia;
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➔ Extinção da concessionária

A extinção da concessionária por falência ou extinção da empresa ou, ainda, falecimento ou


incapacidade do titular, ocorre, como pontua Carvalho Filho (2021, p. 447) “pela singela razão de que fica
inviável a execução do serviço público objeto do ajuste”, retornando a prestação do serviço público o
concedente, até nova concessão.

13. Atos Administrativos

ATOS ATOS
VINCULADOS DISCRICIONÁRIOS

competência competência
(vinculado) (vinculado)

finalidade finalidade
(vinculado) (vinculado)

forma forma
(vinculado) (vinculado)

MOTIVO
motivo Essa margem de liberdade
(discricionário
(vinculado) ) é chamada de

MÉRITO ADMINISTRATIVO.
OBJETO
objeto
(discricionário
(vinculado)
)

Discricionariedade: margem de liberdade, conferida pelo legislador, para que o agente público
avalie a conveniência e a oportunidade para prática do ato.
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• Lei autoriza = ato discricionário.


• Lei determina = ato vinculado.

Teoria dos Motivos Determinantes


Controle administrativo e judicial (de legalidade) relativo à existência e à pertinência ou
adequação dos motivos – fático e legal – que ela declarou como causa determinante da prática
de um ato.

14. Atos Administrativos e LINDB (arts. 20-30)

• não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas
as consequências práticas da decisão;
• motivação deve demonstrar necessidade e a adequação da medida imposta ou da
invalidação de ato, contrato, etc., inclusive em face das possíveis alternativas;
• decisão que decretar a invalidação de ato deve indicar de modo expresso
consequências jurídicas e administrativas;
• decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, etc., serão
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente;
• Revisão de ato, contrato etc. cuja produção já se houver completado levará em conta
as orientações gerais da época: vedada invalidação com base em mudança posterior
de orientação geral.

15. Extinção dos Atos Administrativos

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO CASSAÇÃO CADUCIDADE


Controle de Controle de mérito Beneficiário deixa de Ato perde
legalidade (conveniência e cumprir requisitos fundamento legal
oportunidade) atos
discricionários
administração ou APENAS Mudança nos fatos mudança na
judiciário (5 anos, administração legislação
salvo má-fé) (ilegalidade
superveniente)
ato inválido ato válido Causa superveniente Causa superveniente
(nulo ou
anulável)
Retroage Não retroage Não ocorre Precisa ser declarada
(ex tunc) (ex nunc) automaticamente
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16. Licitações

1. A Nova Lei nº 14.133/21 está em vacacio legis? Não. Vigente desde a publicação.
1. A lei nº 8.666/93 já está revogada? Não. Vigente até 01 de abril de 2023.
2. ADM pode escolher.
3. Não pode misturar.
4. Lei escolhida rege o contrato respectivo.
5. Cuidado com o enunciado.

Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes FASES, em sequência:


I - preparatória;
II - de divulgação do edital de licitação;
III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
IV - de julgamento;
V - de habilitação;
VI - recursal;
VII - de homologação.

Art. 28 Modalidades:
i - pregão;
ii - concorrência;
iii - concurso;
iv - leilão;
v - diálogo competitivo.
VEDADA a criação de outras modalidades de licitação ou combinação.

• Pregão: obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de


julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto;
• Concorrência: contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços
comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: a) menor
preço; b) melhor técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior retorno
econômico; e) maior desconto;
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• Concurso: escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de


julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
prêmio ou remuneração ao vencedor;
• Leilão: alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente
apreendidos a quem oferecer o maior lance;
• Diálogo Competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e
compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos;

Inexigibilidade Dispensa
Inviabilidade de É possível licitar
competição Lei autoriza não licitar
Licitação é "impossível" Discricionária
Rol exemplificativo Rol tatxativo

art. 74. é inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:
i - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços com
[fornecedor] exclusivo;
ii - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
iii - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização,
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:

• pareceres, perícias, projetos básicos ou executivos;


• consultorias técnicas e auditorias fiscalização,
• supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
• defesa de causas judiciais, etc.

iv - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;


v - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
art. 75. é dispensável a licitação (rol taxativo)
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Direito Administrativo

R$ 108.040,82 - obras e serviços de engenharia;


R$ 54.020,41 - outros serviços e compras;
Licitação “DESERTA” ou “FRACASSADA”, mantendo condições definidas em edital de licitação
realizada há menos de 1 (um) ano;
CASOS DE EMERGÊNCIA OU DE CALAMIDADE PÚBLICA, situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas,
PRAZO MÁXIMO DE 1 (UM) ANO.

Revogação Anulação
Fato Superveninete; VícioAnulação
insanável;
Interesse público; Ilegalidade;
Vício insanável;
Total apenas; Total ou parcial;
- Ilegalidade;
Vedada após assinatura do Total ou parcial; após contrato.
Possível mesmo
contrato. - Possível mesmo após contrato.

Procedimentos Auxiliares
Sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para realização, mediante
contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de
preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para
contratações futuras.

17. Contratos Administrativos

É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas


compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento (até R$ 10 mil).
• Prerrogativas da Administração (art. 104)
Essas são as cláusulas exorbitantes. Ex: alteração e extinção unilateral do contrato.
• Prazo serviços contínuos: 5+5.
Prazo indeterminado: administração pública como usuária de serviço público prestado em
monopólio.
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Direito Administrativo

Hipóteses de alteração dos contratos

Teoria Da Imprevisão

Para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de


força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou
previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal
como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no
contrato.
Hipóteses de extinção dos contratos

Unilateral (pela administração): motivação + contraditório.

Contratado terá direito à extinção:


● Supressão além do limite do art. 124;
● Suspensão de execução acima de 3 meses;
● Repetidas suspensões que totalizem 90 dias úteis;
● Atraso superior a 2 meses no pagamento;
● Não liberação de área, local ou objeto, para execução de obra, serviço ou fornecimento,
etc.

Aplicação das sanções não exclui, em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral
do dano causado à Administração Pública;

18. Intervenção do Estado na Propriedade Privada

Modalidades

Supressiva:

Desapropriação
● Desapropriação ordinária (CF/88, art. 5º, XXIV)
● Desapropriação Urbanística (CF/88, art. 182, § 4º)
● Desapropriação Rural - reforma agrária (CF/88, art. 184)
● Desapropriação “Confiscatória” (CF/88, art. 243)
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Direito Administrativo

Procedimento
1. Fase declaratória: decreto expropriatório; início do prazo caducidade (2 ou 5);
direito de penetrar no bem;

Fase executória:
1. Processo administrativo (se houver acordo = FIM); ou
2. Ação de desapropriação: discussão (mérito) sobre o valor da indenização apenas;
Imissão provisória na posse: urgência + depósito de valor arbitrado pelo Juiz;

Restritiva:
1.Servidão Administrativa;
2.Requisição;
3.Ocupação Temporária;

4.Limitações Administrativas;
5.Tombamento.

Conceitos complementares:
Tredestinação;

Retrocessão;

Direito de extensão;

Desapropriação indireta.
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Franciele Kühl, Maria Valentina de Moraes e Matheus DeGregori

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1) FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase


Diante da necessidade de construção de uma barragem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de
propriedade de certa sociedade de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para declarar a
desapropriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente da República, sendo certo que,
diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo dos entes federativos em questão, foi realizado acordo
na via administrativa para ultimar tal intervenção do Estado na propriedade.

Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

A) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo Município Alfa, porque
os bens federais não são expropriáveis.
B) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida, cumprindo ao
respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação.
C) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante acordo entre os
entes federativos envolvidos.
D) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública de propriedades
rurais.

2) FGV – 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q32
Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença, avançando para além dos
limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via pública, inclusive com possibilidade de desabamento de
parte da obra e risco à integridade dos pedestres. No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano,
o poder público municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito público que,
calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade privada em favor do interesse da
coletividade, determinou que Roberto demolisse a parte irregular da obra. O poder administrativo que fundamentou
a determinação do Município é o poder

A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a obedecer às ordens emanadas
pelos agentes públicos, que estão em nível de superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção
para fazer valer a supremacia do interesse público sobre o privado.

B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração Pública, em razão do atributo da
imperatividade, desde que haja a prévia e imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário.

C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para aplicar a lei, ainda que
tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de concretizar suas determinações,
independentemente de prévia ordem judicial.

D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual os agentes públicos
procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à transgressão da norma de polícia, redunda na
aplicação de uma sanção.

3) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Maria foi contratada, temporariamente, sem a realização de concurso público, para exercer o cargo de professora
substituta em entidade autárquica federal, em decorrência do grande número de professores do quadro permanente
em gozo de licença. A contratação foi objeto de prorrogação, de modo que Maria permaneceu em exercício por mais
três anos, período durante o qual recebeu muitos elogios. Em razão disso, alunos, pais e colegas de trabalho
levaram à direção da autarquia o pedido de criação de um cargo em comissão de professora, para que Maria fosse
nomeada para ocupá-lo e continuasse a ali lecionar. Avalie a situação hipotética apresentada e, na qualidade de
advogado(a), assinale a afirmativa correta.

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a) Não é possível a criação de um cargo em comissão de professora, visto que tais cargos destinam-se apenas às
funções de direção, chefia e assessoramento.
b) É adequada a criação de um cargo em comissão para que Maria prolongue suas atividades como professora na
entidade administrativa, diante do justificado interesse público.
c) Maria tem estabilidade porque exerceu a função de professora por mais de três anos consecutivos, tornando
desnecessária a criação de um cargo em comissão para que ela continue como professora na entidade autárquica.
d) Não é necessária a criação de um cargo em comissão para que Maria permaneça exercendo a função de
professora, porque a contratação temporária pode ser prorrogada por tempo indeterminado.

4) FGV – 2019 - OAB - XXVIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q30
A União celebrou convênio com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário. O
Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município encarregado da licitação e da contratação da
sociedade empresária responsável pelas obras. Após um certame conturbado, cercado de denúncias de
favorecimento e conduzido sob a estreita supervisão do prefeito, sagrou-se vencedora a sociedade empresária Vale
Tudo Ltda. Em escutas telefônicas, devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o direcionamento
da licitação para favorecer a sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, como sócios, os filhos do prefeito do
Município Alfa. Tendo sido feita perícia no orçamento, identificou-se superfaturamento no preço contratado.

Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.

A) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos em questão, pois, a partir do
momento em que ocorre a transferência de titularidade dos valores, encerra-se a jurisdição da Corte de Contas
Federal.

B) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do certame, configurando ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública e, por isso, sujeita os agentes
públicos somente à perda da função pública e ao pagamento de multa civil.

C) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma que terceiros, como é o caso da
sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não podem ser réus da ação judicial e, por consequência, imunes à eventual
condenação ao ressarcimento do erário causado pelo superfaturamento.

D) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, os agentes públicos envolvidos
e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras
medidas, como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais por um prazo determinado.

5) FGV – 2018 - OAB - XXVII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q31
No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de atividades de relevante
interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei autorizativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos
constitutivos no registro competente. Após a devida estruturação, tal entidade administrativa está em vias de iniciar
suas atividades.

Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa correta.

A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do capital social da entidade
administrativa, é permitida, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União.

B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no registro competente, na medida em que
a criação de tal entidade administrativa decorre diretamente da lei.

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C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito público, que não poderá contar com
privilégios fiscais e trabalhistas.
D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade administrativa, em regra, não
precisam ser precedidos de licitação.

6) FGV – 2018 - OAB - XXVII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q32
Após a contratação, sob o regime de empreitada por preço unitário, da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda.
para a construção do novo edifício-sede de uma agência reguladora, a Administração verifica que os quantitativos
constantes da planilha orçamentária da licitação – e replicados pela contratada – são insuficientes para executar o
empreendimento tal como projetado. Por isso, será necessário aumentar as quantidades de alguns serviços. Em
termos financeiros, o acréscimo será de 20% – que corresponde a R$ 2.000.000,00 – em relação ao valor inicial
atualizado do contrato.

Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.

A) O acréscimo de serviços poderá ser combinado apenas verbalmente, não sendo necessária sua redução a termo.

B) Por se tratar de cláusula exorbitante, mesmo que a sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. não concorde com
o acréscimo, a alteração poderá ser determinada unilateralmente pela Administração.

C) O contratado só está obrigado a aceitar os acréscimos de até 15% (quinze por cento) em relação ao valor inicial
atualizado do contrato; superado esse limite, a alteração só pode ocorrer com o consentimento da sociedade
empresária Faz de Tudo Ltda.

D) Diante da deficiência do projeto básico, a Administração deve obrigatoriamente anular o contrato após serem
oportunizados o contraditório e a ampla defesa à sociedade empresária Faz de Tudo Ltda.

7) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q28
Em uma movimentada rodovia concedida pela União a uma empresa privada, um veículo particular colidiu com
outro, deixando diversos destroços espalhados pela faixa de rolamento. Um dos objetos deixados sobre a pista
cortou o pneu de um terceiro automóvel, causando a colisão deste em uma mureta de proteção.

Com base no fragmento acima, assinale a afirmativa correta.

A) A concessionária deve responder objetivamente pelos danos causados, com fundamento na teoria do risco
administrativo.

B) Em nenhuma hipótese a concessionária poderá ser responsabilizada pelo evento danoso.

C) A concessionária responde pelos danos materiais causados ao terceiro veículo, com fundamento na teoria do
risco integral, isto é, ficou comprovado que o dano foi causado por culpa exclusiva de terceiro ou por força maior.

D) O proprietário do terceiro automóvel só será reparado pelos danos materiais caso demonstre a culpa da
concessionária, caracterizada, por exemplo, pela demora excessiva em promover a limpeza da rodovia.

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8) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q32
Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas,
após ter adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao processo administrativo
disciplinar. Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de
decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em
concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo que era de Maria.

Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

A) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior,
considerando que está ocupado por Alfredo.

B) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da existência e necessidade do cargo que
ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.

C) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato
demissional.

D) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e Alfredo
deverá ser reconduzido para o cargo de origem.

9) FGV – 2014 - OAB - XIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q29
A União licitou, mediante concorrência, uma obra de engenharia para construir um hospital público. Depois de
realizadas todas as etapas previstas na Lei n. 8.666/93, sagrou- se vencedora a Companhia X. No entanto, antes
de se outorgar o contrato para a Companhia X, a Administração Pública resolveu revogar a licitação. Acerca do
tema, assinale a afirmativa correta.

A) A Administração Pública pode revogar a licitação, por qualquer motivo, principalmente por ilegalidade, não
havendo direito subjetivo da Companhia X ao contrato.

B) A revogação depende da constatação de ilegalidade no curso do procedimento e, nesse caso, não pode ser
decretada em prejuízo da Companhia X, que já se sagrou vencedora.

C) A revogação, fundada na conveniência e na oportunidade da Administração Pública, deverá sempre ser motivada
e baseada em fato superveniente ao início da licitação.

D) Quando a Administração lança um edital e a ele se vincula, somente será possível a anulação do certame em
caso de ilegalidade, sendo-lhe vedado, pois, revogar a licitação.

10) FGV – 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Amadeu, assim que concluiu o ensino médio, inscreveu-se e foi aprovado em concurso público para o cargo de
técnico administrativo do quadro permanente de determinado Tribunal Regional Federal, cargo em que alcançou a
estabilidade, após o preenchimento dos respectivos requisitos legais. Enquanto estava no exercício das funções
desse cargo, Amadeu cursou e concluiu a Faculdade de Direito, razão pela qual decidiu prestar concurso público e
foi aprovado para ingressar como advogado de certa sociedade de economia mista federal, que recebe recursos da
União para o seu custeio geral. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

A) Amadeu poderá acumular o cargo no Tribunal com o emprego na sociedade de economia mista federal, se houver
compatibilidade de horários.
B) A estabilidade já alcançada por Amadeu estende-se à sociedade de economia mista, considerando-se que aquela
se consuma no serviço público, e não no cargo.

C) Amadeu, ao ser contratado pela sociedade de economia mista, continua submetido ao teto remuneratório do
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serviço público federal.


D) Amadeu poderia ser transferido para integrar os quadros da sociedade de economia mista sem a realização de
novo concurso público.

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Gabaritos das Questões:

1-B 2-D 3-A 4-D 5-A 6-B 7-A 8-D 9-C 10 - C

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