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Aula 003 – GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO E A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (1891-1894)

- Reabriu o Congresso.
- Implantou medidas que atendiam as camadas populares, como o controle dos preços dos
aluguéis e da construção de casas e diminuiu impostos sobre alguns alimentos, como carne,
feijão, pão e batata. Com essas medidas conquistou grande popularidade.
- Mas seus adversários, entre os quais estavam vários generais do Exército, iniciaram
uma campanha exigindo sua renúncia.
- Floriano Peixoto reagiu aposentando os generais.

a) 2ª REVOLTA DA ARMADA (1893)


- Os militares da Marinha também se levantaram contra o governo de Deodoro e chegaram a
bombardear o Rio de Janeiro com tiros de canhão para exigir a renúncia do presidente. Esse
episódio ficou conhecido como Segunda Revolta da Armada (1893)

Gravura do Floriano e a Segunda Revolta da Armada da página 14

b) REVOLUÇÃO FEDERALISTA (1893-1895)


- Teve início no Rio Grande do Sul, entre 1893 e 1895 como uma disputa entre o Partido
Republicano Rio-Grandense, liderado pelo positivista Júlio de Castilhos, e o Partido Federalista,
liderado por Gaspar de Silveira Martins.
- Os republicanos tinham o apelido de pica-paus e recebiam o apoio de Floriano Peixoto.
Defendiam um poder centralizado, com governo forte e eram aliados do presidente Floriano
Peixoto.
- Já seus adversários, os federalistas, tinham o apelido de maragatos e eram apoiados pelos
oficiais da Marinhas adversários de Floriano. Defendiam a descentralização política e o
parlamentarismo e faziam oposição à Floriano Peixoto.
- Insatisfeitos com a eleição de Júlio de Castilhos como governador do Estado, e com a
Constituição Estadual, previamente redigida pelo grupo de Castilhos para dar maiores poderes ao
Governador, os Maragatos iniciam uma revolta armada. Seus objetivos eram a deposição de
Castilhos e a realização de um plebiscito para que o povo escolhesse entre presidencialismo e
parlamentarismo.
- Esta guerra civil durou cerca de três anos e acabou englobando todos os estados do sul e as
forças da Segunda Revolta da Armada.

Atividade 009
b.1) REVOLUÇÃO FEDERALISTA NO PARANÁ
- Essa guerra civil atingiu o Paraná e Santa Catarina. O objetivo dos maragatos era chegar até o
Rio de Janeiro, unir-se aos membros da Revolta da Armada, e tomar o poder. Várias cidades do
Paraná foram palco de combates como Curitiba, Paranaguá, Tijucas e Lapa.
- O Paraná estava estrategicamente localizado para articular a luta contra os federalistas.
- O vice-governador do Estado, Vicente Machado, abandonou Curitiba (1894) e transferiu a
Capital para Castro.
- Os federalistas exigiam dos moradores de Curitiba altas quantias como imposto. O Barão do
Serro Azul criou uma “Comissão Especial” para negociar com os maragatos. Com a chegada dos
florianistas, o Barão foi acusado de traição e seria enviado a julgamento no Rio de Janeiro, mas
foi executado no caminho.

Vídeo do trailer de “O Preço da Paz” (2003)

- Em janeiro de 1894, os maragatos chegaram ao Paraná e atacaram pelo mar e por terra.
Praticamente ao mesmo tempo em que Paranaguá e Antonina se renderam, Tijucas do Sul e
Lapa sofreram ofensivas. Entre os dias 11 e 12 de janeiro, 1,5 mil homens das tropas de líder
federalista Gumercindo Saraiva atacaram Tijucas do Sul, defendida por 400 homens. Em menos
de uma semana, a cidade capitulou.
- Em Paranaguá, forças da Revolta da Armada chegaram para auxiliar os federalistas vindos do
Sul e tomaram a cidade.
- Na Lapa os federalistas cercaram a cidade. O cerco da Lapa durou 26 dias, em janeiro e
fevereiro de 1894, e terminou com a capitulação da cidade. Porém os revoltosos ficaram
impossibilitados de prosseguir e retornaram ao Rio Grande do Sul.

b.2) O FIM DO CONFLITO


- A revolução federalista foi derrotada em 24 de junho de 1895 no combate de Campo Osório, nas
proximidades de Santana do Livramento, quando o almirante Saldanha da Gama morreu diante
das tropas do general Hipólito Ribeiro. A paz foi assinada em Pelotas no dia 23 de agosto de
1895. O presidente da República já era então Prudente de Morais.

Foto do Museu das Armas da página 15

Vídeo de documentário sobre o cerco da Lapa do cinematógrafo Douglas Coelho (PR),


2013

Atividade 010
Quizizz
Aula 004 – OLIGARQUIA E CORONELISMO

a) OLIGARQUIA
- A palavra oligarquia vem do grego. Significa um governo exercido por poucos indivíduos. A
Primeira República no Brasil (1894-1930) caracterizou-se por esse modelo de governo.
- O poder político estava concentrado num pequeno número de pessoas, de famílias abastadas.
- Durante o Império, o governo central impunha seu poder às províncias, nomeando quem iria
governá-las. Com o estabelecimento da República a situação mudou: as famílias mais poderosas
de cada estado, isto é, as oligarquias estaduais, passaram a ter um enorme poder político.
- Dentre essas oligarquias destacaram-se as de São Paulo e Minas Gerais ligadas à produção e
exportação do café.

b) A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS


- O sistema político não garantia que o voto representasse a vontade dos eleitores.
- O Brasil ainda não tinha uma Justiça Eleitoral e as eleições eram organizadas pelos políticos
poderosos, chamados de coronéis em seus municípios.

Questões da página 19

b.1) CORONELISMO
- Para conquistar e manter o poder, os políticos saídos das famílias mais poderosas de cada
estado induziam os eleitores a votar nos candidatos por eles indicados. Muitos desses políticos
eram grandes fazendeiros e coronéis da Guarda Nacional; daí serem chamados de “coronéis”.
- A Guarda Nacional surgiu em 1831 durante o período regencial. Era uma força composta de
cidadãos armados e fardados não pertencentes às forças regulares como o Exército.
- O governo entregou aos fazendeiros mais ricos a patente de coronel da Guarda Nacional, a
mais alta patente de todas elas. Cada coronel organizava um destacamento em sua região.

Foto da página 21

Quizizz
Aula 005 – POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE

a) SISTEMA ELEITORAL NA 1ª REPÚBLICA


- A Constituição de 1891 possibilitou o direito ao voto de todos os homens alfabetizados, porém
nada dizia a respeito do voto secreto.
- O coronel conseguia voto do eleitor por meio da troca de favores: ele oferecia “favores”, como
sacolas de alimentos, remédios, proteção, dinheiro emprestado ou emprego. Em troca desses
“favores”, exigia que votassem nos candidatos indicados por ele. Esse voto controlado pelo
coronel é chamado de voto de cabresto.
- A ameaça e a violência também eram usadas. Como o voto era aberto, o voto do eleitor era
conhecido e acompanhado por jagunços do coronel.

Charge da página 20

Vozes do Passado da página 41

b) POLÍTICA DOS GOVERNADORES


- Usando as práticas do coronelismo (trocas de favores e corrupção eleitoral), as oligarquias
estaduais ajudavam a eleger deputados e senadores favoráveis ao presidente da República.
- Este, por sua vez, retribuía o “favor” liberando verbas, benefícios e dando apoio político a elas.
Esse esquema político começou na presidência de Campos Sales (1898-1902).
- As cidades controladas pelos coronéis recebiam verbas para a construção de escolas, praças,
igrejas etc. Assim, por meio de alianças e trocas de favores que uniam municípios, estados e
governo federal, as oligarquias mantiveram-se no poder durante a maior parte da Primeira
República.

Esquema da página 21

c) POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE


- Durante a maior parte da Primeira República predominou a aliança entre São Paulo e Minas
Gerais no poder que ficou conhecida como “Política do Café com leite”.
- Para muitos historiadores, esse período da Primeira República ficou conhecido como política
do café com leite, prática derivada da política dos governadores.
- Minas Gerais e São Paulo controlavam a política no país, revezando a indicação de candidatos
à presidência, sendo ora paulista ora mineiro.

Para Refletir da página 22


Exercício 1 da página 39

Quizizz
Aula 006 – GUERRA DE CANUDOS (1896-1897)

a) O QUE É UM MOVIMENTO MESSIÂNICO?


- Messianismo significa o retorno de um enviado divino libertador (messias que quer dizer
salvador).
- É a crença na volta do messias para cumprir a causa de um povo oprimido que acredita na sua
“eleição ou chamado para tarefas sagradas” ou não religiosas.
- EXEMPLO: Revolta da Serra de São João do Vale no RN em 1899

Vídeo do canal Nordeste Fantástico sobre este evento

b) REVOLTAS CONTRA A EXCLUSÃO SOCIAL


- No final do século XIX a exclusão do direito ao voto (cidadania política), a carestia e o
desemprego, o autoritarismo e o descaso dos governantes da República com a maioria da
população contribuíram para vários movimentos de contestação e rebeliões populares. O conflito
de Canudos foi um dos primeiros desses conflitos.

CANUDOS

a) ANTÔNIO CONSELHEIRO
- Em um cenário marcado pela exclusão ganhou destaque um líder religioso chamado Antônio
Vicente Mendes Maciel, o “Conselheiro” que andava pelo sertão, fazendo mutirões,
reformando igrejas e cemitérios, ajudando pessoas. Sua fama logo se espalhou e milhares de
pessoas passaram a segui-lo.
- Conselheiro fazia pregações religiosas sendo considerado um líder messiânico.

Gravura da página 27

Dialogando da página 27

b) A FORMAÇÃO DO ARRAIAL
- No sertão da Bahia, em 1893, os seguidores de Antônio Conselheiro começaram a construir
um povoado, que foi chamado de Belo Monte e, depois, de Canudos.
- Os habitantes do arraial eram, em sua maioria, sertanejos pobres que fugiam dos desmandos
dos coronéis e do desemprego, em busca de uma vida melhor.

c) GUERRA DE CANUDOS (1896-1897)


- A autonomia de Canudos, a vida conforme a leitura da Bíblia (feita por Conselheiro) e a
decisão de não pagar os novos impostos lançados pelo governo foram vistas pelas autoridades
como uma ameaça. Para os governantes, Canudos era um reduto de fanáticos religiosos
monarquistas.

Vídeo com cena do filme Canudos (1996) com o Beato Antônio Conselheiro criticando a
República

- O governo enviou quatro expedições contra Canudos. As três primeiras expedições foram
derrotadas pelos sertanejos.
- Na última, com 6 mil soldados, dinamite e canhões, houve o massacre do povo do arraial. Pelo
menos 30 mil pessoas morreram. Conselheiro foi decapitado. As casas foram incendiadas e o
arraial destruído.
- A saga de Canudos foi descrita na obra Os sertões de Euclides da Cunha, considerado como
o primeiro livro-reportagem brasileiro

Foto da página 28

Exercício 3 da página 39

Quizizz
Aula 007 – GUERRA DO CONTESTADO (1912-1916)

a) ÁREA CONTESTADA
- Entre Santa Catarina e o Paraná, numa área contestada (disputada) pelos dois estados, ocorreu
um movimento de sertanejos pobres e muito religiosos.
- Na região, coronéis de fazendas de gado e erva-mate disputavam terras com indígenas e
posseiros.

b) BRAZIL RAILWAY COMPANY


- A empresa estadunidense Brazil Railway Company, de Percival Farquhar, foi contratada para
construir uma estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande Do Sul; obra iniciada em 1908.
Como parte do pagamento, o governo federal cedeu à empresa uma faixa de terra de 15
quilômetros de cada lado da ferrovia.
b.1) AS MADEIREIRAS
- Em 1911, Farquhar criou a empresa Lumber, para colonizar a região com famílias vindas da
Europa.
- Entretanto, a floresta rica em araucária, pinho e imbuia e com alto valor comercial despertou
maior interesse.
- A empresa passou a expulsar os sertanejos e posseiros daquela área e instalou em Três
Barras (SC) um grande complexo madeireiro.
Mapa da página 29

Foto da página 29

c) O BEATO JOSÉ MARIA


- Expulsos de suas terras, os camponeses do Contestado passaram a buscar a orientação e a
seguir o beato José Maria. Pouco tempo depois, ergueram povoados na área de Santa Catarina
pretendida pelo Paraná: as chamadas “vilas santas”. José Maria fazia pregações contra o
governo republicano. Era considerado um líder messiânico.

Pintura da página 30

Atividade 011

c.1) MONARQUIA CELESTIAL


- Em 1912, José Maria fundou em Taquaruçu/SC um arraial chamado Quadro Santo, uma
“monarquia celestial” de governo independente.
- Nomeou Henrique Almeida, um fazendeiro analfabeto, como imperador do Brasil.
- Para os fazendeiros e a imprensa do Paraná, os sertanejos do Contestado eram monarquistas
fanáticos e inimigos da República.

d) GUERRA DO CONTESTADO (1912-1916)


- Em 22/10/1912, o governo do Paraná enviou forças militares contra os sertanejos. Durante a
batalha, o monge José Maria e o comandante das tropas paranaenses, João Gualberto,
morreram.
- Os sobreviventes se espalharam pela região. Difundiu-se a crença de que José Maria
ressuscitaria e traria um “exército celestial” para ajudar os sertanejos.
- Em fins de 1913, a população se juntou formando o Exército Encantado de São Sebastião.
Outros povoados surgiram na região, entre 8 e 20 vilas santas.
- O presidente Hermes da Fonseca enviou o Exército, que contou com 4 aviões alugados da
Itália. Ou seja, os combates eram desiguais.
- Ocorreram confrontos até 1916, deixando um saldo de mais de 5 mil mortos e feridos entre os
caboclos.
- As “vilas santas” foram arrasadas e os camponeses, fuzilados ou queimados.
- O último líder, Deodato Ramos, foi preso em agosto de 1916.

Exercício 4 da página 40
Quizizz
Aula 008 – REVOLTA DA VACINA (1904) E REVOLTA DA CHIBATA (1910)

REVOLTA DA VACINA (1904)

a) UMA CIDADE EM TRANSFORMAÇÃO


- Inspirado no modelo europeu, o presidente Rodrigues Alves (1902-1906) decidiu modernizar e
higienizar o Rio de Janeiro. A ideia era aproximar o Rio de Janeiro das capitais europeias.

Foto da página 31

- Fez a abertura da Avenida Central, da Avenida do Mangue, alargou ruas do centro, arrasou o
Morro do Senado, urbanizou a Baía de Guanabara e Copacabana.
- Aos gritos de “Bota abaixo!”, demoliram quarteirões inteiros, desabrigando cerca de 14 mil
pessoas. Os desabrigados foram viver na periferia ou subiram os morros, onde construíram
barracos de tábuas cobertos com latas.

Foto da página 32

b) COMEÇA A REVOLTA
- Convencido pelo médico Oswaldo Cruz em 1904 o Congresso aprovou uma lei obrigando a
vacinação contra a varíola. Sua taxa de mortandade era de 25 a 30% dos não vacinados.
Vídeo do Instituto Butantan sobre a varíola, de 2017

- A falta de informações sobre a vacinação, que era uma novidade, e as reformas do “bota
abaixo”, levaram a uma revolta popular, entre 10/11 e 16/11/1904 conhecida como Revolta da
Vacina.

Desenho da página 33

Leitura dos argumentos e Dialogando da página 33

- Armados de paus, pedras e pedaços de ferro, os populares enfrentaram a polícia em vários


pontos da cidade. Bondes foram incendiados, arrancaram trilhos, depredaram lojas.
- O governo ordenou aos navios de guerra o bombardeio de bairros operários e suspendeu a
vacinação obrigatória, prendeu e exilou os principais líderes.

Exercício 5 da página 40
REVOLTA DA CHIBATA (1910)
- Alguns anos após a revolta da Vacina ocorreu na marinha outra revolta por conta da
persistência da mentalidade escravista, dos baixos salários e das precárias condições de
trabalho.
- Os marinheiros reivindicavam melhor alimentação, aumento dos soldos e fim dos castigos
com chibatadas a quem cometesse faltas disciplinares.

a) ESTOPIM DA REVOLTA
- O estopim da revolta foi a punição de um marinheiro - Marcelino Menezes - em frente a toda a
tripulação.
- Entre 22 e 27 de novembro de 1910, marinheiros rebelaram-se na capital, Rio de Janeiro,
tomando dois navios: os encouraçados Minas Gerais e São Paulo.

b) DESFECHO DA REVOLTA
- O Congresso se comprometeu a atender as exigências. Os castigos corporais foram proibidos e
os rebeldes anistiados. Dois dias depois os rebeldes foram presos. Alguns foram fuzilados e
outros deportados para o Acre. O líder João Cândido foi internado em um hospício.

Atividade da Revolta da Chibata


Quizizz
Aula 009 –

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