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Por fim, no caso da varíola, a solução seria a realização de uma campanha de vacinação
obrigatória. O projeto foi proposto em junho de 1904 e, em 31 de outubro, a lei 1261
foi assinada. Nem um pouco aceito pela massa urbana, houve até mesmo a criação de
uma liga contra a vacina. A imprensa também não perdoava, dedicando a Oswaldo
Cruz charges cruéis ironizando o efeito do remédio.
Em geral, a campanha sanitarista de Oswaldo Cruz foi marcada pelo autoritarismo, pois
invadiam casas para avaliar a higiene, funcionários da saúde pública vacinavam as
pessoas à força protegidos pelos policiais. Além de que não teve qualquer
esclarecimento sobre a importância da vacina, e como ela era constituída.
Com a população revoltada, o protesto iniciou-se em 10 de novembro, no Largo do São
Francisco, e logo se espalhou para outras regiões. O dia 13 de novembro foi o mais
violento do movimento. Durante este momento, aconteceu uma tentativa de golpe
militar contra o presidente Rodrigues Alves, mas fracassou.
No dia 16 de novembro, foi decretado o cancelamento da vacinação obrigatória e o
estado de sítio, onde polícia e exército foram orientados para reprimir os
manifestantes. Tendo ocorrido a última grande ação policial no dia 23 de novembro
contra trabalhadores operários mobilizados. No contexto geral, a Revolta da Vacina
deixou 31 mortos, 110 feridos, quase mil presos e a deportação de 461 pessoas para o
Acre. Tempos depois, a varíola foi considerada erradicada do Brasil por conta das
campanhas de vacinação.