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Allan Aguiar dos Santos - allanaguiar1999@gmail.com - IP: 189.50.35.

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BRASIL REPÚBLICA – PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)
- PRINCIPAIS PROVÍNCIAS: SÃO PAULO (PRP), MINAS GERAIS (PRM) E RIO GRANDE DO SUL (PRR);

- DIVERGÊNCIA ENTRE ELITES DOS ESTADOS SOBRE COMO ORGANIZAR A REPÚBLICA.

- APÓS A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, O MARECHAL DEODORO DA FONSECA TORNOU-SE CHEFE DO GOVERNO PROVISÓRIO.

- EXÉRCITO X MARINHA (LIGADA A MONARQUIA).

- EXÉRCITO ERA HOMOGÊNEO COM RELAÇÃO A UM ESTADO FORTE CENTRALIZADO.

- DESLOCAMENTO DO EIXO DIPLOMÁTICO DE LONDRES PARA WASHINGTON (EUA).

- POLÍTICA DO BARÃO DO RIO BRANCO E JOAQUIM NABUCO: TRANSFORMAR O BRASIL EM POTÊNCIA LATINO-AMERICANA.

- RECONHECIMENTO DE FRONTEIRAS.

- CONFLITO ARMADO ENTRE BRASIL E BOLÍVIA PELA REGIÃO DO ACRE.

- TRATADO DE PETRÓPOLIS (1903) PÔS FIM AO CONLITO E A BOLÍCIA RECONHECEU O ACRE COMO TERRITÓRIO BRASILEIRO EM TROCA
DE UMA INDENIZAÇÃO.

PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA (1891)

-Inspirada no modelo de Constituição norte-americana consagrando o Brasil como República Federativa Liberal.
- As províncias passaram a ser denominadas “Estados”.
- Os Estados ficaram autorizados a contrair empréstimos no exterior, organizar forças militares estaduais e arrecadar
impostos de exportação.
- A União ficou encarregada de arrecadar os impostos de importação, de intervir nos Estados para garantir a forma
republicana federativa, de organizar as forças armadas nacionais, etc.
- Divisão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
- Executivo seria exercido por um Presidente da República, eleito por 4 anos.
- Os senadores deixaram de ser vitalícios e passaram a ter mandato de 9 anos.
- Os deputados passaram a ter mandatos de 3 anos.
- Distrito Federal passou a ser a capital da República.
- VOTO DIRETO E UNIVERSAL.

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- Os ministros seriam indicados pelo Presidente, que poderia os demitir a qualquer momento.

- QUEM PODERIA VOTAR?


- Cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, exceto mendigos, analfabetos e praças militares.

- Foi extinta a pena de morte.

- Estado e Igreja passaram a ser instituições separadas.

- Estado laico (sem religião oficial).

- Facilitação de integração dos imigrantes.

ENCILHAMENTO- momento de febre de negócios e de especulação financeira.


- Rui Barbosa ao assumir o Ministério da Fazenda decretou que mais moedas fossem postas em circulação.
- Aumento da especulação, aumento do custo de vida e crise financeira.
- Bancos e empresas fecharam.

- Em meio a essa crise, o Congresso elegeu Deodoro da Fonseca para Presidente e Floriano Peixoto para Vice. Deodoro
venceu nas eleições o paulista Prudente de Morais.

- Deodoro entrou em conflito com o Congresso Nacional e tentou reformar o Poder Executivo tendo como modelo o
Poder Moderador da época do Império.

- Em 03 de novembro de 1891, Deodoro fechou o Congresso prometendo para o futuro novas eleições e uma revisão da
Constituição, principalmente sobre a questão da autonomia dos Estados e sobre o Poder Executivo.

- Diante da reação dos florianistas, de setores da Marinha e da sociedade civil, Deodoro renunciou em 23 de novembro
de 1891 e quem assumiu foi Floriano Peixoto.

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Floriano Peixoto (1891-1894), conhecido como Marechal de Ferro: fez um acordo tácito com o PRP pois sem essa base era
impossível governar.

A Revolução Federalista de 1893 ocorrida no Rio Grande do Sul foi o principal marco do governo florianista. O objetivo dos
federalistas era depor o presidente do Estado, Júlio de Castilhos, para rever a Constituição Estadual.

PRR (republicanos positivistas) X Federalistas (liberais).

Liderança de Júlio de Castilhos Liderança de Silveira Martins

- A Revolução Federalista acabou em 1895, já no governo de Prudente de Morais.


- Estados como Paraná e Santa Catarina também foram atingidos.
- Júlio de Castilhos e seus seguidores saíram vencedores.
- Os federalistas ganharam apoio do líder da Revolta da Armada, que por sua vez, era contra Floriano Peixoto.

PRUDENTE DE MORAIS: 1894-1898

- PRUDENTE REPRESENTAVA OS CAFEICULTORES DE SÃO PAULO.

- PRIMEIRO PRESIDENTE ELEITO PELO VOTO DIRETO.

- PRIMEIRO PRESIDENTE CIVIL.

CONTEXTO DAS ELEIÇÕES: FLORIANO NÃO TINHA CONDIÇÕES DE DESIGNAR


SUCESSOR.

- OPOSIÇÃO ACIRRADA: JACOBINOS REPUBLICANOS x ELITE POLÍTICA DOS


GRANDES ESTADOS.

- QUEM ERAM ESSES JACOBINOS DO RIO DE JANEIRO? ERAM MEMBROS


DA BAIXA CLASSE MÉDIA, OPERÁRIOS E MILITARES DE BAIXA PATENTE.
ACREDITAVAM NUMA REPÚBLICA FORTE QUE PUDESSE AFASTAR AS
AMEAÇAS MONARQUISTAS. ERAM AINDA ANTILUSITANOS. ESTES ERAM
DONOS DA MAIORIA DO COMÉRCIO NO RIO DE JANEIRO.

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GUERRA DE CANUDOS
- PRINCIPAL INCIDENTE DO GOVERNO DE PRUDENTE DE MORAIS.

- OCORREU NO SERTÃO DA BAHIA. FORMAVA-SE UMA COMUNIDADE EM UMA FAZENDA ABANDONADA CONHECIDA COMO “ARRAIAL
DE CANUDOS”.

- LÍDER: ANTÔNIO CONSELHEIRO. ELE NASCEU NO CEARÁ E LEVAVA UMA VIDA NÔMADE PELO SERTÃO. QUANDO FIXOU-SE EM
CANUDOS ATRAIU UM QUANTITATIVO DE 20 A 30 MIL SERTANEJOS.

- CONSELHEIRO ERA VISTO COMO UMA ESPÉCIE DE SALVADOR QUE LIVRARIA A POPULAÇÃO POBRE DAQUELA CONDIÇÃO DE
MISÉRIA OU AINDA GARANTIR UMA CONDIÇÃO DE VIDA ETERNA NUMA PRÓXIMA VIDA.

- ANTÔNIO CONSELHEIRO PREGAVA A VOLTA DA MONARQUIA.

- GOVERNADOR DA BAHIA x CANUDOS -> BAHIA SAIU PERDENDO.

- -GOVERNADOR DA BAHIA SOLICITOU TROPAS FEDERAIS E DUAS DESSAS EXPEDIÇÕES FORAM TAMBÉM DERROTADAS.

- ISSO GEROU REVOLTAS E MAIS REVOLTAS NO RIO DE JANEIRO ENTRE OS JACOBINOS QUE SUPUSERAM QUE CANUDOS ESTAVA EM
CONLUIO COM OS POLÍTICOS MONARQUISTAS.

- EM 1897- UMA EXPEDIÇÃO COMANDADA PELO GENERAL ARTHUR OSCAR ACABOU COM CANUDOS.

CARICATURA DE ANTÔNIO CONSELHEIRO TENTANDO


IMPEDIR A REPÚBLICA MAPA DA LOCALIZAÇÃO DE CANUDOS

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FOTO DE ANTÔNIO CONSELHEIRO MORTO TIRADA POR FLÁVIO BARROS EM 1897.

PINTURA DE CANUDOS ANTES DA GUERRA

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CAMPOS SALES (1898-1902)
-MOVIMENTO JACOBINO SE DESFEZ DEPOIS QUE ALGUNS DE SEUS MEMBROS SE ENVOLVERAM EM TENTATIVA DE
ASSASSINATO DE PRUDENTE DE MORAIS.

- CONCEBEU A “POLÍTICA DOS GOVERNADORES” – “reduzir ao máximo as disputas políticas no âmbito de cada Estado,
prestigiando os grupos mais fortes; chegar a um acordo básico entre União e os Estados; pôr fim à hostilidade existente
entre Executivo e Legislativo, domesticando a escolha dos deputados. O governo central sustentaria assim os grupos
dominantes nos Estados, enquanto estes, em troca, apoiariam a política do Presidente da República” (FAUSTO, 2015,
PP.222-223).

- PARA QUE DESSE CERTO FOI FEITO UM ARRANJO NO QUAL OS DEPUTADOS ELEITOS CARECIAM DE SER APROVADOS POR
UMA COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DE PODERES.

- COM A REFORMA DE CAMPOS SALES, O PRESIDENTE TEMPORÁRIO DA CÂMARA PASSOU A SER O ANTIGO PRESIDENTE
DA CÂMARA, SE TIVESSE SIDO REELEITO. ESTE ENTÃO INFLUÍA NA FORMAÇÃO DA COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DE
PODERES PARA QUE FOSSE GARANTIDO DIPLOMAÇÃO APENAS DOS CANDIDATOS QUE ESTIVESSEM AFINADOS COM
OS GRUPOS DOMINANTES DOS ESTADOS E COM TENDÊNCIA A SER FIEL AO GOVERNO CENTRAL.

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PROBLEMAS FINANCEIROS
- PROBLEMAS FINANCEIROS HERDADOS DESDE A ÉPOCA DO IMPÉRIO;

- DÍVIDA EXTERNA QUE CONSUMIA A MAIOR PARTE DO SALDO DA BALANÇA COMERCIAL;

- 1890 – AUMENTO DO DÉFICIT PÚBLICO, OU SEJA, O GOVERNO GASTAVA MAIS DO QUE ARRECADAVA;

- AUMENTO DA OFERTA DE CAFÉ FEZ COM QUE OS PREÇOS CAÍSSEM.

- DIANTE DESSE QUADRO, PRUDENTE DE MORAIS NO FIM DE SEU GOVERNO INICIOU CONVERSAÇÕES PARA
CHEGAR A UM ACORDO COM OS CREDORES INTERNACIONAIS. ESSE TIPO DE NEGOCIAÇÃO FOI CONTINUADO POR
CAMPOS SALES QUE EM 1898 ACERTOU O FUNDING LOAN (EMPRÉSTIMO PARA PAGAR UMA DÍVIDA).

- O FUNDING LOAN TEVE O INTUITO DE PAGAR O MONTANTE DOS EMPRÉSTIMOS ANTERIORES BEM COMO OS
JUROS.

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2- PESO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS

“ No curso das últimas décadas do século XIX até 1930, o Brasil continuou a ser um país
predominantemente agrícola. Segundo o censo de 1920, dos 9,1 milhões de pessoas em
atividades, 6,3 milhões (69,7%) se dedicavam à agricultura, 1,2 milhão (1,8%) à indústria e 1,5
milhão (16,5%) aos serviços. Devemos notar que ‘serviços’ englobam atividades urbanas de baixa
produtividade, como os serviços domésticos remunerados e ‘bicos’ de vários tipos. [...] Não só a
produção agrícola para o mercado interno teve significação como a indústria foi-se implantando
com força crescente” (FAUSTO, 2015,p. 242, grifo nosso).

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Para entender melhor o motivo de São Paulo ter se tornado uma grande potência de produção agrícola para o mercado
externo devemos ressaltar que dois fatores foram essenciais: 1) imigração para substituir a mão de obra escrava; 2)
sistema de colonato, que substituiu o antigo sistema de parceria.

O que era o colonato?


“Os colonos, ou seja, a família de trabalhadores imigrantes , se responsabilizavam pelo trato do cafezal e pela colheita,
recebendo basicamente dois pagamentos em dinheiro: um anual, pelo trato de tantos mil pés de café, e outro por
ocasião da colheita. Este último pagamento variava de acordo com o resultado da tarefa, em termos de quantidade
colhida. O fazendeiro fornecia moradia e cedia pequenas parcelas de terra, onde os colonos podiam produzir gêneros
alimentícios. O colonato era distinto da parceria porque, entre outras características, não existia divisão de lucros da
venda do café. Não constituía também uma forma pura de trabalho assalariado, pois envolvia outros tipos de
retribuição” (FAUSTO, 2015, p. 243, grifo nosso).

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IMPORTANTE: COLONATO ≠ CONTRATO DE FORMAÇÃO.
O que era o “contrato de formação”?
Eram os contratos cujos objetos eram os cafeeiros novos. Neste caso, “os colonos plantavam o café e cuidavam da planta
durante um período de quatro a seis anos, pois era em geral no quarto ano que os cafeeiros começavam a produzir. Os
‘formadores’ não recebiam praticamente salários, podendo porém dedicar-se à produção de gêneros alimentícios entre as
filas dos cafezais novos” (FAUSTO, 2015, p. 243-244).

-> DIVERSIFICAÇÃO AGRÍCOLA EM SÃO PAULO LIGADA À INTENSIFICAÇÃO DA IMIGRAÇÃO. CULTIVOS COMO ARROZ,
FEIJÃO, MILHO E PRINCIPALMENTE ALGODÃO SE DESTACARAM. INCLUSIVE, SÃO PAULO SE TORNOU O MAIOR PRODUTOR
DE ALGODÃO DO PAÍS, O QUE GARANTIU MATÉRIA-PRIMA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL.

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3- A URBANIZAÇÃO

- O maior salto de urbanização ocorreu em São Paulo por conta de imigrantes que se estabeleceram nas cidades e
também em decorrência de imigrantes que saíram do setor agrícola. “A cidade oferecia um campo aberto ao
artesanato, ao comércio de rua, às fabriquetas de fundo de quintal, aos construtores autodenominados ‘mestres
italianos’, aos profissionais liberais. Como opção mais precária, era possível empregar-se nas fábricas nascentes ou
no serviço doméstico” (FAUSTO, 2015, p. 244).

- São Paulo era ainda o centro de distribuição de produtos importados, era ainda o local onde estavam a sede dos
maiores bancos.

- A capital paulista era também o elo entre a produção do café e o porto de Santos.

- Em 1890, São Paulo era a quinta cidade brasileira mais populosa, ficando atrás do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e
Belém.

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4- A INDUSTRIALIZAÇÃO

Em meados do século XIX, as poucas fábricas que surgiram no Brasil eram de tecidos de algodão de
baixa qualidade.
Já no final do século XIX, a produção industrial deslocou-se para o Centro Sul, sendo Minas Gerais o
Estado com o maior quantitativo de fábricas, porém, as fábricas mais importantes estavam no
Distrito Federal.

-> A industrialização no Rio de Janeiro: oferta de mão de obra desqualificada, energia a vapor e
acúmulo de capitais.

-> Industrialização paulista: favorecida pelos negócios do café, imigração e instalação de ferrovias.

Principais ramos da indústria nessa época: têxtil e alimentação, incluindo bebidas.

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-> Havia uma carência em indústria de base (cimento, ferro, aço, etc.). Por isso dependia-se muito de
importações para garantir o processo de industrialização.

-> Período da Primeira Guerra Mundial foi de incentivo à industrialização por conta da interrupção de
concorrência com os produtos estrangeiros.

-> No Rio Grande do Sul: diversificação da atividade econômica voltada para mercado interno. Nesse
Estado, a indústria têxtil se destacava, mas produzia também gêneros agrícolas como milho, arroz, feijão
e fumo. Produzia também vinho.
A instalação de frigoríficos foi um marco dada a possibilidade de modificar o processo de conservação da
carne.

Importante: São Paulo teve como centro de suas atividades a agricultura de exportação enquanto o Rio
Grande do Sul se desenvolveu em função do mercado interno.

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-> Amazônia: sonho transitório de riqueza por conta da borracha a partir de 1880. O ponto máximo foi
entre 1898 e 1910 chegando a ocupar o segundo lugar de produtos exportados.

Por conta da borracha, houve uma onde de migração para a Amazônia. Os migrantes vinham
principalmente do Ceará, fugindo das secas.

Em decorrência da atividade econômica da borracha, algumas cidades propiciaram melhorias nas


condições de vida da população: linhas elétricas de bonde, serviços de telefone, água encanada,
iluminação elétrica nas ruas, sendo que na grande maioria das cidades brasileiras, tudo isso ainda era um
luxo.

Todas essas mudanças não alcançaram os miseráveis seringueiros que extraíam a borracha no interior.

Não houve também diversificação econômica que seria importante para os momentos de crise
econômica, como ocorreu em 1910 por conta da concorrência internacional com o produto da Inglaterra
e Holanda.

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• Relações Financeiras Internacionais:

Maior comprador de produtos nacionais: EUA.


Maior investidor e credor do Brasil: Inglaterra.

A partir de 1920 o Brasil passou a importar mais do EUA do que da Inglaterra.

Nas últimas décadas do Império, o capital estrangeiro estava investido principalmente em ferrovias.
Esse quadro mudou na República quando os investimentos se direcionaram para companhias de
seguro, navegação, bancos e empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica. Esses
investimentos estrangeiros favoreceram diretamente o surto de industrialização.

*Dívida externa: Dados de 1928 revelam que o Brasil possuía a maior dívida externa da América Latina
e isso consumia 22% da receita de exportação.

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MOVIMENTOS SOCIAIS NOS CAMPOS:

1) CANUDOS;
2) PADRE CÍCERO, Juazeiro-Ceará. Tornou-se uma espécie de padre e coronel. O movimento em torno
do Padre Cícero data de 1872 até 1924.
3) Movimento do Contestado, 1911. Aconteceu na região do Contestado, região limítrofe entre o
Paraná e Santa Catarina. Esse movimento surgiu a partir de seguidores do coronel José Maria que
era amigo dos pobres. José Maria logo morreu nos embates com a milícia estadual. Os seus
seguidores se organizaram em acampamentos reivindicando a posse da terra e esperando a
ressurreição de José Maria. Foram todos liquidados em 1915.
4) Greves por salários e melhores condições de vida nas fazendas de café em São Paulo.

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*MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS


- O movimento da classe trabalhadora urbana foi limitado e raramente alcançou êxitos.
- A exceção ocorria quando as greves eram gerais ou quando atingiam setores chave do sistema
agroexportador como ferrovias e portos.
- Os operários dividiam-se em rivalidades étnicas e tinham pouca propensão a se organizar.
- Muitos operários eram imigrantes que sonhavam em “fazer a América” e voltar pra Europa.
- A situação mudou em 1917 e em 1920 quando greves de grandes proporções ocorreram no Rio de Janeiro e
em São Paulo motivadas pela carência social, especulação dos alimentos e a existência das revoluções de
fevereiro de 1917 e outubro de 1917 na Rússia.
- Os trabalhadores não pretendiam revolucionar toda a sociedade mas sim obter melhores condições de
trabalho e conquistar o mínimo de direitos: aumento de salários, proibição de trabalho de menores de
catorze anos, abolição do trabalho noturno de mulheres e menores de dezoito anos, jornada de oito horas
com acréscimo de 50% nas horas extras, fim do trabalho nos sábados à tarde, garantia de emprego, respeito
ao direito de associação, etc.

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A partir de 1920, a onda grevista aumentou e em 1921 o Congresso aprovou duas leis repressivas: 1) previa
a expulsão de estrangeiros cuja conduta fosse considerada nociva à ordem pública ou à segurança nacional;
2) considerava crime a prática de atos violentos e também a apologia dos delitos praticados contra a
organização da sociedade.

- Em 1922 surgiu o Partido Comunista do Brasil e até 1930, o PCB era composto basicamente de
operários. O Partido esteve quase o tempo todo na ilegalidade e tinha poucos membros.

- “Como observação geral e final acerca da classe trabalhadora urbana, devemos lembrar o seguinte:
apesar das greves, das leis esparsas e da existência de movimentos e partidos que tratavam de
arregimentar a classe operária, ou falar em nome dela, a massa trabalhadora continuava em sua grande
maioria carente de direitos e de organização” (FAUSTO, 2015, p. 261).

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O PROCESSO POLÍTICO NOS ANOS DE 1920

-Insatisfação das elites com as oligarquias mineiras e paulistas e essa alternância no poder.
-Em 1921, Minas lançou como candidato à presidência Artur Bernardes, o que causou revolta no Rio
Grande do Sul.
-Uniram-se ao Rio Grande do Sul a Bahia, Pernambuco, Estado do Rio e formaram a Reação Republicana,
que por sua vez lançou Nilo Peçanha como candidato. Mesmo assim, Artur Bernardes ganhou as eleições.

O TENENTISMO
- Esse movimento teve como principais figuras tenentes e capitães do Exército, ou seja, oficiais de nível
intermediário.
- A alta cúpula do Exército esteve alheia a este movimento.
- Inicialmente o movimento era de rebeldia contra a República. O primeiro ato foi em 05 de julho de
1922, ocorrido no Forte de Copacabana. O fechamento do Clube Militar foi um dos motivos para esse
ato de rebeldia.
- Dois anos depois eclodiu o Segundo 5 de Julho em São Paulo. O objetivo era derrubar o governo de
Artur Bernardes.

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Esse segundo movimento iniciou com a tomada de quartéis e pela luta para controlar São Paulo. Em 9 de julho,
chegou a informação de que a sede do governo de São Paulo estava vazia. Os tenentes se instalaram lá até 27
de julho de 1924. Nesta data abandonaram a cidade depois de ataques e começaram a se deslocar pelo
interior. Essa manobra foi chamada de “coluna paulista”, que se fixou no Oeste do Paraná.

Essas tropas de São Paulo estavam aguardando outra coluna vinda do Rio Grande do Sul. Neste Estado ocorrera
uma revolta tenentista e se destacaram as figuras do tenente João Alberto e o capitão Luís Carlos Prestes. Essa
coluna contava com o apoio da oposição ao PRR. As duas colunas se juntaram em 1925 e decidiram percorrer o
Brasil para propagar os ideais revolucionários e incentivar a população a lutar contra as oligarquias.

Nasceu assim a chamada “Coluna Prestes” que percorreu 24 mil quilômetros até fevereiro/março de 1927. O
apoio da população rural não existiu e o êxito militar também não. Os últimos participantes do movimento
foram para a Bolívia e Paraguai.

O movimento tenentista representou simbolicamente uma esperança de mudança para setores da população
urbana .

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NÃO SE ESQUEÇA: O MOVIMENTO TENENTISTA ERA DE OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS DO EXÉRCITO.

Na Marinha, a maior revolta ocorrida foi a Revolta da Chibata, iniciada em 22 de novembro de 1910. Um de seus
principais líderes era o marinheiro João Cândido. Os participantes queriam acabar com os maus-tratos e os castigos
físicos a que eram submetidos.

-> O sentido do Tenentismo

A Escola Militar da Praia Vermelha foi fechada e foi criada a Escola Militar do Realengo cujo intuito era de formar
soldados profissionais e não mais soldados cidadãos como ocorrera na Escola da Praia Vermelha.

Isso não impediu que os oficiais do Exército tivessem noção das deficiências da sociedade brasileira. Durante o governo
do presidente Hermes da Fonseca surgiu o grupo denominado “salvacionista” por pretenderem salvar as instituições
republicanas, o que significava reduzir o poder das oligarquias.
Sendo assim, os “tenentes” podem ser vistos como herdeiros desses “salvacionistas”. Uma das principais queixas no
Exército por parte dos “tenentes” era a dificuldade em ascender aos postos mais elevados da carreira, além de
sentirem desprezo por militares da alta cúpula do Exército que tinham se associado a “figurões da República”.

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- Os tenentes não possuíam um programa político claro. Eles faziam restrições às eleições diretas, ao sufrágio
universal, insinuando a crença em uma via autoritária para a reforma do Estado.

- É ERRADO FALAR QUE OS TENENTES ERAM REPRESENTANTE DA CLASSE MÉDIA URBANA. A MAIORIA DELES
VINHA DE FAMÍLIAS EMPOBRECIDAS DA ELITE DO NORDESTE OU DE FAMÍLIAS MILITARES.

- Os tenentes praticamente não receberam nenhum apoio, nem da sociedade civil e nem mesmo de outros
membros do Exército.

- O governo de Artur Bernardes foi muito conturbado mas a sucessão foi tranquila. O próximo presidente foi
Washington Luís, um “paulista de Macaé”.

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ASCENSÃO DO RIO GRANDE DO SUL

OPOSIÇÃO FERRENHA ANTIGA: FEDERALISTAS x DISSIDENTES REPUBLICANOS INSATISFEITOS COM O PRR.

- EM 1922: ESSES OPOSITORES SE UNIRAM E FORMARAM A ALIANÇA LIBERTADORA NA INTENÇÃO DE IMPEDIR MAIS
UMA REELEIÇÃO DE BORGES DE MEDEIROS PARA O GOVERNO DO ESTADO.

- A ALIANÇA LIBERTADORA PERDEU AS ELEIÇÕES E EM 1923 MAIS UMA GUERRA CIVIL TEVE INÍCIO NO RIO GRANDE DO
SUL.

- EM 1927, ELEGEU-SE COMO GOVERNADOR DO ESTADO GETÚLIO VARGAS.

- -VARGAS INCENTIVOU UM ACORDO ENTRE O PRR E OS LIBERTADORES.

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REVOLUÇÃO DE 1930

PRESIDENTE: WASHINGTON LUÍS.

-ORIGEM DOS DESENTENDIMENTOS: WASHINGTON LUÍS INSISTIU NA CANDIDATURA DE OUTRO PAULISTA PARA O CARGO
DE PRESIDENTE, QUE SERIA JÚLIO PRESTES, GOVERNADOR DE SÃO PAULO.

Obs.: NÃO CONFUNDA LUÍS CARLOS PRESTES, DA COLUNA PRESTES, COM JÚLIO PRESTES, GOVERNADOR DE SÃO PAULO.

- A ATITUDE DE WASHINGTON CULMINOU EM UM ACORDO ENTRE MINAS GERAIS E RIO GRANDE DO SUL PARA
LANÇAR UMA CANDIDATURA DE OPOSIÇÃO.

- FOI ENTÃO QUE GETÚLIO VARGAS FOI LANÇADO COMO CANDIDATO DE OPOSIÇÃO PARA CONCORRER COM JÚLIO
PRESTES.

- -CONTEXTO MUNDIAL: CRISE DE 1929, QUE CAUSOU GRANDE IMPACTO NEGATIVO NA ECONOMIA DO PAÍS E NA
PRODUÇÃO CAFEEIRA. OS PREÇOS CAÍRAM BRUSCAMENTE.

- OS CAFEICULTORES ESPERAVAM DE WASHINGTON LUÍS A CONCESSÃO DE NOVOS FINANCIAMENTOS, O QUE NÃO


OCORREU E GEROU DESENTENDIMENTOS.

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- “O programa da Aliança Liberal refletia as aspirações das classes dominantes regionais não
associadas ao núcleo cafeeiro e tinha por objetivo sensibilizar a classe média. Defendia a
necessidade de se incentivar a produção nacional em geral e não apenas o café; combatia os
esquemas de valorização do produto em nome da ortodoxia financeira e por isso mesmo não
discordava nesse ponto da política de Washington Luís. Propunha algumas medidas de proteção
aos trabalhadores, como a extensão do direito à aposentadoria a setores ainda não beneficiados
por ela, a regulamentação do trabalho do menor e das mulheres e aplicação da lei de
férias”(FAUSTO, 2015, p. 274).

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- JÚLIO PRESTES VENCEU AS ELEIÇÕES DE 1930.

- A INSATISFAÇÃO DE FIGURAS POLÍTICAS DAS CLASSES DOMINANTES DE MINAS E RIO GRANDE DO SUL FEZ COM QUE
ESSES HOMENS SEGUISSEM O CAMINHO DOS TENENTES. POR ISSO SÃO CHAMADOS DE “TENENTES CIVIS”.

- O MOVIMENTO TENENTISTA, APESAR DE DERROTADO, SEGUIA COM SEU PRESTÍGIO NO INTERIOR DO EXÉRCITO.

- ERA CHEGADO O MOMENTO DE APROXIMAÇÃO ENTRE OS POLÍTICOS MAIS JOVENS (TENENTES CIVIS) E OS MILITARES
REBELDES.

- OS TENENTES MILITARES SE SENTIAM INSEGUROS QUANTO A ESSA APROXIMAÇÃO JÁ QUE MUITAS FIGURAS DA
ALIANÇA LIBERAL FORAM JUSTAMENTE GRANDES PERSEGUIDORES DO MOVIMENTO TENENTISTA. APESAR DISSO, UM
ACORDO FOI SELADO, COM EXCEÇÃO DO NOME DE MAIOR PRESTÍGIO ENTRE OS TENENTES, LUÍS CARLOS PRESTES, QUE
SE DECLAROU SOCIALISTA REVOLUCIONÁRIO.

- PRESTES ENTROU NO PARTIDO COMUNISTA EM 1934.

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- O ESTOPIM DA REVOLUÇÃO SE DEU COM O ASSASSINATO DE JOÃO PESSOA, CANDIDATO À VICE-PRESIDÊNCIA DA


REPÚBLICA QUANDO VARGAS FOI CANDIDATO À PRESIDÊNCIA, POR JOÃO DANTAS, ADVERSÁRIO POLÍTICO DE JOÃO
PESSOA.

- ESSA MORTE FOI EXPLORADA POLITICAMENTE E CULMINOU COM MAIOR ADESÃO DE COMPONENTES DO EXÉRCITO.

- O COMANDO GERAL DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO FOI DADO AO TENENTE-CORONEL GÓIS MONTEIRO. A


CARREIRA DE MONTEIRO ESTAVA LIGADA AO RIO GRANDE DO SUL E ELE JÁ CONHECIA VARGAS DE LONGA DATA.

- EM 3 DE OUTUBRO DE 1930, A REVOLUÇÃO ESTOUROU EM MINAS GERAIS E NO RIO GRANDE DO SUL.

- NO NORDESTE, A REVOLUÇÃO COMEÇOU NA MADRUGADA DO DIA 04 QUE CONTOU COM PARTICIPAÇÃO POPULAR.

- ANTES DA LUTA ARMADA PLANEJADA PARA O PRESIDENTE, O EXÉRCITO E A MARINHA DEPUSERAM O PRESIDENTE NO
RIO DE JANEIRO DANDO INÍCIO A UMA JUNTA PROVISÓRIA DE GOVERNO.

- GETÚLIO CHEGOU AO RIO DE JANEIRO PRECEDIDO POR 3 MIL SOLDADOS GAÚCHOS. A POSSE DE GETÚLIO EM 3 DE
NOVEMBRO DE 1930 MARCOU O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA.

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IMPORTANTE LEMBRAR:

A REVOLUÇÃO DE 1930 TEVE UM GRUPO SOCIALMENTE, ECONOMICAMENTE E POLITICAMENTE


HETEROGÊNEO COMO VITORIOSO (OLIGARCAS, TENENTES CIVIS, MOVIMENTO TENENTISTA) QUE SE UNIU
CONTRA UM ADVERSÁRIO COMUM, OU SEJA, A VELHA OLIGARQUIA DE SÃO PAULO E MINAS.

“Um novo tipo de Estado nasceu após 1930, distinguindo-se do Estado oligárquico não apenas pela
centralização e pelo maior grau de autonomia como também por outros elementos. Devemos acentuar pelo
menos três dentre eles: 1) a atuação econômica, voltada gradativamente para os objetivos de promover a
industrialização; 2) a atuação social, tendente a dar algum tipo de proteção aos trabalhadores urbanos,
incorporando-os, a seguir, a uma aliança de classes promovida pelo poder estatal; 3) o papel central atribuído às
Forças Armadas – em especial o Exército – como suporte da criação de uma indústria de base e sobretudo como
fator de garantia da ordem interna.
Tentando juntar estes elementos em uma síntese, poderíamos dizer que o Estado getulista promoveu o
capitalismo nacional, tendo dois suportes: no aparelho de Estado, as Forças Armadas; na sociedade, uma
aliança entre a burguesia industrial e setores da classe trabalhadora urbana” (FAUSTO, 2015, p. 280).

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A CULTURA NO BRASIL REPUBLICANO


• SAMBA -> atualmente é um gênero musical
e dança típica da cultura e identidade
brasileira.
• O Samba foi reconhecido como patrimônio
imaterial do Brasil pelo IPHAN (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
- Conjuntura: Pós abolição da escravidão
(1888).
- Negros livres da Bahia em busca de melhores
condições de vida mudaram-se para a capital
do Brasil, Rio de Janeiro.
- O Rio de Janeiro do final do século XIX
contava com metade de sua população
formada por negros, a maioria vinda da
Bahia.
- Inicialmente esses negros se instalaram
próximo à região portuária do RJ mas após
políticas do prefeito Pereira Passos(1902-
1906), os mesmos negros se instalaram em
bairros como Saúde, Estácio, Cidade Nova e Samba de Roda, conhecido em toda a Bahia, é típico da região do Recôncavo Baiano.
Gamboa. Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/56

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*Duas reformas estavam em andamento ao mesmo tempo no comecinho do século XX no Rio de Janeiro:
uma federal, de iniciativa do Presidente Rodrigues Alves, e uma municipal, de inciativa do prefeito Pereira
Passos.
- “A reforma municipal, gerida por Pereira Passos, por mais que não tenha deixado de lado os aspectos urbanísticos e
sanitários, deu bastante importância para os aspectos comportamentais, muito em função do conceito de civilização
que regeu a reforma do prefeito. De acordo com Azevedo (1998, 2003), um objetivo do governo municipal foi a ligação
das diversas partes da cidade, associada a uma tentativa de difundir a civilização, em virtude de o Centro ser tido como
um lugar civilizador. Para isso, a municipalidade ficou responsável pelo prolongamento, pelo alargamento e pela
abertura de ruas que ligavam o Centro às Zonas Norte e Sul, com destaque para a Avenida Beira-Mar. Ainda ficou
responsável por melhoramentos urbanos, como instalação de iluminação e de redes de água e esgoto. Por fim, assumiu
a regulamentação dos usos urbanos, estabelecendo diversas medidas proibitivas, como andar descalço e sem camisa.
A reforma municipal tinha como ideal o organicismo, cuja finalidade era interligar as diversas regiões da cidade ao
Centro. Essa ligação era essencial para o bom funcionamento do todo. O conceito que regeu a reforma municipal foi a
civilização por meio da ideia de individualidade, do respeito à lei, à ordem pública, da afinação do gosto estético e
cultural” (https://doi.org/10.1590/2175-3369.011.e20180179) .
- “As habitações populares eram consideradas produtoras dos comportamentos desviantes, como os vícios, e a origem
das doenças que prejudicavam a saúde dos indivíduos. Assim, havia uma vinculação entre imoralidade, pobreza e
saúde; logo, os pobres eram vistos como potenciais criminosos ou mesmo portadores de germes, então havia uma
tentativa de disciplinar os indivíduos” (https://doi.org/10.1590/2175-3369.011.e20180179).

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“Além da reforma urbanística, também houve uma reforma sanitária, que ficou a cargo do governo federal, mais
precisamente do Serviço de Saúde Pública do qual o médico higienista Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-Geral, em
1903” (https://doi.org/10.1590/2175-3369.011.e20180179) .

“No início de novembro de 1904, o Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco da maior revolta urbana que já tinha
sido vista na cidade. A Revolta da Vacina deixou um saldo de 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos, segundo o Centro
Cultural do Ministério da Saúde. O estopim da rebelião popular foi uma lei que determinava a obrigatoriedade de
vacinação contra a varíola. Dados do Instituto Oswaldo Cruz mostram que, naquele ano, uma epidemia de varíola
atingiu a capital. O Rio de Janeiro, aliás, sofria com várias outras doenças (como peste bubônica, tuberculose e febre
amarela) e era conhecido no exterior pelo nada elogioso apelido de “túmulo dos estrangeiros”. Só em 1904, cerca de
3.500 pessoas morreram na cidade vítimas da varíola, e chegava a 1.800 o número de internações pela enfermidade
apenas em um dos hospitais cariocas, o Hospital São Sebastião. [...] O imunizante também não era bem aceito pelo
povo, ainda desacostumado com a própria ideia da vacinação, e diferentes boatos corriam na época, como o de quem
se vacinava ganhava feições bovinas.
.

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A gota d’água para a Revolta da Vacina iniciar foi a
aprovação da lei nº 1.261 em 31 de outubro de 1904, e a
regulamentação em seguida, em 9 de
novembro. Sugerida por Oswaldo Cruz, tornava
obrigatória a exigência de comprovantes de vacinação
contra a varíola para a realização de matrículas nas
escolas, obtenção de empregos, autorização para viagens
e certidões de casamentos. A medida previa também o
pagamento de multas para quem resistisse à vacinação. A
população não aceitava ter a casa invadida para ser
vacinado e havia uma forte discussão sobre o direito de
o Estado mandar no corpo dos cidadãos. Embora os
protestos tenham começado pela vacinação, logo se
dirigiu aos serviços públicos em geral e ao governo. A
Revolta da Vacina durou cinco dias, e nas ruas da capital,
Bonde virado pela população na Praça da República durante a revolta bondes foram atacados, virados e queimados”
(https://portal.fiocruz.br/noticia/cinco-dias-de-furia-
revolta-da-vacina-envolveu-muito-mais-do-que-
insatisfacao-com-vacinacao) . A Lei sobre a
obrigatoriedade da vacinação foi revogada.

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- O Samba de Roda na Bahia tem registros que datam de 1860. “A herança negro-
africana no samba de roda se mesclou de maneira singular a traços culturais trazidos
pelos portugueses (principalmente viola e pandeiro) e à própria língua portuguesa nos
elementos de suas formas poéticas” (http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/56)
- Essas práticas do Samba de Roda da Bahia foram levados ao Rio de Janeiro pelos
africanos.
- Nos bairros onde esses negros se estabeleceram tiveram destaque as “tias baianas”
que foram responsáveis por organizar espaços (terreiros) onde pudessem acontecer
as festividades e rituais religiosos. Isso porque as formas de manifestação artística e
religiosa eram proibidas e reprimidas pela polícia.
- Esses terreiros que foram berço do samba carioca.
- Marco do samba foi a canção “Pelo Telefone”, 1916.
- A partir de 1920, com o advento das escolas de samba e os desfiles, que o samba
começou a ser popularizado e ser aceito pela elite carioca.
- Popularização do Samba foi somente a partir de 1930 quando o samba passou a ser
reproduzido nas rádios. Getúlio Vargas que estava na Presidência à essa época
explorou bem o samba para promover a ideia de nacionalidade e identidade
brasileira. No entanto, ocorreram iniciativas de “desafricanizar” o samba ao colocá-lo
como fruto da miscigenação brasileira.
- “...no panorama musical brasileiro o samba no Rio de Janeiro se destaca por ser um
fenômeno cultural pujante que atravessou o século XX, passando de alvo de
discriminação e perseguição nas primeiras décadas a ritmo identificado com a própria
nação, a ponto de ser um de seus símbolos”
(http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/56).

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SEMANA DE ARTE MODERNA OU SEMANA DE 22
O que foi o Modernismo no Brasil? Foi um movimento artístico-literário que visava
romper com as tradições estéticas do passado (parnasianismo), ou seja, nossos artistas
queriam mostrar uma arte inovadora, uma arte que representasse o Brasil. Uma fonte de
inspiração para o movimento modernista estava nas vanguardas europeias, como
exemplo, o cubismo, expressionismo e futurismo.

A Semana de Arte Moderna está inserida no contexto da República Velha (1889-1930).

O marco do Modernismo no Brasil foi a Semana de Arte Moderna, 1922, que aconteceu
em São Paulo no dias 13, 15 e 17 de fevereiro no Theatro Municipal e foi patrocinado pela
aristocracia paulista. Cada dia foi dedicado a um aspecto artístico: o primeiro dia foi
dedicado à pintura e escultura, o segundo à literatura e o terceiro à música.

O evento contou com o apoio do governador de São Paulo, Washington Luís, mas o grande
financiador do evento foi o fazendeiro Paulo Prado.

Os grandes articuladores e organizadores do evento foram: Oswald de Andrade, Di


Cavalcanti e Mário de Andrade.

A Semana de Arte Moderna foi alvo de muitas críticas. Vaias durante as apresentações Arte criada por Di Cavalcanti para a Semana de 22.
foram comuns em todos os dias.

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Primeira fase do Modernismo (1922-1930) ou Fase Heroica -> marcado por um nacionalismo crítico, ou seja,
valorização daquilo que era nacional mas sei deixar de denunciar as mazelas sociais.

Na estética:
- poemas com versos livres;
- aproximação entre prosa e poesia rompendo assim com a estrutura anterior de versos decassílabos;
- poema-piada;
- poemas em tons irreverentes;
- sátira ao Romantismo;
- paródias;
- temática abordando o cotidiano;
- Absorção das vanguardas europeias( cubismo, futurismo, surrealismo, dadaísmo, expressionismo).
- Coloquialismo;

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Quando falamos em Primeira Fase do Modernismo, precisamos ter em mente essas cinco figuras, Grupo dos Cinco, que foram
centrais ao movimento modernista no Brasil: Anita Malfatti (pintora), Mário de Andrade (escritor), Menotti del Picchia
(escritor), Oswald de Andrade (escritor) e Tarsila do Amaral (pintora). Outro grande nome que participou deste primeiro
momento do Modernismo foi Manuel Bandeira.

Importante frisar que Tarsila não participou da Semana de Arte Moderna pois estava em Paris.

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Tarsila do Amaral

Abaporu
A Negra

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Tarsila do Amaral

Operários A Cuca

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Anita Malfatti

O Farol, 1915
A Estudante, 1915-16

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Anita Malfatti

Tropical, 1917.

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Oswald de Andrade

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Mário de Andrade A obra de Mário de Andrade foi desenvolvida em duas vertentes: 1) urbana; 2) folclórica. É típico
de sua obra o tom de crítica social e denúncia da hipocrisia burguesa de sua época.
Ode ao Burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
A digestão bem-feita de São Paulo! "— Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
O homem-curva! o homem-nádegas! — Um colar... — Conto e quinhentos!!!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, Mas nós morremos de fome!"
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Eu insulto as aristocracias cautelosas! Oh! purée de batatas morais!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
que vivem dentro de muros sem pulos; Ódio aos temperamentos regulares!
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
e tocam os "Printemps" com as unhas! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
Eu insulto o burguês-funesto! sempiternamente as mesmices convencionais!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Fora os que algarismam os amanhãs! Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Olha a vida dos nossos setembros! Todos para a Central do meu rancor inebriante
Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Mas à chuva dos rosais Morte ao burguês de giolhos,
o èxtase fará sempre Sol! cheirando religião e que não crê em Deus!
Morte à gordura! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Morte às adiposidades cerebrais! Ódio fundamento, sem perdão!
Morte ao burguês-mensal! Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!

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Mário de Andrade

Além de poesias, Mário de Andrade também escreveu em prosa. Romance de 1927 .


Macunaíma é uma de suas obras mais famosas.

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Manuel Bandeira

Pneumotórax

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Segunda Fase do Modernismo Brasileiro ou geração de 30 (1930- 1945) – Aqui é possível perceber nas obras um tom de preocupação e
angústias. Não podemos esquecer que esse período abarca a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e também o governo autoritário de
Getúlio Vargas.
A segunda fase é também o momento de consolidação do movimento e seu marco inicial se deu com Carlos Drummond de Andrade e o
livro Alguma Poesia (1930). A tendência nesse período é tratar de temas mais filosóficos.
Outros grandes nomes dessa Segunda fase:

Murilo Mendes (Poesia)


Jorge de Lima (Poesia), temática sobre negros e escravidão.
Cecília Meireles (Poesia).
Vinícius de Morais (Poesia), temática sobre o amor e
sensualidade.
Prosa: crítica e denúncia da realidade nacional (miséria)
focado no NORDESTE (regionalismo). Esses autores também
são chamados de NEORREALISTAS.
Graciliano Ramos
Rachel de Queiroz
Jorge Amado
José Lins do Rego
Érico Veríssimo (o foco desse autor é o SUL).
Dionélio Machado.
No Meio do Caminho, 1928

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Terceira fase do Modernismo, Pós Modernismo ou Geração de 45 (1945- 1960) ou (1945 até final do século
XX) ou (1945 até o momento atual):

Características:
- temática social e linguagem mais objetiva;
- temática de introspecção às questões humanas;
- Regionalismo universalista;
- oposição à liberdade formal;
- preocupação com a estética e a perfeição;
- valorização da métrica e da rima;

Grandes nomes dessa fase:


Mario Quintana - Obras: Rua dos cataventos (1940), Canções (1946) e Baú de espantos (1986).
João Cabral de Melo Neto - Obras: Pedra do sono (1942), O cão sem plumas (1950) e Morte e vida severina (1957).
Guimarães Rosa - Obras: Sagarana (1946), Primeiras Estórias (1962) e Grande Sertão: Veredas (1956).
Clarice Lispector - Obras: Perto do coração selvagem (1942), A paixão segundo G. H (1964) e A hora da estrela (1977).
Ferreira Goullar – Obras: Um Pouco Acima do Chão (1949), A Luta Corporal (1954), ...

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) IPEFAE - 2020 - Prefeitura de Aguaí - SP Tarsila do Amaral foi uma importante pintora brasileira e fez parte do
movimento modernista no país, estão dentre as suas principais obras:

a) “Abaporu”, “Operários” e “O Lavrador de Café”.


b) “Martini Sunrise”, “Operários” e “Chorinho”.
c) “Abaporu”, “A Negra” e “Operários”.
d) “O Lavrador de Café”, “Chorinho” e “Abaporu”.

2) Instituto Machado de Assis - 2018 - Prefeitura de Cabeceiras do Piauí - PI Uma síntese da arte modernista brasileira pode
ser formulada a partir dos seguintes elementos:

a) Liberdade de expressão, estilo coloquial, observação da realidade e atenção à vida moderna.


b) Convicções comuns, transbordamento da emoção, preferência pelo pronome oblíquo e observação da realidade.
c) Subversão da gramática, estilo coloquial, originalidade ilimitada e transbordamento da emoção.
d) Liberdade de expressão, padrões portugueses, convicções comuns e preferência pelo pronome oblíquo.

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3) Instituto Machado de Assis - 2018 - Prefeitura de Luís Correia – PI Na questão abaixo indique a qual Escola Literária do Brasil
pertence a característica descrita.

Poesia nacionalista. Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimento contra. Anarquismo, luta contra o tradicionalismo;
paródia, humor. Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem coloquial.

a) Modernismo
b) Realismo
c) Barroco
d) Simbolismo

4) Instituto Machado de Assis - 2018 - Prefeitura de Caxias – MA Sobre o Modernismo, é INCORRETO afirmar:

a) Na década de 50, a poesia de Carlos Drummond de Andrade tomou novos rumos, seguindo duas orientações: uma poesia
reflexiva, filosófica e metafísica, e uma poesia nominal com tendência ao Concretismo.
b) A “fase heroica” do Modernismo teve como principais representantes: Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de
Andrade.
c) A Segunda Geração do Modernismo foi caracterizada, na poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos
primeiros modernistas.
d) Uma das principais características da Segunda Geração Modernista é a censura do verso livre e a formação de ideias
originais.
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5- UECE - CEV - 2018 - SEDUC-CE Assinale a opção em que todas as informações sobre a terceira fase do Modernismo
brasileiro são corretas.

a) Entre os principais autores da ficção desse terceiro momento modernista são: Clarice Lispector: seus romances são
herméticos, com profundo mergulho na alma humana, como em “Perto do Coração Selvagem”; Graciliano Ramos: genial
inovador da linguagem da linguagem, sua obra-prima é “Grande Sertão: Veredas”; João Cândido de Carvalho: autor de “O
Coronel e o Lobisomem”; Pedro Nava: autor de “O Círio Perfeito”.
b) A ficção da terceira fase do Modernismo brasileiro caracteriza-se ou por suas tendências introspectivas ou por um tipo de
regionalismo – universalista – diferente daquele da segunda fase.
c) Entre o poetas brasileiros da terceira fase do Modernismo destacam-se: João Cabral de Melo Neto, considerado um
engenheiro de palavras, é autor de “Morte e vida Severina” e de” Pedra Bonita”; Augusto de Campos, Décio Pignatari e
Ferreira Gullar, principais representantes da poesia concreta.
d) No campo teatral, destacam-se, entre outros: Nélson Rodrigues, autor de “Vestido de Noiva” e “O Pagador de
Promessas”; Gianfrancesco Guarnieri, autor de “Eles não usam black-tie”.

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6- Quadrix - 2018 - Prefeitura de Cristalina - GO Assinale a alternativa correta quanto ao Modernismo de 1922 e à Semana
de Arte Moderna, realizada em São Paulo, nesse mesmo ano.
a) Para inserir a cultura popular no cânone acadêmico, os modernistas buscaram injetar no indígena e no negro os padrões
da civilização dominante.
b) Um dos elementos presentes na Semana de Arte Moderna foi a defesa da liberdade de criação e de experimentação no
campo das artes.
c) O Modernismo de 22 valorizou a cultura indígena e africana, recusou influências artísticas advindas da Europa e reavivou
o nacionalismo literário.
d) Os modernistas de 22, como o personagem Policarpo Quaresma do pré-modernista Lima Barreto, pregavam a adoção do
tupi-guarani como língua oficial brasileira.
e) Os modernistas de 22 defendiam a distinção entre poesia e prosa nas formas estéticas convencionais, mas propunham a
mistura dos diferentes gêneros literários nas apropriações artísticas da cultura indígena.

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7- UECE - CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor O Modernismo brasileiro é tradicionalmente dividido em três fases:
primeira fase (fase heroica),segunda fase (geração de 1930) e terceira fase (geração de 1945). Particularizando,
assinale a opção correta sobre a primeira fase.
a) A primeira geração modernista é representada, principalmente, pela “tríade modernista”, isto é, os escritores
Mário de Andrade, Vila-Lobos e Oswald de Andrade, que deram continuidade aos postulados de 1922,
apresentando uma estética transgressora, testando os limites da forma e do conteúdo e combatendo as escolas
tradicionais da literatura brasileira.
b) “Paulicéia Desvairada”, cujo autor é Mário de Andrade, é o título do romance considerado como marco inicial
do Modernismo brasileiro.
c) Uma das características da primeira fase do Modernismo no Brasil é a reescritura de textos do passado, por
exemplo: Oswald de Andrade pinçou trechos de “A Carta de Pero Vaz de Caminha” (prosa) e remontou-os em
forma de poema; além disso, ele fez uma paródia de um dos mais famosos poemas do Romantismo da literatura
brasileira, a “Canção de Exílio”, de Gonçalves Dias.
d) Além da conhecida “tríade modernista”, são autores do Modernismo da primeira fase no Brasil: Manuel
Bandeira, Menotti Del Picchia, Raul Bopp, Jorge Amado, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida, Ronald de
Carvalho, Alcântara Machado e Plínio Salgado.

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8- CESPE - 2018 - SEDUC-AL - Conhecimentos
Específicos - Cargo 11 – Professor Considerando as
ideias do texto precedente e a relação que ele
estabelece com aspectos da historiografia literária
brasileira, julgue o item subsequente.

Por se tratar de “Romance da zona pastoril"


(R.23), Vidas Secas apresenta um realismo social
ininteligível a regiões urbanas do país.

( ) Certo
( ) Errado

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TROPICALISMO
CONTEXTO: Ditadura Militar.

- O Tropicalismo foi um movimento cultural de


ruptura e inovação nascido na década de 1960 no
Brasil.

- A principal marca do movimento foi a inovação


estética que reunia aspectos da cultura popular
(samba, baião) e de vanguarda com elementos da
cultura jovem mundial, como o rock e a psicodelia.

- Na música, o marco do Tropicalismo foi o


lançamento do disco Tropicalia ou Panis at Circencis,
em 1968, que contou com a participação de Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes e Tom
Zé. Expoentes do Tropicalismo: Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil.

- A ideia do Tropicalismo não afrontar abertamente o


sistema já que para os artistas do Tropicalismo a
revolução na estética já era socialmente
revolucionária.

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- Além da música, o Tropicalismo marcou também o teatro,
cinema, poesia e artes plásticas.

- Artes Plásticas: Hélio Oiticica.


- Cinema : Glauber Rocha, grande nome do “Cinema Novo”, com
os filmes “Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963); “Terra em
Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro
(1969) .
- Teatro: José Celso Martinez Correa com as peças “Pequenos
Burgueses” (1963); “O Rei da Vela” (1967), de Oswald de Andrade;
“Na Selva das Cidades” (1969).
Hélio Oiticica Dramaturgo José Celso Martinez Correa

- O nome Tropicália foi em decorrência da obra Tropicália, de


Hélio Oiticica, apresentada no MAM (Museu de Arte Moderna)
em 1967.
- “A obra era constituída por um labirinto de madeira forrado
com areia e pedras, que, ao ser percorrido pelo espectador,
colocava-o em contato corporal com diversos elementos
naturais e culturais do Brasil, como plantas tropicais e araras Glauber Rocha
nativas, num percurso que terminava em frente a um aparelho
de televisão ligado”
(https://memoriasdaditadura.org.br/obras/tropicalia-1969-de-
helio-oiticica/).

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Parte da obra Tropicália: uma espécie de labirinto que fazia alusão às favelas e aos trópicos.

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- A música típica do Tropicalismo teve seu marco de início no Festival de Música Popular Brasileira, promovidos pela TV
Record e TV Globo.

Músicas mais famosas do Tropicalismo

- Os críticos do Tropicalismo alegavam que o movimento eram muito vago e sem real comprometimento político já que
outros artistas se arriscavam ao compor letras de aberto enfrentamento ao sistema ditatorial da época.

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Na década de 1960, a música popular brasileira (MPB) esteve permeada por quatro grandes tendências:

1) Artistas representantes da Bossa Nova ou artistas herdeiros dessa tendência. Suas músicas eram uma espécie de mescla entre
o samba e o cool jazz. Um nome de destaque desse grupo é Chico Buarque.

2) Canção de Protesto-> recusavam-se em aceitar elementos da música estrangeira, em defesa da preservação da cultura nacional. Os
artistas desse grupo entendiam a música como um instrumento de crítica política e social. Destaca-se o artista Geraldo Vandré, autor da
música “Pra não dizer que não falei das flores”. Segue abaixo pequeno trecho:
“...Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não...”

3) Jovem Guarda -> destacam-se artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderleia. Estes interessavam-se mais em produzir música
com elementos do rock inglês e norte-americano.

4) Artistas tropicalistas: interessados em promover inovações estéticas.

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Influência do Movimento Hippie: Na década de 60 nos
EUA nascia o movimento hippie que trazia propostas
contra o capitalismo, pregavam a paz e o amor,
pacifismo e uma vida muito simples. O movimento
hippie é chamado de contracultura por atacar o
sistema, o status quo. “Entre as características do
movimento hippie podemos citar roupas coloridas,
homens de barba e cabelo compridos, moças com
flores no cabelo, músicas com violão e acampamentos.
Em suma, os hippies recusavam a sociedade de
consumo e a família tradicional. Além disso,
admiravam a cultura do Oriente, vestiam batas
indianas e apreciavam a alimentação natural.[...]
Preferiam a natureza à fumaça das cidades, o rock ao
barulho das metralhadoras, o sexo à violência da
polícia, o amor à sociedade de consumo”
(https://www.stoodi.com.br/blog/historia/movimento
-hippie/).
A face do movimento hippie no Brasil foi justamente
o Tropicalismo.

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Os jovens brasileiros engajados politicamente


identificavam-se com muitos ideais dos
hippies dos EUA, afinal, viviam também em
um país permeado pela repressão política e
por um ambiente caótico de violência e falta
de liberdade.
Pautas do movimento hippie no Brasil :
- igualdade de direitos;
- liberdade de comportamento;
- fim do machismo;
- fim das arbitrariedades dos governos
militares.

Esses ideais refletiram principalmente nas


músicas mas também em outras formas de
arte e cultura, o que fez com que muitos
artistas fossem presos, exilados ou até
mesmo mortos.
- O movimento tropicalista nasceu e morreu na Ditadura Militar. As prisões de Gilberto Gil e Caetano Veloso em
1968 representavam que o movimento estava acabando. Os artistas foram presos e depois exilados.

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PÓS-TROPICALISMO (1969-1974): Movimento surgido após o Tropicalismo e foi marcado por canções de caráter sombrio,
tristeza, morte, solidão. O sentimento era de frustração . O grande nome desse movimento foi Gal Costa.

-> Coincide com a época mais dura da Ditadura Militar, ou seja, o AI-5.

Três exemplos de músicas que retratam o clima de desesperança: "O Crime", de Jards Macalé e José Carlos Capinam; "Filme
de Terror", de Sérgio Sampaio e "Vapor Barato" de Jards Macalé e Waly Salomão.

Trecho de “Filme de Terror” de Sérgio Sampaio:


“...Hoje está passando um filme de terror
Na sessão das dez, um filme de terror
Tenho os olhos muito atentos
E os ouvidos bem abertos
Quem sair de casa agora
Deixe os filhos com os vizinhos
Dentro da folia, um filme de terror
Dura um ano inteiro, o filme de terror
E na rua, um sacrifício
No pescoço um crucifixo
Quem ousar sair de casa
Passe a tranca e feche o trinco...”

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A vida intelectual, política e artística no século XIX


Rememorando:
Quais eventos políticos marcaram o século XIX no Brasil?

- Fuga da Família Real de Portugal para o Brasil (1808).


- Brasil deixa de ser colônia e passa a ser Reino Unido à Portugal e Algarve.
- Independência do Brasil (1822)-> Brasil passa a ser um Estado independente. Torna-se
um Império.
- 1888: Abolição da Escravidão.
- 1889: Proclamação da República brasileira.

Percebam como o Estado Brasileiro sofreu alterações significativas no decorrer do século XIX.

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Sobre a parte de história política não precisamos nos preocupar pois já tivemos muitas aulas sobre o assunto.

E sobre a história intelectual e artística do Brasil no século XIX?


Esse será o tema desta aula.

-> Primeiro ponto: a cultura de um povo, de uma nação, reflete sua respectiva história, política, economia.
A cultura está intimamente ligada com seu respectivo momento histórico de produção.

Quando falamos de século XIX no Brasil, sobre qual momento histórico estamos falando?
-> Nascimento do Estado Brasileiro a partir de 1822 e da construção da nação brasileira.

Tomem nota: “Estado” é diferente de “nação”.


Estado-> centralização administrativa, burocrática.
Nação-> é a ideia, é o espírito que une um povo. São símbolos, é a História, é o território, é a língua, etc.,
que identifica, une, caracteriza um povo como pertencente a um Estado-nação.

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Chegamos ao ponto principal desta aula: FORMAÇÃO DA NAÇÃO BRASILEIRA.

Para entender, precisamos falar do movimento “Romantismo”(reencantamento do mundo).


Esse movimento artístico e político surgiu no final do século XVIII, na Europa, e perdurou pelo século XIX. São
características marcantes: nacionalismo, visão de mundo contrária ao Iluminismo(desencantamento do mundo) e
racionalismo, culto ao “eu” (subjetividade). Esse movimento contribuiu fortemente para a consolidação dos Estados
nacionais europeus.

- O Romantismo coincidiu na Europa com momentos de significativas mudanças políticas. Ex.: Revolução Francesa ,
1789.

- Outras características: byronismo, indianismo, medievalismo, egocentrismo, idealização, sentimentalismo exacerbado,


fusão do feio com o belo, etc.

- No Brasil, o contexto político também foi de mudanças significativas, mas a principal foi o nascimento do Estado
Brasileiro a partir de 1822.

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PRINCIPAIS EXPOENTES DO ROMANTISMO NO BRASIL
-> “OS ESCRITORES ROMÂNTICOS BRASILEIROS, APÓS A INDEPENDÊNCIA, COMO SE ESTIVESSEM EMPREENDENDO UMA
CRUZADA, REALIZARAM UMA INTERVENÇÃO DELIBERADA, UTILIZANDO-SE DA LITERATURA, PARA CRIAR E DIFUNDIR
UMA IDEIA DE NAÇÃO” (RICUPERO, 2004).
-> “o Romantismo teve o papel de criação e de invenção da nação” (RICUPERO, 2004).
-> “Nós tivemos no Brasil um movimento espiritual (não falo apenas de arte) que foi absolutamente ‘necessário’, o
Romantismo” (Mário de Andrade).

Principais nomes:
-> Gonçalves de Magalhães.
-> Gonçalves Dias;
-> Manuel de Araújo Porto Alegre.
-> José de Alencar, um dos maiores nomes da literatura brasileira;
-> Álvares de Azevedo;
-> Casimiro de Abreu;
-> Castro Alves;
-> Joaquim Nabuco.
-> Machado de Assis;
-> Joaquim Manuel de Macedo, romancista autor de “A Moreninha”;
-> Bernardo Guimarães.

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AS TRÊS GERAÇÕES DO ROMANTISMO BRASILEIRO

1836- Marco do Romantismo no Brasil -> publicação do livro de poesias “Suspiros poéticos e saudades” de Gonçalves de
Magalhães.

- O Romantismo brasileiro foi fortemente influenciado pelo modelo europeu.

*Primeira Geração – Indianista ou nacionalista:


- exaltavam o índio como o herói brasileiro/ bom selvagem.
- Literatura nacionalista;
- Influenciada pelo momento histórico pós independência.
- Antilusitanismo.
- Culto à pátria brasileira.

- Principais nomes desse período:


- José de Alencar.
- Gonçalves Dias;
- Gonçalves de Magalhães;
- Manuel de Araújo Porto Alegre.

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Poesia escrita por Gonçalves Dias enquanto estava em Portugal denotando saudosismo, patriotismo.

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*Segunda Geração - Ultrarromantismo ou Mal do Século.


- Byronismo (relacionado ao poeta inglês Lord Byron cujos trabalhos relatavam sobre uma vida boêmia, melancólica,
voltada para vícios e prazeres)
- Idealização da mulher como um ser intangível -> amor não concretizado.
- Prevalecem temas melancólicos, fúnebres, obscuros.
- Fuga da realidade;
- Sentimentalismo mais exacerbado;

Principais nomes:
- Álvares de Azevedo, autor de Noite da Taverna.
- Casimiro de Abreu.

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Poema de Álvares de Azevedo

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*Terceira Geração- Condoreira.


- Condor é um pássaro que nesse contexto significa liberdade.
- Geração influenciada pela Abolição da Escravidão e Proclamação da República.
- Predomínio de temas sociais e luta por liberdade.
- Voltada para o futuro.
- A mulher já não é mais intangível.

Principais nomes:
- Castro Alves, autor de Navio Negreiro, ficou conhecido como “Poeta dos Escravos”.
- Joaquim Nabuco, autor de “Abolicionismo” (1883), “Escravos” (1886), “Minha formação” (1900).
- Joaquim de Sousa Andrade ou Sousândrade, autor do livro de poesias “Harpas Selvagens”.
- Machado de Assis.

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Fragmento de “Navio Negreiro” de Castro Alves

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PROSA ROMÂNTICA
O grande nome do Romantismo no Brasil é José de Alencar.

Suas obras se subdividem em :

Indianistas e históricos- São exemplos as obras “O Guarani”, “Iracema” – a ideia


aqui era justamente propagandear o índio como o herói nacional, além de exaltar o
passado histórico do Brasil

Urbanos – São exemplos as obras “Senhora”, “Lucíola”. Esses romances são


ambientados no Rio de Janeiro e mostram a vida luxuosa de membros da elite, ao
mesmo tempo, o autor faz críticas à hipocrisia daquele grupo social.

Regionalistas- São exemplos as obras “O Gaúcho”, “O Sertanejo” . Esse tipo de


romance não se passa no centro do Rio de Janeiro e sim em locais mais afastados. O
objetivo era fazer uma “propaganda” aos brasileiros com esse tipo de obra e assim
demonstrar a diversidade brasileira.

A grande contribuição de Alencar foi provocar o prazer pela leitura entre


membros da burguesia, o que serviu ao propósito nacionalista.

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BERNARDO GUIMARÃES – Sua principal obra foi BERNARDO GUIMARÃES
a “Escrava Isaura” mas suas obras em geral
criticavam ferrenhamente o sistema escravocrata
e patriarcal. Além disso, seus romances eram
ambientados em Minas Gerais ou Goiás.

Manuel Antônio de Almeida – Sua principal obra


foi “Memórias de um Sargento de Milícias” e
seus escritos buscavam retratar os costumes das
classes mais populares . Os personagens eram
malandros, marginais. Por isso, seu modo de
escrever destoa dos demais autores românticos
por conta de retratar a classe popular brasileira.

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MACHADO DE ASSIS: Sua obra é considerada um divisor de águas entre


o Romantismo e o Realismo.

Obras como “Ressurreição”, “A Mão e a Luva”, “Helena” e “Iaiá Garcia”


são atribuídas, de acordo com historiadores, à sua fase romântica.

Principais críticas: o capitalismo, a burguesia, a escravidão.

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