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Guerra de Canudos

Guerra de Canudos foi um conflito armado que envolveu o Exército


Brasileiro e membros da comunidade sócio-religiosa liderada por Antônio
Conselheiro, em Canudos, no interior do estado da Bahia. Os confrontos
ocorreram entre 1896 e 1897, com a destruição da comunidade e a morte
da maior parte dos 25 000 habitantes de Canudos.
A região, historicamente caracterizada
por latifúndios improdutivos, secas cíclicas e desemprego crônico, passava
por uma grave crise econômica e social. Milhares de sertanejos partiram
para Canudos, cidadela liderada pelo peregrino Antônio Conselheiro,
unidos na crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes
habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e
social.
Seu líder Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro), nascido
na vila de Quixeramobim, no interior do Ceará, cresceu em uma família de
padrão de vida mediano. Aos vinte e sete anos, depois da morte de seu
pai, assumiu os negócios da família. Não obtendo sucesso, abandonou a
atividade. Na mesma época, casou-se com uma prima e exerceu funções
jurídicas nas cidades de Campo Grande e Ipu.

Com o abandono da mulher, Antônio começou a vaguear pelo sertão


nordestino. Envolveu-se com uma escultora chamada Joana Imaginária,
com quem acabou tendo um filho. Em 1865, Conselheiro abandonou a
mulher e o filho e retornou à sua peregrinação sertaneja. Nessas
andanças, começou a construir igrejas, cemitérios e teve sua figura
marcada pela barba grisalha, a bata azul, sandálias de couro e a mão
apoiada em um bordão.

Nessa época, sob a perspectiva de alguém influenciado pelas


contrariedades pessoais e os problemas socioeconômicos do sertão,
Antônio Conselheiro iniciou uma pregação religiosa defensora de um
cristianismo primitivo. Defendia que os homens deveriam se livrar das
opressões e injustiças que lhes eram impostas, buscando superar os
problemas de acordo com os valores religiosos cristãos. Com palavras de
fé e justiça, Conselheiro atraiu muitos sertanejos que se identificavam
com a mensagem por ele proferida.
Desde o início, autoridades eclesiásticas e setores dominantes da
população viam na renovação social e religiosa de Antônio Conselheiro
uma ameaça à ordem estabelecida. Em 1876, autoridades lhe prenderam
alegando que ele havia matado a mulher e a mãe, e o enviaram de volta
para o Ceará. Depois de solto, Conselheiro se dirigiu ao interior da Bahia.
Com o aumento do seu número de seguidores e a pregação de seus ideais
contrários à ordem vigente, Conselheiro fundou – em 1893 – uma
comunidade chamada Belo Monte, às margens do Rio Vaza-Barris.
Consolidando uma comunidade não sujeita ao mando dos representantes
do poder vigente, Canudos, nome dado à comunidade por seus
opositores, se tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos. De um
lado, a Igreja atacava a comunidade alegando que os seguidores de
Conselheiro eram apegados à heresia e à depravação. Por outro, os
grandes fazendeiros da região. Iniciaram um forte grupo de pressão junto
à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas providências
contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se rumores de que
Canudos se armava para atacar cidades vizinhas e partir em direção à
capital para depor o governo republicano e reinstalar a Monarquia. Apesar
de não haver nenhuma prova para estes rumores, o Exército foi mandado
para Canudos. Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade
conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na última
expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a população foi
massacrada. Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias
antes do último combate. Ao encontrarem seu corpo, deceparam sua
cabeça e a enviaram para que estudassem as características do crânio de
um “louco fanático”.
Fontes:
https://www.google.com/amp/s/m.brasilescola.uol.com.br/amp/historiab
/canudos.htm
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos

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