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Unidade de terapia intensiva aula 05

°Insuficiência renal°
Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A
insuficiência renal pode ser aguda (IRA), quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica
(IRC), quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.

Além de eliminar resíduos e líquidos do organismo, os rins executam outras funções importantes:
– regulam a água do organismo e outros elementos químicos do sangue como o sódio, o potássio, o fósforo
e o cálcio;
– eliminam medicamentos e toxinas introduzidos no organismo;
– liberam hormônios no sangue.

Esses hormônios:

– regulam a pressão sanguínea;


– fabricam células vermelhas do sangue;
– fortalecem os ossos.

Insuficiência renal crônica: ocorre a perda parcial da função renal, de forma lenta, progressiva e
irreversível;

Insuficiência renal crônica terminal: perda da função renal maior do que 85 a 90%, que leva ao aumento
de toxinas e água no organismo mais do que ele consegue suportar, sendo necessário, então, iniciar um
tratamento que substitua a função dos rins.

Sintomas: a maioria das pessoas não apresenta sintomas graves até que a insuficiência renal esteja
avançada. Porém, o paciente pode observar que:

– sente-se mais cansado e com menos energia;


– tem dificuldades para se concentrar;
– está com o apetite reduzido;
– sente dificuldade para dormir;
– sente cãibras à noite;
– está com os pés e tornozelos inchados;
– apresenta inchaço ao redor dos olhos, especialmente pela manhã;
– está com a pele seca e irritada;
– urina com mais frequência, especialmente à noite.

Tratamento conservador: é o tratamento realizado por meio de orientações importantes, medicamentos e


dieta, visando conservar a função dos rins que já têm perda crônica e irreversível, tentando evitar, o máximo
possível, o início da diálise – tratamento realizado para substituir algumas das funções dos rins, ou seja,
retirar as toxinas e o excesso de água e sais minerais do organismo.

Transplante renal:é a forma de tratamento em que, por meio de uma cirurgia, o paciente recebe um rim de
um doador (vivo ou cadáver). Neste tratamento o paciente tem que fazer uso de medicações que inibem a
reação do organismo contra organismos estranhos, neste caso, o rim de outra pessoa, para evitar a rejeição
do “novo rim”. Necessita de acompanhamento médico contínuo .

Tipos de diálise:

Hemodiálise: diálise realizada por meio da filtração do sangue. O sangue é retirado pouco a pouco do
organismo através de uma agulha especial para punção de fístula arteriovenosa*ou cateter (tubo) localizado
numa veia central do pescoço, bombeado por uma máquina e passa por um filtro onde vão ser retiradas as
toxinas e a água que estão em excesso no organismo. Depois de “limpo”, o sangue volta para o corpo
através da fístula ou do cateter. A hemodiálise é realizada em clínicas especializadas, no mínimo 3 vezes
por semana e tem uma duração de aproximadamente 3-4 horas.
Diálise peritoneal: diálise realizada através de uma membrana (fina camada de tecido) chamada peritônio. O
peritônio está localizado dentro da barriga e reveste todos os órgãos dentro dela. Ele deixa passar, através
de seus pequenos furos, as toxinas e a água que estão em excesso no organismo. A diálise peritoneal é
feita com a colocação de um líquido extremamente limpo dentro da barriga através de um cateter. O líquido
deve permanecer dentro da barriga por um período determinado pelo médico e, quando ele for retirado, vai
trazer junto com ele as toxinas e o excesso de água e sais minerais. Esta diálise é feita em casa, após o
treinamento do paciente e de seus familiares.

*Fístula arteriovenosa: ligação entre uma pequena artéria e uma pequena veia, com a intenção de tornar a
veia mais grossa e resistente, para que as punções com as agulhas de hemodiálise possam ocorrer sem
complicações. A cirurgia é feita por um cirurgião vascular e com anestesia local.

°Problemas gastrointestinais°
Doenças gastrointestinais são um conjunto de condições médicas que afetam o sistema digestivo, que é
responsável por processar alimentos, absorver nutrientes e eliminar resíduos do corpo.

O sistema gastrointestinal inclui órgãos como:

•Esôfago
•Estômago
•Intestinos (delgado e grosso)
•Fígado
•Pâncreas
•Vesícula biliar

Doença do refluxo gastroesofágico


A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição na qual o conteúdo ácido do estômago volta
para o esôfago, causando sintomas desconfortáveis.

A fisiopatologia da DRGE envolve uma disfunção na válvula entre o esôfago e o estômago, chamada de
esfíncter esofágico inferior (EEI), que normalmente evita que o ácido do estômago retorne para o esôfago.
Quando esse esfíncter não funciona corretamente, o ácido pode refluir, irritando o revestimento do esôfago
e causando os sintomas característicos da doença.

Os principais sintomas incluem:

•Azia
•Sensação de queimação no peito após as refeições ou ao se curvar
•Regurgitação

Síndrome do intestino irritável


A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma condição gastrointestinal que afeta o funcionamento normal do
intestino. A fisiopatologia da SII não é totalmente compreendida, mas envolve uma combinação de fatores,
incluindo:

•Alterações na motilidade intestinal


•Sensibilidade visceral (percepção de estímulos dentro do intestino)
•Interações entre o sistema nervoso, o sistema imunológico e o microbioma intestinal.

Doença inflamatória intestinal


A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é um termo que engloba condições crônicas caracterizadas pela
inflamação persistente do trato gastrointestinal. As duas principais formas de DII são a doença de Crohn e a
colite ulcerativa, ambas afetando diferentes partes do sistema digestivo e com sintomas variados.
A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus. Os
sintomas podem incluir:

•Dor abdominal intensa


•Diarreia
•Perda de peso
•Fadiga
•Deficiências nutricionais

A inflamação pode penetrar profundamente nas camadas do tecido intestinal, levando a complicações como
estreitamento do intestino (estenoses) e formações anormais (fístulas).

A colite ulcerativa é geralmente restrita ao cólon e ao reto. Ela causa inflamação e úlceras na mucosa do
cólon, resultando em sintomas como:

•Diarreia frequentemente com sangue


•Dor abdominal
•Urgência para evacuar.

A fisiopatologia da DII é complexa e envolve interações entre fatores genéticos, ambiente, microbioma
intestinal e sistema imunológico. É considerada uma doença autoimune, onde o sistema imunológico ataca
erroneamente as células saudáveis do trato gastrointestinal, levando à inflamação crônica.

O tratamento medicamentoso depende da gravidade e extensão da DII. Os medicamentos frequentemente


prescritos incluem:

•Anti-inflamatórios: podem ajudar a controlar a inflamação. Exemplos incluem a mesalamina.


•Corticosteroides: usados para controlar surtos agudos de inflamação, mas seu uso prolongado é
evitado devido a efeitos colaterais.
•Imunossupressores: podem reduzir a atividade do sistema imunológico, ajudando a controlar a
inflamação.
•Terapias biológicas: medicamentos que bloqueiam moléculas específicas envolvidas na
inflamação.
•Terapias direcionadas: novos medicamentos em desenvolvimento que têm como alvo alérgenos
específicos.

Pancreatite
A pancreatite é uma condição que envolve a inflamação do pâncreas, um órgão localizado atrás do
estômago e que desempenha um papel importante na digestão e regulação dos níveis de açúcar no
sangue.

A pancreatite pode ser aguda, de início súbito e geralmente de curta duração, ou crônica, caracterizada por
inflamação persistente e danos progressivos ao pâncreas ao longo do tempo.

Sintomas da pancreatite aguda


Os sintomas são:

•Dor abdominal intensa e repentina, frequentemente na região superior do abdômen, que pode se
estender para as costas.
•Dor que piora após comer, especialmente alimentos ricos em gordura, e pode ser aliviada quando o
paciente se inclina para a frente.
•Náuseas e vômitos
•Inchaço abdominal
•Febre
•Batimentos cardíacos rápidos
Sintomas da pancreatite crônica
Na pancreatite crônica os principais sintomas são:

•Dor abdominal recorrente ou constante, muitas vezes mais leve do que na pancreatite aguda, mas
que pode se intensificar ao longo do tempo
•Perda de peso não intencional
•Diarreia
•Fezes volumosas e gordurosas, devido à má absorção de nutrientes
•Diabetes, uma vez que o pâncreas também regula os níveis de açúcar no sangue

Doença gastrointestinal: doença celíaca

A doença celíaca é uma condição autoimune crônica em que o consumo de glúten desencadeia uma reação
imunológica prejudicial ao revestimento do intestino delgado. O glúten é uma proteína encontrada no trigo,
cevada e centeio. Essa doença afeta a capacidade do corpo de absorver nutrientes essenciais, levando a
danos na mucosa do intestino delgado e potencialmente causando uma variedade de sintomas e
complicações.

Quando uma pessoa com predisposição genética à doença celíaca consome glúten, ocorre uma reação
imunológica anormal. O sistema imunológico reconhece erroneamente o glúten como uma ameaça e
desencadeia a produção de anticorpos, especialmente o anticorpo antitransglutaminase tissular (tTG) e o
anticorpo antideaminase de gliadina (AGA). Esses anticorpos atacam as células do revestimento do
intestino delgado, causando inflamação e danos nas vilosidades intestinais.

As vilosidades intestinais são estruturas semelhantes a dedos que aumentam a superfície de absorção do
intestino delgado. Com a progressão da doença celíaca, essas vilosidades podem encolher e ficar
achatadas, resultando em uma superfície de absorção reduzida. Isso leva à má absorção de nutrientes
essenciais, como vitaminas, minerais e outros nutrientes importantes.

Dieta enteral X Dieta parenteral:

https://www.youtube.com/watch?v=3ZHafOdURqQ (dieta enteral)

https://www.youtube.com/watch?v=ymbNa7jURDE (dieta parenteral)

https://www.youtube.com/watch?v=TPSlQ06Q4C0 (hemodialise)
https://www.youtube.com/watch?v=7xU7m1NhlhU&t=97s (dialise peritonial)

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