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JHONATAN RODRIGUES
Volvo gástrico
De inição
• Condição onde ocorre a rotação anormal do estômago em torno do seu eixo mesentérico de,
no mínimo, 180°.
VOLVO GÁSTRCO
Epidemiologia
• Condição rara;
• Mais comum em adultos (5ª década), podendo também ocorrer em crianças e adolescentes.
• Volvo organoaxial é mais comum em adultos, representando 60% dos casos;
• Volvo mesenteroaxial é mais comum em crianças, normalmente com apresentação mais crônica;
• Normalmente associado com hérnia paraesofágica ou diafragmática (traumática ou congênita).
Volvo gástrico
Epidemiologia/ Fatores de risco
Volvo gástrico
Fisiopatologia
Etiologia:
• Primário idiopático (10 a 30%): exclusivamente por anormalidades dos ligamentos gástricos (falha na fixação gástrica pode ocorrer por
agenesia, alongamento ou interrupção dos ligamentos gástricos por neoplasia, aderências ou deformidades esqueléticas). Normalmente
assumem a configuração mesenteroaxial com obstrução gástrica parcial;
• Secundário: anormalidades anatômicas não relacionadas aos ligamentos gástricos (hérnias paraesofágicas, diafragmáticas).
Tipo de Rotação:
• Organoaxial (60%, associado à causas secundárias): rotação do estômago no seu eixo longitudinal através de uma linha que conecta a junção
gastroesofagiana com o piloro. O antro gira anterosuperiormente e o fundo posteroinferiormente. Dois pontos de obstrução: cardia e piloro;
• Mesenteroaxial: o estômago gira ao redor do seu eixo horizontal através de uma linha perpendicular que conecta a pequena à grande
curvatura. Obstrução completa é mais rara, sendo que o ponto de torção normalmente ocorre entre o piloro e antro;
Volvo gástrico
• Dor em abdome superior ou tórax inferior, de rápido início, associada à síndrome de obstrução gástrica (náuseas, vômitos não biliosos incoercí-
veis, distensão abdominal);
• Tr ade de Borchardt: epigastralgia, vômitos seguidos de náuseas com impossibilidade de vômito e impossibilidade de passagem de sonda
nasogástrica (presente em 70% dos pacientes);
• Outros: hematêmese (fissuras mucosas, úlceras de Cameron), disfagia, dispneia (distensão gástrica, risco de aspiração pulmonar);
• Rotação causa obstrução completa ao esvaziamento gástrico podendo desenvolver isquemia e potencial necrose, perfuração e sepse
abdominal;
• Sinais ao exame físico não são específicos: taquicardia, desidratação, taquipneia, febre, hipertimpanismo abdominal, dor à palpação
abdominal, sinais de peritonismo;
• Apresentação clínica pode ser ainda mais frusta em caso de acometimento exclusivo gástrico intratorácico e em caso de hérnia diafragmática
prévia.
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Volvo gástrico
Crônico
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Volvo gástrico
Diagnóstico
• História clínica;
• Exame f sico.
• Depende de grande grau de suspeição e, por ser uma condição rara, deve-se associar a algum
exame de imagem (radiografia ou tomografia de abdome).
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Volvo gástrico
Exames radiológicos
Radiografia de abdome:
• Injeção de contraste batirado pelo CNG (fluoroscopia): sinal do "bico de pássaro", inversão gástrica, estômago
distendido no quadrante superior esquerdo em direção ao tórax, preenchimento parcial ou incompleto do estômago com
contraste;
• Alterações relacionadas à predisposição ao quadro: elevação do hemidiafragma, hérnia diafragmática, fraturas de arcos
costais (trauma toracoabdominal prévio).
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Volvo gástrico
Tomografia de abdome:
Achados:
◦ Distensão gástrica;
◦ Ponto de transição antipilórica;
◦ Posição do antro no mesmo nível ou mais alto que o fundo gástrico;
◦ Septo linear no ponto de torção;
◦ Ausência de contraste na parede gástrica com ou sem pneumatose (isquemia);
◦ Sinal do redemoinho: o esôfago e o estômago giram ao redor um do outro nas imagens transversas;
Pode evidenciar complicações como pneumoperitônio ou l quido livre e anormalidades anatômicas causadoras do volvo.
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Figura 1.
Volvo gástrico
Volvo gástrico
Exames laboratoriais:
• Leucocitose;
• Anemia;
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Volvo gástrico
Diagnóstico diferencial
• Gastroparesia;
• Obstrução intestinal por brida;
• Neoplasia intestinal;
• Gastrite;
• Esofagite;
• Colecistite Aguda;
• Íleo metabólico;
• Pancreatite Aguda;
• I nfarto agudo do miocárdio;
• Pneumonia;
• Tromboembolismo Pulmonar;
• Divertículo Epifrênico;
• Status gástrico em pós operatório.
Tratamento
Avaliar:
• Sintomas;
• Grau de obstrução gástrica;
• Isquemia gástrica;
• Presença de hérnia paraesofágica e comorbidades do paciente;
obs: Estrangulamento gástrico é mais comum com torções > 180º e organoaxial.
Em pacientes assintomáticos com achado incidental da condição, pode ser indicado o tratamento conservador com acompanhamento clínico, todavia
discutindo-se com o paciente o risco de complicações agudas e necessidade de intervenção de urgência associado à maior morbimortalidade.
Caso opte por tratamento, indicar a gastropexia eletiva.
Volvo gástrico
• Com a descompressão gástrica, o estômago pode espontaneamente reverter sua rotação e o reparo
cirúrgico definitivo pode ser programado com mais calma durante a internação, caso não haja sinais de
peritonite que obriguem uma abordagem cirúrgica de urgência.
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Volvo gástrico
Tratamento cirúrgico
Emergência cirúrgica mesmo que o paciente não se encontre com acometimento sistêmico em decorrência da progressão para isquemia.
Objetivos:
correção da obstrução gástrica e prevenção de recorrências.
Realizada em caráter de urgência (se sinais de isquemia ou falha terapêutica inicial) ou eletivo (para prevenção de recorrências).
Permite a via laparoscópica ou laparotomia, sendo a via laparoscópica a preferencial (mesmo em urgência): menor morbidade peroperatória,
tempo de internação, menor custo, melhor avaliação do hiato esofágico e mediastino posterior.
• Tempo cirúrgico:
• Correção da rotação gástrica;
• Avaliação da viabilidade dos tecidos e remoção de tecidos não viáveis (com eventual necessidade de gastrectomia parcial ou total);
• Redução de hérnias e correção de defeitos anatômicos;
• Gastropexia.
Gastropexia: previne a recidiva ao fixar o corpo e fundo gástrico ao diafragma e/ou parede abdominal anterior.
Em casos de alto risco para dificuldade de nutrição pós-operatória, alguns grupos realizam ainda a gastrostomia no mesmo tempo
operatório.
Volvo gástrico
Endoscopia digestiva
• Avaliação de isquemia;
• Auxílio na redução do volvo;
• Aux lio da passagem de CNG.
• Broncoaspiracão
Pacientes com alto risco cirúrgico podem ser submetidos à desrotação endoscópica e fixação gástrica (gastropexia) através
de duas gastrostomias percutâneas endoscópicas colocadas no corpo e antro gástrico.
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REFERÊNCIAS
OBRIGADO