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O contexto em que ocorreu o Contestado era tenso. Primeiro, havia a disputa territorial
entre Santa Catarina e Paraná. Além disso, parte da região contestada foi entregue para
Percival Farquhar (um magnata conhecido por construir a ferrovia Madeira-Mamoré)
para que construísse uma ferrovia que ligasse o Rio Grande do Sul a São Paulo.
No acordo de cessão de terras, a Farquhar também foram entregues terras num raio de
15 km da ferrovia, para que ele pudesse explorar a madeira disponível na região.
Acontece que a região já era habitada por pessoas que viviam de uma agricultura de
subsistência e da erva-mate. A empresa vinculada a Farquhar, responsável pela
exploração da madeira nessas terras, organizou tropas de jagunços para expulsar os
habitantes da área.
Após a morte de José Maria, o fervor religioso prosseguiu com os sertanejos fundando
uma série de comunidades autônomas. A existência dessas comunidades era enxergada
pelos coronéis locais como uma ameaça, e foi daí que se iniciou a repressão contra as
comunidades autônomas formadas pelos sertanejos.
A raiz do conflito é explicada pelo historiador Paulo Pinheiro Machado da seguinte
maneira:
Os episódios de perseguição policial contra o monge José Maria foram motivados pelo
temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades locais e estaduais, em
sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham
como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam mais aos seus respectivos
coronéis. Formavam-se grupos autônomos, com fortes vínculos religiosos, nos quais
expectativas místicas mesclavam-se à crítica social. Originalmente, essas comunidades
não eram hostis nem militarizadas, mas seu anseio por independência despertou a ira
dos governantes, da imprensa e dos fazendeiros.|3|
A Guerra do Contestado estendeu-se até janeiro de 1916 e foi responsável pela morte de
cerca de 10 mil pessoas. As comunidades autônomas foram destruídas e, nas décadas
seguintes, foi realizado um processo de branqueamento daquela região.
Revolta da Vacina (1904)
A Revolta da Vacina aconteceu entre 10 e 16 de novembro de 1904, na cidade do Rio de
Janeiro, à época, capital do Brasil. A Revolta da Vacina foi uma revolta popular que
aconteceu pela insatisfação da população por conta da violência do processo de
sanitarização da capital. Naquele momento, o Rio de Janeiro passava por uma campanha
de vacinação forçada da população contra a varíola.
O contexto da Revolta da Vacina no Rio de Janeiro era conturbado e teve como estopim
a campanha de vacinação forçada. O Brasil, na época, era governado por Rodrigues
Alves, e a capital, por ordem presidencial, passava por um processo de modernização e
revitalização. Nesse processo, ordenou-se, por exemplo, o alargamento de uma série de
avenidas da cidade.
A campanha de vacinação era liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, e a forma como
ela foi conduzida aliada à falta de informação levaram a população a rebelar-se. As
vacinações compulsórias aconteciam de maneira violenta, e, além disso, serviços, como
matrícula em escolas, passaram a exigir cartão de vacinação.
O temor da população à vacinação levou a uma grande revolta nas ruas do Rio de
Janeiro durante os dias citados. O resultado da revolta, além da destruição material na
capital, foi a morte de 30 pessoas e mais de uma centena de feridos.
Revolta da Chibata (1910)
A Revolta da Chibata aconteceu em 1910 e teve como estopim a insatisfação dos
marinheiros negros contra os castigos físicos a que eram sujeitos na corporação. No
começo do século XX, a Marinha brasileira era uma instituição marcada pelo racismo,
uma vez que os cargos mais baixos da corporação eram ocupados por negros e mestiços
que eram punidos com chibatadas quando alguma regra era violada.