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Agenda Financeira e Tributária Internacional

=> Brasil no G20F


=> G20F (1999): foi criado em resposta às crises financeiras no México (1994), Ásia
(1997) e Rússia (1998) – foi concebido inicialmente como um fórum de diálogo
informal entre ministros de finanças e presidentes de bancos centrais de economias
desenvolvidas e emergentes
* Com o objetivo de ENFRENTAR os desafios relacionados à INSTABILIDADE DO
SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL
=> Crise de 2008: quando eclodiu a crise financeira, os países do G20 decidiram
ELEVAR O NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO das autoridades para Chefes de Estado e de
Governo
* Desde então, a agenda do G20 se EXPANDIU para além da esfera econômico-
financeira
§ Passando a incluir temas referentes ao DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO e
SOCIAL SUSTENTÁVEL
=> G20F: NÃO É UMA OI – motivo pelo qual não possui secretariado permanente,
nem recursos próprios
* A presidência do G20 é ROTATIVA, em base anual, e os Líderes (Chefes de Estado
e de Governo) REÚNEM-SE ANUALMENTE desde 2011
§ Presidência de 2020 – Arábia Saudita
=> Obs: é o PRINCIPAL MECANISMO de governança econômica mundial – juntos,
os países do grupo representam cerca de 90% do PIB mundial, 80% do comércio
internacional e dois terços da população mundial
* Portanto, trata-se de agrupamento com grande poder público e econômico
coletivo, capaz de influenciar a AGENDA INTERNACIONAL, de PROMOVER
DEBATES sobre os principais desafios globais e adotar iniciativas conjuntas
§ Para promoção do crescimento econômico e do desenvolvimento sustentável
=> Brasil-G20F: o grupo é estratégico para o Brasil por se tratar de um FORO DE
GOVERNANÇA GLOBAL que reúne as principais economias do mundo, em
formato reduzido e flexível
* Que facilita o debate e a formação de consensos
§ Essas características são particularmente relevantes no momento atual, em que
organismos multilaterais NÃO TÊM DEMONSTRADO capacidade de responder
satisfatoriamente às MUDANÇAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL
=> Trabalhos do G20F – são divididos em DUAS ‘TRILHAS’ – uma de finanças e
uma de “sherpas” (alusão aos guias que atuam em altas montanhas)
* Trilha de finanças: é coordenada pelo Ministério da Economia, com participação
do Banco Central, e envolve debates sobre a ECONOMIA GLOBAL, o SISTEMA
FINANCEIRO INTERNACIONAL, INFRAESTRUTURA, TRIBUTAÇÃO DA
ECONOMIA DIGITAL, INCLUSÃO FINANCEIRA e FINANÇAS SUSTENTÁVEIS
* Trilha de sherpas: é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores e inclui
debates sobre o comércio internacional e investimentos – AGRICULTURA,
ECONOMIA DIGITAL, ENERGIA, MUDANÇA DO CLIMA, EMPREGO, SAÚDE,
EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, COMBATE À
CORRUPÇÃO
=> G20F: é integrado pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,
Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia,
Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e UE
* Além dos membros permanentes, participam Espanha, Jordânia, Singapura e
Suíça como convidados da ATUAL PRESIDÊNCIA da Arábia Saudita
§ Além do Senegal, representando a Nova Parceria para o Desenvolvimento da
África (NEPAD)
§ Além do Vietnã, representando a Associação de Nações do Sudeste Asiático
(ASEAN)
§ Além dos Emirados Árabes Unidos (Conselho de Cooperação do Golfo – CCG)
=> Presidência saudita do G20F (2019-2020): o tema escolhido pela Arábia Saudita
para sua presidência foi a “Realização das Oportunidades do século XXI para
todos”
* Os grupos de trabalho e forças-tarefa do G20F estão estruturados ao longo de três
eixos
§ I – Empoderamento das pessoas – criação de condições para que todos, incluindo
mulheres e jovens, possam prosperar
§ II – Proteção do Planeta – promoção de esforços coletivos para proteger os bens
comuns
§ III – Construção de novas fronteiras – adoção de estratégias de longo prazo para
uso e para compartilhamento dos benefícios da inovação
=> Março de 2020: foi realizada uma CÚPULA VIRTUAL para tratar de resposta à
pandemia em suas várias dimensões, incluindo o SANITÁRIO, a ADOÇÃO DE
MEDIDAS ECONÔMICAS para minimizar seus impactos econômico e social, o
fortalecimento de cooperação internacional e adoção de compromissos para evitar a
interrupção dos fluxos comerciais e de cadeias de produção internacional
* Declaração da Reunião Extraordinária de líderes do G20 sobre a Covid-19
=> Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS
=> NDB (2014): assinado na Cúpula de Fortaleza, em 15 de julho de 2014, e entrou em
vigor no dia 3 de julho de 2015
* Visa a prestar apoio financeiro a PROJETOS DE INFRAESTRUTURA e
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, PÚBLICOS ou PRIVADOS
§ Nos países do BRICS e em outras economias emergentes e países em
desenvolvimento
=> Para o Brasil: os GANHOS ECONÔMICOS de sua participação no NDB advêm do
financiamento de obras de infraestrutura no país e da participação de empresas
brasileiras em PROCESSOS DE LICITAÇÃO DE OBRAS nos países-membros,
financiadas com recursos do banco
=> Atualmente, um dos principais temas na agenda do NDB diz respeito à política de
admissão de novos membros a partir de 2017
* O acordo constitutivo do NDB estabelece diretrizes gerais para tal processo:
qualquer país membro das Nações Unidas poderá tornar-se membro do Banco; os
países fundadores manterão conjuntamente poder de voto de pelo menos 55%;
nenhum outro país poderá individualmente deter poder de voto acima de 7% do poder
de voto total; e países desenvolvidos somente poderão aceder ao Banco na condição de
membros não tomadores de empréstimos, como é prática em bancos de
desenvolvimento, e sua participação conjunta não poderá exceder 20 % do poder de
voto total
=> Estrutura do NDB: a estrutura decisória do Banco compõe-se de um Conselho de
Governadores, um Conselho de Diretores, um Presidente e quatro Vice-Presidentes
=> Cooperação financeira: envolve a concessão de recursos financeiros para projetos
de desenvolvimento por meio de empréstimos ou contribuições financeiras não-
reembolsáveis de organismos internacionais, bancos multilaterais e regionais, ou
bancos e agências de desenvolvimento de países doadores
* Nas últimas décadas, o Brasil vem deixando de ser um país majoritariamente
BENEFICIÁRIO da cooperação financeira para transformar-se também em PAÍS
PROVEDOR DA COOPERAÇÃO
§ A cooperação financeira recebida pelo Brasil ainda DINAMIZA e AMPLIA a escala
de projetos de diversos setores estratégicos, sobretudo nas áreas de MEIO
AMBIENTE, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA e ENERGIA RENOVÁVEL
=> Itamaraty participa juntamente com – Secretaria de Comércio Exterior e
Assuntos Econômicos (SCAEC) e da Comissão de Financiamentos Externos
(COFIEX)
* COFIEX: compete analisar e recomendar ao SENADO FEDERAL, a aprovação de
projetos de entes públicos brasileiros
=> Âmbito multilateral: os principais financiadores de desenvolvimento do Brasil são
* 1 – Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
* 2 – Grupo Banco Mundial
* 3 – Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF)
* 4 – Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA)
* 5 – Novo Banco para o Desenvolvimento (NDB)
* 6 – Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA)
* 7 – Banco Europeu de Investimentos (BEI)
=> No âmbito bilateral
* I – Banco de desenvolvimento alemão
* II – Agência francesa de desenvolvimento (AFD)
* III – Banco Japonês para a Cooperação Internacional (JBIC)
* IV – Prosperity Fund inglês
=> Clube de Paris – Brasil aderiu em 2016 – presta COOPERAÇÃO FINANCEIRA a
países de menor desenvolvimento relativo
* Principalmente no processo de RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS SOBERANAS – a
principal linha é a de recuperar créditos que não seriam recebidos
=> Importante: Brasil o âmbito do Clube de Paris e do G20, tem apoiado a iniciativa
de suspensão temporária de pagamentos do serviço da dívida dos países IDA, os
mais pobres (DSSI, na sigla em inglês), para que possam criar espaço fiscal para fazer
frente aos desafios impostos pela pandemia do Covid-19
=> Cooperação tributária: por um lado, facilitar a atividade empresarial, o comércio
e os investimentos por meio da negociação de Acordos para Evitar a Dupla
Tributação (ADTs) e, por outro, promover a troca de informações entre autoridades
tributárias com vistas a aumentar a transparência e combater práticas nocivas como a
evasão e a elisão fiscais ou o planejamento tributário agressivo
* Brasil: já adotou as principais convenções internacionais em cooperação tributária e
trabalha em estreita colaboração com a Receita Federal do Brasil nos principais fóruns
internacionais sobre o assunto, com vistas a manter o status brasileiro como “largely
compliant” com as melhores práticas internacionais na área
=> Fórum Global para Transparência e Troca de Informações Tributárias
(OCDE): é a principal instituição internacional destinada a buscar assegurar a
implementação dos padrões internacionais de transparência e troca de informações na
área tributária e encontra-se aberto à participação de todos os interessados, inclusive
não-membros da OCDE
* O Fórum Global busca implementar padrões de transparência e de troca de
informações na área tributária, evitando que normas referentes a tributos, como
impostos, contribuições, taxas etc, sejam descumpridas ou que pessoas e empresas se
beneficiem de “brechas” de regimes fiscais em outros países para cometer atos ilícitos
§ Todos os países do G-20, inclusive o Brasil, aderiram ao Fórum Global, que conta
atualmente com 150 membros, além de incluir, também, países observadores
§ No que concerne ao combate aos paraísos fiscais e às práticas tributárias danosas, o
Brasil passou a figurar, em 2010, na “lista branca”, ou seja, integra o grupo de países
que implementam, de modo correto, os padrões estipulados pelo Fórum Global
=> Convenção Multilateral sobre Assistência Administrativa Mútua em Assuntos
Fiscais – entrou em vigor para o Brasil em 2016
=> Acordo FATCA Brasil-EUA (2014): o acordo permite as trocas automáticas de
informações financeiras em reciprocidade com aquele país
* O FATCA busca combater a evasão fiscal de cidadãos e de empresas norte-
americanas (“US Persons”), por meio da coleta de informações de
correntistas/investidores norte-americanos que apliquem recursos em instituições
financeiras localizadas em outros países
§ As instituições financeiras estrangeiras que não cumprirem as regras do FATCA
serão taxadas em 30% sobre valores recebidos de transações financeiras com os EUA

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