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No esquema acima, a primeira imagem mostra um fígado normal (tamanho normal, microscopicamente
com hepatócitos normais e saudáveis) se esse fígado for submetido ao aumento do peso do paciente,
aumento do colesterol, síndromes metabólicas, entre outros depósito de gordura no fígado
(microscopicamente é possível visualizar vacúolos de gordura no meio dos hepatócitos) gordura no
meio do parênquima hepático pode levar a formação de inflamação e fibrose, e a partir desse momento
começa a ser chamado de esteato hepatite (além da gordura, tem a presença de células inflamatórias e
um processo de cicatrização levando a fibrose)
Na imagem microscópica podemos ver esse processo, sendo as variadas bolinhas brancas
representando a deposição de gordura no meio dos hepatócitos, e a mais azulada indica a deposição de
células inflamatórias e o começo de um processo de fibrose. Se esse processo se prolonga, o fígado com
esteatohepatite a longo prazo tem o aumento da fibrose cirrose hepática.
Muita fibrose depositada no fígado fígado cirrótico (cirrose macronodular).
Pacientes com cirrose hepática: fator de risco para desenvolver outras condições, como por exemplo:
carcinoma hepatocelular, hipertensão portal e varizes de esôfago.
Um percentual dos pacientes que têm esteatose hepática vão evoluir para esteatohepatite, e um
percentual desses pacientes com esteatohepatite vão desenvolver cirrose hepática, por isso a
importância de tratar o primeiro caso, para não evoluir.
DIAGNÓSTICO:
BIÓPSIA:
Escuro em volta do abdome do paciente é o subcutâneo; gordura intracavitária também tem cor escura
na TC gordura aparece escura na TC (hipoatenuação). Na imagem acima vemos à direita um fígado de
um paciente com esteatose hepática (fica mais hipoatenuante) toda vez que for analisada uma TC
sem contraste e o fígado estiver escuro, isso representa uma esteatose hepática.
As bolinhas circuladas na imagem acima + o valor em HU significa a medição da densidade do
parênquima quanto mais branco o parênquima: maior o valor, quanto mais escuro o parênquima:
menor o valor. Na imagem da esquerda o fígado mediu 65HU e o baço 50, a diferença entre os dois deu
15HU; já a segunda imagem observa-se uma baita esteatose hepática, sendo que o marcador da
densidade deu 10,5 HU, e ao fazer o cálculo de diferença de densidade do fígado e o baço, é possivel
observar que está bastante discrepante.
O QUE ESPERAR DO RESULTADO? Se tem sinais de esteatose (caracterizado por uma redução de
densidade na fase pré- contraste fígado escuro na fase sem contraste); grau de esteatose (apesar que
a TC é muito limitada para classificar esteatose em leve, moderada e acentuada); já existem sinais de
cirrose? (fígado com contornos irregulares, textura heterogênea, proeminência dos lobos caudado e
esquerdo).
LIMITAÇÕES DA TC: limitação na classificação, outros métodos são melhores para seguimento (ex: US)
CIRROSE
Etiologia: álcool (60-70%); hepatites; esteatohepatite.
Quadro clínico: se dá por insuficiência hepática, hipertensão portal ou por desenvolvimento de
hepatocarcinoma.
- O QUE ESPERAR DO EXAME DE TC EM PACIENTE CIRRÓTICO?
1) Identificar sinais de cirrose: fígado de contornos irregulares, hipertrofia dos lobos caudado e esquerdo
em relação ao direito, textura heterogênea.
2) Identificar sinais de hipertensão portal (uma das complicações da cirrose hepática): aumento do
calibre das veias do sistema porta, colaterais venosas, esplenomegalia, ascite. preocupar pacientes
com hipertensão portal pois causa muita morbidade e é fator de risco para ter varizes de esôfago (fígado
duro (sangue não consegue chegar direito pela veia porta) sangue fica represado por todo sistema
porta, abrindo algumas colaterais como, por exemplo, as periesofágicas problema dessas colaterais
sangra e o paciente tem risco de morte)
3) Identificar hepatocarcinoma (presença de nódulo)
Lobo esquerdo
Lobo caudado
Fígado do paciente normal: contorno regular e homogêneo, borda bem lisa. Lobo caudado fica
escondido no meio do fígado (difícil de distinguir).
Fígado cirrótico: contornos irregulares (meio “macrolobulado”), hipertrofia lobos caudado e esquerdo
(ficam bem proeminentes), lado direito fica meio retraído.
1) Cisto simples:
Lesão benigna (2-7%); assintomáticos, sem risco de malignidade, frequentemente incidentais.
Problema do cisto: outras lesões apresentam manifestação cística: abscessos hepáticos, doenças
infecciosas (ex: cisto hidático), neoplasias (cistoadenoma biliar)
3) Adenoma:
Histologia: proliferação de hepatócitos, sem arquitetura normal.
Fatores de risco: contraceptivo oral, anabolizantes.
Quadro clínico: assintomáticos; hemorragia/ transformação maligna (começa a desenvolver sinais de
choque hipovolêmico).
NA TC: Realce na fase arterial, retornando para realce similar ao do fígado na fase portal ou tardia.
Em caso de sangramento, pode ficar hiperatenuante na fase pré-contraste.
Fase sem Fase
Contraste Arterial (nódulo
(difícil visualizar) realça)
Fase portal
(nódulo começa a retornar a
um padrão igual a do
restante do fígado)
Fase tardia
(igual ao restante do
fígado)
FASE PORTAL
FASE TARDIA
CICATRIZ
CENTRAL
5) Hepatocarcinoma:
Maligno.
Fator de risco: hepatopatias (ex: cirrose hepática)
NA TC: realce na fase arterial, “wash- out” em fases tardias, pseudocápsula, sinais de hepatopatia
(fígado ao redor “detonado”). Fase pré- contraste
Lobo esquerdo e lobo caudado
proeminentes, indicando que é um
fígado cirrótico
Fase arterial
Aparece o nódulo realçado
Fase portal
Nódulo não visualizado
Fase tardia
Nódulo fica mais escuro que o
restante do fígado = WASH OUT
Nódulo que apareceu no fígado cirrótico, realça na fase arterial e tem wash- out na fase tardia
ALTAMENTE SUSPEITO PARA HEPATOCARCINOMA.
LEMBRAR: Nódulos que realçam na fase arterial: adenoma, hiperplasia nodular focal (HNF) e
hepatocarcinoma. A diferença deles é: em HNF o padrão de realce dele fica igual ao fígado em todas as
outras fases, tanto que é um nódulo difícil de ver se não for feito a fase arterial, além disso tem a cicatriz
central; o HEPATOCARCINOMA tem um contexto para aparecer (paciente cirrótico), realça na fase
arterial mas na fase tardia fica mais escuro que o fígado.
PÂNCREAS:
ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS:
90% dos canceres pancreáticos.
Quadro clínico: dor, icterícia, vesícula biliar palpável. (No câncer de pâncreas, o parênquima pancreático
é comprometido mas demora para manifestar sintomas. Além disso, o pâncreas não é um órgão
encapsulado, então o câncer começa a crescer pra fora do pâncreas e acaba envolvendo estruturas
nobres muito cedo (ao crescer pra fora circunda a artéria mesentéria superior irriga muitos órgãos do
abdome).
NA TC: nódulo hipocontrastante em relação ao resto do pâncreas, pode provocar dilatação do ducto
pancreático principal, dilatação de vias biliares, invasão de estruturas adjacentes.
- O QUE ESPERAR NA TC NA DETECÇÃO DE NÓDULOS PANCREÁTICOS:
1) Maior acurácia que o US para detecção de nódulos pancreáticos (US é ruim para analisar pâncreas).
2) Avaliar invasão das estruturas adjacentes (indicativo de malignidade e auxilia planejamento cirúrgico)
3) Pesquisa de linfonodomegalias regionais.
4) Pesquisa de metástases à distância.
PÂNCREAS
NÓDULO
Realça menos que o parênquima
hepático normal
NÓDULO HEPÁTICO
Meio heterogêneo
Paciente com
PANCREATITE:
Pâncreas “gordo”,
gordura ao redor
densificada (borrada) ->
toda cinza
Quando vem descrito na TC “borramento da gordura”, significa que ela começou a ficar cinza: indicativo
de que existe um processo inflamatório na região onde está sendo descrito o borramento.
Pâncreas normal
Microcálculos
Provável causa da
pancreatite