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GUERRA DE CANUDOS (1896-1897) - MESSIANISMO

- O grande conflito que envolveu a população sertaneja do Nordeste;

- Suas principais causas estão ligadas à injusta situação fundiária do país e o total
abandono em que se encontravam as populações humildes.

- A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que marcam o período
entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. "

- Seu principal líder: Antônio Conselheiro."

- Em 1876, foi preso sendo acusado de matar sua mãe e mulher, e o enviaram de volta
para o Ceará. Depois de solto, Conselheiro se dirigiu ao interior da Bahia. Com o aumento
do seu número de seguidores e a pregação de seus ideais contrários à ordem vigente,
Conselheiro fundou – em 1893 – uma comunidade chamada Belo Monte, às margens do
Rio Vaza-Barris."

- Comunidade não sujeita ao mando dos representantes do poder vigente, Canudos se


tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos.

- De um lado, a Igreja atacava a comunidade alegando que os seguidores de Conselheiro


eram apegados à heresia e à depravação. Por outro, os políticos e senhores de terra, com
o uso dos meios de comunicação da época, diziam que Antônio Conselheiro era
monarquista e liderava um movimento que almejava derrubar o governo republicano,
instalado em 1889.

- Incriminada por setores influentes e poderosos da sociedade da época, Canudos foi alvo
das tropas republicanas.

- A população apta para o combate (homens e rapazes) foi massacrada.

POLÍTICA DOS GOVERNADORES.

- Durante o governo do paulista Campos Salles (1898-1902)

- A Política dos Governadores foi um acordo político firmado durante o período da República
Velha (1889-1930).
- O intuito era unir os interesses dos políticos locais marcado pelas oligarquias estatais da época
juntamente ao governo federal, para assim, garantir o controle do poder político.

- Maior apoio do governo federal aos governadores, senadores deputados dos Estados, nos casos
em que os governadores concedessem a um dos dois Estados.

• Comissão de Verificação de Poderes “degola”

POLÍTICA CAFÉ COM LEITE

- “Política do café com leite” é o nome que se dá ao processo de alternância de poder entre os
estados de Minas Gerais e São Paulo, que ocorreu durante a chamada “República Oligárquica”, a
fase da “República Velha” (1889-1930) que teve início em 1898, sob a presidência
de Campos Sales.

- Sistema federativo e descentralização do poder

- Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a organização política do Brasil


mudou estruturalmente. Durante o Período Imperial, a política era centralizada no gabinete do
Imperador, e o país era administrado regionalmente pelos presidentes de províncias. O poder
central era exercido pela própria figura do imperador por meio do Poder Moderador.

- O regime republicano, inspirado no modelo dos Estados Unidos e, em parte, no modelo


positivista de Auguste Comte, descentralizou o poder. As antigas províncias converteram-se em
estados da Federação, com autonomia para decisões políticas, econômicas e militares – tudo isso
garantido pela primeira lei máxima de nossa Primeira República, a Constituição de 1891.

TENENTISMO

- O tenentismo foi um fenômeno sociopolítico do início da década de 1920, quando


um movimento político-militar ganhou força em quartéis distribuídos pelo território
nacional, onde uma série de rebeliões realizadas por jovens oficiais de baixa e média
patentes do Exército Brasileiro.

Duas escolas:

• Escola Militar da Praia Vermelha

• Escola Militar do Realengo


Evidentemente descontentes com a situação política brasileira eles buscaram abalar
suas estruturas ao tentar derrubar as oligarquias rurais que dominavam o país e
constituíam o pilar fundamental das tradições da República Velha. Vale destacar
os movimentos tenentistas mais importantes:

 Coluna Prestes

 Revolução de 1924

 Comuna de Manaus

 Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

Causas e Reivindicações do Tenentismo

- O movimento tenentista possuía reivindicações muito claras e suas prerrogativas


acabaram se consolidando, mesmo que tardiamente. A princípio, devemos destacar a
influência das novas demandas que surgiram com a urbanização, a qual é notoriamente
favorável às tendências políticas republicanas liberais (dentre outras, como
o anarquismo e o comunismo) e, sem espanto, os militares do tenentismo inclinaram-se
àquelas tendências e ideologias.

- Apesar de defenderem reformas políticas e sociais, os líderes do tenentismo eram na


verdade conservadores e autoritários. Em suma, eles pretendiam moralizar os processos
e atos políticos brasileiros, marcados pelos atos de corrupção típicos do coronelismo.
Assim, a restrição do Poder Executivo, bem como dos ocupantes das do Poder
Legislativo. Não obstante, eram a favor da liberdade dos meios de comunicação, do fim
do “voto de cabresto” o qual seria combatido pela instauração do voto secreto. Outro
corolário fora a educação pública. Por fim, vale citar que eram favoráveis ao sufrágio
feminino.

REVOLTA DA VACINA

- A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no
Rio de Janeiro, em novembro de 1904. Nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-
se toneladas de lixo. Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava.

- Oswaldo Cruz Diretor da Saúde Pública.

- Iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento de ruas, avenidas e o


combate às doenças.

- A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da


cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A
população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando
a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço
deixando a população cada vez mais indignada.

- Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue
às autoridades. Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela apreensão dos
ratos. Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas
eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância
da vacina ou da higiene.

- A insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A


Revolta da Vacina".

- O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para combater as doenças, impôs


vacinação obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de
idade. Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. A
imprensa não perdoava Oswaldo Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia
do remédio. Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro
saíram às ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública e a polícia.

- O movimento rebelde foi dominado pelo governo, que prendeu e enviou algumas
pessoas para o Acre. Em seguida, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando
facultativo o seu uso.

REVOLTA DA CHIBATA (1910)


- A Revolta da Chibata aconteceu em novembro de 1910, durante a Primeira República,
e manifestou a insatisfação dos marujos com as injustiças presentes na Marinha brasileira

• Contra a violência dos castigos físicos "marujos que violassem as regras da corporação."

• Marinheiros recrutados nas camadas pobres da população, maioria negros e mulatos;

• Líder: João Cândido;

• Acordo com o governo de acabar (chibata);

• Sofreu forte repressão do governo.

- O estopim para o início da revolta ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi
punido com 250 chibatadas sem direito a tratamento médico."

- Pressionado tanto pelas ameaças dos marujos quanto de políticos, o governo de Hermes
da Fonseca aceitou os termos propostos e pôs fim aos castigos físicos na Marinha em 26
de novembro de 1910 e prometeu anistia a todos os envolvidos. A promessa do governo
não foi cumprida e, no dia 28 de novembro, um decreto dispensou cerca de mil
marinheiros por indisciplina.”
- Uma segunda revolta na Marinha iniciou-se, dessa vez, no Batalhão Naval estacionado
na Ilha das Cobras. Essa segunda revolta, no entanto, foi massacrada violentamente, e os
envolvidos foram aprisionados e torturados nessa ilha. Outras centenas de marinheiros
foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia e muitos foram fuzilados
durante o trajeto.”

GUERRA DO CONTESTADO

- Foi um conflito ocorrido entre 1912 e 1914, motivado pela disputa pelo território
próximo à fronteira dos estados de Santa Catarina e Paraná. "envolvendo a disputa de
terras naquela região rica em erva-mate e por onde seria construída a estrada de ferro
ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul."

Messianismo:

• Disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná.

• Pequenos agricultores expulsos de suas terras devido a construção de uma ferrovia.

• Conflito por posses de terras.

• Movimento de caráter religioso.

• Líder: Monge José Maria.

• Duramente reprimido.

"Milhares de pessoas se deslocaram para a região, no intuito de trabalharem na construção


da ferrovia. Logo após a inauguração, os trabalhadores ficaram desempregados,
provocando uma crise social. Monges messiânicos surgiram e formaram comunidades
com os sertanejos empobrecidos, sendo José Maria do Santo Agostinho o mais conhecido
desses religiosos.

- A formação dessas comunidades preocupou o governo federal, que enviou várias tropas
para a região, mas foram derrotadas pelos sertanejos.

- Após uma luta sangrenta, o governo derrotou os sertanejos, e os dois estados fizeram
um acordo, estabelecendo os limites."

- os revoltosos foram derrotados, em 1916, matando milhares sertanejos de forma


violenta."

GOVERNO DE HERMES DA FONSECA

- No ano de 1909, as articulações políticas envolvendo a sucessão presidencial


estabeleceram uma cisão entre as elites paulista e mineira. De um lado, os oligarcas de
Minas Gerais e do Rio Grande do Sul apoiaram a candidatura do marechal Hermes da
Fonseca. Por outro, as elites paulistas e baianas refutaram o retorno de um militar à
presidência optando pela escolha do aclamado intelectual Rui Barbosa.

- Intensa disputa eleitoral.

- Fraude eleitoral e controle dos resultados desenvolvidos no meio rural por parte dos
mineiros. Já os paulistas, projetavam a sua vitória desenvolvendo um discurso
modernizador a ser agraciado pelo eleitorado urbano. Rui Barbosa, estudioso de grande
envergadura, seria o grande executor de tais transformações.

- Rui Barbosa acabou sendo derrotado. Chegando ao cargo de presidente, Hermes da


Fonseca adotou uma política econômica bastante conservadora, atrelando-se aos antigos
mecanismos de regulação de preços, compra e estocagem da produção cafeeira.
Entretanto, do ponto de vista político, observamos ações polêmicas e conflituosas.

- A forte oposição de alguns oligarcas ao seu mandato e a forte influência do senador


gaúcho Pinheiro Machado foram alguns dos motivos que alicerçaram a chamada política
de salvações. Tal política consistia na deposição de todos os agentes políticos que não
fossem declaradamente apoiadores de Hermes da Fonseca. Ao longo de seu mandato, as
deposições surtiram efeito em alguns estados como Pernambuco, Alagoas e Bahia.

COLUNA PRESTES

- A Coluna Prestes foi um movimento revoltoso que surgiu a partir do tenentismo.


Militares brasileiros rebelaram-se e iniciaram uma marcha pelo interior do país entre 1925
e 1927.

- Movimento combatia as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís


durante a Primeira República.

- Entre 1921 e 1922, foi realizada a campanha eleitoral para eleger o novo presidente que
assumiria o país em 1922. De um lado, o candidato era Artur Bernardes; do outro lado,
havia Nilo Peçanha (candidato da oposição)."

- Os tenentistas, em geral, defendiam a derrubada do governo de Artur Bernardes e a


implantação de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil."

- A Coluna formou-se quando tenentistas rebelados no Rio Grande do Sul, sob a liderança
de Luís Carlos Prestes, uniram-se com os tenentistas paulistas instalados no Paraná.

- A junção das duas formas deu início à Coluna e à marcha pelo interior do Brasil na
defesa de seus ideais revolucionários. "

- os membros da Coluna Prestes “exigiam o voto secreto, a reforma do ensino público, a


obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política. Denunciavam, também,
as miseráveis condições de vida e a exploração dos setores mais pobres”"
- Ao todo, a Coluna cruzou territórios que correspondem a diferentes estados brasileiros:
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Piauí, Bahia, Pernambuco etc. A
estratégia dos membros da Coluna Prestes era de evitar confrontos abertos contra as tropas
governamentais, sobretudo quando as forças inimigas eram consideravelmente grandes."

- No dia 3 de fevereiro de 1927, os membros da Coluna Prestes oficializaram a deposição


das suas armas e exilaram-se na Bolívia. "

PROCLAMAÇÃO DA REPUBLICA

Contexto histórico da Proclamação da República

A Guerra do Paraguai, que ocorreu de 1864 a 1870, foi vencida pela Tríplice
Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai, mas trouxe graves consequências para
o governo de Dom Pedro II. Os militares que retornaram após a guerra estavam mais
conscientes da sua importância na sociedade por causa da vitória e desejavam participar
ativamente dos destinos do Brasil. O segundo imperador brasileiro estava cada vez mais
ausente do país para tratamento de questões de saúde, o que enfraquecia a monarquia e
fortalecia o discurso do movimento republicano de que Dom Pedro II não tinha mais
condições de ser o governante do Império.

Os republicanos utilizaram a imprensa para divulgar seus discursos e atacar o


imperador. Os jornais republicanos eram lidos pela elite, e os temas neles trazidos
provocavam discussões no Clube Militar e em praça pública. O
pensamento positivista estava em destaque na Europa, e o militar Benjamim Constant foi
o responsável por trazer as ideias de Augusto Comte para as Forças Armadas. As ideias
de que a ciências e o progresso poderiam desenvolver o Brasil ganharam força entre os
militares adeptos ao republicanismo.

As crises que o Império atravessava só reforçavam os discursos republicanos da


necessidade de se encerrar o Segundo Reinado e iniciar um novo governo no Brasil que
possibilitasse o desenvolvimento em todas as áreas da sociedade brasileira.

Causas da Proclamação da República

As causas da Proclamação da República estão ligadas à crise do Segundo Reinado.


O movimento republicano se apresentou como a solução para essa crise, angariando apoio
da elite brasileira. Apesar do apoio popular à pessoa do imperador, seu governo já não
era mais efetivo, já não conseguia conter a crise do final do século XIX. A historiografia
tem por tradição denominar as causas da proclamação da república como questões.

A Questão Militar foi o atrito entre Dom Pedro II e os militares. Aproveitando a


força da vitória na Guerra do Paraguai, os militares quiseram participar efetivamente da
política brasileira, mas Dom Pedro II, utilizando o Poder Moderador, impediu essa
participação. O Exército, em especial, mostrava-se como “salvador da pátria”, como se
fosse o único detentor da solução para a crise enfrentada pelo Império.
A união entre Império e Igreja também foi motivo de atritos entre Dom Pedro II e
religiosos católicos. Procurando seguir as normas vindas do Vaticano no final do século
XIX de combate à maçonaria, vários bispos proibiram a participação de maçons em
qualquer ordem religiosa. Ao mandar prender os bispos que decidiram cumprir à risca tal
medida, a questão religiosa provocou o rompimento entre o imperador e o catolicismo.

Outra questão determinante para o fim do Império e a consequente Proclamação


da República foi o fim da escravidão em 13 de maio de 1888. A abolição aconteceu sem
nenhum pagamento de indenização. Com isso, os fazendeiros romperam com Dom Pedro
II e se aproximaram do movimento republicano. Na época, esses fazendeiros foram
chamados de “republicanos de última hora”.

O enfraquecimento de Dom Pedro II e o agravamento do seu estado de


saúde deixaram o Segundo Reinado sem um comando, sem uma liderança, o que
favoreceu o movimento das tropas do marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro
de 1889, a decretar o fim do Império e instalar a república no Brasil.

Objetivos e participantes da Proclamação da República

Os republicanos já desejavam instalar a república logo após a proclamação


da Independência em 1822. Várias revoltas provinciais no período imperial tinham a
república como principal objetivo. Esse tipo de governo daria maior autonomia às
províncias, reduzindo o poder central. Porém, a forte repressão do governo imperial
reduziu as chances de se instalar uma república no Brasil antes de 1889.

Os militares inspirados nos ideais positivistas colocaram-se perante


a sociedade como “salvadores da pátria”, aqueles que poderiam desenvolver o país com
ordem e progresso, tendo a ciência como grande fiadora de suas ações. Esses ideais
ganharam força entre os miliares e foram discutidos no Clube Militar. Os fazendeiros que
não foram indenizados após a abolição da escravidão em 1888 mudaram de lado,
aguardando apoio econômico do novo governo.

Quem proclamou a República?

Apesar de ser aliado de Dom Pedro II, o marechal Deodoro da Fonseca aproximou-se
dos grupos militares alinhados com o positivismo. Ele assumiu a liderança dos
republicanos no Exército e, em 15 de novembro de 1889, comandou as tropas que
depuseram Dom Pedro II.

Com Deodoro, chegavam ao poder os militares, que dominaram a política brasileira nos
primeiros anos da república. O marechal tornou-se o primeiro presidente do Brasil. Seu
governo e o do seu sucessor, o marechal Floriano Peixoto, são chamados na historiografia
de República da Espada (1889-1894).

Consequências da Proclamação da República

As consequências da proclamação da República foram:


 chegada dos militares ao poder e sua influência nos primeiros governos republicanos;

 fim do Segundo Reinado;

 extinção do Poder Moderador;

 separação entre Estado e Igreja, garantindo liberdade religiosa;

 maior autonomia para as províncias, que, depois do 15 de novembro de 1889,


transformaram-se em estados.

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