Resposta 79 – Anos entrópicos

=> Discorra a respeito da política externa empreendida nos chamados “anos entrópicos”
até a ascensão ao poder de Campos Salles

=> Período de muita confusão: é uma fase conturbada – muitos movimentos sociais,
algumas revoltas
=> Contexto político de crises internas – anos turbulentos
=> Deodoro da Fonseca: QUEDA DA MONARQUIA e GOVERNO PROVISÓRIO
de Deodoro da Fonseca – ascende ao poder por meio de GOLPE REPUBLICANO
* Governo provisório de Deodoro – após eleições indiretas – organização do Estado
por decretos antes da Constituição – revelava POSTURA AUTORITÁRIA – vai
governar com base em decretos
§ República Federativa do Brasil – Estados Unidos do Brasil
§ Separação entre Igreja e Estado
§ Deveria ser alfabetizado para votar – participação eleitoral foi irrisória
=> Obs: disputa entre os “liberais à americana” e os “positivistas – ditadura
positivista”
=> Constituição de 1891: CONSAGRA o poder dos Estados – favorece a formação de
oligarquias
* Estados poderiam contrair empréstimos, voto aberto (base do mito do eleitor
herói – mas ocasiona currais eleitorais)
§ Vitória dos federalistas à americana sobre os positivistas
=> Breve governo constitucional de Deodoro: é CONFIRMADO como presidente
constitucional – Floriano Peixoto como VICE
* Deodoro coloca INTERVENTORES nos Estados para facilitar sua
governabilidade, tentava continuar a governar por decretos
§ Mesmo sob o governo constitucional
=> Plano econômico – ENCILHAMENTO (tragédia, inflação, falências
generalizadas) – a ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA só viria com Campos Salles
=> Deodoro vai tentar nomear o Barão de Lucena (era monarquista) – vai ser visto
com grandes problemas para o Congresso
* Em resposta, Deodoro vai tentar fechar o Congresso, mas o Congresso consegue
DEPOR o presidente
§ O vice-presidente Floriano Peixoto vai assumir (deveria ASSUMIR
PROVISORIAMENTE para ter eleições novas – mas consegue permanecer no poder)
=> Floriano Peixoto: consegue COMPLETAR o mandato, apesar da previsão
constitucional de que deveria convocar eleições
* Tira interventores deodoristas – vai DEMITIR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS de
tendência deodorista
* Clima político tenso: elite dos estados insatisfeitos com Floriano Peixoto –
insatisfeitos com o AUTORITARISMO de Floriano
§ Por outro lado, jacobinistas apoiando – movimento radical afinado com a ideia de
ditadura positivista – defende pautas sociais e tinha caráter antilusitana
* Floriano CONSEGUE SE APROXIMAR dos grupos jacobinistas – congelamento de
preços e de aluguéis
§ Consideradas medidas econômicas POPULARES
=> Revolta Federalista: em linhas muito gerais, é uma disputa de grupos políticos
dissidentes – repressão de Moreira César – disputa sangrenta pelo poder
* Corrente positivista (que estava no poder)
§ Júlio de Castilhos como o principal representante
* Corrente federalista
§ Liderados por Silveira Martins – que era monarquista – e por Assis Brasil
* A guerra se torna SANGRENTA e repercute no Rio de janeiro – revoltosos da
revolta da Armada vão para o Sul
§ Floriano Peixoto passa a apoiar Júlio de Castilhos – Floria envia Moreira César,
que começa uma REPRESSÃO VIOLENTA e sufoca a revolta federalista
=> Revolta da Armada: APOIA FEDERALISTAS no Sul – sitia o Rio de janeiro –
eram percebidos como monarquistas, embora assim não se declarassem – PROBLEMA
COM REPERCUSSÕES INTERNACIONAIS – durante governo Floriano
* Vencidos no Rio – vão para o Sul
* Almirante Saldanha da Gama e Custódio de Melo – colocavam-se como
GUARDIÕES da Constituição contra as arbitrariedades de Floriano
§ Mas eram vistos como monarquistas
* São vencidos no RJ e se retiram para o Sul – quando os revoltosos se deslocam para
o Sul, Floriano passa a apoiar Júlio de Castilhos – Floriano envia Moreira César – que
faz uma repressão violenta (apelido de ‘corta cabeças’) e sufoca a revolta federalista
* Posição frágil do governo contra os sublevados – POSIÇÃO FRÁGIL do governo
contra os sublevados
§ Governo estadunidense NÃO RECONHECE como beligerantes – obra de
Salvador de Mendonça – a consequência prática seria de não vender armas para o
beligerante
 § Negociam a Esquadra Flint – apelidada de ‘esquadra de papel’ – atrasados e mal
equipados, não são úteis
* EUA – rompem o BLOQUEIO dos sublevados em 1893 – estabelece-se ação
conjunta dos EUA com potências europeias para OPOR-SE a qualquer agressão e
estabelecer o bloqueio
§ EUA não reconhece aos revoltosos poderem revistas os navios
=> Floriano Peixoto: recebe APOIO do PRP na supressão dessas revoltas – em troca,
SUCESSÃO CIVIL
* Vai conseguir aliciar o apoio do PRP – Partido Republicano Paulista
§ Era a maior força política da época
=> Prudente de Morais – o primeiro presidente civil do Brasil – era do PRP
* É um governo MUITO CONTURBADO
§ Jacobinistas de vento em popa – atentado contra a vida do presidente
§ Obs: com o FALECIMENTO de Floriano em 1895, o GRANDE HERÓI do
movimento jacobinista florianista passa a ser Moreira César
* Cenário econômico ainda era INSTÁVEL
§ A própria revolta federalista só acaba em 1895
=> Canudos: movimento messiânico de Antônio Conselheiro – eram vistos como
MONARQUISTAS – suas pautas eram desarticuladas em geral – contra impostos,
contra o registro civil
* A República se vê FORTEMENTE ACUADA em relação a Canudos – veem como
uma AMEAÇA
* Canudos VENCEM duas vezes as tropas estaduais e uma vez as tropas federais
(inclusive com morte de Moreira César) – houve até a tentativa de articular um golpe,
mas depois da morte de Moreira César, se desarticula
§ Na segunda excursão federal, há um MASSACRE – repressão tão violenta ligada
ao contexto de fragilidade político-institucional
=> Importante: Prudente CONSEGUE EVITAR GOLPE e termina o mandato
* Houve inclusive um atentado contra sua vida
=> Obs: consolidação do CORONELISMO
* Com Campos Salles há os choques do Funding Loan
=> Plano da política externa
=> Americanismo ingênuo nos primeiros anos da República
=> Conferência Interamericana (1889): buscava-se estabelecer a ideia de um PAN-
AMERICANISMO com base em conceitos monroístas
* 1 – Mudança das posições em relação à monarquia
* 2 – Apoio às propostas estadunidenses
§ União aduaneira, moeda comum, arbitramento obrigatório
* 3 – Resistência de outros latino-americanos
§ Sem mais efeitos práticos, a não ser a CRIAÇÃO do Bureau das Américas
* Obs: a delegação brasileira, que era liderada por Conselheiro Lafayette, passa a ser
liderada por Salvador de Mendonça (republicano histórico)
=> Acordo Blaine-Mendonça (1891):
* Tarifa McKinley (1890): forçando a assinatura de tratados – os parceiros dos EUA
teriam DOIS ANOS para assinar – caso não fizessem, o país colocaria tarifas
* O imposto do café já era ZERO – questão era não perder vantagens para o Brasil
(nem tanto seria para ganhar novas vantagens)
§ Açúcar – era o produto que se queria incentivar
* Grande oposição no Congresso – mas o acordo Blaine-Mendonça foi aprovado
§ Para o Congresso, NÃO SE COMPENSARIA a quantidade de produtos dos EUA
que viria para cá – em geral, é criticado, mas acaba sendo aprovado
* Ao contrário do esperado, há incremento nas vendas brasileiras e foi maior do que
nas americanas – acabou sendo POSITIVO para o Brasil
§ EUA denunciam tacitamente o tratado em 1894 – Brasil DENUNCIA logo em
seguida
* 1897: NOVA PROPOSTA de acordo comercial é REJEITADA no Brasil
=> Questão de Palmas: a Argentina foi o PRIMEIRO PAÍS a reconhecer a República
* Era uma questão crucial para que o país não ficasse com um território demasiado
estreito, conectando o Rio Grande do Sul ao restante do país
§ Tratado de arbitramento assinado ANTES da Proclamação da República
* Quintino Bocaiúva (primeiro chanceler republicano) ASSINA ACORDO para
dividir o território litigado, na esteira do AMERICANISMO INGÊNUO
§ Quase unanimemente repudiado e NÃO RATIFICADO – acordo fora assinado
com Zeballos
* Acordado novamente o ARBITRAMENTO a cargo do presidente dos EUA –
Grover Cleveland
§ Barão encarregado na defesa do Brasil – ainda não era célebre, mas era um
especialista no Prata e conhecido por ser um bom cartógrafo
§ Decisão favorável ao Brasil – parecer de Grover Cleveland é favorável ao Brasil
=> Obs: a já citada REVOLTA DA ARMADA e a relação com os EUA
=> Brasil-Portugal: ROMPIMENTO de relações bilaterais
* 493 revoltosos da revolta da armada se ASILAM em corvetas portuguesas –
Floriano vê isso como uma ajuda indevida
§ Asilam-se em corvetas portuguesas
§ Supostamente iam para o Uruguai, mas vão para a Revolta Federalista no Sul – via
a ajuda como INDEVIDA e como um ULTRAJE – lembrar que havia certo
antilusitanismo do jacobinismo florianista
§ Relações reatadas no ano seguinte, com bons ofícios do Reino Unido
=> Brasil-Paraguai: Missão Cavalcanti ao Portugal – Floriano tinha desconfiança em
relação à Argentina – imagina que poderia haver uma GUERRA no futuro
* Além disso, Floriano queria GARANTIR o Paraguai na órbita brasileira
* 1894: termina o mandato de González (que era inclinado ao Brasil) – próximo ao
fim do mandato, começa a haver uma BRIGA para quem iria sucedê-lo
* Missão Cavalcanti ao Paraguai – Floriano tinha DESCONFIANÇA em relação à
Argentina – imagina que haveria uma guerra no futuro – além disso, Floriano queria
garantir o Paraguai na órbita brasileira
§ Desponta o nome de Decoud (certas informações de que poderia anexar Paraguai à
Argentina) – em resposta, o Brasil manda a Missão Cavalcanti para fazer que fosse
GARANTIDA a posse do General Caballero
§ Brasil vai FINANCIAR o movimento golpista para garantir Caballero (quer seria
favorável ao Brasil) e depor o presidente González – curiosamente, Caballero
DESISTE DE SUA CANDIDATURA e coloca o general Egusquiza – isso faz que o
Paraguai se afaste da Argentina e se aproxime do Brasil
=> Diplomacia de Prudente de Morais: foi MENOS ATIVA, apenas se destacando a
questão de Trindade
=> Questão de Trindade: em 1895, os britânicos OCUPAM a Ilha de Trindade –
rochedo sem ocupação efetiva do Brasil – Brasil demora a ficar sabendo
* Proposta de ARBITRAMENTO REJEITADA pelos brasileiros
§ Ajuda de Portugal (relações recém reatadas) para encontrar DOCUMENTOS nos
quais o Reino Unido reconhecesse a soberania portuguesa sobre a ilha – e, por
extensão, a BRASILEIRA
§ Reino Unido se retira e reconhece a soberania brasileira