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PRÓSTATA
• Órgão retroperitoneal que envolve o colo da
bexiga e a uretra e não possui uma capsula distinta.
• O parênquima prostático pode ser dividido em
quatro zonas ou regiões:
Se liga!
as lesões proliferativas são diferentes em cada região.
+ hiperplasias na
zona de transição
+ carcinomas na
zona periférica
Histologia:
glândulas revestidas por duas camadas de células
secretoras colunares e separadas por estroma
fibromuscular,
+ áreas com pequenas dobras papilares
do epitélio.
ANDRÓGENOS TESTICULARES controlam
crescimento e sobrevida das células
prostáticas.
Aumento Benigno
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
▪ Extremamente comum em homens acima dos 50 anos,
▪ Característica: hiperplasia do estroma prostático e das células epiteliais
= formação e nódulos grandes na região periuretral da próstata,
▪ Os nódulos comprimem e estreitam o canal uretral obstrução
parcial/completa da uretra,
▪ não é considerada uma lesão pré-maligna
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
Incidência histológica:
▪ 70% homens de 60 anos,
▪ 90% homens aos 80 anos, MAS apenas 50% apresentas aumento clinicamente
detectável e destes só 50% desenvolvem sintomas!
NOS EUA: 30% dos homens brancos com + 50 anos apresentam sintomas moderados a
graves.
Patogenia:
Componente hiperplásico: prejuízo da morte celular.
Redução geral da taxa de morte celular, resultante do acúmulo de células senescentes
da próstata, como? Os andrógenos prostáticos podem aumentar proliferação e inibir
morte celular.
Morfologia:
ocorre quase sempre na zona transicional interna da
próstata,
a uretra é geralmente comprimida pelos nódulos
hiperplásicos, que deixam apenas uma estreita fenda de
passagem – orifício em forma de fenda
em alguns casos, os elementos glandulares e estromais
hiperplásicos podem projetar-se no lúmen da bexiga.
Histologia:
característica típica é a nodularidade,
composição varia entre nódulos fibromusculares
puramente estromais a nódulos fibroepiteliais com
predominância glandular,
proliferação glandular ► glândulas dilatadas,
revestidas por duas camadas, um epitélio colunar
interno e um cuboide ou achatado externo.
O encontro da dupla camada tem importância para definir a benignidade do processo (ou
seja, que se trata de hiperplasia, e não neoplasia) já que nos carcinomas há perda da dupla
camada.
a maioria dos adenocarcinomas da próstata não evolui para as formas clínicas ou,
mais provavelmente, evolui de maneira mais lenta; os pacientes morrem COM o
adenocarcinoma histológico, MAS NÃO DO adenocarcinoma clínico.
Etiologia:
OLHA AQUI OS ANDRÓGENOS OUTRA VEZ! as células do ca de próstata dependem de andrógenos
que se ligam aos receptores androgênicos e induzem resposta pró-crescimento e pró-sobrevida.
As anormalidades mais encontradas no adenocarcinoma prostático são: (1) amplificação de
oncogenes, como o MYC; (2) deleção de genes supressores de tumor, como RB, TP53 e PTEN;
(3) silenciamento gênico por mecanismo epigenético (p. ex., GSTP1, TP53, CDKN2A, APC e genes
de reparo do DNA).
Histologia da próstata:
▪ Glândulas no meio de um estroma fibromuscular = glândula que contrai.
glândula que ejacula, então o estroma é composto por células com duas
funções, o fibroblasto produtor de colágeno e fibra muscular lisa para
contração.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
As células secretoras colunares (luminais) secretam o PSA para a luz = enzima que fluidifica
o liquido seminal. As células basais funcionam como células tronco, pois a relação de reserva faz
com que ela possa se diferenciar em célula luminal ou agir como fibroblasto e produzir colágeno.
OU SEJA, o epitélio normal tem essa dupla camada de células. Como o câncer é geralmente
uma manifestação monoclonal, células cancerígenas se diferenciam em célula luminal, que produz
PSA, de modo que não há célula basal = critério diagnóstico.
A estrutura epitelial possui polaridade (secretam produção para a luz), então PSA sérico
é raro em condições normais – células malignas perdem polaridade.
O PSA é produto normal da secreção prostática, MAS em medidas séricas pode estar elevado
na prostatite, hiperplasia nodular prostática e câncer.
PSA sérico elevado = células morrendo (necrose). + critérios de refino: estimar volume
próstata no toque ou USG/PSA; velocidade de elevação anual (+ 0,75/ano é anormal, fazer exames
seriados mínimo de 3 medidas/2 anos para melhor avaliação), escalonamento por idade.
Diagnóstico do ca de próstata: alteração ao toque retal, não necessariamente nódulos, mas
consistência + firme. MAS PQ? O padrão de crescimento é infiltrativo ≠ da hiperplasia
prostática.
CA 1: PSA aumentou de 4,0 para 5,2 em um ano. Submetido a biópsia, laudo: fragmentos de
SO próstata livres de neoplasia.
Conduta: se esse paciente tem manutenção da indicação de biópsia, mesmo a anterior sendo
negativa, em 15 % dos casos de rebiópsia terão diagnóstico de câncer. Então, precisa reavaliar
em meses/ano e se o PSA continuar se elevando = nova biópsia.
VOLTANDO AO ADENOCARCIONOMA:
Morfologia:
caracteristicamente o tecido neoplásico é granuloso e
firme e sua visualização pode ser difícil, sendo mais
facilmente aparente na palpação.
a extensão local envolve mais frequentemente o tecido
periprostático, as vesículas seminais e a base da bexiga.
primeiras metástases se disseminam pelos linfáticos;
a disseminação hematogênica ocorre principalmente para
O tecido carcinomatoso é visto na região
ossos ou vísceras. posterior (embaixo, esquerda). Observe o
tecido canceroso sólido mais branco, em
contraste com a aparência esponjosa da zona
Histologia: periférica benigna no lado contralateral.
Classificação e Estadiamento
Observações:
▪ Com o consenso de 2005 os padrões mais estranhos do 3 foram jogados para o padrão 4.
▪ Gleason 6 (3+3): pouca metástase para linfonodos = é seguro manter o paciente em
acompanhamento clínico.
▪ Critérios de Epstein e de Noguchi são preditores de câncer insignificante numa eventual
prostatectomia:
Sistema TNM:
Curso clínico:
A minoria dos carcinomas é descoberta inesperadamente durante um exame histológico do
tecido removido de uma HPB por meio de ressecção transuretral.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
Toque retal + USG transretal tem baixa sensibilidade e especificidade, ou seja, utilidade
diagnóstica limitada = biópsia por agulha é necessária para confirmar diagnóstico.
PSA: é específico para o órgão, mas não para câncer. Os métodos de refino já citados devem
ser utilizados para avaliação.
Uma vez confirmado o diagnóstico, acompanhamento das medidas de PSA tem valor para
avaliar resposta à terapia.
Não se recomenda rastreio em massa para câncer de próstata, porém dos 50-69 anos, onde a
sobrevida aumenta mesmo com lesões neoplásicas agressivas, é indicado rastrear/acompanhar
sabendo os riscos e benefícios.
A chance de morrer por câncer de próstata diminui à medida que a idade avança = não se
beneficia de tratamento invasivo.
Vigilância ativa,
Radioterapia local/direcionada,
Prostatectomia radical.
Conduta: em alguns locais (Canadá), Gleason 7 (3+4) também tem indicação de vigilância. No
Brasil, esse padrão tem indicação de linfadenectomia + prostatectomia radical ou radioterapia
localizada = + risco de incontinência e disfunção erétil.
Marcadores:
PSA: adenocarcinoma acinar (mesmo que não formem glândulas).
Sinaptofisina: neuroendócrinos de pequenas células.
GATA3: Ca de bexiga invadindo a próstata.
BEXIGA
▪ A bexiga é revertida por uma forma especial de epitélio
de transição = O UROTÉLIO.
▪ A camada superficial consiste em “células em
guarda-chuva” grandes e achatadas com citoplasma
abundante.
▪ O urotélio subjacente é composto por várias camadas
de células com núcleos ovais menores.
▪ Membrana basal bem desenvolvida + lâmina
própria.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
Cistites
Doença + comum da bexiga = inflamações vesicais não específicas agudas/crônicas,
Na cistite bacteriana o agente etiológico + comum são bactérias coliformes. MAS NÃO
SE BIOPSIA ESSAS, então não é objeto de estudo da prova!
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Obs: Na cistite cística, a cavidade segue um padrão “normal” de urotélio (polaridade). Na cistite
glandular, formam-se na superfície células glandulares (caliciformes) = pode eventualmente fazer
metaplasia intestinal.
Metaplasia intestinal
Adenoma Nefrogênico
Lesão metaplásica do trato urinário.
Ocorre em qualquer parte do trato urinário = lesões com exposição do urotélio ►
mucosa da bexiga revestida por células renais. ++ variação polimórfica.
Entidade rara e benigna, + frequente em homens adultos.
Etiologia desconhecida: relatos na literatura associados à processos inflamatórios
crónicos, trauma vesical, cirurgias urológicas, litíase, imunoterapia intravesical com o
bacilo Calmette‐Guérin (BCG) e a processos indutores de imunossupressão.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
Neoplasias Uroteliais
▪ + de 80% após os 50 anos:
incomuns até os 30, raros em
crinças. + em homens e não
hereditário.
▪ 80% dos casos os tumores estão na
região lateral e posterior da
bexiga.
▪ O mais comum sistema de
graduação classifica os tumores em (1) papiloma; (2) neoplasias uroteliais papilares de
baixo potencial de malignidade (NUPBPM); (3) carcinoma urotelial papilar de baixo grau; e
(4) papiloma urotelial papilar de alto grau.
▪ Elementos histológicos mais utilizados para distinguir as lesões benignas das
malignas são: maior ou menor desordem arquitetural (polaridade) das células uroteliais,
número de camadas celulares, frequência e atipias de mitoses e capacidade invasiva.
▪ Em um modelo para a carcinogênese da bexiga, foi proposto que o tumor é iniciado pela
deleção dos genes supressores de tumor 9p e 9q.
O PAPILOMA:
todos os elementos histológicos de benignidade:
mantém polaridade, com até 7 camadas de células sem
atipias ou mitoses, ou ambas são raras. O estroma, na
base das papilas, não apresenta infiltração.
neoplasia rara, representando 1 a 2% dos tumores
vesicais.
predomina em < 50 anos: adultos jovens e crianças.
na maioria dos casos, o papiloma é solitário, embora
haja exemplos de lesões múltiplas (papilomatose).
principal sinal clínico: hematúria.
Carcinoma urotelial
X
e mais atipias celulares. frequentemente é multifocal.
bordas nucleares irregulares, as células são muito atípicas,
nucléolos pouco distintos. têm limites indistintos e perdem
mitoses são infrequentes e, sua semelhança citológica e
quando ocorrem, predominam arquitetural com o epitélio
na camada basal. o número de mitoses é
o tumor pode invadir a lâmina elevado.
própria – baixo grau invasivo. Invasão da parede vesical é
raramente dá metástases. frequente podendo os mais
agressivos alcançar a próstata e
outras estruturas adjacentes.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
Estadiamento:
Aspectos Clínicos:
Qualquer que seja seu grau, novos tumores podem surgir depois da excisão, e as recorrências podem
exibir grau maior.
O tratamento depende do grau do tumor, do seu estágio e do tipo de lesão!
pequenos tumores papilares localizado: a ressecção transuretral (RTU) é
diagnóstica e terapêutica.
Lais Marion Soares Bastos – Resumo Uropato
O BCG provoca uma reação granulomatosa acionando resposta imune antitumoral local.
Os pacientes são monitorados pelo resto da vida, por meio de cistoscopia e exames
citológicos de urina, para a verificação de recorrência do tumor.
O câncer avançado da bexiga é tratado com quimioterapia, que pode paliar, mas não é curativa.
Referências:
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das
Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan,
2016.