Você está na página 1de 60

Prof.

Bianca Penteado

Cirurgia do
z

Sistema
Digestório
z
Sistema Digestório

Cirurgia da Cavidade Oral e Cirurgia do Esôfago


da Orofaringe
 Maxilectomia  Esofagotomia
 Mandibulectomia
 Esofagectomia
 Glossectomia
 Esofagostomia
 Queiloplastia
 Excisão da Gl. Salivar – Mucoceles
 Faringotomia – intubação
endotraqueal ou alimentação via
tubo
z
Cirurgia do Estômago e Intestino D. e G.

 Gastrotomia
 Gastrectomia
 Enterotomia
 Enterectomia
 Enteroanastomose
 Colopexia
z
Diferenciar

Regurgitação Vômito
 Processo passivo  Precedidos por salivação,
vômito vigoroso e contrações
 Alimento não digerido e
abdominais.
saliva
 Conteúdo pode conter bile ou
sangue digerido

Se um animal tem os sintomas clássicos de vômito, então normalmente é


vômito. Entretanto, se não houver sinais clássicos de vômito, pode ser difícil
saber de que se trata: vômito ou regurgitação.
z
Cirurgias do Esôfago
z
Cirurgias do Esôfago

 Possíveis doenças cirúrgicas: CE, tumor, perfuração, hérnia de hiato


 Sinais Clínicos predominantes – regurgitação e disfagia. Tosse,
dispnéia, apetite alterado, perda de peso, febre, ptialismo
 Presença de sintomas respiratórios – pneumonia aspirativa
 Exame de imagem - não é visível radiograficamente na maioria dos
cães e gatos normais.
 Avaliar: CE, dilatação do esôfago por gás ou líquido, fluido ou
opacidades de gás periesofageal.
z
z
z
z
Cirurgias do Esôfago

 Uso de contraste - sulfato de bário líquido.


 Alimento misturado com bário pode revelar algumas obstruções
parciais que seriam perdidas com sulfato de bário líquido ou
pastoso.
z
Cirurgias do Esôfago – Pré-operatório

 Esofagotomia, esofagectmia, esofagostomia


 Tratar a pneumonia aspirativa, esofagite e déficit nutricional
 Anestesia - Procedimentos no esôfago torácico exigem
modificações de protocolos para acomodar função
comprometida dos sistemas respiratório e cardiovascular.
 Anatomia cirúrgica – esôfago cervical, torácio cranial e torácico
caudal. Camadas da parede. Vascularização.
z
Técnica Cirúrgica - Esôfago

 Esofagotomia, esofagectmia, esofagostomia


 Esôfago cervical - incisão na linha média cervical ventral.
 Esôfago torácico cranial e caudal ao coração – toracotomia
esquerda.
 Esôfago abdominal - Celiotomia
z
Cirurgia do Esôfago Cervical
z
z

z
Cirurgia do
Esôfago
Cervical
z
Cirurgia do Esôfago torácico cranial

 Decúbito lateral direito sobre uma toalha enrolada colocada


perpendicularmente ao longo eixo do corpo;
 Escolher o espaço intercostal apropriado para incisão com base
na localização da anormalidade radiográfica;
 Tubo estomacal para facilitar a localização do esôfago
z
z

z
Acesso ao
Esôfago na
Base do
Coração
z Esofagectomia

• Ocluir e estabilizar o
esôfago
• Aspirar debris do lúmen
• Suturas de ancoragem
z
z
z

z
Sutura em 2
etapas
z

z
Esofagostomia
z
Instrumentos Cirúrgicos Especias

 Pinça atraumática de Doyen,


 Pinças hemostáticas delicadas (Adson),
 Tesoura de Metzenbaum
 Afastadores:
 abordagem cervical, afastadores de Gelpi;
 abordagem torácica, afastadores de Finochietto;
 afastadores maleáveis

 Tubos - sonda torácica, sonda de gastrostomia, sonda gástrica


 Bomba de sucção e as compressas cirúrgicas devem estar disponíveis.
z
Cicatrização do Esôfago

 O esôfago está sujeito a constante movimento de deglutição e


respiração. Essa movimentação contínua pode interferir na
cicatrização e precisa ser superada com uma boa técnica
cirúrgica.
 O esôfago não tolera bem a distensão longitudinal e pode
ocorrer deiscência se a tensão for excessiva.
 O uso cuidadoso da técnica cirúrgica e do manejo do animal
pode diminuir a possibilidade de fatores complicadores.
z
Recomendações pós-operatórias

 Deve-se evitar a alimentação por via oral por 24 a 48 horas.


 A fluidoterapia intravenosa deve ser continuada até que seja retomada a
alimentação por via oral.
 A água pode ser oferecida 24 horas no pós-operatório se o esôfago está
em boas condições e regurgitação ou vômito não ocorrer.
 Pode ser oferecido alimento líquido (mingau) durante as 24 horas
seguintes se não ocorrer vômito ou regurgitação após o consumo de
água. O alimento líquido deve ser continuado por cinco a sete dias.
z
Recomendações pós-operatórias

 Se a ingestão oral não é esperada ou possível dentro de 48 a 72


horas após a cirurgia, a alimentação deve ser feita através de um tubo
de gastrostomia.
 Os animais submetidos à cirurgia esofágica devem ser monitorados
constantemente em relação à febre e à neutrofilia, as quais podem
indicar infecção secundária a um extravasamento.
 Disfagia e regurgitação que ocorrem em três a seis semanas após a
cirurgia podem indicar a formação de uma estenose esofágica.
z
O que os tutores devem saber
z
Complicações

 Infecção, regurgitação, pneumonia, esofagite, deiscência,


fístula, estenose e recidiva da doença são possíveis
complicações da cirurgia esofágica.
 São comuns após a cirurgia de esôfago. A falta de cobertura
serosa, a falta de omento, a irrigação sanguínea segmentar, a
movimentação constante e a distensão pela passagem de bolos
de alimento têm sido responsáveis pela alta taxa de
complicação.
z
z
Cirurgias do
Estômago
z
Cirurgias Gástricas

 Remoção de CE

 Correção de DVG

 Ulceração

 Neoplasia

 Obstruções do fluxo
gástrico benignas
z
Sintomas da doença gástrica

 Anorexia
 Vômitos - intermitentes ou profusos e contínuo
 Desidratação e hipocalemia
 Alcalose ou acidose metabólica
 Hematêmese
 Peritonite
 Pneumonia aspirativa ou esofagite
z
Preparo pré-operatório

 Se presente, tratamento da esofagite


 antagonistas do receptor H2
 inibidores de bomba de próton
 Pasta de sucralfato
 Metoclopramida ou cisaprida

 Antibióticos eficientes - ampicilina, amoxicilina, clindamicina,


cefalosporinas
 o alimento deve ser evitado pelo menos oito a 12 horas antes da
cirurgia para assegurar que o estômago estará vazio.
z
Considerações Anestésicas para o
paciente com abdome agudo

 Condições associadas: desidratação, desequilíbrio eletrolítico,


hipotensão, anemia, arritmias
 Exames de sangue
 Pré-medicações
 Anestesia – indução e manutenção
 Monitoramento
 Antibioticoterapia
z
Anatomia Cirúrgica

 Cárdia, fundo, corpo, antro pilórico, canal pilórico e óstio pilórico.


 O esôfago penetra o estômago no óstio cardíaco.
 O fundo é dorsal ao óstio cardíaco, e embora relativamente pequeno em
carnívoros, é fácil identificar em radiografias pois geralmente está cheio de
gás.
 O corpo do estômago (o terço médio) está contra os lóbulos esquerdos do
fígado.
 O antro pilórico tem formato de funil e se abre ao canal pilórico.
 O óstio pilórico é o fim do canal pilórico que se esvazia no duodeno.
z
Gastrotomia

 ia
z
Vascularização

 A artéria gástrica (curvatura menor) e a artéria gastroepiploica


(curvatura maior) irrigam o estômago e são derivadas das
artérias esplênica e celíaca.
 As artérias gástricas curtas emergem da artéria esplênica e
irrigam a curvatura maior.
 O ligamento hepatogástrico é a porção do omento menor que
passa do estômago ao fígado.
z
z
Caso clínico
z
Caso clínico
z

z
Sutura em
duas etapas
z
z
Gastrectomia Parcial e Invaginação do
Tecido Gástrico
z
Diltação Vôlvulo Gástrica - DVG

 A causa da dilatação ou vôlvulo gástrico (DVG) é desconhecida, mas pode


envolver a motilidade gástrica anormal.
 Os cães com pais que tinham DVG também podem ter risco aumentado.
 Ingerir um grande volume durante uma refeição, comer apenas uma vez ao
dia, comer rapidamente, estar abaixo do peso, comer de uma plataforma
elevada
 O alimento seco muito gorduroso pode aumentar o risco
 Ocorre quando o estômago dilata excessivamente por gás. O estômago pode
manter a sua posição anatômica normal (dilatação gástrica) ou torcer (DVG)
z
DVG

 O piloro tipicamente gira ventralmente a partir do lado direito do


abdome, abaixo do corpo do estômago para se posicionar
dorsalmente à cárdia gástrica no lado esquerdo. Quando o
estômago torce suficientemente, o fluxo gástrico fica obstruído, o
que resulta em distensão progressiva com ar. A torção esplênica
pode ocorrer simultaneamente com o baço no lado direito do
abdome, se o estômago torcer suficientemente. Distensão gástrica
massiva obstrui a veia porta hepática e a veia cava caudal
hepática, causando congestão mesentérica, diminuição do débito
cardíaco, choque grave e CID. O suprimento gástrico de sangue
pode ser prejudicado, causando necrose da parede gástrica.
DVG
z

z
z
DVG – Aspectos Clínicos

 Ocorre principalmente em cães de grande porte e em raças gigantes


com tórax profundos e raramente ocorre em cães de pequeno porte ou
gatos.
 Os cães afetados tipicamente fazem esforço para vomitar, de modo não
produtivo, e podem demonstrar dor abdominal.
 A distensão marcante na região abdominal anterior pode ser observada
mais tarde, porém nem sempre é evidente em cães de grande porte,
com musculatura bem desenvolvida.
 Eventualmente ocorrem a apatia e estado agonizante.
z
DVG - Diagnóstico

 As alterações do exame físico - cão grande com abdome cranial grande e


timpânico - permitem o diagnóstico presuntivo de DVG, mas não permitem
a diferenciação entre dilatação e DVG.
 São necessárias radiografias simples do abdome, de preferência com o
animal em decúbito lateral direito.
 O vôlvulo é caracterizado pelo deslocamento do piloro e/ou pela formação
de uma “projeção” de tecido na sombra gástrica
 É impossível distinguir entre a dilatação e a dilatação/torção com base na
capacidade ou incapacidade para passar um tubo orogástrico.
z
Vôlvulo
z
sem
dilatação

z
z
DVG - Tratamento

 Terapia agressiva para o choque;


 Descompressão do estômago, a menos que o paciente esteja em asfixia -
tubo orogástrico ou trocaterização - agulha grande logo atrás da caixa
torácica no flanco esquerdo para descomprimir o estômago
 Depois de o animal estar estabilizado, reposicionar o estômago, remover o
baço (se infartado macroscopicamente), remover ou invaginar a parede
gástrica desvitalizada e executar uma gastropexia.
 A gastropexia é recomendada para ajudar a prevenir a recorrência de
torção e pode ser correlacionada ao aumento da sobrevida.
z
DVG - Tratamento

A decisão quanto à possibilidade


O procedimento cirúrgico deve
de primeiro estabilizar o animal ou
ser executado assim que o animal
executar o procedimento cirúrgico
apresentar um risco anestésico
imediatamente é baseada na
aceitável, porque a torção
condição do cão na apresentação
(mesmo quando o estômago está
inicial e se o animal apresentaria
desinflado) prejudica a perfusão
um risco anestésico
da parede gástrica e pode causar
consideravelmente menor após
necrose.
estabilização.
z
Pós-operatório

Tratar a arritmia se
presente por causa da
Monitoramento por 72 hs;
diminuição do débito
cardíaco;

Correção da hipocalemia
– faz com que a arritmia Mensuração seriada do
seja refratária ao controle lactato.
clínico;
z
Cicatrização do estômago

 Aporte extraordinariamente rico de sangue, reduzida


quantidade de bactérias (causado pela acidez gástrica), epitélio
de rápida regeneração e mecanismos de defesa fornecidos pelo
omento permitem que as incisões gástricas se cicatrizem
rapidamente.
 O estômago tem parede mais espessa que o intestino, e por
isso pode ser difícil encontrar e ligar os vasos que sangram.
Pressão leve aplicada aos tecidos sangrando é eficaz; pinças
de pressão e eletrocauterização devem ser evitadas.
z
Cuidados pós-operatórios

 A fluidoterapia intravenosa deve ser continuada até o animal


começar a ingerir uma quantidade adequada de água para
manter a hidratação.
 Se vômito prolongado ou anorexia forem antecipados,
hiperalimentação enteral deve ser fornecida através de um tubo
de gastrostomia ou enterostomia.
 O alimento pode ser oferecido 12 horas após a cirurgia se não
houver vômito.
z
Complicações

 Vômito, anorexia, peritonite secundária ao extravasamento


intraoperatório ou pósoperatório, ulceração nos locais de
anastomose, obstrução da saída gástrica e pancreatite.
z
Gastropexia

 As técnicas de gastropexia são desenvolvidas para aderir o


estômago permanentemente à parede abdominal. As
indicações mais comuns são DVG (antro pilórico à parede
abdominal direita) e hérnia de hiato (fundo à parede abdominal
esquerda)
 Para criar uma adesão permanente, o músculo gástrico deve
estar em contato com o músculo da parede do corpo; serosa
gástrica intacta não forma adesões permanentes à superfície
peritoneal intacta.
z
Gastropexia circuncostal
z
Gastropexia de dobra muscular
(incisional)
z
Gastropexia em alça de cinto.

Você também pode gostar