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RESUMO –VACINAS

Princípios do PNV: universalidade e gratuitidade.

Objetivo do PNV: obter a melhor protecção, na idade mais adequada e o mais precocemente possível.
Diminui o numero de indivíduos susceptíveis e leva a um controlo progressivo e mesmo à erradicação de
microorganismo.

Imunidade
Natural ou inata Adquirida passiva Adquirida ativa
Não adquirida através de Os anticorpos são injectados e Imunidade produzida pelo
contacto prévio com o agente proporcionam uma protecção estimulo natural ou adquirido, de
infeccioso. Está presente desde imediata, mas temporário contra maneira a levar o organismo a
o nascimento bactérias, vírus e toxinas produzir anticorpos.

Imunoglobulinas
Moléculas produzidas pelo organismo e funcionam como anticorpos, são as responsáveis pela resposta
imunológica.

IgG – 75% das imunoglobulinas, abundante nos fluidos orgânicos internos. Única que atravessa a
placenta. Dá imunidade.

IgM – a 1ª a aparecer nas respostas imunitárias. Primeiro anticorpo produzido pelo R/N. primeira na linha
de defesa da bacteriémia.

IgA – imunoglobulina presente nas secreções seromucosas, atividade antivirótica potente. Impede a
ligação dos vírus com as células epiteliais das vias respiratórias e gastrointestinais.

IgD – poucas quantidades; com IgM constitui o principal recetor de antigénios.

IgE – aumenta nas infecções parasitárias relacionado com alergia atópica.

Vacinas
Preparados antigénicos a partir de microorganismos e outros agentes infecciosos que induzem a uma
imunidade adquirida ativa perante determinadas doenças infecciosas, com o mínimo de reacções locais e
gerais. Contém um ou mais antigénios.

Nº de antigénios
Polivalentes Simples Mistas ou associadas
Quando são preparados com Um único tipo de Mais de um tipo de
diferentes tipos do mesmo microorganismo microorganismo
microorganismo
Sabin ( tipo 1,2 e 3 do vírus da BCG VASPR, DTP, DT
poliomielite)

Vacinas (microorganismo vivos ou atenuados): contém microorganismos que perderam a sua


virulência – induzem um infecção subclínica que condiciona a produção natural de anticorpos – dá uma
protecção quase natural.

Vacinas (microorganismo mortos ou inactivados): administração da 1ª dose – produz resposta débil


que confere discreta protecção – resposta imunitária primária – mas prepara sistema imunitário para a
resposta óptima frente a sucessivas doses – resposta imunitária secundária – número suficiente de
anticorpos protectores.

Estratégias de vacinação
Rotina: atividade de vacinação de rotina no serviço de saúde, depende da deslocação dos utentes para
actualização das vacinas. Pode não ser eficaz por falta de motivação, difícil acesso, desinformação e falta
de tempo.

Intensificação: visa o aumento da cobertura vacinal, através de um trabalho mais dinâmico.

Campanhas: vacinação em massa. É uma atividade com abrangência limitada no tempo e conta com os
recursos humanos e institucionais de outras áreas.

Constituição das vacinas:

Apresenta-se na forma liquida ou liofilizadas que contém:

Agente imunizante, fluido, antibiótico, estabilizadores, adjuvantes.

Requisitos básicos de uma vacina:

Inocuidade, pureza, esterilidade, potência.

Vias de administração das vacinas:

IM, SC, intradérmica, oral.

Plano Nacional de Vacinação


Objetivos: erradicação a nível mundial de determinadas doenças, minimizar o impacto das doenças alvo
na saúde da população.

Vacinas contra: tuberculose, hepatite B, poliomielite, doenças por haemophilus influenzae tipo b,
sarampo, parotidite, rubéola, difteria, tétano e tosse convulsa.

Principais alterações introduzidas pelos últimos PNV’s:

 No RN vacinação contra a hepatite B


 Vacinação contra doenças provocadas por haemophilus influenzae tipo b
 Vacinação contra tétano e difteria – dose de adulto
 Apenas uma dose de vacinação de BCG
 Antecipação da 2ª dose de vacina contra o sarampo, papeira e rubéola
 Administração gratuita da vacina contra o Meningococo C e Pneumococo
 Introdução da vacina contra a poliomielite de vírus inactivado
 Introdução da vacina pentavalente
 Substituição das 3 doses da MenC por uma única dose aos 12 meses de idade
 Antecipação da primeira dose de vacina contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola
(VASPR) dos 15 para os 12 meses de idade
 Actualização da estratégia de vacinação contra a hepatite B (VHB)
 Cessação da campanha de vacinação com a vacina contra a infecção por vírus do papiloma
humano (HPV) à coorte de raparigas de 17 anos de idade.

De acordo com o esquema, aos 6 e aos 12 meses de idade completa-se a primovacinação para 8
infecções/doenças das 13 abrangidas pelo PNV.

Esquema em atraso:

Aplica-se às crianças com menos de 7 anos de idade que não completaram a primovacinação.

a) Fazer prova tuberculina em crianças sem registo de vacina e sem cicatriz vacinal
b) Se a prova tuberculina negativa vacinar com BCG
c) O intervalo mínimo recomendado entre a penúltima e a ultima dose do esquema de vacinação da
VIP é de 6 meses. A ultima dose tem de ser administrada  4 anos de idade, independentemente
do numero de doses anteriores. O esquema mínimo requer 3 doses, desde que a ultima seja
administrada  4 anos de idade. No entanto, se o esquema for misto (VAP e VIP) são
necessários, pelo menos, 4 doses, cumprindo as regras anteriores.
d) A DTPa só será administrada a crianças cuja DTPa IV se efectuo antes dos 4 anos de idade
e) Entre a 1º e a 2º dose de VASPR deve decorrer pelo menos 4 semanas

Esquema tardio:

Aplicado entre os 7 e 18 anos de idade que não foram vacinados segundo a cronologia
recomendada.

a) Fazer prova tuberculina em crianças sem registo de vacina e sem cicatriz vacinal
b) Se a prova tuberculina negativa vacinar com BCG
c) A partir dos 7 anos de idade (inclusive), a vacina DTPa é substituída pela vacina Td
d) A VASPR II pode ser administrada na 2ª visita, nas crianças já vacinadas com BCG. As crianças
que não foram vacinadas com BCG e necessitam de eftuar a prova tuberculina, serão vacinadas
com a VASPR aquando da sua leitura após 72h
e) Se a Td III for administrada aos 10 ou mais anos de idade, a Td IV deve ser administrada 10
anos mais tarde

Quadro 1 – esquema de vacinação para a vacina Hib

Idade de inicio Primovacinação Idade do reforço


6 semanas – 6 meses 3 doses (a) 18 meses
1 – 11 meses 2 doeses (b) 18 meses
12 – 15 meses 1 dose 18 meses
>15 meses e < 5 anos 1 dose nenhum
(a) respeitando um intervalo de 8 semanas entre cada dose
(b) Respeitando intervalos de 4 a 8 semanas entre cada dose

Quadro 2 – esquema de vacinação para a vacina Men C pós-exposição

Idade de inicio Número de doses a administrar


< 12 meses de idade 12 meses de idade
6 semanas – 9 meses 2 doses (a) 1 doses (a)
10 – 11 meses 1 dose (a) 1 dose (a)
 12 meses ------------------ 1 dose, na 1ª oportunidade de
vacinação
(a) – respeitando um intervalo de 8 semanas entre cada dose

Quadro 3 – esquemas de transição e de recurso para a vacina HPV

Idade de Estado Nº de doses Esquema Intervalo mínimo entre as


inicio de vacinal recomendadas recomendado 1ª e 2ª dose 2ª e 3ª dose
vacinação
10-13 anos 0 ou 1 dose Fazer ou 0, 6 meses 6 meses ---------
(a,b,c) 2 doses com completar o 0,2,6 meses 1 mês 3 meses
intervalo  6 esquema de 2
meses doses (c)
2 doses com 0 doses
intervalo < 6 1 dose
meses
 14 e < 18 qualquer Fazer ou 0,2,6 meses 1 mês 3 meses
anos (d) completar o 0,1,4 meses
esquema de 3
doses
(a) – se a vacinação tiver sido iniciada antes dos 9 anos de idade, deve ser completado o esquema de 3 doses
(b) – se a vacinação tiver sido iniciada aos 9 anos de idade, deve ser completado o esquema de 2 doses
(c) – se a vacinação não foi completada até aos 13 anos de idade, deve ser completado o esquema de 2 doses até aos 25 anos
de idade inclusive
(d) – se a vacinação não foi completada até aos 18 anos de idade, deve ser completado o esquema de 3 doses até aos 25 anos
de idade inclusive

Características das vacinas administradas


1. BCG – vacina contra a tuberculose
Dose: única

Tipo de vacina: vacina de bacilos vivos atenuados Mycobacterium bovis

Contra-indicações: gravidez, imunodeficiência celular, congénita ou adquirida, tratamento com


imunossupressores, infecções por VIH, malnutrição grave, doença sistémica grave, RN com peso à
nascença inferior a 2000g, doenças cutâneas generalizadas, tuberculose ativa, prova tuberculinica
positiva e doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração:


< 12 meses: 0,05ml ,  12 meses: 0,1 ml

Local da injecção: entre a zona superior do terço médio e o terço superior (acima da inserção distal do
musculo deltóide), na face postero-externa do braço esquerdo.

Reacções pós-vacinais: lesão papular no local da vacina que pode ulcerar, a qual evolui normalmente
para a cura em semanas ou meses, dando origem à cicatriz vacinal.

Precauções: correta administração intradérmica – seringa de 1ml, graduada em centésimas de ml e


agulha de 25 ou 26 Gauge x 10 mm, com bisel curto. A administração SC da BCG aumenta o risco de
linfadenite supurativa e pode conduzir à formação de um abcesso e/ou formação de uma escara. Não
deverá ser administrada nenhuma vacina no mesmo braço em que foi aplicada a vacina BCG, pelo menos
durante os 3 meses posteriores á sua administração, devido ao risco de poder ocorrer linfadenite. A
administração de BCG deve ser ponderada quando a criança estiver a receber tratamento com
antibióticos que tenham atividade, dada a possibilidade destes agentes inactivarem a estirpe vacinal.

Prova tuberculina:
A crianças com mais de 2 meses de idade em que não haja registo de BCG nem cicatriz vacinal. O local
de administração é a face anterior ou latero-externa do antebraço esquerdo a nível do terço médio por via
ID. A tuberculina vai provocar um espessamento da pele por acumulação de pequenos linfócitos
sensibilizados. Assim:

 Não reativas (</= 5 mm) – sem BCG e sem cicatriz

Fazem BCG (excepto quando infetadas com VIH com imunodepressão grave)

 Com reação: > 5mm e < 15mm – sem atuação


 Com reação:  15mm – enviar ao médico (se aumentou 5mm em menos de 2 anos)

2. VHB – vacina monovalente contra a hepatite B


Dose: 3

Tipo de vacina: inactivada. Vacina de antigénio de superfície recombinante do vírus da hepatite B.

Local da injecção:

< 12 meses de idade: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa direita

 12 meses: musculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço direito

Dose e via de administração:

</= 15 anos de idade: 0,5 ml ; > 15 anos de idade: 1ml

Reacções pós-vacinais: reacções ligeiras típicas de inflamação. Pode surgir mal-estar, náuseas, fadiga,
cefaleias e sonolência.

Contra-indicações: reação anafiláctica: a uma dose anterior da vacina VHB, monovalente ou combinada,
algum dos constituintes da vacina, leveduras.

Precauções: RN com menos de 2000g à nascença, trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da


coagulação ou terapêutica anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Não é recomendada a determinação de marcadores serológicos antes ou depois da vacinação da


hepatite B excepto em determinados grupos de risco.
3. VIP – vacina monovalente contra a poliomielite

Dose: 4

Tipo de vacina: vacina de virus da poliomielite inteiros e inactivados (tipo 1, 2 e 3)

Dose e via de administração: 0,5 ml – IM (ou SC)

Contra-indicações: reação anafiláctica a: uma dose anterior da vacina VIP, monovalente ou cominada,
algum dos constituintes da vacina.

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa direita

 12 meses: musculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço direito.

Precauções: hipersensibilidade grave à neomicina, estreptomicina ou polimixina B – indicada vacinação


em meio hospitalar, trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou terapêutica
anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Reacções pós-vacinais: podem associar-se em raríssimos casos a paralisia flácida nos indivíduos
vacinados

4. Hib – vacina monovalente contra a doença invasiva por


Haemophilus influenzae b
Tipo de vacina: vacina de oligossacáridos ou polissacárido capsular de Haemophilus influenzae b,
conjugados com uma proteína bacteriana

Contra-indicações: reação anafiláctica a: uma dose anterior da vacina Hib, monovalente ou combinada,
algum dos constituintes da vacina (incluindo a proteína de conjugação).

Precauções: trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou terapêutica


anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – IM

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa direita

 12 meses: musculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço direito.

Reacções pós-vacinais: pouco frequentes, podendo aparecer dor, rubor e tumefacção local, febre e
irritabilidade com duração de um dia apenas.

 É, normalmente utilizada, em acertos de esquemas vacinais em que a VIP e/ou DTPa não sejam
necessários ou estejam contra-indicados, aos 18 meses de idade.
 Qualquer criança que tenha tido doença invasiva por Haemophilus influenzae b, antes dos 2
anos de idade, deve ser vacinada com Hib, independentemente do seu estado vacinal anterior.
Deve ser iniciada 1 mês apos o inicio da doença.
 As crianças que tenham tido a doença aos 2 ou mais anos de idade, não necessitam de ser
vacinadas com Hib, independentemente do seu estado vacinal anterior, uma vez que após esta
idade a doença invasiva provoca imunidade de longa duração.
5. Men C – vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningiditis
C
Doses: uma

Tipo de vacina: vacina de oligossacáridos ou polissacárido capsular de Neisseria meningiditis C,


conjugado com uma proteína bacteriana

Contra-indicações: reação anafiláctica a: uma dose anterior da vacina Men c, algum dos constituintes da
vacina (incluindo a proteína de conjugação)

Precauções: trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou terapêutica


anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5 ml – IM.

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda

 12 meses: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo

 As crianças que tiveram doença invasiva por Neisseria meningitidis C, antes dos 2 anos de
idade, devem ser vacinadas com MenC, independentemente do seu estado vacinal anterior de
acordo com o quadro 2. Deve ser iniciada 1 mês após o inicio da doença.
 As crianças que tiveram doença invasiva por Neisseria meningitidis aos 2 ou mais anos de idade,
não necessitam de ser vacinadas com MenC, uma vez que após esta idade, a doença invasiva
provoca imunidade de longa duração.

6. DTPa – vacina trivalente contra a difteria, o tétano e a tosse


convulsa/ Pertussis
Doses: cinco

Tipo de vacina: vacina combinada trivalente, contendo: toxóide diftérico absorvido (D), toxóide tetânico
absorvido (T), toxóide e subunidade de Bordetella pertussis (Pa)

Contra indicações: reação anafiláctica a: uma dose anterior da vacina, ou a algum dos constituintes da
vacina ou a outras vacina contendo um ou mais destes antigénios. Encefalopatia desconhecida nos 7 dias
após a administração de uma vacina com o componente pertussis.

Precauções: alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento de convulsões ou deterioração


neurológica, nomeadamente encefalopatia evolutiva. Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações
da coagulação ou terapêutica anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5 ml – IM.

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda

 12 meses: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo

Reacções pós-vacinais:

 Nódulo duro e doloroso no local da administração, persistindo algumas semanas


 Febre ligeira, choro e vómitos
 Sinais inflamatórios que ocorrem nas 1ª 48horas após a vacina. Aconselha-se a administração
de paracetamol 4 a 8h após a administração da vacina. A componente pertussis pode ser
responsável por reacções mais graves como:
 Hipertermia
 Convulsões com ou sem febre ocorrendo no período de 3 dias apos a vacinação
 Choro persistente e/ou grito agudo incontroláveis
 Prostração intensa, colapso ou estado semelhante a estado de choque – episódio de
hiporeatividade e hipotonia
 Encefalopatia

Se a criança tiver contra-indicação absoluta à componente pertussis e menos de 7 anos de idade,


inocula-se a vacina Td.

Em crianças com doença neurológica evolutiva o médico decidirá sobra a administração ou não da vacina
DTPa.

7. VASPR – vacina trivalente contra o sarampo, a parotidite epidémica


e a rubéola
Dose: duas

Tipo de vacina: vacina combinada trivalente contendo vírus vivos atenuados do sarampo, da parotidite
epidémica e da rubéola

Contra-indicações: reação anafiláctica a uma dose anterior da vacina, à neomicina, à gelatina ou a


outros componentes da vacina. Gravidez, imunodepressão grave, congénita ou adquirida, terapêutica
imunossupressora, tuberculose ativa

Precauções: não engravidar nos 3 meses seguintes à vacinação, imunodeficiências congénitas ou


adquiridas (incluindo infecções por VIH), não graves – pode ser administrada por prescrição médica.
Reação anafiláctica às proteínas do ovo não é contra-indicação – indicada a vacinação em meio
hospitalar. Administração de produtos contendo imunoglobulinas. Trombocitopenia ou purpura
trombocitopénica idiopática. Doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – SC

Local da injecção: região deltóide ou tricípite braquial do braço direito

Reacções pós-vacinais: febre, um a dois dias e exantema transitório.

A componente rubéola pode originar exantema, febre, artralgias.

A componente da parotidite pode originar ardor, ulceração e/ou irritação cutânea, podendo ainda estar
associada a febre e linfadenopatias.

 Reforço de dose em ambos os sexos até aos 18 anos de idade inclusive, independentemente, da
idade em que foi administrada a primeira dose.
 Indivíduos sem registo de vacinação contra o sarampo devem receber sempre 2 doses de
VASPR, de acordo com o esquema recomendado ou com um intervalo mínimo de 4 semanas.

8. Td – vacina bivalente contra o tétano e a difteria


Dose: várias ao longo da vida

Tipo de vacina: vacina combinada bivalente, contendo: toxóide tetânico absorvido (T), toxóide diftérico,
em dose reduzida, absorvido (d)
Contra-indicações: reação anafiláctica a uma dose anterior ou a algum constituinte da Td ou a outras
vacinas contendo um ou mais destes antigénios. Trombocitopenia ou complicações neurológicas na
sequência de anterior vacinação contra o tétano ou difteria.

Precauções: síndroma de Gullian-Barré nas 6 semanas após dose anterior de toxóide tetânico.
Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou terapêutica anticoagulante. Doença
aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – IM ou SC profunda

Local da injecção: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo.

Reacções pós-vacinais: as mesmas para a vacina DTPa.

Prevenção do Tétano Neonatal e do Puerpério

É desejável que cada mulher antes gravidez receba 5 doses de toxóide tetânico, sendo que um dos
reforços deve ser feito no inicio da idade fértil. A decisão de administrar a vacina Td depende do nº total
de doses de toxóides recebidas, assim como o nº de anos decorrido desde a ultima dose:

Nº de doses recebidas Última dose há 10 ou mais Última dose há menos de 10


anteriormente anos (nº de doses anos (nº de doses
recomendadas) recomendadas)
Desconhecida, 0, 1 ou 2 2 (a) 2 (a)
3 1 (b) 1
4 ou mais 1 (c) 0
(a) – 2 doses com intervalo de 4 semanas. Deve receber mais uma dose, 6 a 12 meses após a ultima dose administrada
durante a gravidez
(b) – se a 3ª dose tiver sido administrada durante o primeiro ano de vida, a grávida dever receber 2 doses (intervaladas de 1
mês) e uma dose adicional, pelo menos, 1 anos após a ultima dose administrada durante a gravidez.
(c) – se tiver registo de 4 doses de toxóide e a 4ª dose tiver sido administrada antes dos 7 anos de idade, deve receber uma
dose adicional, pelo menos, 1 ano após a dose administrada.

Quando for necessário administrar 2 doses durante a gravidez, devem receber o seguinte esquema:

 A 1ª dose deve ser administrada logo no primeiro contacto durante a gravidez;


 A 2ª dose deve ser administrada, pelo menos, 4 semanas depois da 1ª e idealmente até 2
semanas antes do parto
 Recomenda-se ainda a 3ª dose, 6 a 12 semanas depois da segunda dose
 As mulheres com história vacinal desconhecida e que não tenham nenhuma dose de vacina
contra o tétano antes da gravidez, devem ainda receber dois reforços, o primeiro 1 a 5 anos
depois da 3ª dose e o segundo 1 a 10 anos depois da 4ª dose.
 As vacinas inactivadas são consideradas seguras para o feto e as vacinas vivas estão contra
indicadas (VASPR e BCG).

Prevenção do tétano na presença de ferimentos

História de vacinação contra o Feridas não potencialmente Feridas potencialmente tetanogénicas


tétano (nº de doses) tetanogénicas Vacina imunoglobulina
Vacina imunoglobulina
Desconhecida ou <3 Sim Não Sim Sim (c) (d)
 3 e a última há:
<5 anos Não (a) Não Não (a) (b) Não (b)
5 a 10 anos Não (a) Não Sim Não (b)
 10 anos Sim Não Sim Não (b) (d)
(a) Excepto se o esquema vacinal estiver em atraso
(b) Excepto os indivíduos com alterações da imunidade que devem receber imunoglobulina (250 U) e vacina, qualquer que seja
o tempo decorrido desde a última dose
(c) Dose de 250 U, administrada numa seringa diferente e em local anatómico diferente do da vacina
(d) Se o tratamento for tardio ou incompleto ou se a ferida apresentar um elevado risco tetanogénico, deverá ser administrada
imunoglobulina na dose de 500U, em local anatómico diferente do da vacina e ser instituída antibioterapia, para profilaxia de
outras infecções
9. DTPaHib – vacina tretavalente contra difteria, o tétano, a tosse
convulsa e a doença invasiva por Haemophilus influenzae b
Tipo de vacina: vacina combinada tretavalente, contendo: toxóide diftérico adsorvido (D), toxóide tetânico
adsorvido (T), toxóide e subunidades de Bordetella pertussis (Pa)e oligossacáridos ou polissacárido
capsular de Haemphilus influenzae b, conjugados com uma proteína bacteriana (Hib).

Contra-indicações: reação anafiláctica a uma dose anterior da vacina, ou a algum dos constituintes da
vacina ou a outras vacinas contendo um ou mais destes antigénios. Encefalopatia de etiologia
desconhecida, nos 7 dias após a administração de uma vacina com o componente pertussis.

Precauções: alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento de convulsões ou deterioração


neurológica, nomeadamente encefalopatia evolutiva. Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações
da coagulação ou terapêutica anticoagulante, doença aguda grave com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – IM

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda

 12 meses: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo

10. DTPaVIP – vacina tretavalente contra a difteria, o tétano, a tosse


convulsa e a poliomielite
Tipo de vacina: vacina tretavalente, contendo: toxóide diftérico adsorvido (D), toxóide tetânico adsorvido
(T), toxóide e subunidades de Bordetella pertussis (Pa) e vírus da poliomielite, inteiros e inactivados (tipos
1,2 e 3) (VIP).

Contra-indicações: reação anafiláctica a uma dose anterior da vacina, ou a algum dos constituintes da
vacina ou a outras vacinas contendo um ou mais destes antigénios. Encefalopatia de etiologia
desconhecida, nos 7 dias após a administração de uma vacina com o componente pertussis.

Precauções: hipersensibilidade à neomicina, estreptomicina ou polimixina B – indicada a vacinação em


meio hospitalar. Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento de convulsões ou
deterioração neurológica, nomeadamente encefalopatia evolutiva. Trombocitopenia, diátese hemorrágica,
alterações da coagulação ou terapêutica anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – IM

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda

 12 meses: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo

11. DTPaHibVIP – vacina pentavalente contra a difteria, o tétano, a


tosse convulsa, a doença invasiva por Haemophilus influenzae b e
a poliomielite
Tipo de vacina: vacina combinada pentavalente, contendo: toxóide diftérico adsorvido (D), toxóide
tetânico adsorvido (T), toxóide e subunidades de Bortella pertussis (Pa), oligossacáridos ou polissacárido
capsular de Haemophilus influenzae b, conjugados com proteína (Hib) e vírus da poliomielite, inteiros e
inactivados (tipos 1,2 e 3) (VIP)
Contra-indicações: reação anafiláctica a uma dose anterior da vacina, ou a algum dos constituintes da
vacina ou a outas vacinas contendo um ou mais destes antigénios. Encefalopatia de etiologia
desconhecida, nos 7 dias após a administração de uma vacina com o componente pertussis.

Precauções: hipersensibilidade à neomiciona, estreptomicina ou polimixina B – indicada a vacinação em


meio hospitalar. Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento de convulsões ou
deterioração neurológica, nomeadamente encefalopatia evolutiva. Trombocitopenia, diátese hemorrágica,
alterações da coagulação ou terapêutica anticoagulante, doença aguda grave, com ou sem febre.

Dose e via de administração: 0,5ml – IM.

Local da injecção:

< 12 meses: musculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda

 12 meses: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
esquerdo

12. HPV – vacina bivalente contra infecções por vírus do Papiloma


humano
Tipo de vacina: vacina bivalente, recombinante, com adjuvante contendo proteínas L1 do vírus do
papiloma humano dos tipos 16 e 18.

Indicações terapêuticas: prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero e do cancro do


colo do útero com relação causal com os genótipos 16 e 18 do HPV

Contra-indicações: reação à hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes da


vacina.

Precauções: doença aguda grave com ou sem febre, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou
terapêutica anticoagulante. Gravidez e aleitamento.

Dose e via de administração: 0,5ml –IM

Local da injecção: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço
direito

Locais anatómicos de administração das vacinas

< 12 meses de idade  12 meses de idade


Braço esquerdo Baraço direito Braço esquerdo Braço direito
BCG -------------------------- BCG (a) VASPR (c)
Coxa esquerda Coxa direita MenC (b) VHB
DTaHibVIP VHB DTPa Hib
DTPa Hib DTPaHib VIP
DTPaHib VIP DTPaVIP HPV
DTaVIP Td
(a) A administração de BCG no esquema em atraso, implica que as vacinas a serem efectuadas nos 3 meses seguintes sejam
administradas no braço direito
(b) Se administrada a crianças < 12 meses a MenC deve ser administrada na coxa esquerda
(c) Se administrada a crianças < 12 meses a VASPR deve ser administrada na coxa direita

Deve-se ter em atenção:

 As vacinas de administração IM nunca devem ser inoculadas no músculo nadegueiro


 Antes dos 12 meses as vacinas devem ser inoculadas na coxa (exceto o BCG) e a partir dessa
idade, na parte superior do braço
 Após a administração da BCG a região deltóide do braço esquerdo só pode ser inoculada com
outra vacina depois decorridos 3 meses
 Após 12 meses de idade, quando não existir desenvolvimento suficiente da parte superior do
braço podem ser administradas vacinas nas coxas
 Nos casos em que haja necessidade de administrar mais do que o uma vacina no mesmo
membro, as injecções devem ser distanciadas de pelo menos 2,5 a 5cm
 Nos casos em que as vacinas sejam administradas em locais anatómicos diferentes dos
aconselhados é obrigatório o registo do local anatómico onde foi administrada.

Intervalos entre as múltiplas doses do mesmo antigénio


Intervalos superiores ao recomendado: Os intervalos superiores aos estabelecidos no calendário
vacina não reduzem a concentração final de anticorpos protectores, sendo necessário que se
complete o esquema estabelecido, independentemente do tempo decorrido desde a administração da
última dose.

Intervalos inferiores ao recomendado: pode ser necessário encurtar os intervalos, devendo sempre
respeitar os intervalos mínimos entre as doses e a idade mínima de administração da primeira dose,
conforme:

Intervalos entre a administração de vacina de antigénios diferentes


A mistura de diferentes soluções vacinais na mesma seringa, para administração simultânea numa só
injecção, é contra-indicada, comprometendo quer a eficácia quer a segurança das vacinas
misturadas, podendo provocar reacções adversas graves.

Contra-indicações da vacinação
Doença aguda: com febre superior a 38,5 ºC

Reacções secundárias graves: antecedentes de reacções anafilácticas

Reacções de hipersensibilidade grave a componentes vacinais: hipersensibilidade a antibióticos


e/ou outros componentes, como neomicina, leveduras e gelatina
Gravidez: não devem ser administradas a VAS, VAR, VASPR e BCG

Alterações imunitárias: síndromes de imunodeficiência congénita, estados de imunossupressão


associados a certas terapêuticas, estados de imunodepressão devidos a terapêutica sistémica com
corticosteróides em doses elevadas (durante < 14 dias – as vacinas vivas podem ser administradas
logo depois de parar o tratamento; durante 14 dias ou mais – as vacinas vivas só podem ser
administradas 1 mês depois de parar o tratamento)

Transplante de órgãos: a administração de vacinas inactivadas é recomendada 6 meses depois do


transplante; a administração de VASPR é recomendada 2 anos depois do transplante, exceto se os
indivíduos estiverem a fazer terapêutica imunossupressora; o BCG está contra-indicado

Indivíduos com VIH positivo, assintomáticos sem imunodepressão grave devem cumprir o PNV:
o VAP está contra-indicado e substitui-se pelo VIP; nos filhos de mãe com VIH positivo, a vacina
BCG deve ser adiada até exclusão de infecção

Indivíduos com VIH positivo, sintomáticos e com imunodepressão grave: não podem receber
vacina vivas

Vacinas do PNV aconselhadas a doentes transplantados com células estaminais medulares ou


periféricas

Vacina Depois do transplante Comentários


BCG Contra-indicada Até 24 meses após o
transplante
DTPa Recomendada até aos 6 anos 3 doses: 12, 14 e 24 meses
de idade, inclusive após o transplante
Td A partir dos 7 anos 3 doses: 12, 14 e 24 meses
após o transplante
VIP Em qualquer idade 3 doses: 12, 14 e 24 meses
após o transplante
Hib Em qualquer idade 3 doses: 12, 14 e 24 meses
após o transplante
MenC Em qualquer idade 1 dose aos 12 meses após o
transplante
VHB Em qualquer idade 3 doses: 12, 14 e 24 meses
após o transplante
VASPR Em qualquer idade 2 doses, aos 24 meses após o
transplante e 6 a 12 meses
após a 1ª dose

Vacinas do PNV com contra-indicação absoluta e relativa para diferentes tipos de


imunodeficiência

Tipo de imunodeficiência Contra-indicação absoluta Contra-indicação relativa

Congénitas BCG VAPSR


Alterações dos linfócitos B VAP
(imunidade humoral
comprometida)
Alterações dos linfócitos T Vacinas vivas Nenhuma
(imunidade humoral e celular
comprometida)
Alterações do complemento Nenhuma Nenhuma
Alterações da função fagocitária BCG Nenhuma
Adquiridas BCG VASPR
VIH VAP
Cancro, transplantes ou Vacinas vivas (dependendo do Nenhuma
terapêutica imunossupressora estado imunitário)

Falsas contra-indicações:

 Doenças benignas tais como: infecções respiratórias ou diarreias, com temperatura < 38,5ºC
 Alergia, asma
 Antecedentes familiares de convulsões
 Tratamento com antibiótico
 Terapêutica com baixas doses de corticosteróides
 Dermatoses, eczemas, ou infecções cutâneas localizadas
 Doenças crónicas, cardíacas, pulmonares, renais ou hepáticas
 Doenças neurológicas não evolutivas – paralisia cerebral
 História de icterícia neonatal
 Má nutrição
 Aleitamento materno

Reação anafiláctica:

Sinais e sintomas:

 Prurido e urticária
 Edema da face, lábios ou outra parte do corpo
 Dificuldade em engolir
 Espirros, lacrimejo, tosse, rouquidão e pieira
 Dificuldade respiratória, cianose
 Prostração, pulso rápido e fraco, arritmia, hipotensão e choque

Tratamento:

1) Deitar o doente com os pés elevados


2) Manter as vias aéreas permeáveis
3) Administrar O2 (cânula nasal – 6L/min, máscara com reservatório – 15L/min)
4) Administrar adrenalina aquosa a 1mg/ml, por via IM na face anterior da coxa – deve ser repetida
em intervalos de 10 a 30min até 3 doses
5) Pedir ajuda para o 112
6) Em caso de obstrução das vias aéreas, administrar aerossol com broncodilatadores (salbutamol
em 0,03 ml/Kg, adrenalina 1mg/ml- diluir 1ml em 4ml de soro fisiológico)
7) Monitorizar o tempo de preenchimento capilar (TPC) e sinais vitais
8) Canalizar uma veia e iniciar perfusão EV de soro fisiológixo
9) Se a PA baixar e não responder à administração de adrenalina:
a. Administrar corticosteróides: hidrocortisona ou prednisolona
b. Iniciar perfusão endovenosa de adrenalina

Dose de adrenalina a 1:1000, via IM, de acordo com a idade para tratamento de reacções
anafilácticas

Idade Dose (mg)


2-6 meses 0,1 mg/Kg/dose
6 meses a < 6 anos 0,15
6 anos a <12 anos 0,3
12 anos 0,5

Vacinação em circunstâncias especiais


Crianças pré-termo e de baixo peso:

Devem ser vacinas com o esquema do PNV exceto para BCG e VHB.

 Peso < 2000g: a BCG deve ser adiada para quando atingir este peso
 RN de mãe com AgHBs negativo e peso <2000g: VHB deve ser adiada para o 1 mês de idade
ou quando atingirem este peso
 RN de mãe com AgHBs postivo: devem ser vacinados com VHB e receber imunoglobulina
específica nas primeiras 12h de vida
 Hepatite B for desconhecida: o RN deve ser vacinado como se a mãe fosse AgHBs positivo

Infecção por VIH:

Deve haver cumprimento do PNV e reforço da Hib e MenC. A BCG é contra-indicada.

 Se se excluir a existência no RN de VIH: BCG deve ser administrada aos 2 e 4 meses de


idade
 Criança com infecção por HIV: receber VASPR o mais precocemente possível aos 12 meses
de idade, seguida de uma 2ª dose com 4 semanas de intervalo

Asplenia anatómica ou funcional:

Cumprimento do PNV, essencialmente vacinas como MenC, Hib e Streptococcus pneumoniae

Terapêutica com produtos contendo imunoglobulinas:

Produtos contendo imunoglobulinas interferem com o desenvolvimento às vacinas virais vivas, a


vacinação com a VASPR há menos de 1 ano, recomenda-se:

 Após a administração de vacinas virais vivas, deve respeitar-se um período mínimo de 2


semanas para a administração de produtos contendo imunoglobulinas
 Após a administração de produtos contendo imunoglobulinas deve ser respeitadoo um período
de 3 a 11 meses até a administração de vacinas contra o sarampo
 Aconselha-se um período mínimo de 3 meses entre a administração de produtos contendo
imunoglobulinas e a administração da vacina contra a rubéola

Indivíduos com alteração da coagulação:

Indivíduos têm risco acrescido de hemorragia se forem vacinados por via IM, assim podem ser vacinados
por via SC no caso das vacina Hib, VHB, VIP, DTaHib e Td.

Vacinas que integram o regulamento sanitário internacional

Compatibilidade de outras vacinas com as vacinas do PNV

Vacinas contra a gripe: podem ser administradas em simultâneo com outras vacinas mas em membros
diferentes

Vacinas pneumocócicas: a vacina Prevenar pode diminuir a resposta à vacina VIP e aos antigénio de
pertussis (Pa)

Vacina contra a varicela e hepatite A: não há dados que comprovam a compatvilidade com outras
vacinas

Vacina contra a febre-amarela, febre tifóide, cólera, encefalite da carraça, encefalite japonesa e
raiva: não existe dados de incompatibilidade

Vacina meningocócica polisacarídica: após a administração de Men C deve ocorrer intervalo de 2


semanas para administração de vacina meningocócica polisacarídica

Viajantes
- o viajante deverá programas uma consulta médica 2 ou 3 meses antes do inicio da viagem

- recomenda-se a VASPR a viajantes susceptíveis que se desloquem a áreas endémicas

- recomenda-se a VHB aos viajantes para áreas de alta endemicidade de hepatite B e risco de exposição
a sangue e seus derivados ou atividade sexual

- para viajantes não vacinados e com risco elevado de exposição ao vírus:

 3 doses: 0,1 e 4 meses (3ª dose após os 6 meses de idade)


 4 doses: 0,7, 21 dias e 12 meses
 4 doses:0,1,2 e 12 meses

- aos viajantes com vacinação incompleta, devem ser administradas as doses em falta

- as crianças não vacinadas que vao viajar para áreas endémicas devem ser vacinadas com a VAP

- os adultos não vacinados devem receber 3 doses de VIP: 0,1,6-12 meses

- os adultos previamente vacinados com VAP ou VIP devem receber uma dose de reforço de VIP antes
da partida

Profilaxia pós- exposição

 Indivíduos não vacinados contra a hepatite B e que têm indicação para serologia pós-
vacinal: uma dose de VHB em simultâneo com a imunoglobulina especifica anti-hepatite B; se
tiverem passado mais de 14 dias pós-exposição só deve ser administrada a vacina
 Profilaxia da difteria: antibioterapia + vacina de acordo com a idade. Deve ser administrada
uma dose de reforli de vacina (DTPa ou Td) se o ultimo reforço foi há mais de 5 anos
 Profilaxia do sarampo: a vacina contra esta doença confere protecção se administrada até 72h
pós-exposição
 Profilaxia da poliomielite: vacina oral produz mais rapidamente imunidade e nível faríngeo e
intestinal
 Neisseria meningitidis C: Men C é recomendada aos contactos próximos de casos, podendo
ser administrada a partir das 6 semanas de idade

Responsabilidade do enfermeiro no ato vacinal:

- a vacinação deve ser efectuada em horário próprio divulgado à população, durante o qual os utentes se
dirigem ao CS para esse efeito

- observa e conforta o BIS e ficha individual de vacinação

- avalia a situação de saúde através de entrevista e observação física

- questiona sobre possíveis reacções vacinais anteriores

-identifica possíveis contraindicações

- identifica conhecimentos sobre o PNV

- explica, de acordo com as necessidades identificadas

- em que consiste a vacina a ser administrada, a que doenças se destina, forma de administração,
possíveis reacções pós-vacinais e forma de atuação caso ocorram

- referir a importância do BIS

- dá atenção especial ao estado emocional da mãe ou do utente a vacinar e:

- assegura-se de que todas as duvidas estão dissipadas


- estimula a colocação dos seus medos

-assume uma atitude o mais informal e descontraída possível

-prepara a vacina:

- assegura-se de que está condicionada à temperatura adequada e que não são visíveis

- verifica a validade e data de abertura do frasco

- agita o frasco ou ampola da vacina

- aspira a quantidade necessária

- coloca a agulha de acordo com o tipo de vacina

- recoloca o frasco da vacina no frigorifico ou inutiliza-o

- administra a vacina no local apropriado e segundo a técnica adequada

- observa reacções imediatas

- regista:

- a vacina administrada

- a data, dose, laboratório e lote no BIS e FIV

- assinatura e autenticação com carimbo

- combina a data e o horário da próxima vacina


RESUMO – PROMOÇÃO DA SAÚDE

Promoção da saúde: processo de capacitação da população para aumentar o controla sobre a sua
própria saúde e melhorá-la.

Inclui 5 áreas:

 Estabelecer politicas saudáveis


 Criar ambientes favoráveis à saúde
 Desenvolver competências pessoais
 Reforçar a acção comunitária
 Reorientar os serviços de saúde

Processo de encorajar a informação, influenciar atitudes, identificar alternativas – opção informada de


estilos de vida – que ajudem a atingir, ou manter níveis óptimos de bem-estar físico, mental e emocional

Alvos da promoção da saúde:

Hábitos pessoais, padrões de estilo de vida, ambiente – reduzir riscos e aumentar a saúde e o bem-estar
– fortalecer a capacidade do individuo de suportar o stress físico e emocional

Estilos de vida saudável: é aquele em que a pessoa se empenha num modelo de atividades
positivas, com regularidade diária – resultado de centenas de opções que o individuo faz ao longo da vida

Influenciados por: unidade familiar, herança, convicções religiosas, culturais, étnicas e


socioecnómicas da própria família. Pelos exames de rotina, consultas pré-natais, saúde infantil, ensinos
em saúde escolar, campanhas de informação ao público.

Papel do enfermeiro: uma vez que os jovens vão raramente a uma consulta é importante que enfermeiro
o contacte para a promoção de saúde e adapte o melhor estilo de vida.

O plano sugere a existência de oito comportamentos pessoais:

1) Evitar fumar - prioritária


2) Exercício físico regular
3) Limitar a ingestão de álcool – prioritária
4) Manter o peso corporal desejável
5) Seguir regime dietético equilibrado
6) Não usar drogar
7) Evitar fenómenos de violência e exclusão social
8) Dormir entre 7 a 8h – boa gestão do stress

Principais fatores de risco das causa de morbilidade e mortalidade:

 Idade
 Fatores hereditários
 Características do estilo de vida – sexo não seguro…
 Fatores ambientais – poluição…

Auto-responsabilização

O profissional de saúde envolvido na promoção da saúde deve respeitar: os complexos factores de


natureza pessoal, social, politica e económica que moldam a vida dos indivíduos

A maior parte dos males sociais estão ligados a escolhas individuais que não reflectem nem um padrão
de promoção de saúde nem auto-responsabilização.
Promoção da saúde Prevenção da doença
Objetivos Atuar sobre os determinantes da saúde Reduzir os fatores de risco e doença
Proteger contra riscos específicos
A quem ser População em geral Pessoas ou grupos em risco de adoecer
dirige, suas Grupos e às comunidades (prevenção primária)
ações Processoas sociais. Condições de vida e Indivíduos e grupos em risco e já doentes sem
sistemas que requerem alterações manifestações da doença (prev.secundária)
Doentes a quem se quer prevenir
complicações e morte (prev.terciária)
Modelos e Modelo de determinantes da saúde Modelos de saúde pública e epidemiologia
marcos Modelos socio-politicos ecológicos e sócio-
concetuais culturais
Modelo de investimento em saúde
Tipo de atores Promove a participação de novos atores Prestadores de serviços e profissionais das
sociais: os políticos, os representantes da ciências da saúde
sociedade civil, a comunidade
Métodos e Educação para a saúde, comunicação e Educação para a saúde
estratégias mercado social Prevenção primária: identificar riscos, reduzir
Desenvolvimento comunitário, participação susceptibilidade ou exposição antes do
comunitária e emponderamento surgimento da doença
Formulação de políticas publicas e Prevenção secundária: provas de detecção,
legislação diagnóstico e tratamento precoce para evitar o
Medidas fiscais progresso ou recorrência da doença
Alteração organizacional Avaliar os efeitos da doenças e danos
Promover ambientes físicos e sociais
favoráveis à saúde

Prevenção: implica um conjunto de ações antecipatórias que visam diminuir a probabilidade do


aparecimento de um acontecimento ou de uma situação – ‘’antes que’’; consiste em ajudar o individuo
dotando-o de aptidões para dar respostas mais funcionais e adequadas – ‘’junto de’’.

Estratégias de promoção da saúde:

Cidades saudáveis: Cuidados primários de saúde:

 Desenvolvimento sustentável  Primeiro contacto


 Modificação das condições  Integralidade
de vida  Longitudinalidade
 Colaboração intersectorial  Coordenação
 Envolvimento comunitário  Focalização na família
 Orientação comunitária

Redução da mortalidade prematura

Manutenção da independencia funcional

Extensão da expectativa de vida ativa

Melhoria da qualidade de vida

Estratégias de intervenção das equipas de saúde:

 Cuidados de saúde
 Promoção da saúde
 Protecção à saúde
 Pesquisa em saúde
Cuidados de saúde:

Curar, prevenir doenças (cancro do colo uterino), prevenir complicações (diabetes), aliviar sintomas
(doenças terminais), educar e informar.

Promoção da saúde:

a) Prevenção
a. Imunizações, detecção de casos novos, rastreios de cancro da mama…
b. Fluoretação da água como estratégia de prevenção de cáries
b) Educação para a saúde para a protecção à saúde preventiva: uso de cinto de segurança
c) Educação para a saúde: desenvolver habilidades em saúde em indivíduos e populações
d) Protecção à saúde: lugares públicos com politica antitabagismo
e) Educação para a saúde dirigida à protecção da saúde

Barreiras ao avanço da promoção da saúde:

 Incompreensão generalizada do alcance e dos benefícios da PS


 Importância excessiva do modelo médico-curativo
 Necessidade de financiamento
 Burocracia
 Falta de capacitação e de formação de recursos humanos
 Necessidades de descentralização das ações
 Necessidade de identificar evidências da eficácia das ações

Qualidade de vida

É uma condição que se alcança através da mobilização de diferentes dimensões, que se compensam e
harmonizam entre si, na nossa própria interpretação de vida.

Cuidados de saúde primários – educação para a saúde:

 Alimentação e nutrição apropriadas


 Água potável e saneamento básico
 Cuidados á gravida e à criança
 Vacinação
 Prevenção e controlo das doenças endémicas
 Tratamento básico dos problemas de saúde
 Provisão de medicamentos essenciais

Promoção de saúde/educação para a saúde:

A promoção da saúde é um processo de capacitação da população para aumentar o controlo sobre a


sua própria saúde e melhorá-la – fornecer os meios e as oportunidades, tornar possível, prático, simples e
dar poder legar, capacidade ou autorização para.

Dimensões: curricular, psicossocial, ecológica, comunitária.

Implicações: a quem atribuir responsabilidade da saúde? Quem são os alvos de intervenção? Até onde
devemos/podemos promover a saúde?

A educação para a saúde constitui-se como um instrumento, para alcançar os objetivos da promoção da
saúde, assumindo uma função vanguardista na estratégia global da promoção da saúde. É uma prática
essencial e uma responsabilidade intrínseca a todos os profissionais de saúde e da educação.

Encoraja: à informação, à influência de atitudes, identifica alternativas de modo a que o individuo


possa fazer a sua opção informada de estilos de vida saudáveis, ajudando a atingir ou manter níveis
óptimos de bem-estar físico, mental e emocional.
Objectivo: ajuda as pessoas a ter conhecimentos, a estabelecer hábitos e padrões de vida que
não ‘’abram caminho à doença’’ mas promovam a saúde e alterem hábitos de vida. Tornar o individuo
ativo e responsável em todos os processos e a promoção, prevenção, recuperação e reinserção social,
relacionados com a saúde, com a família e com a comunidade.

Atividades de educação para a saúde:

 Aconselhamento a doentes
 Campanhas publicitárias
 Trabalho comunitário, onde se incluem as escolas
 Formação em serviço
 Formação formal

Para que os ensinamentos sejam eficazes deve-se avaliar:

 A determinação do individuo
 A sua motivação
 O seu desejo de aprender, tendo em conta as experiências passadas e sua capacidade
percetual

Princípios para realizar educação para a saúde:

 Conteúdo que pretendemos transmitir


 O recetor
 Os encargos económicos, de pessoal e de tempo

O conteúdo a transmitir e a metodologia utilizada, devem ter em conta:

 Individuo, família ou colectividade


 Idade e nível cultural, profissão
 Características do grupo (diabéticos, hipertensos…)

Estratégias para valorizar a aprendizagem:

 Materiais impressos
 Audiovisuais
 Demonstrações
 Oradores convidados
 Representações
 Passeios ao ar livre
 Apresentação de utentes com a mesma sintomatologia
 Conselhos e explicações (testemunhos) de utentes com a mesma sintomatologia

Estratégias e etapas de intervenção no processo de mudança:

Etapas Estratégias
Pré-contemplação Proporcionar mais informação. Ajudar a crer na sua capacidade de mudar.
Personalizar a avaliação

Contemplação Ajudar na alteração comportamental. Oferecer apoio. Fornecer material de ajuda

Ação Oferecer apoio. Ajudar a preparar para fazer face a possíveis problemas

Manutenção Ajudar a preparar para fazer face a possíveis problemas

Recaída Ajudar a compreender os motivos de recaída, sem penalizar. Fornecer informação


sobre o processo de mudança. Ajudar a fazer planos para a próxima recaída.
Oferecer apoio.
Áreas da educação para a saúde:

1) EpS em doentes individuais


2) EpS em grupo de doentes
3) EpS em familiares dos doentes
4) EpS em indivíduos sãos
5) EpS dirigida a responsáveis políticos e sociais

Importância da educação para os familiares de pessoas doentes:

 Herança genética de doenças: pessoas em que a genética foi herdade devem seguir regimes de
vida que promovam a saúde e previnam as doenças – HTA, DM.
 A ajuda da família para ultrapassar condutas de risco: incutir estilos de vida saudáveis
 Apoio psicológico que a família deve dar à pessoa doente

Fases e elementos da EpS:

Diagnosticar – planificar – aplicar – avaliar – divulgar

Elementos: conteúdos, metodologias, dinâmica de ação, atividades, relação educativa, resultados,


recursos, parcerias, tempo, objetivos, contexto, grupo destinatário, necessidades.

Planificar: definir problemas e prioridades – estabelecer metas e objetivos – escolher estratégia para
atingir as metas – identificar os recursos necessários – criar um plano de avaliação – definir um plano de
ação – executar o plano

Passos da identificação das necessidades:

1º Identificar o que o utente quer saber


2º Determinar como o utente quer aprender
3º Descobrir o que aumenta a aptidão e motivação do utente para aprender
4º Colher dados do utente, família e outras fontes para avaliar as necessidades de aprendizagem,
facilidade em aprender
5º Analisar os dados da avaliação de modo a identificar as necessidades de aprendizagem
cognitivas, psicomotoras e afectivas
6º Encorajar a participação do utente no processo
7º Ajudar o utente a definir as suas necessidades prioritárias de aprendizagem

O enfermeiro para realizar e EpS deve:

 Avaliar as suas capacidades pessoais (emocional, calma, confiança)


 Certificar-se de que possui um conhecimento real dos assuntos que aborda
 Aperfeiçoar-se na pedagogia
 Estabelecer boa comunicação com o grupo
 Procurar os pontos susceptíveis de merecer maior atenção
 Saber formar um grupo
 Controlar a eficácia pedagógica
 Saber tratar o tema no tempo desejado e previsto
 Manter um ritmo equilibrado
 Possuir um plano com os assuntos a abordar
 Ter em atenção as características do grupo verificando:
o O modo como se comporta
o A linguagem e expressões correntes no meio
o As realidades sociais, culturais e económicas locais
o As tradições
o O estado de espirito
o Ter em conta os seus sentimentos
o Ter a arte de saber colocar as questões para suscitar a discussão eficaz
o Ser sensível ao ambiente reinante entre os utentes
o Não prolongar a discussão ou o dialogo apenas com um dos participantes
o Ouvir as ideias dos utentes e saber responder
 Começar vigorosamente – o primeiro ponto é o mais recordado
 Usar um estilo claro, direto e sucinto
 Usar a voz ativa
 Acentuar o que é positivo
 Usar uma comunicação viva e não estatística ou gíria
 Dominar o receio antes de começar a sessão
 Manter uma certa disciplina
 Ultrapassar as falhas de memórias
 Criar um ambiente agradável

Literacia em saúde

Conjunto de competências cognitivas e sociais e a capacidade dos indivíduos para acederem à


compreensão e ao uso da informação de forma a promover e manter uma boa saúde

As competências em literacia em saúde incluem:

1) Competências básicas: para a promoção da saúde, adoção de comportamentos de protecção


de saúde e de prevenção de doença, bem como de auto-cuidado
2) Competências do doente para se orientar no sistema de saúde e agir como um parceiro ativo
dos profissionais
3) Competências como consumidor para tomar decisões de saúde na selecção de bens e
serviços e agir de acordo com os seus direitos, caso necessário
4) Competências como cidadão através de comportamentos informados de participação,
conhecimentos dos direitos e pertença e organizações de saúde e doentes

Orientações pragmáticas para a comunicação em saúde:

1) Reconhecer as diferenças culturais e respeito pelas práticas


2) Avaliar se a informação e fácil de usar
3) Utilizar apoios audiovisuais
4) Tornar a informação na internet relevante e simples de usar
5) Ouvir com atenção e falar claramente
6) Confirmar a compreensão

Obstáculos à educação para a saúde:

 Falta de recursos generalizada


 Cortes gerais nos serviços públicos
 Falta de diferenciação entre educação para a saúde e promoção da saúde
 Falta de parcerias entre sectores
 Tomadas de decisão insuficientemente partilhadas
 Falta de valorização da relação entre o estado de saúde e o sucesso no desempenho académico
 Currículo formal sobredimensionado, com pouco ou nenhum tempo para a educação para a
saúde
RESUMO – MEIO RURAL VS URBANO
O que é o rural?

Contraposição ao urbano, pode ser definido pela localização geográfica, densidade populacional ou pela
distância ou tempo para ter acesso a um centro urbano. ‘’ A população rural é a não urbana.’’

Desenvolvimento rural e urbano

 Diferentes espaços requerem políticas diferenciadas


 Os modos de vida e produção são distintos
 O acesso a serviços e oportunidades diferem bastante do meio urbano: tanto o mercado quanto
o Estado são falhos na oferta de serviços para o meio rural
 Em quase todo o mundo há concentração de pobreza no meio rural

Características da vida rural

 Mais espaço, maiores distâncias entre habitantes e serviços


 Trabalho cíclico/sazonal
 Interacções sociais/profissionais informais
 Acesso a sistemas de parentesco alargados
 Os habitantes são parentes ou amigos/conhecidos
 Ausência de anonimato
 Organização económica para a terra e para a natureza

Perceção do estado de saúde no meio rural

As populações rurais têm uma perceção mais pobre do seu estado de saúde e estado funcional:
identificam a sua saúde de forma menos favorável. Os adultos rurais envolvem-se menos em
comportamentos preventivos, o que aumenta a sua exposição ao risco.

Barreiras aos cuidados de saúde

 Acessibilidade – acesso logístico ao serviço necessário


 Capacidade económica
 Aceitabilidade – um determinado cuidado é adequado aos valores da população alvo
 Maiores distancias para obter serviços
 Falta de transporte pessoal
 Inexistência de transportes públicos
 Falta de telefones
 Inexistência de serviços domiciliários
 Políticas de comparticipação desiguais para os prestadores
 Condições climatéricas imprevisíveis
 Incapacidade de pagar os serviços

Cuidados de enfermagem em ambientes rurais

A enfermagem em meios rurais é caracterizada pelo isolamento físico que por si só pode condicionar
algumas das seguintes situações:

Isolamento profissional, poucos recursos económicos, humanos e de cuidados de saúde, exercício de


natureza alargada.

Vantagem: a familiaridade pessoal com os habitantes leva a que o enfermeiro possua conhecimentos
profundos dos utentes e sistemas familiares.

Desvantagem: reduzir o anonimato do enfermeiro e ser uma barreira para a recolha de informação sobre
o utente.
A enfermagem comunitária desenvolve-se em: domicilio, clinicas, escolas, locais de trabalho, prisões.

Fatores de risco de stress com o trabalho dos enfermeiros comunitários que exercem em meios
rurais:

 Problemas políticos/burocráticos
 Pouco pessoal, muito trabalho
 Conflitos intraprofissionais/interpessoais
 Encontros difíceis/desagradáveis com os doentes
 Ambiente do trabalho insatisfatório
 Familiares recusam prestar os cuidados necessários ao utente
 Doentes que são hostis, apáticos, dependentes
 Comunicação inadequada
 Temer pela segurança pessoal
 Dificuldade de localizar os doentes para a prestação

Preparação de enfermeiros para o exercício em meios rurais

Informação sobre:

 Teoria de enfermagem
 A promoção da saúde
 Os níveis de prevenção
 Reabilitação
 Obstetrícia, pediatria, médico-cirurgica
 Competências no planeamento e implementação de levantamentos comunitários
 Entendimento das preocupações de saúde

Ser sensíveis às crenças de saúde dos seus utentes e só depois planear e ter intervenções que estejam
de acordo com os valores e referencias culturais das comunidades.

Cuidados primários comunitários – processo de trabalho em parceria: permitem uma identificação


mais eficaz dos sistemas de apoio

Estratégias que os enfermeiros comunitários podem usar para estimular a construção de parcerias

 Apreender a perspectiva local (saber definir e caracterizar a comunidade)


 Identificar os problemas de saúde da comunidade
 Registar as barreiras reais e potenciais aos recursos existentes
 Elaborar lista de potenciais voluntários da comunidade dispostos a apoiar o projecto
 Estabelecer lista de prioridades de saúde da comunidade
 Educar os habitantes sobre o papel importante do sistema de saúde

Fatores que determinam diferenças individuais, dentro de grupos culturais

Idade, religião, idiomas e dialectos falados, género, ambiente socioeconómico, localização geográfica no
país de origem e no país actual, grau de assimilação no país de residência actual, condições em que
ocorreu a migração, estatuto de imigração.

Comportamentos reveladores de competência cultural

Competência cultural – é um processo contínuo que resulta da interacção de fatores que motivam as
pessoas para o desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e técnicas, de modo a cuidarem de
indivíduos, famílias e comunidades.

Princípios culturais de enfermagem:

 Os cuidados são concebidos para um utente especifico


 Os cuidados são baseados na singularidade da cultura da pessoa e incluem normas e valores
 Os cuidados incluem estratégias de delegação de poderes que facilitem a tomada de decisões
do utente, nos comportamentos relativos à saúde
 Os cuidados são prestados com sensibilidade para a singularidade da cultura dos utentes.

A competência cultural é necessária para prestar cuidados de enfermagem. Os enfermeiros vem


ser culturalmente competentes porque:

 A cultura do enfermeiro difere frequentemente da cultura do utente


 A assistência que não é culturalmente competente pode posteriormente aumentar o custo da
assistência de saúde e diminuir as hipóteses de resultados positivos
 É necessário ir ao encontro dos objetivos específicos das pessoas de culturas diferentes

Estádios do desenvolvimento da competência

Incompetência Sensibilidade cultural Competência cultural


cultural
Dimensão cognitiva Esquecido Atento Bem informado
Dimensão afectiva Apático Simpatizante Empenhado na
mudança
Dimensão técnica Ausência de perícia Falta de alguma perícia Perícia elevada
Efeito total Destrutivo Neutro Construtivo

O desenvolvimento da competência cultural deve incluir:

Consciência cultural: apreciação e sensibilização para os valores, crenças, estilos de vida.


Receptividade à aprendizagem da dimensão cultural do utente.

Conhecimento cultural: fornece aos enfermeiros os elementos organizadores das culturas e as


informações acerca do que é necessário para prestar cuidados eficazes.

Capacidades culturais: reflecte a integração da consciência cultural e do conhecimento cultural para ir


ao encontro das necessidades do utente.

Encontro cultural – um encontro de sucesso pode ser avaliado segundo:

 Os enfermeiros devem sentir-se realizados com o estabelecimento dessas relações


 Os utentes sentem que as interacções são calorosas, cordiais, respeitosas e cooperantes
 As tarefas sal cumpridas eficientemente
 Ambos sentem níveis mínimos de stress

Dimensões da competência cultural:

Preservação da cultura: enfermeiro é capaz de apoiar os utentes na selecção dos aspectos da sua
cultura que promovem comportamentos saudáveis e impede-se de influenciar o utente

Acomodação cultural: o enfermeiro reconhece que uma determinada prática, tem relevância cultural e
auxilia o utente a integrar esta prática

Repadronização cultural: ação dos enfermeiro na modificação de comportamentos culturais lesivos,


negativos ou incompatíveis com o bem-estar do utente.

Inibidores do desenvolvimento da competência cultural:

Estereotipagem: os enfermeiros fazem generalizações acerca dos utentes para poderem tomar
rapidamente decisões. Os estereótipos podem ser: positivos, negativos (rotular os indivíduos pelo
diagnostico)

Preconceito: denota atitudes negativas acerca dos outros grupos.

Racismo: forma de preconceito


Etnocentrismo ou preconceito cultural: determina padrões de comportamentos julgados pelos outros
grupos, desvalorizando os comportamentos que diferem do seu.

Avaliação cultural de enfermagem – princípios que auxiliam o enfermeiro na condução de


avaliações culturais:

Os enfermeiros devem:

1) Conhecer sempre os seus ambientes


2) Conhecer as organizações sociais comunitárias, como escolas, igrejas
3) Conhecer as áreas específicas que pretendem focar
4) Seleccionar uma estratégia que os auxilie na recolha de enformações de índole cultural
5) Identificar um confidente que os auxilie a quebrar o fosso intercultural
6) Conhecer as questões relevantes a pôr aos utentes
7) Conhecer as +perspectivas de outros enfermeiros que tenham trabalhado com outras culturas
8) Evitar armadilhas, não fazendo generalizações
9) Ser sinceros, abertos e honestos com os utentes
10) Conversar com os chefes da comunidade para obter a compreensão global
11) Estar atento que todas as informações têm aspectos objetivos e subjectivos e que devem
verificar e confrontar as informações recolhidas

A FAMILIA NA SAÚDE E NA DOENÇA

Funções familiares:

 Geradora de afeto
 Proporcionadora de segurança e aceitação pessoal
 Proporciona de satisfação e sentimento de utilidade
 Asseguradora da continuidade das relações
 Proporcionadora de estabilidade das relações
 Impositora da autoridade e do sentimento do que é correto

Funções de saúde da família: Proteger a saúde dos seus membros e dar apoio e resposta às
necessidades básicas

Funções e tarefas de saúde da família:

 Assegurar alimentos, abrigo e vestuário adequados


 Manutenção do ambiente físico e psicossocial domiciliário favorável à saúde
 Asseguarar os recursos de manutenção da higiene pessoal
 Assegurar as respostas às necessidades espirituais
 Tomada de decisões em situação de saúde/doença
 Supervisão de medicações
 ….

Família saudável:

 Dialoga e ouve
 Há sustento e apoio recíproco
 Ensina a respeitar os outros
 Desenvolve um sentimento de confiança
 Tem senso de humor
 Ensina a distinção entre certo e errado
 Há interacção entre os membros
 ….

Riscos de saúde familiar:

 Famílias vulneráveis
 Famílias com problemas de natureza fisiológica, psicológica e social
 Não experimentam estabilidade financeira
 Vivem continuamente em situações de desorganização

Categorias principais do risco para a saúde das famílias:

 Risco biológico: susceptibilidade por certas doenças


 Risco social: susceptibilidade de quebra da saúde por fatores ambientais, culturais…
 Risco económico
 Estilo de vida de risco
 Risco relacionado com acontecimentos da vida

Acontecimentos não normativos:

Positivos: promoção no emprego, ganho de uma herança

Negativos: doença grave, divórcio, morte

Abordagens de enfermagem comunitária para a redução do risco familiar: conhecer a família, as


suas forças e necessidades, prestar cuidados às famílias individualmente nas suas casas

Enfermeiro de saúde familiar:

- deteta potenciais problemas a nível do funcionamento da família em fase incipiente

- face aos problemas detetados, analisar e planear soluções

- o enfermeiro deve ajustar-se aos conceitos e noções que encontra e provocar atitudes de atitudes de
mudança positiva

- apoia a família na sua habilidade para desempenhar as tarefas relacionadas com a saúde

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