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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Estudaremos a partir de agora o assunto “improbidade administrativa” o que está descrito
na lei 8.429/92, apesar de há muito ter sido publicada a considero atual e as bancas também,
pois o assunto é extremamente cobrado em provas de concurso público, portanto adotarei
neste material a leitura concomitante da lei com comentários sobre os artigos mais importantes
e jurisprudências frequentes em prova a fim de preparar você da melhor forma possível.
VAMOS LÁ!
Como é um assunto muito abordado em provas, vamos memorizar: CRFB/88 art. 37 §4º
método mnemônico (Paris)
Após termos analisado a base constitucional da improbidade, vale a pena ressaltar que o
que o referido artigo se trata de uma norma de eficácia limitada cabendo então a lei estipular
quais atos seriam esses, em 1992 tivemos a edição da lei 8.429 e a sua aplicabilidade não é
federal e sim nacional, ou seja, tem aplicabilidade na União, nos Estados, no Distrito Federal e
nos Municípios.
O primeiro artigo e seu parágrafo único vai nos dizer quem são as pessoas que podem
SOFRER os atos de improbidade, portanto esquematizei abaixo para que você não perca
nenhuma questão sobre o assunto, cuidado pois aqui estão sujeitos passivos dos atos de
improbidade.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Administrativo. Processual civil. Agravo interno no recurso especial.
Improbidade administrativa. Inteligência do art. 2.º da Lei n.º 8.429/92.
ESTAGIÁRIA da Caixa Econômica Federal. Enquadramento no conceito de agente
público. Legitimidade para figurar no polo passivo da subjacente ação civil pública.
Agravo desprovido. 1. O art. 2.º da Lei n.º 8.429/92 dispõe: “Reputa-se agente
público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior” (entidades essas integrantes da
“administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
contribuído ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
anual” – art. 1.º do mencionado diploma). 2. Como já teve o ensejo de consignar
esta Corte, “o alcance conferido pelo legislador quanto à expressão ‘agente
público’ possui expressivo elastério, o que faz com que os sujeitos ativos
dos atos de improbidade administrativa não sejam apenas os servidores
públicos, mas, também, quaisquer outras pessoas que estejam de algum
modo vinculadas ao Poder Público”
(REsp1.081.098/DF, 1.ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 03.09.2009).
E não para por aí, pois esta lei também será aplicada ao PARTICULAR, no que couber,
àquele que, mesmo NÃO sendo agente público:
Induzem o agente à pratica do ato;
Concorrem para o ato;
Figuram como beneficiários do ato;
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Processual civil e administrativo. Recurso especial. Ação civil pública por ato de
improbidade. Violação ao artigo 535 do CPC inocorrente. Pessoa jurídica de direito
privado. Legitimidade passiva.1. Não há violação do artigo 535 do CPC quando o
acórdão, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos
trazidos pelo recorrente, adota fundamentação suficiente para decidir de modo
integral a controvérsia, apenas não adotando a tese defendida pelo recorrente,
manifestando-se, de maneira clara e fundamentada, acerca de todas as questões
relevantes para a solução da controvérsia, inclusive em relação às quais o recorrente
alega contradição e omissão. 2. Considerando que as PESSOAS JURÍDICAS
podem ser BENEFICIADAS E CONDENADAS por atos ímprobos, é de se
concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma
demanda de improbidade, ainda que desacompanhada de seus sócios.
3.Recurso especial não provido
(STJ, 1. Turma, REsp 970393/CE,21.06.2012)
ATENÇÃOOOO!
Lembre-se, o particular NUNCA responderá por ato de improbidade se não
estiver envolvido com alguém que é agente público. Para que ele seja réu em um
processo por uma conduta improba é condição obrigatória que ele haja em conluio
com alguém que é agente público.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Jurisprudência Processual civil. Administrativo. Réu particular. Ausência de
participação conjunta de agente público no polo passivo da ação de improbidade
administrativa. Impossibilidade.1. Os arts. 1.º e 3.º da Lei 8.429/92 são expressos
ao prever a responsabilização de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou
concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer
forma, direta ou indireta. 2. Não figurando no polo passivo qualquer agente
público, NÃO HÁ COMO O PARTICULAR figurar sozinho como réu em Ação de
Improbidade Administrativa. 3. Nesse quadro legal, não se abre ao Parquet a via
da Lei da Improbidade Administrativa. Resta-lhe, diante dos fortes indícios de fraude
nos negócios jurídicos da empresa com a Administração Federal, ingressar com Ação
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
Constitucional. Competência. Ação de improbidade contra Governador de
Estado. Duplo regime sancionatório dos agentes políticos: legitimidade. Foro por
prerrogativa de função: reconhecimento. Usurpação de competência do STJ.
Procedência parcial da reclamação. 1. EXCETUADA a hipótese de atos de
improbidade praticados pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA (art. 85, V), cujo
julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma
constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de
responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art.
37, § 4.º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo
infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza
(STJ,CorteEspecial,Rcl2790/SC,04.03.2010).
JURISPRUDÊNCIA DO STF
Os agentes políticos, com EXCEÇÃO do Presidente da República,
encontram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem
tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às
infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa
(STF, Tribunal Pleno, Pet3240 AgR/DF,10.05.2018).
OBS! O princípio da EFICIÊNCIA NÃO está explícito na lei 8429/92, mas isso não quer
dizer que o mesmo não é aplicado até porque, a partir da Emenda Constitucional 19/98, o
referido princípio se tornou expresso no texto constitucional.
Caso ocorra lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do
agente ou de terceiros, DAR-SE-Á O INTEGRAL ressarcimento do dano.
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Aqui
temos uma medida cautelar para assegurar que ao final do processo haja bem insuficientes para
ressarcir ao erário pois é possível que o indiciado queira se desfazer dos seus bens justamente
para após a condenação não ter como quitar o referido débito.
OBS! A indisponibilidade de bens recairá sobre bens que assegurem o integral
ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
ilícito.