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Patologias da Próstata
Na imagem da esquerda, temos a visão anterior da próstata que fica em contato com a bexiga e que
tem inferiormente a saída distal da uretra que vai de encontro a uretra peniana. Já na imagem da
direita, temos a visão posterior com o sulco mediano separando a próstata em massas laterais. Na
palpação pelo toque retal, podemos sentir o sulco mediano, que em caso de aumento da glândula
deixa de ser sentido. A próstata com menos de 10g é dita hipotrófica e com mais de 25g hipertrófica.
No processo embrionário, a uretra primitiva é estimulada por fatores de crescimento liberados pelo
mesênquima primitivo, que sustenta o epitélio da uretra, de modo que a uretra se invaginaliza,
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unindo-a ao ducto deferente, que lança os produtos de secreção na uretra. O ducto ejaculatório
desemboca na metade da próstata, de modo que divide a uretra em duas porções: proximal (mais
próxima da bexiga) e distal/prostática. Ainda posteriormente, a próstata está em contato íntimo com
a parede retal, estando entre elas a fáscia retal (de Denonvilliers) que é espessa e resistente,
(=colículo seminal), de onde saem dois óstios do ducto ejaculatório e o utrículo prostático. A próstata
pode ser dividida em base (voltada para uretra proximal), terço intermediário (engloba a região de
vemos um corte transversal que pega a parte do verumontanum. Os lobos prostáticos de Lowsley
são empíricos, sendo eles o lobo posterior (azul), lobos laterais, lobo médio (vermelho) e lobo anterior
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(verde). O lobo médio possui a uretra distal e, caso ela tenha uma expansão patológica, ela vai em
direção a bexiga formando estruturas polipóides, que podem obstruir o orifício uretral.
A próstata é dividida em glândulas internas, que podem ser glândulas mucosas (desembocam
Corte transversal.
As zonas anatômicas de McNeal possuem como referências as seguintes estruturas: uretra distal,
uretra proximal, ductos ejaculatórios (em verde na imagem acima) e vesícula seminal (em azul). A
região da zona central é onde há maior acometimento por hiperplasia nodular prostática (HNP),
tendo a zona de transição como epicentro; isso devido à maior concentração de glândulas mucosas
nessa região. Já a zona periférica é a maior, correspondendo a 70% do parênquima prostático, e está
Nas imagens acima, temos o ducto ejaculatório (em verde) e a uretra distal e proximal (em amarelo).
Ainda, é possível notar nódulos pequenos amarelados na zona de transição no terço médio, que
inclusive faz o ducto ejaculatório ficar abaulado/angulado. Isso representa uma hiperplasia nodular,
que não é acompanhada pelas glândulas externas da zona periférica, de modo que devido à expansão
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nodular e compressão progressiva, essa zona sofre atrofia e se transforma em uma fina camada de
uma transição entre elas e as glândulas externas. No corte B, vemos na região branca superior o
lúmen da uretra, onde desemboca diretamente um ducto ejaculatório, além das glândulas mucosas e
A) B)
C) D)
No corte C e D, temos os ácinos da zona periférica que podem ser caracterizados segundo parâmetros
ácinos normais: morfologia (ácinos irregulares com lúmens entrecortados e ondulados, com
superfície interna podendo ter projeções para luz, chamadas de pseudopapilas; e estroma rico em
músculo liso com fibras colágenas e elásticas) e arquitetura (sempre há divisão dos ácinos por
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normal é revestido por uma dupla camada celular, sendo as células basais/reserva mais periféricas e
A presença de células basais é um marco de benignidade, mas em ácinos basais com células basais
menores, elas podem não ser vistas no corte histológico, dificultando o diagnóstico. Na histologia,
podemos identificar as células neoplásicas por células com núcleo aumentado com nucléolo evidente
e citoplasma diminuído, mas não são encontradas comumente figuras de mitose, pleomorfismo e
Para identificação de patologias da próstata se lança mão (kkk literalmente) do toque retal para
nódulos e mobilidade da próstata. Pode ser feita também a USG anorretal para identificar as regiões
anatómicas da próstata e nódulos suspeitos, além de poder ser usada para coleta de material para
biópsia.
Quanto aos marcadores biológicos, antigamente usava-se a fração prostática da fosfatase ácida,
sendo boa identificar infiltração óssea quando seus níveis estão elevados, porém ele caiu em desuso
por ser pouco sensível e pouco específico. Hoje, prioriza-se o antígeno prostático específico (PSA),
soro de indivíduos normais. A elevação do PSA pode se dar pelo aumento da produção, como no
procedimentos invasivos. Abaixo, vemos que o nível de PSA pode ser indicativo da patologia
A HNP é um crescimento tumoral não neoplásico da próstata, causado por hiperplasia dos
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formação de nódulos. Ela é comum em homens com mais de 50 anos, sendo cerca de 50% dos
casos em homens com mais de 70 anos, além de ser mais comum entre negros. As manifestações
clínicas estão dissociadas da histologia, porque nem sempre grandes lesões significam sintomas
significativos e vice-versa.
entretanto, tem um papel mais relevante na libido e potência sexual enquanto a dihidrotestosterona
conversora da DHT, pode ser de tipo 1 (presente na pele e no fígado, sendo relacionada com a
quantidade por céls glandulares basais). O estrógeno também pode ser convertido em testosterona
pela enzima aromatase nos tecidos periféricos, mas sua estimulação de proliferação da próstata
O hipotálamo produz o hormônio liberador do LH que estimula a hipófise a produzir e liberar LH. O LH
atua nos testículos, mais especificamente nas células de Leydig, promovendo a produção de
internalizada por ação do receptor MP, de modo que, no interior da célula prostática, a enzima 5-α-
redutase transforma a testosterona em DHT. O DHT por sua vez interage com receptor nuclear,
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fatores de crescimento e seus receptores. O estrógeno tem um papel de facilitar a ligação do DHT ao
seu receptor nuclear. Ademais, é válido ressaltar que a testosterona pode ser produzida também pelo
compara os níveis de testosterona sérica em indivíduos com e sem HNP, vemos que não há alteração
significativa. Assim, a atuação da testosterona nessa patologia não é relevante, ainda mais que há
diminuição dos seus níveis com o envelhecimento. Em contrapartida, com envelhecimento, os níveis
inibidores da enzima conversora pode levar a diminuição do número de nódulos ou até mesmo a
Ainda na etiopatogênese, há atuação de fatores locais de crescimento, como o TGF-β1 que produz
uma modificação do estroma sob influência de andrógenos, pois ele promove a proliferação de
miofibroblastos e fibroblastos e diminui a apoptose epitelial. Assim, o TGF-β1 acarreta uma diminuição
reativo. Logo, nas fases iniciais, temos uma hiperplasia do estroma com modificação da constituição
e diminuição da morte de células epiteliais, que ocorre sobretudo nas glândulas mucosas e
estimulam a proliferação glandular também pela liberação de fatores de crescimento. Assim, parece
que há uma volta ao comportamento embrionário do estroma, que normalmente é responsável pela
expansão do componente glandular nessa época, de modo que são formados os nódulos
estromatoglandulares.
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1) 2)
Na imagem 1, o estroma reativo está apontado pela seta que pode ser comparado ao estroma
normal na parte de trás da seta, que é mais róseo e rico em músculo liso, enquanto o estroma reativo
está com mais células fibroblásticas e miofibroblásticas. Assim, há maior produção de colágeno
(apontado pela seta na imagem 2), formando feixes entrelaçados em diferentes direções. Ademais, na
Esses nódulos são bem delimitados e as veias que circundam determinando compressão do
parênquima vizinho, formando tipo uma pseudocápsula. Eles tendem a crescer de formas diferentes.
Mas a formação desses nódulos nas zonas central e de transição determina o crescimento da
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tortuosidade da uretra. Além disso, há uma dificuldade de micção em função dessa compressão da
Ademais, ainda sobre a imagem macroscópica, a região abaixo da linha pontilhada amarela é a zona
periférica, em que as glândulas têm aparência normal, que apenas podem sofrer compressão e
O quadro clínico da HNP é o chamado LUTS, que define os sintomas do trato urinário inferior. Nele,
(polaciúria), vontade de urinar muitas vezes durante a noite (noctúria) e urgência urinária, além da
inversão do hábito urinário com maior frequência durante a noite (nictúria). Ademais, temos os
sintomas de obstrução mecânica do fluxo urinário também, como jato urinário fraco, hesitação pela
quantidade de urina entre as céls musculares da bexiga, que só é liberada após a micção).
O quadro clínico é muito inespecífico e por isso alguns diagnósticos diferenciais devem ser
considerados. Os sintomas irritativos podem ser observados em cistite e prostatites por exemplo,
enquanto os sintomas obstrutivos podem ser provocados também por carcinoma prostático, válvulas
de uretra posterior, doença de Marlon e estreitamento uretral. Ademais, algumas doenças podem
cursar com sintomas irritativos e obstrutivos, como lesão da medula espinhal, doença de Parkinson,
A) B) C)
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Na imagem A, vemos uma massa polipóide na próstata crescendo em direção à bexiga. Ela está no
lobo médio e se projeta para o colo da bexiga, interpondo o óstio uretral como uma válvula. Como há
o fator obstrutivo, isso provoca uma retenção urinária que acaba estimulando a hipertrofia da
parede da bexiga (na imagem, a parede da bexiga está 4x maior que o normal), fazendo a bexiga ser
(por distensão) e saliências na mucosa, dando esse aspecto trabeculado na mucosa. Devido à
retenção urinária, a urina fica muito em contato com a parede mucosa já em estresse, facilitando a
pode ficar até mais fina. Assim, o paciente pode ter incontinência urinária porque a bexiga dilatada
pode promover a dilatação da uretra também. Como a muscular fica mais frágil, isso predispõe a
bem fina e trabeculada com vários pseudodivertículos, responsáveis por esvaziamento incompleto por
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As principais consequências e complicações da HNP como
papilas renais, inversão das papilas renais e achatamento e atrofia do parênquima renal.
Com isso, pode haver perda da função renal bilateralmente se não houver tratamento, levando ao
quadro de insuficiência renal crônica. Ainda, como esse paciente está predisposto a ocorrência de
infecções urinárias de repetição com a presença do refluxo vesicoureteral pode ocorrer pielonefrites
de repetição também. Assim, pode haver um aumento da rapidez de perda de função renal devido às
cicatrizes renais das pielonefrites e à atrofia do parênquima renal provocada pela hidronefrose.
Ademais, a pielonefrite aguda pode ser muito intensa levando à formação de abscessos renais ou
hidropionefrose, que podem acarretar a sepsemia. Pode haver formação também de abscessos
perirrenais, que são bastante complicados por facilitar a ocorrência de fístulas e outros quadros de
abdome agudo.
Para o tratamento da HNP é feita a ressecção transuretral (RTU) por cirurgia a fim de deixar apenas a
cápsula cirúrgica. O material da próstata retirado é mandado para biópsia para confirmar o
diagnóstico ou não. O achado de carcinoma incidental pode ocorrer em 10% dos casos e ele é
Adenocarcinoma da Próstata
É uma neoplasia maligna da próstata, sendo a mais comum delas (98%). Ela provém de células
glandulares dos ductos e ácinos do grupo externo, sendo localizada em 70% das vezes na zona
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periférica do lobo posterior, mas ela pode estar presente também na zona central (10% dos casos) e
partir dos 80 anos, a incidência é de 66%. Em indivíduos com 40 a 45 anos, esse câncer é mais
incomum, exceto se for familial, em que a incidência nessa idade é de 25 a 30%. A raça negra tem
De acordo com o comportamento biológico do tumor, ele pode ser classificado em três tipos. O
crescimento lento e insidioso e porque pode demorar mais de 15 anos para aumentar de tamanho
subtipo de carcinoma manifesto que causa manifestações na próstata, cursando em geral com
obstrução urinária. Por fim, temos o outro subtipo de carcinoma prostático manifesto que é o
carcinoma oculto, em que os sintomas decorrem de metástases e não do tumor original; por
exemplo, uma metástase osteoblástica óssea cursando com dor óssea e lombar, que quando
Considerando a expectativa de um homem brasileiro sendo de 75 anos e que a partir dos 50 anos já
haverá maior chance do desenvolvimento do adenocarcinoma de próstata, podemos dizer que ele
tem 42% de chance de ter carcinoma histológico, 10% de ter carcinoma clínico e 3% de ter carcinoma
prostático fatal. Portanto, na maioria dos casos, o paciente portador de câncer de próstata morre
Os pacientes negros, brancos e asiáticos possuem o mesmo risco de apresenta tumor histológico
enquanto apenas os negros e brancos apresentam maior chance de apresentar o tumor clínico, o que
próstata.
Na etiopatogênese, em cerca de 40 a 90% dos cânceres de próstata, podemos ter fusão genômica
no cromossomo 21 do gene TMPRSS2 (expressa uma protease transmembrana, a serina 2, que sofre
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forte influência de andrógenos) com gene ERG (é um regulador transcricional, oncogene), com deleção
de parte do cromossomo. Essa fusão acarreta uma superexpressão, estimulada por andrógenos, com
fusão genômica poderia ser um marcador de agressividade do tumor. Além disso, a deleção do gene
PTEN (homólogo da fosfatase e tensina), que é um gene supressor de tumor por inibir a via de sinal
PI3K-AKT, de modo que sua deleção resulta em proliferação celular, manutençao celular, migração e
angiogênese.
Dentro dos fatores hormonais, os andrógenos merecem destaque por aumentarem a massa tumoral
e também pelo fato de que o tecido neoplásico responde melhor aos estímulos da testosterona e de
outros tipos de andrógenos em função das alterações em receptores androgênicos, que dão a eles
Dentro dos fatores genéticos, em caso de história familiar de câncer de próstata em parente de
primeiro grau, o risco de ter também é elevado em 2x e se tiver dois familiares com câncer o risco é
quase 10x maior. Ainda, esse câncer familiar tem caráter mais precoce e mais agressivo.
Acredita-se que a neoplasia intraepitelial prostática (NIP) possa ser uma lesão precursora do
e em biópsia por agulha indica uma maior probabilidade de o paciente já apresentar adenocarcinoma
A NIP (imagem abaixo) é caracterizada por proliferação epitelial com perda da polaridade e presença
de atipias celulares, sem haver a infiltração no estroma. As NIPs podem ser classificadas em três graus,
segundo o grau de displasia apresentada. Na NIP de grau I, temos displasia de baixo grau que deve
ser diferenciada de alterações reacionais comumente já observadas na glândula, como atrofia celular
e inflamação. Os NIP de grau II e III são os únicos já considerados em laudo de biópsia devido a não
possibilidade de confusão com alterações reacionais, de modo que elas já sugerem a presença
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Quanto à evolução, ainda não se sabe se há um processo espectral como na evolução de um
carcinoma in situ para um invasor. O adenocarcinoma costuma ser multicêntrico, ou seja, apresentar
lesões em vários lobos prostáticos, além de apresentar também vários padrões em um mesmo
tumor.
Devido à localização do adenocarcinoma (imagens abaixo), podemos notar que ele se desenvolve em
uma região mais próxima da periferia da próstata em relação à hiperplasia nodular, que se desenvolve
em torno da uretra. Assim, o adenocarcinoma prostático tem manifestações clínicas mais tardias.
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Adenocarcinoma Irregular Dura, pétrea Normal ou Diminuída ou No nódulo
nodular aumentado fixa
O diagnóstico é feito sobretudo pela USG com lesão periférica hiperecóica na zona periférica.
Ademais, podemos usar também a RM multiparamétrica graduada em T2, usando a classificação PI-
RADS, em que vamos ver uma lesão hipodensa. Ou ainda a PET/CT com uso de colina e PSMA para
análise da atividade metabólica, que pode ser útil para acompanhamento também.
casos familiares. Ele é feito a partir do toque retal e dosagem de PSA, seguindo o esquema abaixo. A
biópsia sextante é a coleta de 6 fragmentos (2 no ápice, 2 no terço médio e 2 na base, sendo cada um
de uma lateral), mas a coleta estendida é preferível, pois coleta é feita com 2 fragmentos em cada
lateral, ou seja, 4 fragmentos para cada região prostática, dando um total de 12. Alguns sugerem fazer
a coleta de material da zona de transição também, mas é pouco relevante, segundo o prof.
Em caso de biópsia positiva para adenocarcinoma de próstata, podemos realizar tratamento cirúrgico,
padrão.
Quanto aos fatores prognósticos, eles podem ser divididos em algumas categorias.
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Na categoria I (importância confirmada), estão os fatores indiscutivelmente importantes para o
prognóstico. Neles, estão incluídos o PSA ao diagnóstico, o grau histológico (de Gleason), o
bioquímicas).
ao lado.
radical ocorre em cerca de 16 a 50% e é quando, mesmo após a retirada completa da glândula,
no 1o trimestre depois, as duas dosagens de PSA com intervalo semanal entre elas apresentam
valor do PSA > 0,2 ng/mL, indicando que há doença residual, infiltração vizinha ou invasão de
linfonodo.
● O grau histológico é medido através da classificação de Gleason, em que são somados os dois
maiores escores de duas áreas diferentes que possuem as modificações mais frequentes a fim
predominante, por isso que na tabela ao lado é diferente o 3+4 do 4+3. Apenas os escores > 6
biópsia por agulha, sendo importante ser muito criterioso antes de colocar a presença do G4.
● O estadiamento pode ser clínico, cirúrgico, por imagem e anatomopatológico. Ele é feito pela
classificação TNM.
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Quanto às vias de disseminação, a principal é por extensão local com invasão da vesícula seminal, da
bexiga e dos vasos periprostáticos. As metástases linfáticas são as mais comuns e ocorrem nas cadeias
metástases hematogênicas são raras e se dão para órgãos viscerais, com destaque para pulmões, fígado,
suprarrenal, pleura e rim, as quais produzem lesões líticas. Por fim, as metástases ósseas são, em
70% dos casos, osteoblásticas, ou seja, elas estimulam a proliferação óssea, sendo muito comum na
coluna lombar, fêmur proximal, pelve, coluna torácica e costelas, além de poderem ocorrer tanto por
A partir do peritônio saem dois folhetos, um para cobrir posteriormente o útero e outro para cobrir
uterinos ficam entre os folhetos peritoneais e é um coxim de tecido fibroadiposo. A parte superior do
útero é o corpo uterino e a mais inferior é o colo uterino, entre elas fica o istmo.
No corte longitudinal do corpo uterino, vemos uma grande camada concêntrica de músculo liso com
fibras paralelas, que é importante para a função de contração durante o parto e é chamada de
miométrio. Internamente, a cavidade do corpo uterino é revestida por uma mucosa, o endométrio,
que sofrem modificações cíclicas responsivas a hormônios. Já no colo uterino, temos o endocérvice
na parte mais interna e o ectocérvice mais externo, mais espesso e voltado para luz vaginal. Na região
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do istmo, temos o orifício interno que representa a transição do corpo para o colo uterino e na
região do colo uterino temos o orifício externo que divide o colo uterino e o canal vaginal.
Entre as patologias do colo uterino, o CCE é o principal por representar cerca de 80% dos casos,
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Carcinoma de Células Escamosas (CCE)
O CCE acomete principalmente mulheres jovens com vida sexualmente ativa. Ele está mais
relacionado a alguns fatores, como início precoce da atividade sexual (<16 anos), multiparidade, DST
acompanhamento ginecológico.
No CCE, o modelo de carcinogênese viral é o mais relevante, já que cerca de 98% dos casos de CCE
estão relacionados com a DST por infecção por HPV (human papiloma virus). Esse vírus pode ser
abuso sexual em caso de codilomas em crianças pequenas) e por fômites. Seu período de incubação é
de 3 semanas a 8 meses, com uma média de 3 meses para que haja a possibilidade de desenvolver a
doença.
O HPV possui vários genótipos, subtipos e variantes; e alguns mais que outros (porém todos) são
epiteliotrópicos, ou seja, possuem grande afinidade para pele e mucosas, além de, durante seu
processo de replicação, eles induzem a proliferação celular. São mais de 118 genótipos com 40 tipos
na região anogenital, sendo que alguns têm mais potencial oncogênico do que outros. Com isso,
temos o HPV de baixo risco, causado sobretudo pelos tipos 6 e 11, que causam lesões virais
produtivas, caracterizadas pelas verrugas genitais, chamadas de condiloma acuminado. E ainda, temos
o HPV de alto risco, causado em 70% dos casos pelos tipos 16 e 18, que provocam lesões precursoras
e CCE em regiões como vulva, vagina, pênis, ânus, tonsilas e outros sítios da orofaringe, além do
No DNA viral do HPV, temos várias regiões ORF: E (precoce), L (tardia) e LCR (long control region). As
regiões E estão associadas à codificação de proteínas importantes para replicação viral, que são
chamadas também de oncoproteínas por interferirem no ciclo celular. Já a região L é responsável pela
codificação de proteínas estruturais para a montagem do vírus. Por fim, a região LCR é sem
transcrição, mas possui o sítio de ligação de fatores transcricionais epiteliais e o sítio de ligação de pE1,
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A região de transição entre ecto e endocérvice é a preferida pelo HPV, mas as células mais
superficiais são de diferenciação terminal e estão sempre em renovação, então para estabelecer uma
infecção ativa por HPV, o vírus deve chegar até as células basais e parabasais, as quais tem capacidade
de proliferação. Para isso ocorrer, o contato sexual durante o coito é essencial por lesionar as células
superficiais e permitir que o HPV atinja essas camadas celulares mais internas.
Durante a infecção, há uma fase em que o DNA viral se apresenta no núcleo da célula de forma
epissomal ou circular livre, de modo que ele acaba sendo depurado na proliferação do epitélio sem
que haja manifestação clínica, sendo essa fase chamada de infecção inativa. Caso haja incorporação
manifestação clínica, pois passa haver transcrição de proteínas E6 e E7, responsáveis pela replicação
ele possibilita a quebra do genoma viral nas regiões E1 e E2 com perda da função desses genes, que
seria de frenagem da expressão dos oncogenes virais (E6 e E7), de modo que há maior eficiência dos
HPV de alto risco. As pE6 e pE7 degradam as proteínas dos genes supressores tumorais da célula
hospedeira, causando transformação celular e imortalização dos ceratinócitos. Assim, essa fase é
chamada de infecção com transformação, sendo caracterizada por uma integração persistente e
infecção prolongada e com alta carga viral, além do bloqueio dos genes E1 e E2, o que impede a
contínua.
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No HPV de baixo risco, a maior parte do genoma viral permanece como epissomal e há integração ao
DNA do hospedeiro em poucas células, de modo que a ação das oncoproteínas virais é transitória e
sua função é menos eficiente, permitindo que haja maturação das células do hospedeiro.
A evolução do CCE e lesões precursoras podem ser detalhadas. O contato com o HPV ocorre
sobretudo na faixa etária de 20 a 24 anos e em 70% das mulheres ele evolui para clareamento, sem
que haja qualquer manifestação clínica. Entretanto, em 15 a 28% dos casos, há integração do DNA viral
após uns 2 a 3 anos de infecção persistente com alta carga viral, com lesões precursoras em mulheres
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com idade média de 25 a 35 anos. Dentre as mulheres com integração, cerca de 60% das mulheres
com lesões precursoras leves e cerca de 20% das com lesões precursoras graves apresentam
regressão espontânea. Mas algumas podem evoluir para transformação completa e invasão do
estroma (câncer invasivo) após uns 10 a 12 anos da infecção por HPV, sendo vista em mulheres com
idade média de 40 a 45 anos. Nesse sentido, percebe-se que a idade entre 25 a 65 anos (sobretudo 35
a 45 anos) é fator de risco para desenvolvimento de CCE sem que haja qualquer manifestação clínica;
então essas mulheres devem ser orientadas para o rastreio desse câncer ginecológico a fim de
impedir tal progressão para malignidade, já que a transformação é reversível em quase 100% dos
casos.
Nem todas as mulheres com infecção por HPV evoluem para CCE, o que demonstra a participação de
geográfico (cada variante é mais comum em certa região). Já os fatores ligados ao hospedeiro,
Na imagem acima, vemos o colo uterino normal com ectocérvice brilhante, espesso, brancacento e
com muco. Vemos o orifício externo com aspecto arredondado, puntiforme e central, o que é
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Na imagem acima, temos o corte histológico corado em alcian blue da junção escamocolunar (JEC),
que muitas vezes coincide com o orifício externo. Na região acima, temos o ectocérvice com epitélio
estratificado escamoso não queratinizado, o qual é bem mais espesso do que o do endocérvice, o
qual tem um epitélio colunar com céls basais irregulares, que são céls de reservas, capazes de
Devido às mudanças do ciclo menstrual e à gravidez, por exemplo, o epitélio colunar do endocérvice
pode sofrer uma eversão em direção à região antes ocupada pelo ectocérvice, passando a ser
chamado de ectrópio. Isso representa um fenômeno fisiológico chamado de ectopia, que é quando
um tecido se apresenta em uma região não característica. Assim, a exposição do frágil epitélio colunar
Com isso, podemos ter uma metaplasia escamosa, ou seja, uma transformação do epitélio colunar
das células de reserva. Para identificar que se trata de um epitélio metaplásico, devemos atentar para
função da queratinização em volta. A região que sofre a metaplasia escamosa é chamada de zona de
transformação (ZT) que se estende desde a JEC primitiva até a nova JEC formada, chamada de JEC
funcional. Em função da ZT ter grande atividade mitótica, estar mais suscetível a danos e ter muita
formação neovascular, ela é a principal área de instalação e infecção por HPV por ser uma zona frágil e
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Teste de Schiller:
No teste de Schiller, quando a mucosa do colo uterino está normal ela se apresenta com coloração
constitui as células totipotentes, capazes de fazer mitose e é sustentada pela membrana basal, que a
separa do estroma. Mais superficialmente, temos células poliédricas mais diferenciadas com pontes
intercelulares e ricas em glicogênio. Quanto mais externamente, o epitélio vai ficando mais achatado e
fino, perdendo o núcleo e sofrendo descamação. Com isso, temos a estratificação natural do epitélio e
a maturação celular.
Com a evolução, há atipias celulares de variados graus durante a maturação celular até a geração de
mas as células ainda são diplóides, teremos a displasia, que ocorre devido a distúrbios de proliferação
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transformação, já que ela apresenta 3 graus (I-leve, II-moderada e III-acentuada). Foi proposto a
aneuploidia, mas apresenta no máximo displasia leve e alterações coilocitóticas (sugere a presença do
HPV), além de apresentar lesões típicas como os condilomas. Nas lesões de HPV de alto risco, teremos
displasias de graus elevados e aneuploidia frequente, de modo que as células são mais parecidas com
céls neoplásicas, passando a ser chamadas, então, de lesões intraepiteliais de alto grau.
Os condilomas acuminados são lesões produtivas associadas ao HPV de baixo risco, que podem ser
múltiplos ou únicos e estar em qualquer área genital e anal. Essas lesões podem crescer, confluir,
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Na região do colo uterino, diferentemente da vulva, apresenta condilomas
em forma de dedo de luva, por ele não ter pra onde crescer ele vai formando
mostrando que há tempo de maturação celular nesse processo e dando o aspecto crostoso. Ademais,
perinucleares causados por proteínas virais. Essas alterações apresentadas no HPV de baixo risco
1) 2)
26
A - Normal. B (NIC 1) - Displasia leve e/ou alterações coilocitóticas. C (NIC 2) - Displasia moderada
(atipia mais intensa, n° de céls é maior, mitose fora da camada basal). D (NIC 3) - Displasia acentuada
Entretanto, tanto a displasia acentuada quanto o carcinoma in situ podem se infiltrar pelas superfícies
Carcinoma invasivo:
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Quanto aos aspectos clínicos do CCE, mais de 50% dos CCE invasores diagnosticados são em
mulheres que não fizeram rastreamento prévio pelo exame de Papanicolau, sobretudo porque cerca
de 80% das mulheres infectadas são assintomáticas, daí a importância do rastreamento. Em casos
neoplásicos que já estão cursando com sangramento, corrimento, infecção urinária, obstrução
ureteral (por infiltração de estruturas adjacentes), edema de MMII (acometimento linfático extenso)
No diagnóstico de CCE, são usados o exame direto com uso de lugol (Schiller) e ácido acético para
Papanicolau) com captura híbrida; e caso haja uma lesão, realiza-se a biópsia guiada por colposcopia.
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O carcinoma microinvasor é do estádio Ia, que ainda possui um bom potencial de tratamento, pois
tem profundidade < 5 mm e não tem confluência de foco e nem infiltração angiolinfática. Sua
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A) Carcinoma invasor vegetante: Cresce a partir da JEC em direção à luz vaginal. São massas
vegetantes, friáveis, sangrantes, às vezes com halo irregular, ulcerações e pode ter infecções
secundárias. B) Ca invasor polipóide: Massa que se projeta adiante do orifício externo, já atingindo o
lábio posterior, podendo alcançar a margem do canal vaginal. É ulcerado. É um tipo de carcinoma
vegetante.
A) B)
mas já com um grau de infiltração. D) Ca invasor verrucoso: É clássico e parece uma couve-flor bem
C) D)
E) Ca invasor plano: Ele é plano, tem áreas ulceradas e deprimidas. Tem prognóstico pior porque a
31
E)
F) Ca invasor endofítico: Ele cresce para dentro do canal endocervical, se manifestando com essa
massa endocervical. Ele deve ser diferenciado do adenocarcinoma. Pode permanecer assintomático
por um tempo e é mais difícil de ser diagnosticado por não termos métodos para identificar lesões
dentro do canal endocervical. G) Ca invasor úlcero-infiltrante: É o pior de todos. Cresce para dentro
do canal endocervical, bastante infiltrativo, que muitas vezes alcança os paramétrio antes mesmo de
gerar manifestações na parte externa do colo uterino. Deve ser diferenciado com adenocarcinoma,
sobretudo devido ao aspecto esponjoso e por surgir em mulheres mais velhas, como o
adenocarcinoma.
F) G)
Quanto ao grau de diferenciação no CCE invasor, diz-se que o tumor é bem diferenciado quando ele
apresenta ninhos infiltrativos de células com características muito semelhantes ao epitélio escamoso
normal, em que há acúmulo de queratina no interior desses ninhos, formando as pérolas córneas. Já
no tumor pouco diferenciado não há queratinização, há apenas células atípicas em massa compactas
e irregulares.
32
Tumor bem diferenciado)
A disseminação do CCE pode ser por contiguidade com estruturas vizinhas (corpo uterino, terço
superior da vagina, terço inferior da vagina, anexos uterinos, paramétrios, ureteres, etc). As
metástases por via linfática segue as cadeias pélvicas, sendo as sacrais, ilíacas, para-aórticos e
inguinais, em sequência as mais relevantes. Já as metástases por via hematogênica são mais comuns
em tumores avançados e pouco diferenciados, podendo levar o câncer para vísceras, sobretudo
Quanto aos fatores prognósticos, o tipo e grau histológico, estadiamento e idade < 35 anos são
relevantes, além de que em pacientes com estádio Ib e IIa, devemos estar atentos para dimensão do
tumor, profundidade de infiltração e presença de invasão angiolinfática, porque esses fatores revelam
Para prevenção do CCE, destacam-se a prevenção de DSTs, realização do exame ginecológico dentro
das recomendações e a vacinação contra o HPV. Quanto à vacinação, as vacinas contém partículas
semelhantes às proteínas L1 do vírus selvagem, tendo sua ação baseada na resposta imunitária
humoral, já que não contém DNA viral e, portanto, não são infectivas. Temos 3 tipos principais de
vacinas contra HPV: bivalente (tipos 16 e 18); quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18) e nonavalente (tipos 6,
Adenocarcinoma
33
A frequência tem aumentado devido ao screening, à terapia de reposição hormonal (TRO) e ao
aumento numérico mesmo. Mais de 90% dos casos também cursam com infecção por HPV, sobretudo
os tipos 16 e 18, enquanto os outros 10% dos casos são HPV- e estão relacionados a mulheres mais
34
Patologias do Corpo Uterino
35
Imagem 1) Fase estrogênica - glândulas proliferadas, tubulares e longas; estroma denso.
Imagem 2) Final da fase estrogênica - glândulas mais irregulares; estroma edemaciado. Percebemos
Imagem 3) Fase progesterônica - glândulas mais serrilhadas e dobradas, as vezes dilatadas e com
A fase proliferativa (imagens abaixo) pode ser caracterizada, histologicamente, por proliferação de
glândulas tubulares e em maior aumento vemos seu epitélio pseudoestratificado, com células de
núcleo redondo de diferentes camadas com nucléolo evidente. Pode haver figuras de mitose.
Na fase secretora (imagens abaixo), temos glândulas mais tortuosas as vezes projetando para dentro
da luz e vemos seu epitélio colunar com vacúolos no citoplasma para liberação de secreção na luz.
Qualquer estímulo capaz de produzir proliferação e hiperplasia, também pode produzir neoplasia.
36
O principal sintoma de alteração uterina é a hemorragia uterina anormal em função de alterações
nos mecanismos de regulação do endométrio, sendo, em 75% dos casos, uma disfunção hormonal
útero. A HUD é comum em mulheres na pré ou perimenopausa, mas pode ocorrer em adolescentes
também, sendo ela em ambos os casos a causa mais comum de ciclos anovulatórios.
Na puberdade, o ciclo anovulatório em geral decorre da imaturidade do eixo H-H-O, podendo estar
relacionada com a SOP também. Já no climatério, decorre da falência funcional dos ovários. Além
disso, o ciclo anovulatório pode estar relacionado com obesidade ou magreza excessiva, doenças
jovens na 3a década de vida e está relacionada a outras comorbidades, como obesidade, resistência
37
Ovário aumentado com superfície
ao aumento do estroma. Na
exames laboratoriais
demonstrando aumento de
andrógenos e de LH.
O exame histológico do endométrio foi substituído por dosagens hormonais, mas ainda é utilizado
para determinação de presença de ciclos ovulatórios em pacientes inférteis e para avaliação de causa
de hemorragias uterinas.
Pólipo Endometrial
38
endométrio também. Ela costuma ser uma causa importante de hemorragia uterina e acomete
Normalmente, os pólipos endometriais estão no fundo uterino normalmente e podem ser únicos ou
múltiplos. Ele pode ser pediculado (imagem da esquerda) ou séssil (imagem da direita), tendo sua
superfície lisa, brilhantes, e por vezes esponjosa com cistos, além de ser recoberta pelo
endométrio. Em caso de traumatismo, torção do pedículo, entre outros, podemos ter ulcerações,
inflamações, etc.
contração da parede uterina, responsável por cólicas. Com a torção pedicular, pode haver necrose e
rompimento do pedículo, que é eliminado juntamente com sangramento. A análise histológica desse
fragmento solto é importante para identificar realmente sua procedência e excluir uma possível
Hiperplasia Endometrial
glândulas (em comparação com o estroma), com índice glândula-estroma aumentado. É uma causa
mulheres mais jovens e em mulheres na pós-menopausa, sendo um sinal de alarme no último caso.
relacionado com a anovulação e com o aumento do estrógeno endógeno (por aumento da produção)
39
ou exógeno (por administração). O hiperestrogenismo pode ser causado por obesidade em função da
conversão periférica de andrógenos, menopausa, SOP, tumores funcionantes dos ovários (ex.: tecoma
e tecofibroma), hiperplasia do estroma ovariano e terapia de reposição hormonal não balanceada por
progesterona.
A) B) C)
A) Aumento da espessura do endométrio, que fica com aspecto lobulado, além de glândulas dilatadas
dando um aspecto cístico na superfície. B) Já são lesões mais avançadas, que necessitam de DD com
simples evoluem para atrofia glandular cística, também chamada de endométrio em queijo suíço.
A hiperplasia endometrial deve ser avaliada segundo a presença ou não de atipias. Aquelas sem
atipias (imagens A) têm epitélio normal, semelhante ao proliferativo normal, apenas com aumento
da espessura (chega em 5mm) e é autolimitada, tendo pouca relação com o câncer. Inclusive, ela
A)
40
Porém, já aquelas com atipias (imagens B) apresenta alterações arquiteturais complexas, com
espessura de 1cm ou mais, sendo, portanto, uma lesão precursora de adenocarcinoma endometrial,
sobretudo aquele do tipo endometrióide. A hiperplasia adenomatosa ou seja aquela com atipias
também pode ser denominada de neoplasia endometrial intraepitelial, pois ela pode ir sendo
B)
Quanto à biologia molecular, sabemos que em cerca de 20% dos casos, a hiperplasia endometrial
está ligada à inativação do gene supressor PTEN, causando a desfosforilação de moléculas do ciclo
essas mutações do gene PTEN estão presentes na maioria dos adenocarcinomas endometriais,
sobretudo do tipo endometrióide, o que reforça a relação entre eles. Outras mutações também são
comuns entre eles, como mutações nos genes KRAS, PAX2 e β-catenina.
O sangramento uterino anormal após a menopausa ou ainda durante o período reprodutivo, mas
Adenocarcinoma Endometrial
Consiste na proliferação glandular endometrial atípica, sendo o tumor genital invasivo mais comum.
Ele é causa de hemorragia uterina, corrimento e dor pélvica. Está associada ao hiperestrogenismo.
Acomete sobretudo mulheres na pós-menopausa (entre 55 e 65 anos), mas podem estar presente
em ⅓ das mulheres idodas sem hiperestrogenismo, sendo nesse caso mais agressivo com pior
prognóstico. Possui 4 padrões moleculares e dois tipos histológicos, que são descritos a seguir.
41
O tipo I - Endometrióide é de 85% dos casos e é chamado assim pela similaridade com o endométrio
normal. Ele está relacionado com nuliparidade, ciclos irregulares, infertilidade, anovulação, diabetes,
endometrial. Pode estar relacionado também com HF de tumores com inativação de PTEN. Quanto
ao grau histológico, ele pode ser bem diferenciado (grau I - glândulas semelhantes às do
O adenocarcinoma do tipo II é 15% dos casos e está relacionado com atrofia endometrial
mulheres 10 anos mais velhas que as do tipo I e apresenta mutação do p53 em 90% dos casos. Todos
os tumores nesse caso são de grau III (pouco diferenciado) e podem ser subdivididos em dois
subtipos: tipo seroso (mais comum; semelhança com adenocarcinoma ovariano) e de células claras.
A) B) C)
A) Material friável com hemorragia, necrose, com crescimento vegetante. B) Aspecto papilífero - tipo
42
D) E)
D) Tumor úlcero-infiltrativo, que infiltra a parede e não cresce para cavidade uterina. Em geral, é bem
agressivo e costuma ser diagnosticado já em fases bem avançadas, com pior prognóstico. E) Tumor
com áreas necróticas, ulceradas e hemorrágicas e áreas polipóides. Dá para ver que é um tumor em
um útero atrófico, típico de mulheres mais velhos, devido às paredes e aos anexos uterinos.
1) 2)
1) Adenocarcinoma do tipo I de grau I. Setas vermelhas apontam para metaplasia escamosa, que é
43
Adenocarcinoma do tipo II do
menor.
ser por extensão direta do miométrio e colo uterino; por infiltração de estruturas periuterinas e
vagina; por metástases linfáticas, em caso de tumores pouco diferenciados (sobretudo para cadeias
pélvicas) e hematogênicas em caso de tumores bem diferenciados (para pulmões, peritônio, bexiga,
ovários e vagina).
Leiomioma
É a neoplasia uterina mais comum. Seu crescimento é influenciado por hormônios, então há
redução de volume após a menopausa. É causa de hemorragia uterina, dor pélvica e dismenorreia.
Está relacionado com alterações cromossômicas (cromossomos 6 e 7) no gene HMGA, de modo que
44
É uma lesão nodular única ou múltipla de tamanhos variados com topografia diversa no útero.
Todos são firmes, sólidos e com aspecto fasciculado (fibras desorientadas), além de serem mais
endométrio normal. Por isso, sua função de contração muscular está prejudicada.
Ele pode ser submucoso e se projetar para cavidade uterina. Pode ser polipóide crescendo para
dentro da cavidade uterina, então precisa fazer DD com hiperplasia polipóide, pólipo e
subserosos (crescem na superfície externa do útero), que podem ser sésseis ou pediculados.
Todas lesões levam ao aumento do útero, mas suas complicações podem ser diferenciadas segundo
seu padrão de crescimento. As lesões intramurais e subserosas levam ao aumento do útero como um
podem se torcer, se for pediculada, causando hemorragia abdominal com abdome agudo. As lesões
submucosas e polipóides, por crescerem dentro da cavidade uterina, podem impedir a nidação
(abortos repetidos), interrupções precoces em gravidez, malformações fetais por compressão, causar
infertilidade.
menstruação também. Além disso, o crescimento do tumor pode causar rompimento de pequenos
miométrio.
45
Na imagem da esquerda, temos um leiomioma intramural e subseroso, sem repercussão na
leiomioma parido, que é quando ele atravessa o canal endocervical chegando no canal vaginal.
Em uma condição genética específica, podemos ter substituição de todo o miométrio por nódulos,
Analisando a histologia, as células têm as mesmas características, sem atipias ou figuras de mitose,
com arranjos nodulares revestidos por cápsulas. A principal alteração é a desorganização dos feixes
Leiomiossarcoma
Corresponde a 1 a 2% das neoplasias malignas uterinas e acomete sobretudo mulheres com mais de
50 anos. A maioria dos tumores são intramurais, porém não existe marcador específico, pois são
46
lesões mal definidas, com contornos irregulares, além de necrose e hemorragia. Em comparação
acentuado, pode não haver correspondência com o aporte sanguíneo, levando à formação de áreas
Os fatores prognósticos são tamanho do tumor, índice mitótico, presença e quantidade de necrose,
Patologias do Ovário
Cistos de Ovários Não Neoplásicos
hemorragia uterina disfuncional. Por isso, devemos fazer DD com neoplasias. Pode ser SOP.
Normalmente, são cistos de pequeno volume, sendo os principais: cistos foliculares, cistos de corpo
47
A) B) C)
A) Ovário normal em mulher de idade fértil, com cistos foliculares. Quanto aos cistos, devemos avaliar
Cistos Funcionais
Em geral, são cistos múltiplos de até 2cm, sem septações, com parede fina e superfície interna lisa.
Tem conteúdo líquido seroso e apresentam redução de volume ao acompanhamento por USG de 2 a 3
Neoplasias do Ovário
Essas neoplasias são comuns (fica atrás dos tumores do colo uterino e do endométrio) e representam
5% das neoplasias do TGF, sendo subdivididas em benignas (80% dos casos; mulheres com 20 a 45
anos) e malignas (20% dos casos,; mulheres com 45 a 65 anos). Como elas são oligossintomáticas ou
ovário possui vários tipos celulares, o que dificulta a identificação do tipo histológico do tumor.
Os tumores de ovário podem ser classificados de diferentes formas: por origem histogenética (OMS
2014); pelo aspecto funcional em funcionantes (pode ser maligno) e não funcionantes; e pelo
48
Quanto ao padrão de lesões, elas podem ser císticas (funcionais, lesões benignas ou tumores) ou
A) B)
49
A) Adenoma cístico seroso - Lesão multiloculada, firme, unilateral, grande, com superfície lisa e fina,
com vasos bem delineados. A segunda imagem é a superfície interna com parede fina septada,
segunda imagem, temos um cisto único com várias papilas se projetando a partir da sua superfície
interna, o que é uma característica de malignidade, Assim, devemos fazer análise histológica para
C) D) E)
C) Tumor maligno - Áreas císticas, por vezes sólidas; áreas de necrose; cavidades. Material gelatinoso
pode ser por produção de mucina, levando à hipótese de que seja um cistoadenocarcinoma
mucinoso.
D) Por ser bilateral, logo se pensa em malignidade, mas ao se olhar para superfície de corte, vemos um
tumor firme, homogêneo, brilhante e com aspecto fasciculado, que são características de benignidade.
Esse é um exemplo clássico de tecofibroma do ovário. Esses tumores por mais que sejam benignos
podem ter conotação maligna, porque podem ser secretores, promovendo síndromes virilizantes ou
feminilizantes (ex: secreção de estrógeno => câncer de mama e/ou de endométrio, hiperplasia atípica).
● Seroso → Tuba uterina: epitélio colunar ciliado com produção de líquido seroso. O tumor maligno
50
● Endometrióide → Endométrio ou Endometriose
Os tumores serosos estão associados com a mutação dos genes BRCA 1 e 2. Eles podem ser de baixo
grau, sendo proveniente de um tumor borderline com mutação nos genes KRAS e BRAF; ou pode ser
de alto grau, normalmente na porção mais distal da tuba uterina, por isso é chamado de carcinoma
seroso intraepitelial tubário (STIC), além de ter mutação do p53. Alguns fatores são considerados
protetores, como laqueadura tubária e TRO, e outros fatores oferecem maior risco, como nuliparidade
e história familiar.
Os tumores mucinosos são 3% dos carcinomas císticos, sendo que a maioria deles é de padrão
metastático, ou seja, advém de locais como peritônio, TGI e apêndice vermiforme. Em geral, são lesões
grandes, unilaterais e restritos ao diagnóstico, com bom prognóstico. Eles estão relacionados com
tabagismo, mutação do gene KRAS em 40 a 65% dos casos e menos comumente com mutação do p53.
Se ele for localizado, seu prognóstico é melhor que os tumores serosos, porém se ele estiver em
estádio avançado, seu prognóstico é pior (múltiplos implantes peritoneais; mixoma peritoneal; entre
outros).
51
Na maioria das vezes, são tumores benignos, originados da ectoderme, então formam pêlos, anexos
cutâneos, além de pele, ossos e cartilagem. Algumas estruturas neurais também, além de outros tipos
de tecidos também. Quando tem tecido neural ou endócrino, devemos ficar atentos para
Aspectos Clínicos
O diagnóstico é feito pelo exame clínico e US endovaginal. Alguns exames laboratoriais podem ser
úteis apesar de inespecíficos, como dosagem de CA-125 em tumores epiteliais; beta-HCG e alfa-
realizados também a laparoscopia para biópsia e exame citológico do líquido ascítico ou do lavado
Quanto à sintomatologia, muitas vezes é assintomático (por isso, o diagnóstico é tardio), mas
podemos ter distensão abdominal, massa palpável, desconforto pélvico e dor abdominal baixa. Se o
tumor for grande e compressivo, podemos ter queixas urinárias e digestivas. Em formas malignas e
Quanto à disseminação, podemos ter metástases linfáticas para linfonodos ilíacos e para-aórticos;
52
53
Patologias da Mama
A mama normal é uma glândula sudorípara modificada, composta por
O ducto terminal chegando no lóbulo mamária é chamado de unidade terminal ductolobular, a qual
é desenvolvida após o estímulo estrogênico, portanto não está presente em homens e em mulheres
pré-púberes. Esses pacientes apresentam apenas a ramificação anterior. Apenas durante a gravidez
em segmentos.
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Há duas camadas de células revestindo os ductos e os ácinos, uma camada externa de céls basais,
chamadas de céls mioepiteliais, com função contrátil; e outra camada mais interna de céls luminais
que expressam citoqueratinas e receptores de estrógeno e progesterona. Essas duas camadas estão
envolvidas por uma membrana basal rica em laminina e colágeno tipo IV.
A partir dos 30 anos, ocorre uma involução senil do tecido glandular mamário e em compensação
mostram um cacho de uva certinho no ápice do desenvolvimento mamário, no meio (aos 30 anos) já
vemos certa hipotrofia dos ácinos com estroma intralobular cada vez mais parecido com estroma
perilobular; enquanto a última imagem (aos 50 anos, após cessar o estímulo estrogênico) é de atrofia
Na patologia da mama, os principais sintomas são área irregular, dor, lesão palpável e descarga
mama, como massa palpável e descarga papilar. Ele pode ser dividido em dois grupos de lesões, as
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Alterações Fibrocísticas
As alterações fibrocísticas são importantes para o DD com câncer. Elas são uma alteração fisiológica
exagerada ou patológica, não proliferativa, sem risco de evolução para câncer de mama.
A partir da resposta exagerada à estimulação hormonal cíclica, as lesões císticas surgem devido à
dilatação dos lóbulos de maneira cística, que podem se confluir e formar lesões císticas maiores, que
podem ser palpáveis e/ou gerar descarga papilar. Ainda, ao redor, o estroma vai sofrendo fibrose.
Portanto, podemos observar na histologia cistos azuis (se não forem rompidos no corte), chamados de
identificada por células grandes eosinofílicas com núcleos grandes. Os cistos grandes podem se
colabar após punção aspirativa, mas se eles forem revestidos por metaplasia apócrina, eles podem
voltar a se encher; por isso, no laudo do patologista deve ser dito se há ou não essa metaplasia. Ainda,
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Hiperplasia Epitelial
A hiperplasia epitelial é uma lesão proliferativa, com proliferação das células mioepiteliais e células
luminais em direção ao lúmen dos ductos e lóbulos. Por isso, ela não é palpável e não é identificada
biópsia por outro motivo. Ela possui importância clínica e prognóstica porque aumenta o risco de
câncer de mama em 1,2 a 4x, sobretudo se houver HF de câncer de mama (risco dobrado).
A hiperplasia epitelial pode ser dividida em dois padrões, conforme a característica que as células
assumem e não devido à sua origem, já que todas têm a mesma origem = as células da unidade
terminal ductolobular. Podemos caracterizar também com ou sem atipia, mas a atipia é arquitetural
no arranjo das células. A hiperplasia lobular é sempre com atipia enquanto a hiperplasia ductal
A hiperplasia ductal leve e moderada não apresentam atipia, inclusive as fendas formadas no interior
dos lúmens são irregulares. Já a hiperplasia ductal atípica apresentam atipia e pode ser identificada
pela presença de fendas mais regulares no lúmen. A evolução de hiperplasia sem atipia para com
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Neoplasias Benignas
Fibroadenoma
mulheres com menos de 30 anos. Muitas vezes, está associado com uso de ciclosporina A em
pacientes transplantados, de modo que o nódulo reduz de tamanho com a cessação do uso. Como é
um tumor sensível a hormônios, durante a gravidez e no fim do ciclo menstrual, as pacientes podem
estroma intralobular da mama. Normalmente, é único, mas sobretudo em mulheres negras pode ser
múltiplo; ele é móvel, bem delimitado, brancacento, fasciculado, firme e elástico. Na macroscopia,
podemos ver fendas também que correspondem a glândulas alongadas em função da compressão
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Um importante DD é o tumor filodes (Phyllodes) que tem um aspecto foliáceo, maiores que 4 cm,
sendo também um tumor bifásico, mas a diferença é que no filodes a proliferação do estroma é muito
mais exacerbada, com aumento da celularidade, atipia e aumento do índice mitótico. Assim, esse
tumor pode ser classificado em benigno, borderline ou maligno, a depender do grau de atipia e índice
Câncer de Mama
O diagnóstico precoce do câncer de mama depende de uma população alerta para os sinais e
sintomas suspeitos, de profissionais de saúde capacitados para avaliar casos suspeitos e de serviços e
sistemas de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna e com qualidade. O
diagnóstico precoce é importante para evitar que sejam diagnosticados apenas em casos avançados.
A mamografia deve ser feita a cada 2 anos em mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Mas em
mulheres de alto risco, sobretudo aquelas com HF, a mamografia deve ser feita anualmente a partir
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dos 40 anos. No Brasil, a sobrevida em 5 anos aumentou de 78% para 87%, demonstrando a
O carcinoma mamário pode ser esporádico (70-80%), com mutações somáticas (adquiridas); ou
Os fatores de risco para câncer de mama podem ser genéticos ou ambientais. Os fatores genéticos
incluem a HF de parentes de 1o grau e mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que são genes
supressores. Alguns critérios podem ajudar a identificar um carcinoma mamário genético, como
aparecimento precoce (antes dos 45 anos), bilateralidade, família com 3 ou mais casos de câncer de
mama, 2 ou mais parentes de 1o grau com câncer de mama e câncer no sexo masculino.
Os fatores ambientais são a idade (mais comum na pós-menopausa, com pico entre 50 e 60 anos),
influências hormonais, influência geográfica (estilo de vida, alimentaçaõ calórica, álcool), diagnóstico
de hiperplasia epitelial. A influência hormonal é dada pelo estímulo estrogênico prolongado com
aumento do estrógeno endógeno em algumas situações, como menarca precoce, menopausa tardia,
primeiro filho após 35 anos, poucos filhos e nuliparidade. O estrógeno exógeno na reposição
hormonal pode aumentar o risco em 2x, mas anticoncepcionais com baixa dosagem de estrógeno e
Na apresentação clínica, a maioria é sintomática com nódulo palpável, além de descarga papilar,
alteração da pele (retração, ulceração). Mas podem ser assintomáticos também, detectados na
mamografia e por metástases, sendo chamados de “câncer oculto”. Em pacientes mais jovens, que
possuem naturalmente a mama mais densa, o ideal é a ultrassonografia; mas em pacientes mais
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A classificação histológica dos carcinomas mamários é não invasivos (in situ), que não invadem a
membrana basal e nem o tecido conjuntivo interlobular, portanto sem chance de ocorrer metástases;
Os carcinomas mamários in situ podem ser ductal ou lobular, e como eles crescem para interior do
lúmen, em geral são assintomáticos, descobertos à mamografia. Com o aumento do rastreio, hoje
tecidos adjacentes, como músculo peitoral maior, pele e mamilo. Eles podem ser subdivididos sem
tipos histológicos segundo prognóstico, sendo o tipo não especial também chamado de ductal.
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É importante analisar também a drenagem linfática, pensando que normalmente as metástases
linfáticas ocorrem para linfonodos axilares, primeiramente de nível 1 até chegar no de nível 3, apesar
que pode ocorrer nos níveis 1 e 3 sem acometer o nível 2. A maioria dos carcinomas mamários situam-
se no quadrante externo, por isso drenam para linfonodos axilares, mas os carcinomas mais internos
Atualmente, evita-se a realização de exérese cirúrgica com esvaziamento axilar por suas complicações
e é dado preferência para retirada do linfonodo sentinela para biópsia a partir da injeção de contraste
no local de neoplasia para identificação de qual linfonodo vai receber esse contraste.
Os fatores prognósticos são envolvimento axilar (N), tamanho do tumor (T), metástases
hematogênica à distância (M), tipo histológico, grau histológico (I, II e III), invasão angiolinfática,
presença de receptores hormonais (RE e RP) e proteína HER2. Sendo esses dois últimos fatores
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Os tumores múltiplos podem ser multifocais quando estão no mesmo
tamanho do tumor (T) nesses casos é dado pelo tamanho da maior lesão.
As metástases dos carcinomas invasores podem ser por via linfática, indo
sobretudo para fígado, SNC, pulmões e ossos. A carcinomatose meníngea muitas vezes é causada por
invasão metastática do espaço subaracnóideo por células neoplásicas de carcinoma mamário lobular,
além de metastatizar muitas vezes também para o estômago, simulando um carcinoma gástrico
Temos subtipos moleculares do câncer de mama, que são separados segundo a expressão gênica e a
correspondência com RE e HER2. Cerca de 80% dos tumores são RE+ (receptores de estrogênio
Existem alguns tumores de mama que não estão dentro da classificação histológica, eles são uma
Na doença de Paget, temos a disseminação intraepidérmica de células malignas, causando uma lesão
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No carcinoma inflamatório, a mama fica com aspecto de casca de laranja em função da embolização
tumoral nos vasos linfáticos da derme, causando edema, eritema e calor, que são sinais inflamatórios.
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