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Guerra de Canudos

A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que


marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do
regime republicano no Brasil. O conflito, também, é considerado
o maior movimento de resistência à opressão dos grandes
proprietários rurais realizado no Brasil.
O arraial de Canudos era formado por moradores que fugiam da
extrema miséria em que viviam do sertão nordestino. O lugar
reuniu 25.000 pessoas constituindo, segundo os latifundiários,
em foco de monarquistas que desejavam derrubar a recém-
instaurada república. (É preciso lembrar que a mudança de
regime político não significou mudanças significativas na
economia do País. A estrutura econômica do Brasil funcionava
com base no latifúndio, onde predominava a monocultura e a
exploração da mão de obra que vivia na miséria.)
Antônio Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel, ou Antônio Conselheiro, era
visto como um líder do povo, onde ele pregava a questão de um
cristianismo primitivo, no qual defendia que os homens
deveriam se livrar das opressões e injustiças que lhes eram
impostas, buscando superar os problemas de acordo com os
valores religiosos cristãos. Com palavras de fé e justiça,
Conselheiro atraiu muitos sertanejos que se identificavam com a
mensagem por ele proferida.
Dessa forma, as autoridades eclesiásticas e setores dominantes
da população viam na renovação social e religiosa de Antônio
Conselheiro uma ameaça à ordem estabelecida. De um lado, a
Igreja atacava a comunidade alegando que os seguidores de
Conselheiro eram apegados à heresia e à depravação. Por outro,
os políticos e senhores de terra, com o uso dos meios de
comunicação da época, diziam que Antônio Conselheiro era
monarquista e liderava um movimento que almejava derrubar o
governo republicano, instalado em 1889.
Consequências
Por essa razão, incriminada por setores influentes e poderosos
da sociedade da época, Canudos foi alvo das tropas republicanas.
Em 1896, ano em que começou a guerra, havia mais de 5 mil
famílias. A defesa do reduto era mantida por ex-jagunços,
homens que trabalhavam como seguranças para fazendeiros ou
ex-cangaceiros, pessoas que viviam em bandos do sertão e
atacavam as propriedades rurais.
Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade
conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na
última expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a
população apta para o combate (homens e rapazes) foi
massacrada. Canudos foi totalmente destruído em 5 de outubro
de 1897. A comunidade se reduziu a algumas centenas de
mulheres, idosos e crianças. Antonio Conselheiro, com a saúde
fragilizada, morreu dias antes do último combate. As tropas
oficiais não fizeram prisioneiros e ainda chegaram ao ponto de
desenterrar o corpo de Antônio Conselheiro para fotografá-lo.
Sua cabeça foi cortada e levada como troféu, repetindo uma
prática que vinha do tempo da colônia.

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