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Esôfago: tubo medindo de 22 a 25cm composto por músculo esquelético (⅓) e músculo liso (⅔)
Função: transportar o alimento da cavidade oral até o estômago
Boca > Faringe > Esfíncter esofágico superior (EES) > Esfíncter esofágico interior EEI)
Refluxo Gastroesofágico: Processo fisiológico normal associado ao relaxamento transitório do EEI (desencadeado por distensão gástrica e
gases no estômago).
DRGE: Crônica ou prolongada e sintomas ou complicações são resultantes do refluxo do conteúdo gástrico para esôfago
Sintomas:
● Corrosão dentária: Perda lenta e progressiva da superfície dos dentes associada à regurgitação de conteúdo ácido
● Disfagia: Dificuldade para iniciar a deglutição ou sensação de que o alimento fica retido no trajeto entre a garganta e o estômago após a
deglutição (disfagia esofágica)
● Azia: Sensação de dor e queimação de duração relativamente curta e que se irradia por trás do esterno
● Odinofagia: Deglutição dolorosa
● Regurgitação: Refluxo do conteúdo gástrico para a boca não associado a náusea ou ânsia de vômito
● Dor no peito de natureza não cardíaca: Dor torácica subesternal sem explicação que lembra um infarto do miocárdio sem evidências de
doença
Fisiopatologia DRGE:
Conteúdos gástricos: Ácido clorídrico e pepsina
Conteúdos duodenais: Sais biliares e enzimas pancreáticas
Sintomas DRGE noturnos: impacto na qualidade de vida e associa-se com esofagite grave e esôfago de Barrett
Esofagite
Depuração prolongada de ácido:
● Esofagite
● Erosões esofágicas
● Ulceração
● Formação de cicatrizes
● Estenose
● Esôfago de Barrett
● Disfagia
Etiologia: Refluxo, ingestão de agente corrosivo, infecção, intubação, radiação ou infiltração eosinofílica.
Tratamento de DRGE:
Modificação de comportamento: Minimizar a ocorrência de refluxo e otimizar a depuração do ácido.
● Evitar alimentar-se de 3-4 horas antes de se recolher, deitar-se após as refeições, roupas apertadas e fumar
Tratamento clínico/cirúrgico:
● Supressão da secreção do ácido com a finalidade de elevar o pH gástrico durante períodos de maior probabilidade de refluxo
● Inibidores de bombas de prótons, antagonistas dos receptores de histamina-2, antiácidos, agentes procinéticos, fundoplicatura.
● Cirurgia anti refluxo é a mais realizada (sutura para limitar o refluxo)
Gerenciamento nutricional:
● Reduzir a exposição do esôfago ao conteúdo gástrico > Evitar refeições grandes, lipídeos e álcool
● Reduzir a acidez das secreções gástricas > Evitar café e bebidas alcoólicas fermentadas
● Evitar dor e irritação > Evitar qualquer alimento que o paciente considere exacerbar seus sintomas
Hérnia de Hiato
● Aumento da hérnia pode causar regurgitação intensa
● Posição interfere no aparecimento de sintomas
● Dor epigástrica na região superior do abdômen após grandes refs. (redução do peso e do tamanho das refeições reduz conseq.)
Tipo 1: Hérnia de hiato deslizante - Tipo mais comum, a junção gastroesofágica é empurrada para cima do diafragma, causando uma herniação
simétrica da porção proximal do estômago.
Classificação:
● Diarreia osmótica: solutos osmoticamente ativos presentes no TGI (dumping, intolerância à lactose);
● Diarreia secretória ou aguda infecciosa: hipersecreção intestinal de água e eletrólitos, resultante de bactérias e vírus (Salmonella, E. Coli)
● Diarreia exsudativa: lesão da mucosa associada à processo inflamatório (DC, RCU, enterite por radiação);
● Diarreia secundária à medicamentos: desequilíbrio da flora
Nutrição enteral:
● A diarreia é uma complicação comum na vigência de nutrição enteral e sua incidência varia de 2% a 95% devido às diferenças na definição e
capacidade de coletar e medir amostras de fezes.
● A dieta enteral, raramente, pode afetar a fisiologia intestinal, modificando o tempo de trânsito, alterando a secreção, a capacidade de absorção
intestinal e a microbiota.
● Diversas fórmulas enterais podem estar relacionadas a essa complicação e são constantemente mencionadas como causas de diarreia,
incluindo temperatura, osmolalidade, conteúdo de gordura, densidade calórica e fonte proteica. No entanto, a associação entre dieta enteral e
diarreia não é suportada por evidências científicas e permanece controversa.
● Fatores relacionados à diarreia: contaminação bacteriana, alta osmolaridade e ausência de fibras.
Orientações nutricionais: otimizar a recuperação da mucosa intestinal e evitar a desidratação e a desnutrição dos pacientes.
● Hidratação e reposição eletrólitos (água, sal e açúcar)
● Dieta sem resíduo (CHO cozidos (batata, macarrão, arroz) c/ sal são indicados, assim como biscoitos, bananas, sopas e vegetais cozidos).
● Probióticos (lactobacilos, bifidobactérias e iogurtes) e prebióticos (inulina, fibras solúveis e insolúveis e amidos resistentes)
● Medicação anti-diarreica com infusão contínua
● Diminuir a velocidade infusão dieta ou modo contínuo
● Introdução de fibras solúveis (15 a 30g/dia)
● Introdução loperamida
● Avaliar veículos das medicações
● Avaliar intolerância a lactose
Eixo Cérebro-Intestino
● Sistema nervoso central (SNC)
● Eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA)
● Sistema nervoso entérico (SNE)
Tratamento medicamentoso:
Tratamento:
● Medicamentoso
● Estilo de vida
● Psicológico
Manejo dietético:
● Dieta saudável
● Dieta baixa em FODMAPS
- poliois, oligo, mono e dissacarídeos fermentados por bact. intest.
● Dieta sem glúten
● Refeições regulares (tempo para comer)
● Evitar pular refeições ou ficar longos intervalos sem se alimentar
● Ingestão >8 copos de líquidos/dia (água ou bebidas sem cafeína)
● Restringir chás e cafés, bebidas alcoólicas e refrigerantes
● Ajustar a ingestão de fibras (geralmente diminuir)
FODMAPS:
● Oligossacarídeos: Frutanos e galactanos
- Ricos: melancia, maçã, pêssego, caqui, brócolis, alcachofras, aspargos, beterraba, alho, cebola, couve, repolho, quiabo, derivados de trigo,
cevada, centeio, grão de bico, feijão, lentilha, soja, ervilha, nozes, avelã e pistache.
- Pobres: berinjela, cenoura, abóbora, abobrinha, pimenta, aipo, milho, alface, tomate, acelga, pepino, cebolinha, alimentos sem glúten, arroz,
quinoa, milho, tapioca e aveia.
● Monossacarídeos: Frutose
- Ricos: melancia, maçã, pêssego, manga, cereja, xarope de fruta, suco natural, alcachofras, aspargos, ervilha, mel e frutose.
- Pobres: banana, blueberry, melão, uva, kiwi, limão, laranja, mamão, morango, tangerina, framboesa, carambola, maracujá, demais vegetais,
glicose e sacarose.
● Dissacarídeos: Lactose
- Ricos: Leite de vaca, cabra e ovelha, pudim, leite condensado, ricota, cottage, sorvete, iogurte e manteiga.
- Pobres: Leites e iogurtes sem lactose, leite de arroz, sorbet, queijo brie, cheddar, camembert e parmesão.
Sintomas de alarme: alteração no calibre das fezes, fezes heme-positivas, anemia ferropênica, sangramento retal, prolapso e emagrecimento.
Exame indicado: Colonoscopia
Tratamento de feedback: é realizada a inserção de uma sonda no ânus contendo um balão de pressão que ficará a nível no canal anal e um balão
de látex na extremidade que ficará no interior do reto. As vantagens desse método é que ele é indolor e tolerado pelos pacientes. Pode-se realizar
de 4 a 8 sessões com duração de 20 minutos ao longo de um mês pelo período necessário.
Tipos de fezes:
● Fezes “lápis”: finos e compridos : alguma coisa interna está atrapalhando sua passagem → baixo consumo de fibras
● Fezes amolecidas, pastosas, com pedaços de alimentos: intoxicação alimentar, intolerância a lactose, uso de antibióticos, antiácidos ou
situações ansiedade
● Fezes de cabrito (fecalitos): bolinhas pequenas e ressecadas → intestino constipado
● Fezes muito fétidas: desequilíbrio da flora intestinal ; excesso de proteína animal (putrefação)
● Fezes ácidas: excesso de proteína ou desequilíbrio ácido-básico intestinal
Tratamento farmacológico:
● Agentes emolientes fecais (propriedades emulsificantes, aumenta conteúdo de água nas fezes): docusato sódico
● Agentes osmóticos (atraem líquidos para luz intestinal): hidróxido magnésio, sorbitol, lactulose, polietileno glicol
● Agentes laxativos estimulantes (aumento da contração peristáltica e motilidade intestinal): bisacodil, sene
Terapia nutricional:
● Dieta rica em fibras conforme DRIS (14 g/1.000 kcal) - 25 g/dia para mulheres e 30g/dia para homens
- Aumento do consumo de cereais e pães com grãos integrais e outros produtos
- Aumento do consumo de verduras, legumes, frutas, oleaginosas e sementes
● Ingestão hídrica ou suplementos = 1,5 a 2 L/dia
● Pacientes com dilatação colônica – evitar suplementação de fibras dietéticas
Conceito: Doença idiopática do trato gastrointestinal caracterizada por inflamação aguda e crônica.
Nutrição na patogênese: Camada mucosa aumentada, redução do butirato, rompimento da barreira de proteção, perda de linfócitos T e
reguladores e aumento da inflamação.
Terapia nutricional:
Fase de remissão:
● Não é recomendado dietas de exclusão
● Alimentação saudável (dieta mediterrânea)
● Individualização do cuidado: intolerâncias, sintomatologia, ostomizados
● 30 - 35kcal/kg e 1,0g/kg PTN
● SNO
● Suplementação micronutrientes = apenas se deficiência
Fase aguda:
● Não há padrão dietético que induza remissão
● Aumento do aporte proteico: 1,2 - 1,5g/kg PTN
● Manejo de sintomas: diarreia intensa e constipação
● Uso de corticoesteróides > monitorização vitamina D e cálcio
● Dieta de exclusão: avaliação individual
● Probióticos: não recomendados
● Suplementação oral - proteínas
● TNE: VO insuficiente - fórmulas imunomoduladoras (Modulen)
● TNP: impossibilidade TGI (obstrução, SIC, fístula)
Sintomas: dor abdominal, diarreia, constipação, muco nas fezes, sangue nas fezes, febre, perda de peso e fístulas
Consequências: ulceração, eritema nodoso, edema e estreitamento luminal
Fisiopatologia: processo inflamatório constante, parede intestinal espessa com edema, inflamação, fibrose, hipertrofia muscular, com frequência
estenose, abcessos e fístulas. Caracterizada por atacar intestino em segmentos separados por porções de intestino sadio. Luz intestinal estreita,
prejudicando o trânsito.
Fatores de risco: alta ingestão de pufas, ômega-6, gorduras saturadas e carnes, uso de ATB e AINE e tabagismo.
Fatores benéficos: alta ingestão de fibras e frutas
Exames para diagnóstico: RX-trânsito intestinal, ultrassom, tomografia, ressonância, colonoscopia, enteroscopia e biópsia
Objetivos da terapia nutricional: prevenir ou tratar desnutrição, manter a fase de remissão, auxiliar no controle de sintomas, favorecer digestão,
facilitar absorção, reduzir secreção intestinal e evitar diarreia.
Complicações:
Hipertensão portal:
Ascite: acúmulo líquido peritoneal por obstrução veias hepáticas e corrente linfática
● Complicação mais comum
● 10 anos: 60% pacientes desenvolvem ascite
● Pior qualidade de vida: 40% dos cirróticos e sobrevida 50% em 5 anos
● Patogênese: hipertensão porta e hipoalbuminemia
● Complicações: PBE: >250 neutrófilos, hérnia umbilical e hidrotórax hepático
Encefalopatia Hepática (EPS): Inadequada remoção de nitrogênio no TGI, desvio do sangue venoso para circulação sistêmica, sangramento
do TGI aumenta produção de amônia e corpos nitrogenados absorvidos no SNC (PTN) e aumento da permeabilidade falsos neurotransm.
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE): infecção do líquido de ascite (LA) previamente estéril, sem evidência de foco primário intra-
abdominal.
● Incidência: 30% em indivíduos internados
● Mortalidade: 20 - 40%
- O mecanismo mais provável de acesso das bactérias ao LA é a translocação e costuma ser para os linfonodos mesentéricos e após,
via circulação linfática, para a corrente sang. e então para o LA.