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Patologias Cirúrgicas do

Esôfago

Megaesôfago
Hérnia Hiatal
Esôfago
 Tubo fibro-muscular de
30-35cm;
 Estende-se da faringe
ao estômago;
 Não possui uma serosa;
 Duas regiões que agem
como esfíncteres:
 EES – Junção
faringoesofagiana;
 EEI – Junção
esofagogástrica;
Fisiologia

 Transporta alimentos da faringe ao


estômago;

 Ondas peristálticas:
 Ondas peristálticas primárias;
 Ondas peristálticas secundárias;
Megaesôfago
Acalasia
 Aumento do tônus do EEI;
 Relaxamento incompleto do EEI à
deglutição;
 Aperistalse do corpo esofagiano;
 Aumento progressivo do diâmetro
esofagiano – Megaesôfago.
Classificação

 Primária;
 Secundária:
 Doença de Chagas;
 Doenças infiltrativas (amiloidose, sarcoidose);
 Pseudo-acalasia;
 Diabetes mellitus;
Megaesôfago Chagásico
 Doença de Chagas

 90% dos casos de Megaesôfago no Brasil

 7 a 10% evoluirão para Megaesôfago

 Outros paises: idiopática (+ comum)


Fisiopatologia
 Destruição de células ganglionares;

 Na doença de Chagas destruição das


células ganglionares do plexo de
Auerbach:
 Lesão direta pelo T. cruzi?
 Resposta auto-imune?
Fisiopatologia
 Deglutição relaxamento do ESE ondas
peristálticas impulsionam o bolo alimentar
(relaxamento do EIE) –
alimento no estômago
 Megaesôfago: não ocorre o relaxamento do EIE:
obstáculo funcional
 + avançado: o peristaltismo tb não ocorre (aperistalse)
– 2/3 distais
Fisiopatologia
 Estase agressão na mucosa esofágica
(esofagite, ulcerações e leucoplasia)
 Estase proliferação bacteriana
nitratos e compostos carcinogênicos
(intensificam a agressão da mucosa): displasia
– carcinoma espinocelular (2,8%)
Diagnóstico clínico
 Disfagia progressiva;
 Emagrecimento;
 Dor e Azia;
 Sialorréia;
 Regurgitação;
 Manifestações broncopulmonares;
Diagnóstico diferencial

 Divertículo esofágico
 Distúrbios funcionais
 Ingestão de agentes cáusticos
 DRGE
 Neoplasia
Afecções associadas

 70% alterações motoras do cólon


 50% alterações cardíacas
 15% litíase biliar
 10% acalasia do piloro
 5% megaduodeno
 2,8% carcinoma espinocelular
Exames Complementares

 Exames radiológicos:
 RX Simples;
 Seriografia (EED);
 Endoscopia;
 Eletromanometria;
 Cintilografia;
 Sorologias para Chagas (ELISA, IFI e
Reação de hemaglutinação, MG)
Classificação – Rezende

 Grau I a IV
Grau I

 até 4cm;

 ondas terciárias e
retardo do
esvaziamento;
Grau II

 4 a 7cm;
 nível líquido e
resíduos;
 ondas terciárias e
hipotonia;
Grau III

 7 a 10cm;
 grande retenção de
contraste,
motilidade diminuída
e afilamento distal;
Grau IV

 dilatação maior que

10cm ou

dolicomegaesôfago;
Tratamento Clínico

 Dieta líquida e lavagens;

 Medicamentos:
 Bloqueadores dos canais de Ca++(Nifedipina);

 Isossorbida;

 Beta-agonistas;
Tratamento Clínico
 Nifedipina e isossorbida
 Alívio sintomático em 50-80% casos
 Efeitos colaterais: hipotensão e cefaléia
limitam o uso
 Uso restrito: tto adjuvante ou pctes com
contra-indicação para outro tratamento
Tratamento Endoscópico
 Dilatação:
 Por sondas progressivas;
 Por balão pneumático;
 Dilatador de Stark;
 Sucesso: 55-70% boa resposta
 Seguimento longo prazo: até metade dos
pctes podem recidivar os sintomas
Tratamento Endoscópico
 Injeção de toxina botulínica (Botox);
 Bloqueia a liberação de acetil-colina na fibra pré-
sináptica;
 Sucesso: 65-90% (curto prazo);
 Apenas 60% assintomáticos após 6 meses
 Duração do efeito 0,7 a 1,2 ano.
Tratamento Endoscópico

 Dilatação X Toxina botulínica

 Períodos iniciais: semelhantes

 Longo prazo: Dilatação mais eficaz


Tratamento Cirúrgico

 Cardiomiotomias

 Cardioplastias

 Ressecções
Tratamentos Cirúrgicos

 Cardiomiotomias;

 Heller;

 Heller-Pinotti;
Megaesôfago não avançado

 Cirurgia de Heller + confecção de uma


válvula anti-refluxo (Lind), modificada por
Pinotti
Heller-Pinotti

 Cardiomiectomia 6cm
do esôfago e 3cm do
fundo gástrico;
Heller-Pinotti

 Fundoplicatura a 270º
 3 linhas de suturas:
esôfago posterior e nas
duas bordas da incisão
na muscular.
Heller-Pinotti
Heller-Pinotti

 1ª linha de sutura

(fundo gástrico na
parede posterior do
esôfago)
Heller-Pinotti

 2ª linha de sutura

(fundo gástrico na
borda lat. esq. da
miotomia)
Heller-Pinotti

 Aspecto final da 2ª
linha de sutura
Heller-Pinotti

 Aspecto final da
cirurgia
Tratamento Cirúrgico

 Cardioplastias;

 Serra-Dória;

 Thal-Hatafuku;
Serra-Dória

 Anastomose do
fundo gástrico e
esôfago;
Serra-Dória

 Gastrectomia parcial
com reconstrução em
Y de Roux;

 Anastomose jejuno-
jejunal;
Serra-Dória
Thal-Hatafuku

 Esofagotomia na região estreitada até 2cm


pelo fundo gástrico;
 Confecção da válvula de Hatafuku;

 Fechamento do esôfago pela sutura do fundo


gástrico sobre a abertura.
Thal-Hatafuku
Merendino
Tratamentos Cirúrgicos

 Ressecções;

 Esofagectomias totais;

 Esofagectomia sub-mucosa;
Megaesôfago avançado

 Esofagectomia total:

 Com esofagogastroplastia;

 Com esofagocoloplastia;
Esofagectomia
Esofagogastroplastia
Esofagocoloplastia
Megaesôfago avançado
 Esofagectomia submucosa;
 Abertura do esôfago abdominal e cervical;

 Ressecção por eversão da mucosa e submucosa;

 Interposição do estômago por dentro do tubo


muscular remanescente;
 Obrigado
Hérnia de Hiato e Refluxo
Hérnia de hiato

 É a protrusão do
estômago, para o
interior da cavidade
torácica através do
hiato esofagiano.
Refluxo

 É o retorno de
conteúdo
duodeno/gástrico
para o esôfago.
Classificação

 Hérnia de Deslizamento ou Axial (Tipo I)

 Hérnia de Rolamento ou Paraesofagiana (Tipo II)

 Hérnias Mistas (Tipo III)


Classificação

 Hérnia de Deslizamento
ou Axial ( Tipo I):

 Ocorre o deslizamento
do cárdia para dentro
do tórax;
 geralmente
assintomática.
Classificação
 Hérnia de Rolamento ou
Paraesofagiana
(Tipo II):

 Ocorre o herniamento de
parte do estômago,
geralmente o fundo
gástrico, passando à
esquerda do cárdia.
Classificação

 Hérnias Mistas:

 É a combinação dos dois tipos de Hérnias.


Diagnóstico – Quadro Clínico
 Eructações;

 Pressão retroesternal;

 Pirose retroesternal (azia) e regurgitação;

 Arritimias cardíacas;

 Disfagia;
Exames Complementares
 Seriografia esofagogastroduodenal;

 Endoscopia Digestiva Alta

 Testes da função esofagiana;

 Manometria;

 pHmetria;

 Impedanciometria
EED - Hérnia de Hiato: Anel de Schatzki
Endoscopia

 Avalia a presença de esofagite (+ em 50% dos pctes


com sintomas típicos e 15 a 20% atípicos)
 Presença de complicações: Barrett, estenose e
ulcerações
 Afecções associadas úlceras pépticas e neoplasias
 Limitação: não avalia o refluxo, apenas suas eventuais
complicações
EDA – Hérnia hiato tipo I (visão frontal)
EDA – Hérnia de hiato tipo I (retrovisão)
EDA – Hérnia de hiato tipo II
EDA – Hérnia de hiato mista
 Testes da função esofagiana
Phmetria Esofágica prolongada

 Avalia a presença e a intensidade do refluxo


ácido gastroesofágico;

 Caracteriza o padrão do refluxo (ortostático,


supino ou combinado);

 Relaciona queixa clínica com o refluxo ácido


gastroesofágico.
Manometria Esofágica

 Avalia o tônus pressórico dos esfíncteres do

esôfago e a atividade motora do corpo esofágico


Impedanciometria Esofágica

 Possibilita o acompanhamento do movimento


anterógrado (transporte de substâncias
ingeridas) e do movimento retrógrado (refluxo
gastroesofágico) do conteúdo intraluminal do
esôfago
Impedanciomanometria esofágica

 Avalia o transporte das substâncias ingeridas

simultaneamente ao estudo da atividade

pressórica intraluminal que o promove;

 Relaciona a atividade pressórica intraesofágica

(manometria) com a real capacidade de

transporte do esôfago (impedanciometria).


Impedâncio-pHmetria esofágica

 Avalia o movimento retrógrado do material

refluído e caracteriza sua natureza física

(líquido, gasoso ou misto) e química (ácido ou não

ácido);

 Verifica se há refluxo (líquido ou gasoso) e se é

ácido ou não ácido;


Diagnóstico Diferencial
 Colelitíase;
 Diverticulite;
 Úlcera péptica;
 Acalasia;
 Doenças coronarianas;
Complicações

 Esofagite;

 Estenose;

 Esôfago de Barrett;

 Complicações respiratórias;
EDA – Esofagite
EDA – Esofagite / Estenose
EDA – Esofagite
EDA – Esôfago de Barrett
EDA - Esôfago de Barrett
Tratamento Clínico
 Dieta hipolipídica fracionada;
 Anti-ácidos;
 Bloqueadores H2;
 Inibidores da bomba de prótons;
 Pró-cinéticos;
Tratamento Cirúrgico

 Consiste no estreitamento do Hiato


esofagiano e confecção de uma válvula
anti-refluxo:
 Nissen;
 Lind;
 Toupet;
 Dor;
Nissen
Nissen
LIND
Videolaparoscopia
 As cirurgias sobre a TEG e o hiato esofagiano
constituem uma excelente indicação para as
técnicas videolaparoscópicas devido ao difícil acesso
pela técnica aberta convencional.

 Melhor visualização da anatomia;


 Menor trauma cirúrgico;
Cardiomiectomia
Fechamento do Hiato
Confecção da Válvula
Literatura adotada...

 Obrigado.
.

Obrigado

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