Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ela é acometida por distúrbios infecciosos, inflamatórios, hiperplásicos e neoplásicos, dos quais o câncer de próstata
é, de longe, o mais importante clinicamente.
Características
A HPB ocorre quase sempre na zona transicional interna da próstata;
A próstata afetada fica aumentada, pesa tipicamente 60-100g e contém muitos nódulos bem circunscritos
que causam protrusão na superfície de corte;
Os nódulos podem conter espaços císticos que correspondem aos elementos glandulares dilatados ou ser
sólidos.
A uretra é geralmente comprimida pelos nódulos hiperplásicos, que deixam apenas uma estreita fenda de
passagem. Em alguns casos, os elementos glandulares e estromais hiperplásicos que ficam bem abaixo do
epitélio da uretra intraprostática proximal podem projetar-se no lúmen da bexiga como massa pedunculada
e produzir obstrução uretral do tipo de uma válvula em bola.
Microscopicamente, os nódulos hiperplásicos são compostos por
proporções variáveis de elementos glandulares proliferativos e
estroma fibromuscular. As glândulas hiperplásicas são revestidas
por células epiteliais colunares altas e uma camada periférica de
células basais planas. Os lúmens glandulares geralmente contêm
material denso de secreção proteica conhecido como corpos
amiláceos.
Aspectos Clínicos
As manifestações clínicas da hiperplasia prostática ocorrem apenas em cerca de 10% dos homens com
evidências patológicas de HPB.
A HPB envolve preferencialmente as porções internas da próstata, um sintoma comum é a obstrução do
trato urinário inferior (na forma de dificuldade de iniciar o fluxo de urina (hesitação) e com a interrupção
intermitente do fluxo urinário durante a micção).
Além disso, há outros: urgência e frequência urinária e nictúria (urinar com frequência a noite). Esses
sintomas são indicadores de irritação da bexiga.
No caso de obstrução crônica, a presença de urina residual na bexiga aumenta o risco de infecções do trato
urinário. Caso ocorra a completa obstrução urinária pode haver a hidronefrose ( excesso de acumulo de
liquido no rim);
O tratamento inicial é farmacológico, com o uso de agentes terapêuticos direcionados que inibem a formação de
DHT (Finestride®) ou que relaxam o músculo liso, bloqueando os receptores alfa adrenérgicos (Flomax®). Várias
técnicas cirúrgicas estão reservadas para os casos severamente sintomáticos que resistem à terapia
farmacológica.
CÂNCER DE PRÓSTATA
O adenocarcinoma da próstata ocorre principalmente em homens acima dos 50 anos de idade. É o tipo de
câncer mais comum nos homens, mas sua mortalidade não é tão alta;
Ao longo das décadas passadas o numero de mortes causada por esse adenocarcinoma diminuiu, devido o
número maior de detecções da doença por meio de triagem.
Hereditariedade
A hereditariedade também contribui, já que há risco aumentado entre os parentes de primeiro grau dos
pacientes com câncer de próstata;
A incidência do câncer prostático é incomum entre asiáticos, altíssima entre negros e também alta entre os
escandinavos.
Genes que estão associados ao risco aumentado:
Variante próxima do oncogene MYC no cromossomo 8q24, que aparenta ser responsável por alguma da incidência
aumentada do câncer da próstata em homens afro-descendentes.
Um lugar especifico suscetível no cromossomo Iq24-q25, aparenta ser responsável por uma maior tendência a
câncer de próstata em homens brancos dos Estados Unidos.
Ambiente externo
Dieta rica em gorduras é fator de risco secundários aceitos na etiologia do tumor.
Características Macroscópicas:
A maioria dos carcinomas detectados clinicamente não é visível a olho nu.
As lesões mais avançadas se apresentam como lesões firmes e branco-acinzentadas, com margens mal definidas
que se infiltram na glândula adjacente.
No exame histológico
● A maioria das lesões é de adenocarcinomas moderadamente
diferenciados que produzem glândulas bem definidas.
○ As glândulas são tipicamente menores que as benignas e são
revestidas por uma única camada uniforme de epitélio cúbico
ou colunar baixo, sem as células basais vistas nas glândulas
benignas.
○ As glândulas malignas são amontoadas e caracteristicamente
não apresentam ramificação e projeção papilar.
● O citoplasma das células tumorais varia, quanto à aparência, de
pálido-claras (como nas glândulas benignas) a anfofílico distinto (roxo-escuro).
● Os núcleos são aumentados e frequentemente contêm um ou mais nucléolos proeminentes.
● Alguma variação no tamanho e na forma nuclear é comum, mas, em geral, o pleomorfismo não é
registrado.
● Figuras mitóticas são incomuns.
● Em graus crescentes, estruturas glandulares irregulares, glândulas cribriformes e ninhos de células ou células
infiltrantes individuais estão presentes.
● Em aproximadamente 80% dos casos, o tecido prostático removido devido ao carcinoma também abriga
presumíveis lesões precursoras, referidas como neoplasia intraepitelial prostática de alto grau (NIPAG).
Sistema de Gleason
● O câncer da próstata é classificado pelo sistema de Gleason, criado em 1967 e atualizado em 2005.
● Os cânceres da próstata são estratificados em cinco graus com base nos padrões glandulares de
diferenciação.
○ O grau 1 representa os tumores mais bem diferenciados, ao passo que os tumores grau 5 não
exibem qualquer diferenciação glandular.
○ A maioria dos tumores contém mais de um padrão: um grau primário é atribuído ao padrão
dominante, e um grau secundário, ao segundo padrão mais frequente.
○ Os dois graus numéricos são então somados, a fim de se obter uma pontuação combinada do
sistema Gleason.
○ Os tumores com apenas um padrão são tratados como se seus padrões primário e secundário
fossem os mesmos e, assim, o número é dobrado. Portanto, os tumores mais diferenciados têm
pontuação de 2 (1 + 1) e os menos diferenciados valem 10 (5 + 5).
Aspectos clínicos
● Cerca de 70-80% dos cânceres da próstata surgem nas glândulas externas (periféricas) e, por isso, podem
ser percebidos como nódulos irregulares e duros no exame de toque retal.
● Muitos dos cânceres da próstata são lesões pequenas, assintomáticas e não palpáveis, descobertas por
biópsia aspirativa com agulha que tem o propósito de investigar o nível elevado do antígeno sérico
prostático específico (PSA).
● Devido à localização periférica, o câncer da próstata, em seu estágio inicial, é menos danoso que a HPB no
que tange à obstrução uretral.
● Os cânceres avançados localmente se infiltram nas vesículas seminais e nas zonas periuretrais da próstata, e
podem invadir os tecidos moles adjacentes, as paredes da bexiga urinária ou (menos comumente) o reto.
○ Metástases nos ossos, particularmente no esqueleto axial, são frequentes nos estágios avançados da
doença e tipicamente causam lesões osteoblásticas (produtoras de ossos) que podem ser detectadas
em uma cintilografia óssea.
Diagnóstico
● As baixas sensibilidade e especificidade dos estudos de imagem da próstata limitam sua utilidade
diagnóstica para a detecção precoce do câncer da próstata.
● A análise do PSA é o exame mais usado no diagnóstico e no controle do câncer da próstata, mas sofre de
várias limitações.
● O PSA é um produto do epitélio prostático normalmente secretado no sêmen.
○ Ele é uma serinoprotease cuja função é clivar e liquefazer o coágulo seminal formado depois da
ejaculação.
● Em muitos laboratórios, um nível sérico do PSA de 4ng/mL é o limite entre o normal e o anormal, embora
algumas diretrizes considerem valores acima de 2,5ng/mL como anormais.
● Embora a triagem por PSA possa detectar os cânceres da próstata em seu estágio inicial, muitos deles são de
crescimento lento e clinicamente insignificantes, o que faz com que dispensem tratamento.
○ Além disso, os tratamentos do câncer da próstata geralmente causam significativas complicações,
particularmente a disfunção erétil e a incontinência.
● Uma limitação do PSA é que, apesar de ele ser específico desse órgão, não é específico para câncer.
○ A HPB, a prostatite, os infartos prostáticos, a instrumentação da próstata e a ejaculação também
aumentam os níveis séricos do PSA.
○ Muitas alterações sutis no que tange à apreciação e à interpretação dos valores do PSA têm sido
propostas com o intuito de aprimorar a especificidade e a sensibilidade do exame.
■ Uma delas é corrigir o PSA para o tamanho estimado da próstata, para explicar as elevações
do PSA que estejam associadas ao aumento prostático (p. ex., HPB).
■ Outra é usar uma escala móvel que leve em conta o aumento do PSA em função da idade do
paciente.
■ Uma terceira é focar as alterações dos níveis do PSA em medições seriadas ao longo do
tempo.
● Os homens com câncer da próstata apresentam taxa maior de aumento do PSA em
comparação com homens que não têm câncer da próstata.
○ Um aumento significativo nos níveis séricos do PSA, mesmo se o PSA estiver
dentro de uma variação “normal”, deveria incitar a realização de outros
exames.
● Por fim, a maior parte do PSA presente no sangue está ligada às proteínas do
plasma, mas também inclui uma fração menor livre. A porcentagem de PSA livre (a
proporção de PSA livre para a de PSA total) é mais baixa em homens com câncer
da próstata do que em homens com doenças prostáticas benignas.
● Uma vez diagnosticado o câncer, as medições seriadas do PSA são de enorme valor para a avaliação da
resposta à terapia.
Tratamento
● Os tratamentos mais comuns para o câncer prostático clinicamente localizado são a prostatectomia radical
e a radioterapia.
○ O prognóstico depois de uma prostatectomia radical é baseado no estágio patológico, no status da
margem e no grau de Gleason.
● A vigilância ativa (“espera vigilante”) é uma abordagem apropriada no caso de homens mais velhos,
pacientes com significativa comorbidade ou mesmo pacientes mais jovens com valores séricos de PSA baixos
e cânceres pequenos de baixo grau.
● O carcinoma metastático avançado é tratado com privação de androgênio, conseguida pela orquiectomia
ou pela administração de agonistas sintéticos do hormônio liberador do hormônio luteinizante (HLHL), que,
como consequência, alcança orquiectomia farmacológica.
○ Embora a terapia antiandrogênica induza a remissões, clones independentes do estímulo do
androgênio surgem posteriormente e levam a uma progressão rápida da doença e à morte.