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ETEC ORLANDO QUAGLIATO

Mateus Henrique Souza Gonzaga

Revoltas do Brasil

SANTA CRUZ DO RIO PARDO-SP

2022

ETEC ORLANDO QUAGLIATO


Revolta da vacina

A Revolta da Vacina ocorreu em 1904, culminou da insatisfação da população com a


campanha de vacinação obrigatória. Essa insatisfação foi gerada por falta de
informação e gerou um momento de agitação no Rio de Janeiro, resultado das
reformas conduzidas na cidade por Rodrigues Alves e Pereira Passos.

O Rio de Janeiro tinha fama de ser uma cidade onde as pessoas padeciam de
diferentes doenças. O crescimento desordenado e a grande circulação de pessoas,
somados à falta de estrutura da cidade e saneamento precário, contribuiram para o
desenvolvimento de diferentes epidemias, como varíola, tuberculose, malária, febre
amarela, cólera, entre outras, espalhavam-se facilmente, causando a morte de
milhares de pessoas anualmente.

A ideia de reforma do Rio de Janeiro ganhou força com Rodrigues Alves, presidente
eleito em 1902, que prometeu realizar a reforma da capital inspirando-se no exemplo
da reforma de Paris.

A reforma se concentrou na região central, que possuía ruas estreitas e grande


concentração populacional por conta dos cortiços, construções residenciais que
abrigavam milhares de pessoas. Esses locais eram habitados exclusivamente pela
população mais pobre.

Dezenas de prédios foram demolidos para que novas avenidas fossem construídas,
assim como novos prédios, como o Theatro Municipal. A prefeitura também fez
exigências que afetaram comerciantes e usou a polícia para reprimir manifestações
culturais, como as festas de Carnaval.

A reforma arquitetônica do Rio de Janeiro forçou os moradores pobres do centro a


se mudarem para locais mais precários no centro, mas muitos foram obrigados a se
mudar para os morros da cidade. Além disso, junto da reforma arquitetônica, a
cidade passou por uma grande operação sanitarista, que buscava controlar as
doenças.

Em junho de 1904, foi proposta a lei que tornava obrigatória a vacinação contra a
varíola. A lei não agradava muito à população, principalmente pelo amplo
desconhecimento e desinformação a respeito da vacina. A insatisfação popular se
manifestou pela formação de instituições que atuavam contra a obrigatoriedade da
vacina.

Essa insatisfação popular seguiu até que, no dia 9 de novembro, a imprensa


divulgou que uma nova lei seria debatida: essa lei criava restrições para as pessoas
que não se vacinassem. Assim, os não vacinados não poderiam, por exemplo,
casar-se. Isso foi o estopim para que a população fosse às ruas para protestar
contra a vacina.

Os locais que concentraram os protestos foram o Centro e a região portuária. Do dia


10 até o dia 16, protestos intensos aconteceram em vários locais e houve destruição
de bondes, lampiões da iluminação pública e até do chão das ruas. Manifestantes e
polícia trocaram tiros e até paralelepípedos foram lançados contra as forças de
repressão.

O presidente Rodrigues Alves mobilizou o Exército para conter a situação e, só


depois do decreto do estado de sítio, no dia 16, a situação ficou sob controle. No
meio dos protestos, militares insatisfeitos, sob a liderança do marechal Hermes da
Fonseca, tentaram realizar um golpe contra o presidente. Ele chegou cogitar a fugir,
mas permaneceu na capital e os golpistas foram derrotados.

Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata foi um motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira


de 22 a 27 de novembro de 1910. A revolta organizada pelos marinheiros ocorreu
em embarcações da Marinha que estavam atracadas na Baía de Guanabara e foi
motivada, principalmente, pela insatisfação dos marinheiros com os castigos físicos.

O uso da chibatada como forma de punição era uma característica que a Marinha
brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a partir de um
código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de punição era dedicada
somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral, por negros e
mestiços.

A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era
crescente. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas
proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação com a
punição dedicada a um marujo. O estopim para o início da revolta ocorreu quando
Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem direito a
tratamento médico.

A Revolta da Chibata iniciou-se no dia 22 de novembro de 1910, conforme


mencionado, após a punição a um marujo de nome Marcelino. Os marujos
rebelaram-se e tomaram o controle de quatro embarcações da Marinha brasileira:
Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro. Os marujos revoltosos exigiam do
governo o fim dos castigos físicos; caso contrário, a capital seria bombardeada. A
liderança desse motim foi realizada por João Cândido, o Almirante Negro.

Os marujos revoltosos escreveram um manifesto que resumia as suas exigências e


enviou-o para o gabinete do presidente da época, Hermes da Fonseca.

Pressionado tanto pelas ameaças dos marujos quanto de políticos, o governo de


Hermes da Fonseca aceitou os termos propostos e pôs fim aos castigos físicos na
Marinha em 26 de novembro de 1910 e prometeu anistia a todos os envolvidos. A
promessa do governo não foi cumprida e, no dia 28 de novembro, um decreto
dispensou cerca de mil marinheiros por indisciplina.

Após isso, uma segunda revolta na Marinha iniciou-se, dessa vez, no Batalhão
Naval estacionado na Ilha das Cobras. Essa segunda revolta, no entanto, foi
massacrada violentamente, e os envolvidos foram aprisionados e torturados nessa
ilha. Outras centenas de marinheiros foram enviados para trabalhar em seringais na
Amazônia e muitos foram fuzilados durante o trajeto.
Tenentismo

O tenentismo foi um movimento político e militar realizado por jovens oficiais


brasileiros durante o período da Primeira República. Esse corpo de oficiais era
composto em geral por tenentes e capitães que estavam insatisfeitos com o sistema
político brasileiro, sobretudo com as práticas do jogo político imposto pelas
oligarquias.

O surgimento do tenentismo na década de 1920 contribuiu para a desestabilização


da ordem política existente na Primeira República. O surgimento desse movimento
remonta à campanha eleitoral das eleições de 1922. Nessas eleições, a oligarquia
paulista e mineira lançou Artur Bernardes como candidato a presidente e enfrentou a
concorrência de Nilo Peçanha, apoiado pelas oligarquias de Rio Grande do Sul,
Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.

A candidatura de Nilo Peçanha ficou conhecida como Reação Republicana, e sua


chapa procurou conquistar o voto das classes médias urbanas. Foi durante essa
campanha eleitoral que a imagem de Artur Bernardes como político antimilitar
popularizou-se por causa de cartas falsas que foram veiculadas com supostas
críticas feitas por ele aos militares.

Apesar de ter sido divulgado à época que os documentos eram falsos, a relação dos
militares com Artur Bernardes desgastou-se profundamente. A situação agravou-se
de maneira definitiva quando o presidente eleito Artur Bernardes ordenou o
fechamento do Clube Militar e a prisão de Hermes da Fonseca. A partir daí, iniciou-
se um movimento de revolta e contestação dentro do exército contra os governos da
Primeira República.

A atuação do movimento tenentista estendeu-se de 1922 a 1927 e, ao longo desse


período, uma série de rebeliões aconteceu. A primeira grande revolta dos tenentistas
aconteceu em 5 de julho de 1922, na cidade do Rio de Janeiro, e ficou conhecida
como Revolta do Forte de Copacabana ou Revolta dos 18 do Forte de Copacabana.
Depois desse episódio, o ímpeto da revolta espalhou-se por outros oficiais em
diferentes partes do Brasil. Houve rebeliões tenentistas em Manaus, em 1924, que
ficaram conhecidas como Comuna de Manaus. Houve também a Revolução Paulista
de 1924, que posteriormente deu início à Coluna Costa-Prestes, quando as tropas
tenentistas lideradas por Miguel Costa uniram-se com os tenentistas liderados por
Luís Carlos Prestes.

A Coluna Costa-Prestes surgiu em 1925 e foi considerada o maior movimento


tenentista do período. Os oficiais liderados por Miguel Costa e Luís Carlos Prestes
marcharam no interior do Brasil durante mais de dois anos, lutando contra as tropas
do presidente Artur Bernardes.

Referências

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-vacina.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-chibata.htm

https://m.historiadomundo.com.br/amp/idade-contemporanea/tenentismo.htm

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