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Apontamentos- Pediatria

Preparação e administração de terapêutica

Erro de medicação: Evento evitável ocorrido em qualquer fase da terapia


medicamentosa que pode ou não causar dano na criança. Os mais
frequentes: Erros na prescrição, dispensação, administração,
documentação.

Como diminuir a capacidade de erro?

 Lavagem correta das mãos;


 Verificar/confirmar (cliente certo, medicamento certo, dose certa, via certa,
hora certa);
 Reunir material necessário para a preparação e administração terapêutica, de
acordo com a via prescrita;
o Observar o medicamento: ler o rotulo do medicamento, verificar prazo
de validade, observar cor e aspecto, verificar dosagem, não administrar
medicamentos sem rotulo ou quando é imperceptível;
 Preparar correctamente: medicamento administrado por quem o preparou,
preparar medicamento correctamente segundo C’s
 Administração correta: Cliente certo, medicamento certo, dose certa, via certa,
hora certa
 Apoiar a criança durante e após o procedimento: vigiar aparecimento de
reacções decorrentes da administração do fármaco agindo em conformidade
com a situação e suspendendo, se necessário, a terapêutica;
 Permitir que a criança manuseie ou brinque com os materiais que não
constituem perigo: “Brinquedo terapêutico”;
 Orientar a mãe/pai/orientador sobre todos os procedimentos e considera-los
parceiros no cuidar;
 Conhecer os medicamentos a administrar;
 Acondicionar todo o material usado e registar.

Determinação da dosagem terapêutica

As crianças variam amplamente em idade, peso, superfície corporal, bem


como na capacidade de absorver, metabolizar e excretar medicamentos.

Por este motivo, não há doses padronizadas para os diferentes grupos


etários
Regra geral:

Dose da criança: dose do medicamento/(por)kg peso da criança

(dose do medicamento x kg peso da criança) 100mg x 5kg= 500 mg/kg

Administração oral

Formas de apresentação

 Sólida
 Líquida(mais usual) – suspensões

Materiais:

 Colher medida (2,5cc – 5cc)


 Seringa (para precisão da dose)
 Copo

Aspectos a considerar:

 Os frascos de xarope e suspensões devem ser rotulados quando iniciado o uso


(data e hora mais assinatura de quem o abriu);
 Os frascos de antibióticos devem ser rotulados após a sua constituição (data,
hora, diluição, assinatura de quem o preparou);
 Agitar medicamentos líquidos antes do uso;
 Colocar o medicamento dentro do recipiente adequando e identificado;
 Guardar os frascos dos medicamentos devidamente acondicionados

Preparação:

 Fazer as diluições de comprimidos, pós ou outros com água (atenção ao


lactente) retirar a quantidade prescrita e desprezar restante;
 Em relação a cápsulas fazer o mesmo se e só se, não existir outra forma de
apresentação do lactente.

Exemplos:

 Criança com 2 anos, peso=12kg.


Prescrição dicloxacilina 37,5 mg; administrar 6/6 horas.
Medicamento= dicloxacilina; 100 ml de suspensão oral; 125mg/5ml.

125 mg 5 ml
37,5 mg x
X= 1,5 ml
Posologia: 12,5 mg/kg/dia; pode ser dado 12/12h(divide-se por 2) ou 6/6h
(divide-se por 4).

12,5 mg 1 kg
x 12 kg
x= 150mg/dia
150: 4(6/6h) = 37,5 mg

Preparação: quando possível permitir que a criança colabore na preparação


da sua medicação.

Quando a criança recusa? O que fazer?

 Incentivar a criança e elogiar o seu comportamento;


 Atenção aos riscos: aspiração, punição, associação negativa…
 Contenção feita pela mãe

Exemplo:

 Tem que administrar 40 gotas de medicamento x via oral e não tem conta-
gotas. Como proceder?

1ml 20 gotas
X ml 40 gotas
X = 2 ml

Medicação Injectável

Intramuscular

 Que músculo escolher para administração segura?


o Deltóide? Princípios a considerar:
o Glúteo dorsal? -Desenvolvimento do músculo;
o Vasto lateral? - Acessibilidade local;
- Distância em relação a vasos e nervos
o Ventroglúteo?
importantes;
-Condições a musculatura para absorção do
medicamento;
- Espessura do tecido adiposo;
- Idade da criança;

 Qual material usar?


o Seringas e agulha adequada à criança:
 Tamanho da criança;
 O seu estado nutricional;
 Desenvolvimento da musculatura;
 Tipo de medicamento usar.
 Preparação e administração: Princípios
o Redução de complicações:
 Escolher local adequado (alternar);
 Cumprir técnica correctamente;
 Posicionar e imobilizar a criança (obter ajuda se necessário);
 Estimular actividades que movimentem os músculos do local da
injecção.
o A escolha do material
o Exemplo:
 Frasco contendo 1gr de 1 medicamento em pó.
Pretende-se dar à criança apenas 50mg.

10 cc 1000 mg
x 25 mg
x= 0,25 cc

1 cc 100 U
0,25 cc x
X= 25 U

 Medicamento contido em fórmula (ampola) 1 cc.


Administrar à criança 1/8 do medicamento.

1f 1 cc
1/8 f x
X= 0,125 cc

1cc 100 U
0,125 cc x
X= 12,5 U
o Preparação da criança:
 Atender à idade, nível de desenvolvimento, experiência
anterior;
 Explicar todos os procedimentos à criança e aos
pais/cuidadores;
 Deixar exprimir medos;
 Obter colaboração da criança e dos pais/cuidadores;
 Acarinhar a criança (pegar ao colo) após a injecção;
 Elogiar o bom comportamento da criança.
 Punção venosa
o Regra do mais distal para o proximal;
o Colheita de sangue: Jugular (mais fácil), Veia femural;
o Talas de imobilização – Usada nas crianças mais pequenas;

Nota: As veias da cabeça não têm válvulas – podem ser puncionadas em


qualquer direcção.

 Em relação ao soro:
o Preparação/composição;
o Quantidade a administrar;
o Débito (gota/microgota);
o Utilização bomba infusora;
o Funcionalidade do sistema
 Preparação/composição/quantidade a administrar

Soro
000

Soro glicosado a
Soro fisiológico
5%
001

Soro glicosado a Soro fisilógico Bicabornato de


5% sódio 8,4%

 Quantidade a calcular (débito)

Nº gotas/minuto=Volume soro (mL) / nº horas x3

Nº de mL/h= nº de microgotas/minuto

1 gota normal= 3 microgotas

1 mL = 60 microgotas (20 gotas)

 Exemplo: Prescrição 500 mL de soro x para correr em 8h? E em 12h?


500 mL 8h

x 1h

x= 62,5 mL/h (63 microgotas/min – 63/3= 21 gotas)

500 mL 12h

x 1h

x= 41, 66 mL/h (42 microgotas ou 42/3= 14 gotas)

 Exemplo: Soro 140 (500 mL) com: KCl a 7,5%; 1 cc de soro -> 5 cc;

Gliconato de cálcio 2cc/100cc de soro -> 10cc;

Débito 40 mL/h. microgotas ? e gotas?

1 mL/h = 1 microgota/ minuto


Cálculos auxiliares: Microgota= 40 microgotas
1 cc 100cc
Gotas = 40/3 = 10 gotas
X 500cc

X = 5 cc

2 cc 100cc

X 500cc

X = 10 cc

 Exemplo: Soro fisiológico 0,9% 500 mL + Soro glicosado 10% 20 mL + NaCl


10% 10 mL. Débito 50 gotas/minuto. Tempo em curso?

NÃO ESQUECER: Nº gotas/minuto=Volume soro (mL) / nº horas x3

50 = 530/Tx3 50x3 = 530/T 150T = 530  T=530/150= 3,53


3h + 0,53  60 minutos 1h
X 0,53h
X = 31,8 microgotas  32 MINUTOS
 Exemplo: Soro fisiológico 0,9% 100 mL + Soro glicosado 5% 200 mL + KCl
7,5% 10 mL + gliconato de Ca 8,4% 5 mL. Microgotas? Gotas?
Débito total= 315 mL
Microgotas= 315 10h
X 1h
X = 31, 5 microgotas
 Em relação à criança
o Região da punção;
o Posicionamento;
o Imobilização,
o Aparecimento de complicações;
o Comportamento;
o Sinais vitais;
o Eliminação renal e intestinal (quantidade de líquidos ingeridos =
quantidade de líquidos expelidos);
o Controlo hidroelectrolítico;
o Peso;
o Apoio lúdico e afectivo;
o Ensino/Orientação
 Administração do medicamento através do sistema/cateter
o Verificar se o funcionamento é adequado

A MÃE COMO PARCEIRA NO CUIDAR (Explicar tudo à mãe e pedir sua ajuda: no levante; na
administração de terapêutica. Doloroso para a mãe se ocorrer alguma complicação devido à sua ajuda)

 Medicação oftálmica
o Deitar com queixo erguido;
o Imobilizar com suavidade;
o Colírio ou pomada oftálmica na mucosa da pálpebra inferior (saco
conjuntival);
o Não tocar no olho.
 Medicação nasal
o Nariz suavemente aspirado;
o Gotas colocadas 20 minutos antes da refeição;
o Manter durante um máximo de 3 dias;
o Frascos usados apenas para uma criança.
 Medicação otológica
o Deitar com a cabeça lateralizada;
o Puxar pavilhão auricular para baixo e para trás (< 3 anos)
o Manter lateralizada durante alguns minutos (5-10) após administração;
o Massagem suave na zona anterior do ouvido caso haja medicação

Cuidar da criança com temperaturas elevadas

A temperatura normal como se avalia na criança?

Mãe  o primeiro “termómetro” NÃO NOS DÁ INDICAÇÃO ALGUMA

 Avaliação da temperatura retal


o Crianças pequenas (bebés);
o Mais preciso para aferir temperatura interna;
o Invasivo, desconfortável;
o Período de lesão da mucosa retal;
o Contraindicado: Lactente com menos de 1 mês, com diarreias, cirurgias
retais, lesões;
o Presença de fezes afecta precisão;
o Possivel contaminação pelas fezes;
o Termómetros de vidro podem partir.
 Técnica
o Lubrificação;
o Introdução do termómetro no recto;
o Manter o termómetro no local (2 minutos);
o Controlar os movimentos das nádegas;
o Procedimento pode estimular micção.
 Temperatura axilar  Técnica
o Termómetro em contacto com a pele no centro da axila;
o Pele seca (atenção à sudorese);
o Braço mantido direito e estendido ao longo do corpo;
o Fazer a leitura imediatamente e retirar termómetro.
 Temperatura oral
o Colocar a ponta sob a língua na cavidade sublingual;
o Manter boca fechada;
o Respirar pelo nariz
 Temperatura timpânica
 Temperatura artéria femural
o Sonda com sensor infravermelho;
o Não invasiva;
o Boa precisão
 Qual o melhor método?
o Temperatura rectal  Mais precisa para avaliar a temperatura do
organismo;
o Temperatura timpânica (axilar)  Método mais indicado
 O que fazer quando criança com febre?
o Objectivo:
 Evitar/Aliviar o desconforto e as complicações associadas ao
aumento da temperatura corporal;
 Normalizar a temperatura da criança/ manter no limites das
normalidade

Intervenção farmacológica: Antipirético

Intervenção ambiental

 Avaliar/ Observar/ Vigiar a criança


o Avaliar temperatura corporal;
o Administrar antipiréticos;
o Manter a criança confortável, o menos aquecida possível;
o Ambiente fresco;
o Verificar eficácia da terapêutica antipirética;
o Evitar a desidratação reforçando ingestão de líquidos;
o Respeitar a perda de apetite;
o Vigiar o estado geral e comportamento da criança;
o Alerta para convulsão (3%-5%  6 meses e 6 anos)
 Se a criança apresentar
o Alterações do estado geral;
o Prostração (sonolência, pouco reactiva);
o Irritabilidade acentuada;
o Febre além do 3º dia sem melhoras;
Serviço de Saúde com
o Febre superior 39-40º C;
Urgência
o Não cede a terapêutica antipirética;
o Menos de 3 meses de idade;
o Convulsão febril;
o Criança doente;
o Outros sinais (dificuldade respiratória, vómitos, manchas…)
 Terapêutica antipirética em Pediatria
o Objectivo: Aliviar o desconforto causado pela febre, respeitando as
doses recomendadas para o peso e o intervalo mínimo entre cada
administração e medindo a temperatura antes da toma de cada
fármaco.
 A terapêutica sintomática da febre deve ser racionalizada
o Evitar a fever phobia
 Terapeutica antipirética quando?
o Temperatura axilar ≥ 38,5ºC
o Incomoda a criança
o Profilático de convulsões febris? (Pouca evidencia cientifica; convulsão
febril previa ou epilepsia)
 Qual o antipirético a usar?
o Paracetamol  dose recomendada: 10-15 mg/kg; cada 6/6 horas,
xarope 40 mg/dl (Pode-se aumentar a dose como analgésico)
o Ibuprofeno  5 mg (<39,2ºC)-10 mg (>39,2ºC) /kg; 6/6 horas;
suspensão oral 20 mg/dl (Se febre não ceder ao paracetamol)
o Ácido acetilsalicílico  contraindicado a administrar em crianças com
varicela ou gripe (risco de associação do síndrome do Reye)
 Exemplo: Criança com 10 kg, com T = 38º C  não se deve dar paracetamol.
E se estiver prostrado?  Deve-se administrar 2,5 mg
40 mg 1ml
100 mg x ml
X = 2,5 mg
 Arrefecimento corporal e do ambiente
o Uso mínimo de roupa;
o Explosição da pele ao ar;
o Diminuição da temperatura ambiente;
o Aumento da circulação de ar;
o Aplicação de compressas húmidas e frias

SÓ E SÓ SE FOR CONFORTÁVEL PARA A CRIANÇA E 1H APÓS A ADMINISTRAÇÃO DE ANTIPIRETICO

 Hipertermia
o Banho: Imersao em agua tépida; Arrefecer progressivamente (< 1-2º da
temperatura da criança) ou Aplicar água tépida em partes sucessivas do
corpo

NUNCA DEIXAR A CRIANÇA SOZINHA. NÃO USAR ÁGUA FRIA

 Como cuidar da Ana: Chegou ao serviço de Pediatria uma criança de nome Ana
com 18 meses de idade e acompanhada pela mãe. Após a realização da história
de enfermagem a enfermeira ficou a saber o seguinte:
- Além da diversificação alimentar, faz aleitamento materno;
- Diminuição do apetite;
- Sono calmo e gosta de dormir com uma boneca;
- Dejecções similiquidas amarelo-esverdeada, em moderada quantidade (4 nas
ultimas 8h);
- Sem vómitos;
- Mucosas húmidas e tem lagrimas quando chora;
- Temperatura axilar = 38º
- Extremidades frias e cianóticas;
- Pele ligeiramente marmoreada;
- Manifesta interesse por actividades lúdicas;
- P = 11 kg (enfermeira verificou que o peso não mudou em relação ao
registado no BSIJ há 3 dias)

Desconforto da criança relacionado com aumento da temperatura


manifestado por extremidades frias e cianóticas

Risco de desidratação relacionado com dejecções semilíquidas em


Diagnóstico
moderada quantidade

Risco de alteração da integridade cutânea perianal relacionado com


aumento do número de dejecções semi-líquidas

Alteração da eliminação intestinal relacionado com infecção intestinal


manifestado por dejecções semi-líquidas amarelo-esverdeada em
moderada quantidade

Cuidar a criança com disfunção gastrointestinal

Principal função: Digestão e absorção dos nutrientes necessários aos processos


metabólicos e ao suporte de crescimento e desenvolvimento.

Apresenta particularidades associadas ao seu desempenho, depende do nível de


maturidade, tamanho, configuração, capacidade.

 Particularidades na criança
o Processos digestivos imaturos;
o Imaturidade da coordenação do reflexo de deglutição (6 meses);
o Mastigação (facilitada por erupção dentária)
 Tamanho e configuração do estomago
o Arredondado e situado horizontalmente (2 anos);
o Alonga-se e toma a forma e posição anatómica do adulto
 Capacidade gástrica
o Nascimento  10-20 ml
o Após 6 meses  20-30 ml/kg
 Tempo de esvaziamento gástrico
o Recém-nascido  2h e 30 minutos a 3 horas
o Lactentes/crianças  3 a 6 horas
 Intestino
o Lactente = 6 x comprimento corporal (adulto 4-5 x)

Disfunção gastrointestinal na criança

- Má absorção;

-Distúrbio hidroelectrolítico;

- Má nutrição;

- Défice de crescimento e desenvolvimento

Avaliação da criança e da função


gastrointestinal

 Manifestações clínicas da disfunção gastrointestinal


o Défice de crescimento e desenvolvimento;
o Perda ponderal;
o Dor abdominal;
o Diarreia;
o Regurgitação;
o Icterícia;
o Ruídos intestinais;
o Vómitos;
o Náuseas;
o Obstipação;
o Febre;
o Distensão abdominal;
o Hemorragia;
o Sintomas urinários;
o Doença intercorrentes/ traumatismo recente
 Localização da dor
o Dor abdominal aguda

Idade Causa
Gastroenterite;
Traumatismos;
Até 2 anos
Hérnias estranguladas;
Infecções urinárias
Gastroenterite;
2-5 anos Pneumonias;
Infecções urinárias;
Apendicite;
Escolar
Gastroenterite
Apendicite;
Gastroenterite;
Adolescência
Doença inflamatória pélvica;
Gravidez ectópica

o Dor abdominal crónica

Idade Causa Sintomas

Geralmente sem causa orgânica Palidez


5-15 anos conhecida
Náuseas/Vómitos

3 ou mais episódios de dor Cefaleias


suficientemente intensas para interferir
Letargia
nas actividades de vida diárias num
período de 3 meses Diarreia
Definição
Síndrome do colon irritável Enurese nocturna

Medos

Distúrbios de sono
Idade Outras causas

Cólicas

Intolerância alimentar

Lactente Doença celíaca

Tumores

Giardíase

Criança Inflamação intestinal

Menstruação

Situações novas e
História familiar

 Vómito: Exteriorização forçada do conteúdo gástrico através da boca. Controlo


do SNC.
 Regurgitação: Expulsão involuntária e sem esforço do conteúdo gástrico
 Causas dos vómitos da criança
o Lactente:
 Malformações digestivas obstrutivas;
 Infecção (meningite, urinária, respiratória, gastrointestinal);
 Erro dietético (preparação errada biberão)
 Doença crónica (intolerância alimentar)
o Criança:
 Digestivas (gastroenterite aguda e invaginação intestinal);
 Extradigestivas (enxaquecas, problemas psíquicos);
o Adolescente:
 Distúrbios do comportamento alimentar;
 Gravidez;
 Litíase biliar e renal;
 Tumor cerebral;
 Ingestão de drogas
 Vómitos na criança
o História da criança;
o Características dos vómitos: cirscunstâncias em que ocorreu, horário/
relação com refeição, volume/conteúdo, presença de sangue;
o Queixas associadas;
o Aspecto/ comportamento da criança;
o Hábitos alimentares;
o Medicamentos e alergias
o Doença prévia;
o Hidratação;
o Avaliação ponderal
 Diagnóstico de enfermagem
o Determinar a causa;
o Reduzir/Eliminar vómitos;
o Evitar complicações;
o Manter nutrição.
 Intervenção de enfermagem
o Suspender alimentação (45-60 minutos);
o Oferecer: água chalada com açúcar/água açucarada (glicose +
electrólitos  correcção hidroelectrolitica);
o 2 colheres de chá de 3/3 minutos ou de 5/5 minutos  se líquidos
tolerados (ad libitum)  alimentação sólida com moderação  retoma
da dieta normal;
o Prevenir aspiração ao vomito;
o Enfatizar lavagem dos dentes ou bochecho;
o Vigiar complicações
 Refluxo gastro-esofágico: Relaxamento transitório do esfíncter esofágico
inferior.
o Manifestações clinicas:
 Irritabilidade/choro;
 Má progressão ponderal;
 Perda de peso;
 Deficiente desenvolvimento;
 Problemas respiratórios;
 Esofagite  Hemorragia
o Cuidados à criança:
 Refeições frequentes;
 Leite materno /Fórmulas espessadas;
 Eruptar após cada mamada;
 Terapia postural: Posicionamento/Manuseamento;
 Alimentação por SNG (contínua);
 Registos (ingesta, vómito);
 Observação/Vigilância/ despiste de complicações;
 Tratamento farmacológico (anti-ácidos);
 Se cirurgia: cuidados pré e pós operatório;
 Estimular a função parental
 Diarreia
o Nº de dejecções;
o Alterações da consciência;
o Fezes verdes
o Cuidados à criança: Avaliação da criança (História de Enfermagem);
Plano de cuidados à criança e família
 Diagnóstico de enfermagem
o Défice de volume hídrico relacionado com as perdas gastrointestinais
pelas evacuações e ou vómitos;
o Nutrição inferior às necessidades corporais relacionada às perdas
diarreicas e ingesta adequada;
o Ansiedade/medo relacionado à separação dos pais, a um ambiente não
familiar e a procedimentos stressantes (Saber do que tem medo);
o Alteração do conforto/dor relacionado com a disfunção/infecção do
sistema gastrointestinal;
o Sono e repouso; Recrear-se/brincar, T corporal;
o Risco de transmissão da infecção relacionada a microorganismos
invasores do trato IG;
o Comprometimento da integridade cutânea relacionada à irritabilidade
provocada por fezes  Dermatite na área coberta das fraldas
(dermatoses inflamatórias que atingem a parte do corpo coberta pela
fralda. Explicar à mãe os cuidados: secar bem, lavar bem, creme
protector); Dermatite de Jacquet; Candidíase
 Candidíase oral: Infeção por fungos  Lactentes/crianças imunodeprimidas sob
tratamento antibiótico; Deficientes cuidados de higiene
o Clínica:
 Placas brancas na mucosa orofaríngea;
 Facilmente confundidas com coágulos do leite;
 Remoção muito difícil;
 Causam dor (quando criança se alimenta)
o Evolução:
 A resolução espontânea pode demorar até 2 meses;
 Pode haver disseminação;
o Cuidados:
 Tratar e prevenir e disseminação da infecção;
 Facilitar a alimentação e hidratação;
 Aplicação tópica de antimicótico, permitir a deglutição para
tratar lesões gastrointestinais (nistatina; Violeta de genciona a
1% na lesão ex/dia e evitar deglutição);
 Cuidados de higiene oral (lavagem da boca apos cada
alimentação antes da aplicação tópica;
 Lavagem e desinfecção (esterilização) das chupetas, tetinas,
biberão e brinquedos

Defeitos estruturais

Atresia esofágica

Incidência: 1/4000 nados vivos (>meninos);

Baixo peso e prematuridade (elevada incidência)

Causa desconhecida

Por vezes associado a síndromes e outras anomalias (CV, renais, membros)

 Manifestações clinicas
o Saliva espumosa na boca e nariz (sialorreia);
o Engasgamento;
o Se FTE: tosse- tiragem- asfixia – cianose- apneia por aspiração;
o Distensao abdominal;
o Pneumonia química (Com FTE distal)
 FTE sem atresia
o Tosse cronica e pneumonia de repetição;
o Sintomas inespecíficas vários meses.
 Diagnóstico
o Sinais e sintomas
o Estudos radiológicos  cateter rádio-opaco e radiografias
o Presença de ar no estomago

Hérnias

Protusão da porção do órgão, ou órgão , através de uma abertura anormal.

Hérnia que não reduz facilmente  Hérnia encarcerada

Irrigação sanguínea comprometida  Hérnia estrangulada

Fechamento incompleto do anel umbilicar  Hérnia umbilicar

- Pequenos defeitos (< 0,5 cm) fecham espontaneamente até 2 anos

- Defeitos de 0,5 a 1,5 cm fecham pelos 4 anos

 Cuidados
o Vigilância;
o Ensino aos pais
o Cuidados pré e pós operatório
o Contra-indicação: Faixas abdominais/moedas (??)  Faz pressão a nível
do abdómen (refluxo)
 Hérnia inguinal e inguinoescrotal unilateral
o Ensinar aos pais a reduzir hérnia;
o Evitar que a criança chore
o Acalmar a criança
o Alertar para problemas da irrigação sanguínea

Distúrbios obstrutivos

Passagem de nutrientes e secreções impedida por lúmen estreitado ou ocluso

Estenose hipertrófica do piloro

Etiologia desconhecida

Meninos 5 vezes mais frequente

Pode estar associada a atrésia do esófago, anomalias

Hipertrofia da musculatura circular do piloro  diminuição do diâmetro do canal


pilórico  obstrução parcial do lúmen OU Diminuição do diâmetro do canal pilórico 
dificuldade na passagem do conteúdo gástrico para o duodeno  inflamação e edema
 Obstrução total
 Manifestações
o Vomito
o Olhos grandes ansiosos com ar de fome;
o Mucosas vermelhas e secas;
o Pele pálida, enrugada e seca;
o Desequilibrio hidroelectrolitico;
o Paragem da progressão ponderal (perda de peso);
o Diminuição do debito urinário;
o Diminuição do numero de dejecções;
o Ondas epigastro;
o Urina escura e concentrada;
o Abdomen superior e distendido;
o Oliva pilórica (hipocôndrio direito)  Quando mama é detectável
 Cuidados de enfermagem
o Avaliar estado hidratação;
o Avaliar peso;
o Acalmar criança e pais;
o Avaliar débito urinário (balanço hídrico);
o Características da urina e fezes
 Avaliação diagnóstica
o História e exame físico;
o Observação da criança (Ondas peristálticas da esquerdas para direita;
Oliva pilórica);
o Exames laboratoriais (diminuição níveis séricos, aumento ureia)
o Exames radiológico (miotomia pilórica)
 Cuidados pré-operatório
o Avaliação do estado de desidratação;
o Correcção desequilíbrio hidro-electrolítico
o Avaliação sinais vitais;
o Peso
o Vomitos
o Comportamento
o Apoio criança e pais
 Cuidados pós-operatórios
o Hidratação IV;
o Inicio da ingesta (4/6h-24)
o Alimentação (aleitamento materno);
o Eliminação;
o Ferida cirurgica;
o Dor/conforto
o Apoio parental

Invaginação intestinal

Causa mais frequente

3 meses e 3/5 anos e menino

 Etiologia
o 90-95% idiopática;
o 5-10% decorrentes de polipos, tumores …
 Fisiopatologia
o Ileocólica (80-90%)
o Compressao vascular do mesentério;
o Inflamação – edema- obstrução do lúmen
o Redução do fluxo sanguíneo  Isquemia, necrose, hemorragia,
perfuração, peritonite
 Manifestações clinicas
o Dor abdominal aguda súbita
o Vomitos
o Fezes castanhas

o Dor severa –Criança grita e curva joelhos sobre abdómen

o Acalmia – criança confortável

o Vomitos;
o Letargia;
o Fezes vermelhas gelatinosas;
o Abdomen distendido sensível;
o Massa em forma de salsicha no QSD;
o QID vazio (Sinal Dance)

o Febre
o Prostração
o Criança gravemente doente

 Diagnóstico
o Observação da criança
o Radiografia abdominal (diagnóstico inicial de 50%)  avaliar presença
de ar intraperitoneal (perfuração)
o Enema de bário (se não contra-indicado)
 Tratamento
o Redução hidrostática: enema salino (soro fisiológico) guiado por
ecografia (80-90%)
o Soro IV e antibioterapia antes da redução;
o Redução pneumatica: Pneumoenema (enema de ar)  guiado por
radiologia
 Tratamento cirúrgico
o Redução manual;
o Resseção de segmentos do intestinal não viáveis
 Cuidados
o Observar e avaliar queixas da criança
o Valorizar a descrição dos pais sobre a situação e tratamento;
o Explicações aos pais sobre a situação e tratamento;
o Preparação da criança para os procedimentos e vigilância durante e o
após;
o Preparação pré-operatória e cuidados pós-operatórios;
o Alerta para recidivas;
o Tempo de internamento variável (24-48h)

Cuidar a criança com doença celíaca

Doença auto-imune que aparece em indivíduos geneticamente susceptíveis, após


contacto com o glúten ocorrendo grave alteração no intestino delgado (enteropatia
sensível ao glúten) que impede absorção de alimentos (Sindrome mal absorção)

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR MAIS COMUM DO MUNDO

Fisiopatologia
Factores imunológicos
Factores genéticos
(antigénio leucocitário
(Predisposição)
humano dominante)

Factores ambientais
(Glúten)

 Causas
o O factor desencadeante do processo auto-imune é o glúten
o Doença ocorre a partir da ingestão de cereais (tóxicos)
o Intolerância ao glúten;
o Destruição das vilosidades intestinais e hipertrofia das criptas;
o Comprometimento da absorção dos alimentos

SÍNDROME DA MAL ABSORÇÃO

Idade mais comum: 6-24 meses

 Factores de risco
o Predisposição genética
 Familiares em primeiro grau;
 Presença antigene leucocitário humano
o Factores ambientais: desmame precoce/exposição ao glúten interfere
 Grupos de risco
o Familiares 1º grau
o Portadores de doenças auto-imunes (DM tipo I, tireoidite, dermatite)

Classificação da doença Identificação Sintomas


Forma mais comum na Diarreia (má absorção)
Forma clássica ou ativa faixa etária pediatrica Perda de peso
Anemia
Atipico digestivo Discretos
Forma não clássica ou
atipica Atipico extradigestivo Baixa estatura
Anemia
Diminuição da
Forma assintomática ou
densidade óssea
silenciosa
Deficiência de ferro
 Apresentação clínica depende
o Idade;
o Sensibilidade ao glúten
o Quantidade do glúten ingerido
o Factores desconhecidos

Fezes moles, volumosas,


Diarreia crónica oleosas, pálidas, espumosas e Distensão
fétidas esteatorreia abdominal

Crescimento/ Paragem da progressão


desenvolvimento ponderal ou perda de Anorexia
(atraso) peso

Triste, indiferente, Gerais: Vómitos, dor


irritável abdominal de intensidade
Emagrecimento
variável, obstipação
progressivo

Enfraquecimento ESTADO DE MAL NUTRIÇÃO MUITO GRAVE


muscular

Anemia

No diagnóstico diferencia-se: irritabilidade, distensão abdominal, hipertrofia dos


músculos.
 No adolescente
o Anemia
o Aumento discreto do abdómen
o Paragem do crescimento
o Diminuição do rendimento escolar
o Atraso na puberdade
o Ausência/ perturbações da menstruação
 No adulto
o Abortos de repetição
o Infertilidade ou esterilidade
o Risco de cancro do intestino
o Osteoporose
 Como se diagnostica
o A história, o exame físico e o aspecto da criança são muito sugestivos
o Rastreio de grupo de risco
 Testes serológicos  determinação de anticorpos
 Anti-transglutaminase – IgA e/ou IgG
 Anti- gliadina – IgA e/ou IgG (< 4 anos)
 Anti-endomísio
 Exames positivos e/ou exames negativos com suspeita
 Biopsia ao intestino para confirmação (duodenojejunal)
 diagnóstico de certeza (EDA)
 Exame histológico do fragmento biopsia
 Atrofia vilositária ou mucosa jejunal plana

É FUNDAMENTAL NÃO RETIRAR GLUTEN DA ALIMENTAÇÃO ANTES DO DIAGNOSTICO


DEFINITIVO DE DOENÇA CELIACA

 Como se trata? Dieta sem glúten definitivamente (Trigo, centeio, cevada, aveia
e derivados)
 Após confirmação do diagnóstico
o Vigilância da criança
o Avaliação nutricional e clinica
o Suplementos vitamínicos, Ca, Fe, Mg, …
o Reforçar orientações- dieta
o Informação família, amigos, escola
o Identificar “fugas” ao cumprimento da dieta

Cuidar da criança com disfunção respiratória e sua família

Vírus 80-90%

Bactérias  10-20%

 Factores da criança
o Sexo masculino
o Idade: 50% abaixo dos 5 anos; 30% 5-12 anos
o Resistência  existência de atopia
o Idade gestacional
o Aleitamento materno
o Obesidade/desnutrição
o Doença (Cardíaca…)
 Influenciadores (meio ambiente)
o Qualidade dos cuidados
o Nível sócio-economicos
o Tabagismo passivo
o Exposição a agentes infecciosos (infantários)
o Variações sazonais
 Sistema respiratório da criança
o Mais curto  microorganismos alcançam mais rapidamente as vias
inferiores
o Vias aéreas de menor diâmetro estreitamento por edema das
membranas mucosas e pelo aumento da produção de secreções
o Menos numero de alvéolos  comprometimento da ventilação
o Músculos intercostais menos desenvolvidos  ajuda limitada na
respiração
o Trompa de Eustáquio  curta e aberta em lactentes e crianças
pequenas  fácil acessos dos microorganismos aos ouvido médio

 Infecções respiratórias
o Rinofaringite
o Amigdalofaringite
o Adenoidite Superior
o Otite média aguda
o Sinusite
o Laringite Estridulosa (síndrome obstrutivo)
o Laringotraqueobronquite
Inferior o Bronquiolite
o Pneumonia

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