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COLÉGIO NOVA ERA

ALYSSON ARAÚJO RAMOS 02

ANA BEATRIZ GREGORIO DE MENESES 04

KAYKY DA LANDIM 29

LAURA HERMOGENES MACHADO 31

RODRIGO SOARES DA SILVA 47

BRASIL – REPÚBLICA VELHA

SÃO PAULO
2021
SUMARIO
REPÚBLICA VELHA.......................................................................................................PAG.3
REVOLTA DE CANUDOS..............................................................................................PAG.3
REVOLTA DE CONTESTADO........................................................................................PAG.4
REVOLTA DA VACINA...................................................................................................PAG.5
REVOLTA DA CHIBATA.................................................................................................PAG.6
MOVIMENTO OPERARIO..............................................................................................PAG.7
MOVIMENTO MODERNISTA.........................................................................................PAG.8
CANGAÇO......................................................................................................................PAG.9
CICLO DA BORRACHA................................................................................................PAG.10
SURTO INDUSTRIAL....................................................................................................PAG.11
FONTE..........................................................................................................................PAG.12
REPÚBLICA VELHA

República Velha, também conhecida como Primeira República, foi um período da história
brasileira que se estendeu de 1889 a 1930 e ficou marcado pela força das oligarquias.

República Velha é o período da história do nosso país que se estendeu de 1889 a 1930. Os
marcos que estipulam o início e o fim desse período são a Proclamação da República e a
Revolução de 1930. Esse período é mais conhecido entre os historiadores como Primeira
República, por se tratar do primeiro período da República no Brasil.

Características

A grande marca da República Velha e pela qual todos a conhecem é o domínio que as
oligarquias exerciam no país. As oligarquias eram pequenos grupos (a maioria deles era
associada com a agricultura e pecuária) que detinham grande poderio econômico e político.
O controle das oligarquias no Brasil se dava por meio de práticas conhecidas como
mandonismo, coronelismo e clientelismo.

Mandonismo: é o nome que se dá para o controle exercido por determinadas pessoas,


sobre outras, por possuírem uma grande posse de terra. No caso da República Velha, os
grandes proprietários exerciam influência sobre a população local.
Coronelismo: prática em que o coronel (grande proprietário de terra) exercia seu domínio
sobre as populações locais, de forma a conquistar os votos que eram necessários para
atender os interesses da oligarquia estabelecida e do Governo Federal. A conquista do voto
da população local acontecia, por exemplo, por meio da distribuição de cargos públicos que
estavam sob controle do coronel ou também pela intimidação.
Clientelismo: é a troca de favores que é praticada entre dois atores politicamente desiguais.
Essa prática não precisa da figura do coronel para acontecer, pois toda entidade
politicamente superior que realiza um favor a outra política inferior, em troca de um
benefício, está praticando o clientelismo.
Outro ponto importante sobre a Primeira República é o que diz respeito a duas práticas
bastante conhecidas: a política do café com leite e a política dos governadores, dois
mecanismos que davam sustentação ao domínio político das oligarquias.

REVOLTA DE CANUDOS

Nascido na vila de Quixeramobim, no interior do Ceará, Antônio Vicente Mendes Maciel


cresceu em uma família de padrão de vida mediano. Durante sua infância teve uma
educação diversa que lhe ofereceu contato com a geografia, a matemática e as línguas
estrangeiras. Aos vinte e sete anos, depois da morte de seu pai, assumiu os negócios da
família. Não obtendo sucesso, abandonou a atividade. Na mesma época, casou-se com
uma prima e exerceu funções jurídicas nas cidades de Campo Grande e Ipu.

Nessa época, sob a perspectiva de alguém influenciado pelas contrariedades pessoais e os

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problemas socioeconômicos do sertão, Antônio Conselheiro iniciou uma pregação religiosa
defensora de um cristianismo primitivo. Defendia que os homens deveriam se livrar das
opressões e injustiças que lhes eram impostas, buscando superar os problemas de acordo
com os valores religiosos cristãos. Com palavras de fé e justiça, Conselheiro atraiu muitos
sertanejos que se identificavam com a mensagem por ele proferida.

Desde o início, autoridades eclesiásticas e setores dominantes da população viam na


renovação social e religiosa de Antônio Conselheiro uma ameaça à ordem estabelecida. Em
1876, autoridades lhe prenderam alegando que ele havia matado a mulher e a mãe, e o
enviaram de volta para o Ceará. Depois de solto, Conselheiro se dirigiu ao interior da Bahia.
Com o aumento do seu número de seguidores e a pregação de seus ideais contrários à
ordem vigente, Conselheiro fundou – em 1893 – uma comunidade chamada Belo Monte, às
margens do Rio Vaza-Barris.

Consolidando uma comunidade não sujeita ao mando dos representantes do poder vigente,
Canudos, nome dado à comunidade por seus opositores, se tornou uma ameaça ao
interesse dos poderosos. De um lado, a Igreja atacava a comunidade alegando que os
seguidores de Conselheiro eram apegados à heresia e à depravação. Por outro, os políticos
e senhores de terra, com o uso dos meios de comunicação da época, diziam que Antônio
Conselheiro era monarquista e liderava um movimento que almejava derrubar o governo
republicano, instalado em 1889.

Incriminada por setores influentes e poderosos da sociedade da época, Canudos foi alvo
das tropas republicanas. Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade
conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na última expedição, que contava
com metralhadoras e canhões, a população apta para o combate (homens e rapazes) foi
massacrada. A comunidade se reduziu a algumas centenas de mulheres, idosos e crianças.
Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias antes do último combate.

REVOLTA DE CONTESTADO

O conflito se deu ao fato da construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio
Grande do Sul ter deixado muitas pessoas em más condições de vida em detrimento dos
interesses dos coronéis e da empresa norte-americana Brazil Railway Company.

Com o objetivo de construir a estrada de ferro, a Brazil Railway Company precisava de


mão-de-obra, levando, assim, muitas pessoas para a região.

Ao mesmo tempo, o governo cedeu uma grande extensão de terra, cerca de 15 mil metros,
nos limites do Estado do Paraná e de Santa Catarina, mas aproveitou o pretexto e
desapropriou as terras dos camponeses porque descobriu que poderia lucrar com a erva-
mate, bem como com a madeira existente na localidade.

Quando a linha férrea ficou pronta, a empresa não garantiu o regresso das pessoas que
tinham se deslocado para a região, permanecendo ali sem qualquer apoio; acresce ainda o
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fato de os camponeses terem ficado desempregados e sem as suas terras para trabalhar,
situações que provocaram o empobrecimento da população dessa região.

Num momento de grandes dificuldades para a população, surge José Maria de Santo
Agostinho, um monge peregrino que se sensibilizou com a situação dos camponeses, os
quais respeitavam muito os peregrinos e qualquer movimento messiânico, assim, José
Maria logo ganhou adeptos.

Sem autorização do governo, José Maria que, entre suas pregações falava do fim do mundo
nos anos 2000, era contra a república e tinha fama de curandeiro porque estudava as ervas
e com elas auxiliava muitos doentes, fundou uma comunidade a fim de receber os
oprimidos.

Preocupado com o desenrolar dos acontecimentos, e alegando que o monge era um


desordeiro e um inimigo do governo, este envia soldados para a região a fim de perseguir o
monge e seus seguidores, e com o objetivo de desmanchar a comunidade e obrigar a
retirada dos camponeses.

A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as ferramentas agrárias dos
fazendeiros, o que levou a morte de muitas pessoas, a maior parte camponeses. Após
quatro anos de guerra, é assinado o Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de
Janeiro.

REVOLTA DA VACINA

Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no


Hospital São Sebastião. Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que
consistia no líquido de pústulas de vacas doentes. Afinal, era esquisita a idéia de ser
inoculado com esse líquido. E ainda corria o boato de que quem se vacinava ficava com
feições bovinas.

No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837
e para adultos em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da
vacina em escala industrial no Rio só começou em 1884. Então, em junho de 1904,
Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a
obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Apenas os indivíduos que
comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas,
certidões de casamento, autorização para viagens etc.

Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e


regulamentada em 9 de novembro. Isso serviu de catalisador para um episódio conhecido
como Revolta da Vacina. O povo, já tão oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter
que tomar uma injeção contra a vontade: ele foi às ruas da capital da República protestar.
Mas a revolta não se resumiu a esse movimento popular.

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Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois,
estudantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. No dia 11, já era possível escutar troca
de tiros. No dia 12, havia muito mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no
Rio.

Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha
enfrentaram tropas governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga
dos combatentes de ambas as partes. Do lado popular, os revoltosos que mais resistiram
aos batalhões federais ficavam no bairro da Saúde. Eram mais de 2 mil pessoas, mas foram
vencidas pela dura repressão do Exército.

Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de
duas semanas de conflitos, o governo desistiu da vacina obrigatória.

REVOLTA DA CHIBATA

A Revolta da Chibata ficou conhecida por ter sido um motim realizado pela insatisfação dos
marujos brasileiros com os castigos físicos que sofriam na Marinha brasileira no começo do
século XX. O castigo físico em questão era a chibatada, praticada pela Marinha contra
todos os marujos que violassem as regras da corporação.

O uso da chibatada como forma de punição era uma característica que a Marinha brasileira
havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a partir de um código conhecido
como Artigos de Guerra. Essa forma de punição era dedicada somente aos postos mais
baixos da Marinha, ocupados, em geral, por negros e mestiços.

A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era crescente.
Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas proximidades da
costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação com a punição dedicada a um
marujo. O estopim para o início da revolta ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi
punido com 250 chibatadas sem direito a tratamento médico.

Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos com estrangeiros também
fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que Marinhas de outras nações não
possuíam a mesma prática (de castigar fisicamente) com os marujos. Também se deve
considerar que, cerca de um ano antes da revolta, o líder do motim, João Cândido, havia
estado na Inglaterra e tido conhecimento dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin,
em que marujos russos rebelaram-se contra o governo de seu país.

Sobre a Revolta da Chibata, é importante considerar que ela não foi fruto apenas da
insatisfação dos marujos com os castigos físicos. Os marujos, em geral, eram originários de
famílias pobres, que sofriam com a desigualdade social existente na Primeira República.
Assim, a Revolta da Chibata é considerada pelos historiadores também como uma revolta

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contra a desigualdade social e racial existente tanto na Marinha como na sociedade como
um todo.

A Revolta da Chibata iniciou-se no dia 22 de novembro de 1910, conforme mencionado,


após a punição a um marujo de nome Marcelino. Os marujos rebelaram-se e tomaram o
controle de quatro embarcações da Marinha brasileira: Minas Gerais, São Paulo, Bahia e
Deodoro. Os marujos revoltosos exigiam do governo o fim dos castigos físicos; caso
contrário, a capital seria bombardeada. A liderança desse motim foi realizada por João
Cândido, o Almirante Negro.

Os marujos revoltosos escreveram um manifesto que resumia as suas exigências e enviou-


o para o gabinete do presidente da época, Hermes da Fonseca. Coincidentemente, no dia
em que se iniciou a revolta, o presidente oferecia uma festa no Rio de Janeiro em
comemoração a sua posse como presidente.

Não se sabe ao certo quem foi o responsável por redigir o manifesto com as exigências dos
marujos, mas esse documento foi considerado muito bem escrito. Os historiadores apontam
que provavelmente ele foi elaborado por Adalberto Ferreira Ribas. A respeito desse
documento e das demandas solicitadas nele. Pressionado tanto pelas ameaças dos
marujos quanto de políticos, o governo de Hermes da Fonseca aceitou os termos propostos
e pôs fim aos castigos físicos na Marinha em 26 de novembro de 1910 e prometeu anistia a
todos os envolvidos. A promessa do governo não foi cumprida e, no dia 28 de novembro,
um decreto dispensou cerca de mil marinheiros por indisciplina.

Após isso, uma segunda revolta na Marinha iniciou-se, dessa vez, no Batalhão Naval
estacionado na Ilha das Cobras. Essa segunda revolta, no entanto, foi massacrada
violentamente, e os envolvidos foram aprisionados e torturados nessa ilha. Outras centenas
de marinheiros foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia e muitos foram
fuzilados durante o trajeto.

MOVIMENTO OPERÁRIO

Na República Velha temos a vivência de todo um processo de transformações econômicas


responsáveis pela industrialização do país. Não percebendo de forma imediata tais
mudanças, as autoridades da época pouco se importavam em trazer definições claras com
respeito aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Por isso, a organização dos operários no
país esteve primeiramente ligada ao atendimento de suas demandas mais imediatas.

No início da formação dessa classe de trabalhadores percebemos a predominância de


imigrantes europeus fortemente influenciados pelos princípios anarquistas e comunistas.
Contando com um inflamado discurso, convocavam os trabalhadores fabris a se unirem em
associações que, futuramente, seriam determinantes no surgimento dos primeiros
sindicatos. Com o passar do tempo, as reivindicações teriam maior volume e, dessa forma,
as manifestações e greves teriam maior expressão.

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Na primeira década do século XX, o Brasil já tinha um contingente operário com mais de
100 mil trabalhadores, sendo a grande maioria concentrada nos estados do Rio de Janeiro
e São Paulo. Foi nesse contexto que as reivindicações por melhores salários, jornada de
trabalho reduzida e assistência social conviveram com perspectivas políticas mais incisivas
que lutavam contra a manutenção da propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”.

Entre os anos de 1903 e 1906, greves de menor expressão tomavam conta dos grandes
centros industriais. Tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários
foram os primeiros a demonstrar sua insatisfação. Notando a consolidação desses levantes,
o governo promulgou uma lei expulsando os estrangeiros que fossem considerados uma
ameaça à ordem e segurança nacional. Essa primeira tentativa de repressão foi
imediatamente respondida por uma greve geral que tomou conta de São Paulo, em 1907.

Mediante a intransigência e a morosidade do governo, uma greve de maiores proporções foi


organizada em 1917, mais uma vez, em São Paulo. Os trabalhadores dos setores
alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário foram os maiores atuantes nesse novo movimento. A
tensão tomou conta das ruas da cidade e um inevitável confronto com os policiais
aconteceu. Durante o embate, a polícia acabou matando um jovem trabalhador que
participava das manifestações.

Esse evento somente inflamou os operários a organizarem passeatas maiores pelo centro
da cidade. Atuando em outra frente, trabalhadores formaram barricadas que se espalharam
pelo bairro do Brás resistindo ao fogo aberto pelas autoridades. No ano seguinte,
anarquistas tentaram conduzir um golpe revolucionário frustrado pela intercepção policial.
Vale lembrar que toda essa agitação se deu na mesma época em que as notícias sobre a
Revolução Russa ganhavam os jornais do mundo.

Passadas todas essas agitações, a ação grevista serviu para a formação de um movimento
mais organizado sob os ditames de um partido político. No ano de 1922, inspirado pelo
Partido Bolchevique Russo, foi oficializada a fundação do PCB, Partido Comunista
Brasileiro. Paralelamente, os sindicatos passaram a se organizar melhor, mobilizando um
grande número de trabalhadores pertencentes a um mesmo ramo da economia industrial.

MOVIMENTO MODERNISTA

Após a primeira Semana da Arte Moderna, teve início a primeira fase modernista, que
começou em 1922 e foi até 1930.
O Brasil vivia os últimos anos da República Velha e a economia mundial entrou em crise por
causa da queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Além disso, o Brasil passou por
diversas revoltas sociais que culminou na Revolução de 1930 e na ascensão de Getúlio
Vargas.

Nos anos compreendidos da primeira fase modernista, os imigrantes vinham ao Brasil para
substituir a mão-de-obra dos ex-escravos e também para ocupar os postos de trabalho nas

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indústrias, que davam lugar às importações ocorridas a partir da Primeira Guerra Mundial.
Contudo, os produtos importados continuavam vindo pelo porto de Santos e eram
consumidos, em geral, pela população de São Paulo com maior poder aquisitivo, como os
funcionários públicos.

As oligarquias rurais brasileiras dividiam as bases de poder de acordo com o estado ou


região: Minas Gerais ocupava a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados e,
portanto, decidia quanto à aprovação de projetos; o Sul possuía a força militar do país; já no
Nordeste estava concentrada a produção cafeeira, enquanto São Paulo era o pólo de
desenvolvimento industrial. Os latifundiários eram praticamente senhores feudais que
tinham até mesmo jagunços, pistoleiros que trabalhavam para que nenhuma determinação
dos “coronéis” fosse descumprida.

A Primeira Guerra Mundial trouxe instabilidade na economia mundial e somado a isso, o


Brasil estava em um clima de revoltas e mobilizações radicais, inclusive foi criado o Partido
Comunista Brasileiro que, como o próprio nome já diz, adotou uma filosofia partidária
contrária a que se firmava: a do capitalismo. Foi quando no Rio de Janeiro aconteceu a
Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, e em São Paulo a Revolta de 1924, com o
objetivo de destituir Artur Bernardes da Presidência, cujo governo foi marcado por censura à
imprensa. Alguns meses depois, no Rio Grande do Sul, o capitão Luís Carlos Prestes
liderou gaúchos que enfrentaram alguns combates em prol dos ideais comunistas, logo
após se juntaram a tenentes paulistas, e assim a chamada Coluna Prestes foi formada.

O objetivo da Coluna Prestes era ir contra as oligarquias. Em 1929, a Bolsa de Valores de


Nova Iorque causou falência a milhares de burgueses no mundo todo, inclusive no Brasil. A
burguesia brasileira encontrava-se envolta nas tradições culturais francesas, na “Belle
Époque”, todo produto francês era bom e refinado.

Em meio às contradições sociais e políticas, um grupo de artistas, em São Paulo, promoveu


um evento que foi um marco na literatura brasileira, bem como o começo da primeira fase
do Modernismo: a Semana da Arte Moderna, que contradizia, através das obras artísticas
expostas, o refinamento e padronização do então academicismo europeu literário.

CANGAÇO

O Cangaço representou um movimento social ocorrido no nordeste do país nos séculos XIX
e XX, donde os cangaceiros, grupos de nômades armados que viviam em bandos,
demostravam a insatisfação pelas condições precárias em que a maior parte da população
nordestina se encontrava, posto que o poder estava concentrado nas mãos dos
fazendeiros.

O termo atribuído a esse fenômeno social “cangaço” deriva de canga, peça de madeira

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utilizada na cabeça do gado para fins de transporte. Nesse sentido, se eles eram nômades,
carregaram durante suas caminhadas muitos pertences e por isso, o termo foi escolhido.

Os cangaceiros eram exímios conhecedores da caatinga, das plantas, dos alimentos, e


durante muito tempo (1870 a 1940) dominaram o sertão nordestino, donde muitos eram
protegidos pelos coronéis, em troca de favores.

Com a Proclamação da República, em 1889, diversos problemas sociais, econômicos


assolavam o país, sobretudo no Nordeste com o crescimento da violência, fome e pobreza.
Assim, no final do século XIX já se notava o surgimento de focos de cangaceiros pelo norte
e nordeste do país, no entanto, o movimento do cangaço adquiriu maior coerência e
organização no início do século XX, o qual representou um importante fenômeno social da
história brasileira, constituído por indivíduos empenhados em trazer uma nova realidade
mais inclusiva e igualitária para a população do sertão nordestino.

Sem espanto, utilizando a violência, armados com espingardas, facas e punhais, os


cangaceiros saíam em bandos por diversos locais do nordeste do país, saqueando
fazendas, sequestrando e matando fazendeiros, impondo respeito por onde passavam.

Foi nesse contexto que a população começou a se sentir protegida, ficando ao lado dos
cangaceiros, símbolos de força e honradez. Por outro lado, haviam os cangaceiros que
atemorizavam populações, os quais invadiam aldeias roubavam, matavam e estupravam as
mulheres.

Os cangaceiros possuíam um estilo próprio: utilizavam roupas de couro, inclusive chapéus,


a fim de se protegerem, tanto da vegetação grosseira da caatinga quanto dos ataques da
polícia, visto que eram perseguidos constantemente. E foi assim, que o movimento
cangaceiro ultrapassou uma década, demostrando sua força, garra e dedicação.

CICLO DA BORRACHA

O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração e


comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da
economia.

De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912,
revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945.

Neste período, conhecido como “Belle Époque Amazônica” que vai de 1890 a 1920, cidades
como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais
desenvolvidas, com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas,
construídos sob influência europeia.

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Contudo, os dois períodos de “ciclos da borracha” acabaram de maneira repentina, o que se
agravou pela falta de políticas públicas para desenvolvimento da região.

A demanda provocada pela Revolução Industrial, fez da borracha natural um produto super
valorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um tratamento
industrial que elimina as impurezas da coagulação, tornando a borracha um bom material
para ser utilizado em pneus de automóveis, motocicletas e bicicletas, bem como na
fabricação de correias, mangueiras, solas de sapatos, etc.

Nesse período, cerca de 40% de toda a exportação brasileira era proveniente da Amazônia,
paga em libra esterlina (£), a moeda do Reino Unido.

Como consequência deste “boom”, muitas vilas e povoados ribeirinhos surgiram e as


cidades que já existiam prosperaram e cresceram, desenvolvendo desde infraestruturas
básicas, como escolas e hospitais, até as mais suntuosas, como hotéis de luxo e teatros.

Além do desenvolvimento socioeconômico, centenas de milhares de trabalhadores,


sobretudo do nordeste, migraram para a região, resolvendo em partes o problema de
povoamento.

SURTO INDUSTRIAL

A cultura do café constituiu, no período da República Velha, sobretudo na fase conhecida


como “república dos oligarcas” (1894-1930), o principal motor da economia brasileira. Esse
produto liderava a exportação na época, seguido da borracha, do açúcar e outros insumos.
O estado de São Paulo capitaneava a produção de café neste período e também
determinava as diretrizes do cenário político da época. Da economia cafeeira, resultam três
processos que se complementam: a imigração intensiva de estrangeiros para o Brasil, a
urbanização e a industrialização.

Desde a segunda metade do século XIX, ainda na época do Segundo Império, a imigração
de estrangeiros, sobretudo europeus, foi fomentada pelo governo brasileiro. O motivo de tal
fomento era a necessidade de mão de obra livre e qualificada para o trabalho nas lavouras
de café. Haja vista que, gradualmente, a mão de obra escrava, que era utilizada até então,
tornou-se objeto de densa crítica e pressão por parte de grupos políticos abolicionistas e
republicanos. Em 1888, efetivou-se a abolição da escravidão e, no ano seguinte, realizou-se
a Proclamação da República, fatos que intensificaram a imigração e também a permanência
dos imigrantes nas terras trabalhadas, tornando-se colonos.

Algum tempo depois, especificamente após o término da Primeira Guerra Mundial, em


1918, uma nova onda migratória se dirigiu ao Brasil. Nessa época, a economia cafeeira se
transformou num complexo econômico com várias extensões. Os imigrantes que vinham à
procura de trabalho nas lavouras de café acabavam, muitas vezes, deslocando-se para os
núcleos urbanos que começavam a despontar nessa época. O processo de urbanização de
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cidades como Rio de Janeiro e São Paulo se desenvolveu, em linhas gerais, para facilitar a
distribuição e o escoamento do café, que era direcionado à exportação. A ampliação das
linhas férreas que ocorreu neste período, por exemplo, foi planejada para tornar mais fluido
esse processo.

A presença dos imigrantes nos centros urbanos, por sua vez, como informa o historiador
Boris Fausto, em sua História do Brasil, proporcionou o aparecimento de empregos urbanos
assalariados e outras fontes de renda como artesanato, fabriquetas de fundo de quintal e a
proliferação de profissões liberais. A junção dessas novas formas de trabalho do imigrante
com a estrutura urbana desenvolvida pelo complexo cafeeiro favoreceu o fluxo de produtos
manufaturados e o consequente desenvolvimento das indústrias nos centros urbanos.

FONTE: Brasil escola, Toda matéria, Portal Fiocruz.

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