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Canudos

A GUERRA DE
Resumidamente
A Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos foi um conflito
armado que envolveu o Exército Brasileiro e membros da
comunidade sócio-religiosa liderada por Antônio Conselheiro,
em Canudos, no interior do estado da Bahia.
A guerra aconteceu 7 de nov. de 1896 - 5 de out. de 1897
(aproximadamente 11 meses)
Causas
Problemas sociais e econômicos enfrentados pela população
nordestina no início da Primeira República;
receio do governo com o crescimento de poder do líder
messiânico, Antônio Conselheiro;
conflitos de terras envolvendo latifundiários e a população mais
pobre;
descaso do poder público com a população que ali vivia.
O arraial de Canudos era habitado por pessoas que fugiam da
extrema pobreza do sertão nordestino, e rapidamente atraiu
25.000 moradores. Enquanto os latifundiários o viam como um
foco de monarquistas que queriam derrubar a recém-
instaurada república, os sertanejos buscavam apenas melhores
condições de vida. É importante lembrar que a mudança de
regime político não resultou em mudanças significativas na
economia do país. A estrutura econômica do Brasil ainda era
baseada no latifúndio, com predominância da monocultura e
exploração da mão de obra em condições precárias.
A comunidade de Canudos
Por volta de 1893, um grupo de fiéis seguidores de Antônio Conselheiro se reuniu
no arraial de Canudos, na Bahia, às margens do rio Vaza-Barris. Conselheiro, um
beato nascido no Ceará, pregava a salvação da alma para quem o seguisse. Os
beatos ou conselheiros percorriam o sertão, pregando uma forma de
catolicismo popular e eram vistos como ameaça pela Igreja Católica. Após
peregrinar pelos sertões de Pernambuco e Sergipe, Conselheiro se instalou em
Canudos, onde ergueram a "cidade santa de Belo Monte", que se tornou um
refúgio para os miseráveis da região. Em Canudos, não existiam diferenças
sociais, e os rebanhos e lavouras pertenciam a todos, atraindo milhares de
sertanejos. Em 1896, quando começou a guerra, Belo Monte tinha mais de 5 mil
famílias e era defendida por ex-jagunços e ex-cangaceiros.
A destruição de Canudos
O arraial de Canudos era considerado a "terra prometida" pelos sertanejos,
mas era visto como um "reduto de fanáticos" pelos padres e proprietários de
terra. O governador da Bahia enviou duas expedições militares, ambas
vencidas pelos seguidores de Conselheiro. O vice-presidente Manuel Vitorino
enviou uma terceira expedição, que também foi derrotada, resultando na morte
do coronel Moreira César. As derrotas militares foram atribuídas à falta de
conhecimento da região por parte dos soldados e à crença dos seguidores de
Conselheiro em uma guerra santa. Após intensos conflitos, uma nova
expedição com mais de 5000 homens sob o comando do general Artur Oscar
destruiu Canudos em 5 de outubro de 1897.
Consequências
A destruição de Canudos foi total, resultando na
morte de milhares de camponeses. As tropas
oficiais não fizeram prisioneiros e, de forma
desumana, desenterraram o corpo de Antônio
Conselheiro para tirar fotografias. Sua cabeça
foi cortada e levada como troféu, seguindo uma
prática histórica. Após esse evento, o governo
central enfrentou várias revoltas, tanto no
campo quanto na cidade, incluindo a Guerra do
Contestado e a Revolta da Vacina.
LINHA DO TEMPO:
Destruição do arraial de Canudos,
1896 marcando o fim da guerra.

Início da Guerra de Canudos, 1897


conflito entre o exército brasileiro
e os habitantes de Canudos,
liderados por Antônio Conselheiro.
O Legado:
O legado da Guerra de Canudos é marcado pela resistência dos sertanejos
contra a opressão e pela brutalidade do conflito. O episódio revelou as
tensões sociais e políticas da época, evidenciando a desigualdade e a
marginalização das camadas mais pobres da sociedade. Além disso, a
destruição de Canudos e a violência das tropas oficiais destacaram a
falta de compaixão do governo em relação aos mais vulneráveis. A guerra
também influenciou movimentos sociais posteriores no Brasil, tornando-
se um símbolo de resistência e luta contra a injustiça social.

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