Você está na página 1de 2

REFLUXO GASTROESOFÁGICO NO ADULTO:

Consenso de Montreal -> afecção decorrente do fluxo retrógado de parte do conteúdo


gastroduodenal para o esôfago, acarretando variável espectro de sintomas e sinais
esofagianos e-ou extra-esofagianos, associados ou não a lesões teciduais.
Refluxo gastroesofágico fisiológico -> presente no período pós prandial, assintomático ou
sintomas passageiros, geralmente ocorre no período noturno, não está associado a nenhuma
complicação.

EPIDEMIOLOGIA: Doença crônica com sintomas recorrentes, com intensidade variável e de


evolução benigna na maioria dos casos.
Incidência no BR em torno de 12% (20 mihões de indivíduos)
Responsável por até 5% das consultas médicas da atenção primária de saúde
Menor incidência nos países do mundo oriental: influencia de fatores ambientais, alimentares e
raciais.
Dispepsia funcional: 69% possuem sintomas típicos de DRGE
Constipação crônica, SII -> também estão relacionados a DRGE
Estudo feito nos EUA em 2005 avaliou 100mil indivíduos com sintomas de DRGE
(principalmente pirose) -> alimentação restrita, frequentemente associada a alterações do
sono, consequencias negativas nas atividades sociais e laborativas, com resultante impacto
financeiro

FISIOPATOLOGIA:
Desequilibrio entre os fatores defensivos e os fatores agressores
FATORES DEFENSIVOS:
 Barreira anti-refluxo (EEI e ângulo de Hiss junto com o ligamento frenoesofágico) ->
terço distal do esôfago tem a porção intra-abdominal que ajuda a ter esse efeito de
válvula
 Resistência tissular bem aumentada da mucosa: epitélio escamoso estratificado
 Clareamento esofágico (limpeza do ácido): peristaltismo do esôfago, por secreção
esofágica (muco produzido no esôfago) e pela salivação, neutralizando o ácido

FATORES AGRESSORES:
Acidez gástrica através do HCl que é produzido pelo estômago, e pela pepsina (enzimas que
contribuiem na digestão).
O que favorece o ácido gástrico chegar no esôfago e cavidades superiores é:
RELAXAMENTOS TRANSITÓRIOS DO ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR, DIMINUIÇÃO
DO TONUS DO EEI, ESVAZIAMENTO GÁSTRICO RETARDADO, CLEARENCE ESOFÁGICO
DEFICIENTE, ALTERAÇÕES NA BARREIRA ANTI-REFLUXO.

Infecção do H.Pylori não tem relação com a DRGE -> Fato de ter DRGE não indica tratamento
para H. pylori

Fisiopatologia: Predisposição genética, hipersensibilidade visceral


Fatores ambientais: obesidade, alergia alimentar, exposição ao cigarro, medicamentos (AINES
não seletivos, anticolinérgicos, b2 agonista, aminofilina, nitratos, progesterona e estrógenos)

CLASSIFICAÇÃO:
Doença do refluxo não erosiva (50% a 70%)
Doença do refluxo erosiva
DRGE com sintomas esofagianos
DRGE com sintomas extra-esofagianos
 Para ter a doença do refluxo, tem que ter esses sintomas presentes pelo menos 1 a 2x
por semana, por mais de 4 semanas.

QUADRO CLÍNICO:
Pirose: queimação retroesternal, regurgitação
Sintomas atípicos: Disfagia, odinofagia, globus faríngeo, náuseas, epigastralgia 
INVESTIGAR DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS
As manifestações clinicas nem sempre tem correlação com a gravidade de lesões
esofágicas

Você também pode gostar