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Fígado e Pâncreas
Radiologia
Fígado e Pâncreas
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Fígado e Pâncreas
INTRODUÇÃO
O fígado é a maior glândula do corpo, que funciona como uma glândula mista, sendo
responsável pela produção de muitas proteínas plasmáticas e enzimas importantes para o
organismo, além de participar do armazenamento e liberação de glicose, metabolismo de lipídios
(bile) e proteínas, processamento de drogas e hormônios, entre outras funções. Anatomicamente, o
fígado é composto por lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado, lobo caudado, artéria hepática e
veia porta, nódulos linfáticos e vesícula biliar.
O pâncreas é outra importante glândula do corpo humano, que também desenvolve funções
exócrinas, produzindo o suco pancreático que participa da digestão, e funções endócrinas, com a
produção dos hormônios insulina e glucagon, muito importantes na regulação da glicemia. O
pâncreas é anatomicamente dividido em cabeça (proximal ao intestino delgado), corpo e cauda
(próxima ao baço), e internamente existe o ducto pancreático, que se junta ao ducto colédoco e
desemboca no Esfíncter de Oddi, liberando no duodeno o suco pancreático juntamente com a bile
produzida no fígado.
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FÍGADO
No exame do fígado, é importante que se use todas as fases do contraste nos exames de imagem,
para permitir a diferenciação das estruturas e o comportamento da lesão nessas fases.
Os exames contrastados das vias biliares, como a colangiografia percutânea, permite identificar a
árvore biliar dilatada acima do nível da obstrução, enquanto a colangiopancreatografia retrógrada
endoscópica possibilita avaliar a luz dos ductos por cateterização (não dependendo da função
hepática).
A desvantagens desses exames são que a colangiografia só pode ser realizada se houver dilatação
importante da árvore e só pode ser realizado em meio hospitalar, com equipe cirúrgica. E a
colangiopancreatografia endoscópica não permite avaliar a árvore biliar além do nível de obstrução,
precisando ser complementada pela colangiografia percutânea para determinar a extensão da lesão
do colédoco, e também precisa ser realizado em ambiente cirúrgico.
Vale lembrar:
• A veia porta é responsável por cerca de 80% da irrigação hepática, sendo o restante suprido
pela artéria hepática própria (depois da origem da gastroduodenal, ramo da hepática
comum).
• Os ramos direitos da hepática própria e da veia porta irrigam o lobo direito, enquanto os
ramos esquerdos desses vasos irrigam o lobo esquerdo.
• A drenagem do fígado é feita pelas veias hepáticas direita, média e esquerda, que
desembocam na veia cava inferior – o lobo caudado é drenado por pequenas veias hepáticas
que desembocam também na VCI, e por isso ele é preservado e hipertrofiado na síndrome
de Budd-Chiari, na qual ocorre obstrução das veias hepáticas.
Os principais pontos de referência anatômica do fígado são as veias hepáticas, a VCI intra-hepática,
vesícula biliar, veia porta, fissura transversa (tríade portal: veia porta, artéria hepática e ducto biliar)
e fissura do ligamento falciforme. – Existem duas segmentações do fígado, uma preconizada por
Goldsmith e Woodburne e outra por Cuinaud, que é a mais usada pelos cirurgiões.
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Lesões císticas
As lesões císticas ocorrem são lesões em formato de cistos, que são definidos como
tumores benignos. Normalmente são assintomáticos, sendo identificados em exames de rotinas ou
realizados com outro objetivo, porém alguns podem cursar com dores nas costas e abdominais,
especialmente quando aumentam de tamanho e provocam alguma pressão nas estruturas
adjacentes. Essas lesões podem ser classificadas pela classificação de Todani, mostrada mais à
frente.
Os cistos normalmente são idiopáticos, porém existem alguns fatores de risco associados,
como uso de anabolizantes e contraceptivos orais. Além disso, os cistos hepáticos também podem
ser formados quando ocorre infecção por alguns parasitas, como pelo Echinococcus granulosus
(família das tênias).
CLASSIFICAÇAO DE TODANI
Fonte: FMUFMG
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Lesões hipervasculares
São lesões que ocorrem por distúrbios circulatórios no fígado, comprometimento da artéria
hepática e obstrução e trombose da veia porta, entre outras mais descritas adiante.
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As principais são:
Figura: hemangioma
Fonte Radiopaedia
Hiperplasia nodular focal (HNF): costuma surgir como um nódulo bem marcado, pouco
encapsulado, e aparece como uma lesão mais clara que o fígado, com o redor amarelado. Na TC
apresenta-se isoatenuante na fase sem contraste, na fase arterial realça (exceto na cicatriz central),
na fase portal fica hipo ou isodenso em relação ao fígado e na fase excretora ocorre realce da cicatriz
central.
Figura: HNF
Fonte: Radiopaedia
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Adenoma: são mais comuns em mulheres em uso de contraceptivos orais, sendo que esses tumores
normalmente regridem com a suspensão do anticoncepcional. É importante o diagnóstico pois
podem ser confundidos com carcinomas hepatocelulares, alguns tipos têm maior tendência à
ruptura durante a gestação (adenoma subcapsular) e também existe o risco de se tornarem
carcinomas. Na TC, o adenoma aparece isodenso na fase sem contraste, realça na fase arterial,
isodenso na fase portal e na fase de equilíbrio.
Figura: CHC
Fonte: Radiopaedia
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Outras lesões
Cirrose: consiste em um processo de fibrose hepática, causada por agressão crônica aos
hepatócitos (principalmente por álcool, mas também por hepatites, obstrução biliar crônica,
distúrbios metabólicos, etc), caracterizada por distorção da arquitetura e nódulos de regeneração,
displásicos e tumorais.
A cirrose é classificada em micronodular, com nódulos medindo até 3mm, macronodular, com
nódulos entre 3mm e 3cm, e mista. O fígado aparece diminuído (cicatriz), com margens serrilhadas
e lobulação dos contornos hepáticos, além de alargamento das fissuras hepáticas, deslocamento
posterior da vesícula biliar, sinais de hipertensão portal e pode haver ascite associada.
Figura: Cirrose
Fonte: Radiopaedia
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Esteatose: consiste no acúmulo excessivo de triglicérides nos hepatócitos, provocado por vários
fatores como diabetes, alcoolismo, obesidade, dislipidemia, gravidez, entre outros. Normalmente a
esteatose é assintomática, sem significado clínico, porém na manifestação aguda (ingestão
exagerada de álcool/ gestação), pode cursar com icterícia, alteração das enzimas hepáticas,
insuficiência hepática aguda e até encefalopatia.
• Ascite
• Edema de membros inferiores
• Hematêmese
• Varizes esofágicas
• Hemorroidas
PÂNCREAS
Pancreatite aguda
Na radiografia, sempre que houver um órgão inflamado, ele estará com tamanho
aumentado e a gordura ao seu redor se apresenta borrada, mais branca (densificação da gordura).
Assim, na pancreatite aguda, o pâncreas aparece aumentado e com a gordura ao seu redor mais
embranquecida e borrada.
A pancreatite também pode se apresentar com pseudocistos, do mesmo aspecto dos cistos
que aparecem no fígado (estrutura arredondadas com líquido no interior). Já na pancreatite
necrosante, o pâncreas aparece com coloração de líquido (mais hipoatenuante).
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Pancreatite crônica
Pode se manifestas de várias formas, cursando com ataques repetidos de dores abdominais
com intensidade moderada/grave e dores nas costas. A doença pode, no entanto, ser totalmente
silenciosa até chegar ao nível de insuficiência pancreática e aparecimento da diabetes mellitus.
Nessa patologia, o pâncreas se apresentar atrofiado, com calcificação, com o ducto principal
dilatado.
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Adenocarcinoma de Pâncreas
REFERÊNCIAS
1. Prando, A, Moreira, Fernando A. Fundamentos de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. 2ª
ed.
2. Moreira, Fernando, Almeida, Lanamar, Bittencourt, Almir. Guia de Diagnóstico por Imagem.
1ª ed.
3. Robbins & Cotran. Patologia Bases Patológicas das Doenças. 8ª ed.
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