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Capítulo 11 – Alinhamento e desenvolvimentismo associado (1946-1961)

=> Dutra e o alinhamento na guerra fria


=> Contexto: além da bipolaridade Estados Unidos e União Soviética e sua
DECORRENTE CONFRONTAÇÃO POLÍTICA e IDEOLÓGICA
* Havia ainda os problemas relativos a descolonização e a oposição entre PAÍSES
DESENVOLVIDOS e SUBDESENVOLVIDOS
=> Brasil e América Latina (imediato pós-guerra): no imediato pós-guerra, o Brasil e
a América Latina em geral ficaram sob HEGEMONIA ESTADUNIDENSE
* Quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista econômico e cultural
=> Influência estadunidense sobre o Brasil: NÃO FOI RESULTADO de um processo
espontâneo, mas decorreu de um plano deliberado no âmbito de uma ESTRATÉGIA
MAIS AMPLA formulada no contexto do início da Segunda Guerra Mundial
* Quando, por RAZÕES DE SEGURANÇA, careciam da simpatia e, sobretudo, da
colaboração do Brasil e da América Latina em geral
=> Plano estadunidense: tinha OBJETIVOS MAIS AMPLOS que não se
circunscreviam à conjuntura da guerra
* Trata-se da conquista de mercados e do fortalecimento das relações econômicas
visando ao CRESCIMENTO DA ECONOMIA e à CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA
DE PODER dos Estados Unidos
=> Brasil: por ter se REDEMOCRATIZADO em suas instituições, ter sido
COLABORADOR na política latino-americana dos Estados Unidos e ter PRESTADO
AUXÍLIO no esforço da guerra
* Esperava a INAUGURAÇÃO DE UMA NOVA FASE nas “relações especiais”
§ Entre os dois aliados
=> Frustração latino-americana (inclusive brasileira): nesse sentido, a frustração não
foi só a brasileira, mas latino-americana
* EUA (pós-guerra): tornaram-se um DOS POLOS DO PODER MUNDIAL e, nessa
condição, deram prioridade ao SISTEMA PLANETÁRIO DE SEGURANÇA
§ Que privilegiava, na aplicação de seus recursos, a cooperação com a Europa, com
o Oriente próximo e com a África
=> Interesse dos EUA pela América Latina: só ia ser despertado na conjuntura
política que ensejou a Operação Pan-Americana (OPA) do Presidente Juscelino
Kubitschek e, nomeadamente, pela revolução cubana
=> Brasil-EUA: os dois tinham CONCEPÇÕES DIFERENTES sobre a cooperação
para o desenvolvimento
* Brasil: enquanto o Rio de Janeiro insistia no caráter político de ajuda
* EUA: Washington, além de outras divergências, entendia que os programas de
desenvolvimento eram assuntos para serem tratados pelo BANCO INTERNACIONAL
DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO (BIRD)
=> Missão Abbink (1948): em 1948, Brasil e Estados Unidos construíram uma
comissão técnica destinada a ESTUDA A SITUAÇÃO ECONÔMICA no país, bem
como fazer sugestões objetivando o seu DESENVOLVIMENTO – missão Abbink
=> Alinhamento com Dutra: se os dois países tinham ÓTICAS DIFERENTES na
maneira de encaminhar a cooperação econômica, nos aspectos político e militar
* Houve o COMPLETO ALINHAMENTO na gestão do presidente Eurico Gaspar
Dutra
=> Presidente Dutra: Dutra foi o primeiro presidente brasileiro que visitou
oficialmente os Estados Unidos
* Declarações conjuntas: nas declarações conjuntas firmadas, reconheceu a
IMPORTÂNCIA DOS INVESTIMENTOS PRIVADOS para o desenvolvimento
nacional
=> Tratado Interamericano de Assistência Recíproca – TIAR (1947): um dos
MARCOS DO ALINHAMENTO do Brasil e da América Latina ao bloco de poder
liderado pelos EUA no contexto da guerra fria
* Foi a ASSINATURA do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR)
em 1947 no Rio de Janeiro
§ Com a presença inclusive do secretário de Estado estadunidense, Marshall
=> TIAR: o TIAR integrava o sistema interamericano ao sistema mundial, e previa
MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DA PAZ e DE SEGURANÇA DO
HEMISFÉRIO
* Todavia, o sistema regional teria LIBERDADE DE ATUAÇÃO no continente
§ Em relação à organização universal
* De qualquer modo, a América Latina enquadrava-se na geopolítica estadunidense
sem barganhar uma decisão desse alcance
=> Rompimento de relações diplomáticas com URSS
=> Além da atuação na elaboração do TIAR, na gestão Dutra, de seu chanceler Raul
Fernandes, tomou-se outra medida de alcance no contexto da guerra fria
* E que mais afastava o país do BLOCO DO LESTE – a ruptura das relações
diplomáticas com a União Soviética
=> Breve histórico das relações bilaterais
=> Reconhecimento do governo provisório russo (1917): o governo brasileiro na
época do presidente Wenceslau Braz reconhecera o GOVERNO PROVISÓRIO da
Rússia em abril de 1917
* Rompimento de relações diplomáticas após a queda de Kerenski (1917): as
relações SE ROMPERAM com a tomada de poder pelos sovietes
=> Retirada do encarregado dos negócios do Brasil (dezembro de 1918): em
dezembro de 1918, o encarregado dos negócios do Brasil, Gustavo Vianna Kelsch,
informou o Itamaraty ESTAR SE RETIRANDO da União Soviética
* E deixando os interesses brasileiros a cargo da representação diplomática na
Noruega
=> Fechamento da legação russa no Brasil (1920): em 1920, a legação russa no Rio
de Janeiro que vinha funcionando com a ajuda financeira do governo brasileiro foi
fechada pelo encarregado de negócios que respondia por ela
* Que a entregou ao arquivo do Itamaraty
=> Estabelecimento de relações diplomáticas Brasil-URSS (1945): em abril de 1945,
no final da Segunda Guerra Mundial, Vargas anunciou o estabelecimento das relações
diplomáticas com URSS
* Pesaram na decisão o concurso do governo dos Estados Unidos e antevisão de que
o Brasil e URSS estariam presentes na conferência de São Francisco
=> Rompimento de relações diplomáticas (1947): em 1947, após a cassação do
registro do partido comunista brasileiro, a imprensa estatal soviética desferiu um
ataque ao governo brasileiro e às forças armadas
* Após a recusa do governo soviético em dar as explicações solicitadas, o governo
brasileiro ROMPEU RELAÇÕES
=> Obs: a embaixada estadunidense ficou encarregada dos interesses brasileiros em
Moscou
* Importante: a ruptura de relações ocorrida em outubro daquele ano, na verdade, foi a
culminância de um processo de deterioração das relações entre os DOIS GOVERNOS
§ Obs: é preciso incluir também a declaração de Prestes de que lutaria pela União
Soviética na hipótese de conflito entre os dois países, e os ataques da delegação e da
imprensa soviética a Oswaldo Aranha na ONU
=> Voto do Brasil na ONU em relação à China: ainda no que diz respeito ao
alinhamento do Brasil ao bloco ocidental, cumpre mencionar o seu voto na ONU em
relação à China Popular
* Em decorrência da revolução, o governo brasileiro fechou embaixada na China e o
consulado em Xangai
* Importante: a orientação do Brasil na época do Presidente Dutra e do chanceler
Raul Fernandes era de ACOMPANHAMENTO do voto dos Estados Unidos na ONU
§ Assim, quando se colocou a questão da admissão da China Popular, o representante
brasileiro Oswaldo Aranha seguiu o voto estadunidense, embora contrafeito e sem
fazer defesa em plenário – pois pessoalmente era favorável ao reconhecimento da
China Popular e seu ingresso na ONU – para ele, a China de Chiang Kai Shek era
“apenas uma ficção da diplomacia estadunidense”

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