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Saúde coletiva

Atualização em Imunização
PROF. ENF. HELOISA MAIA
Conceitos
 Imunizar: “ TornarNÃO suscetível a uma
determinada doença.”

 Vacina: produto farmacológico que contém


agentes imunizantes capazes de induzir a
imunização ativa.
Imunização
Ativa:
Modo Natural: resposta imunológica com a produção de anticorpos específicos por
infecção natural.

Modo artificial: a partir de administração de vacinas que estimulam a produção de


anticorpos específicos.

Passiva: imediata, porém transitória. Não ativa células de memória.


Via natural: amamentação
Via Artificial: administração de soros, imunoglobulinas, anticorpos.
* É utilizada quando não se pode aguardar a produção de anticorpos em quantidade
adequada.
Imunidade celular e Imunidade humoral

 A imunidade celular é aquela mediada pelos


linfócitos T8 ativados em células assassinas.

 A imunidade humoral é aquela mediada pelos


linfócitos B ativados em plasmócitos e está
relacionada à produção de anticorpos contra
determinado antígeno.
História do PNI
 O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na
década dos anos sessenta, mostrou que a vacinação em
massa tinha o poder de erradicar a doença. O último caso
de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo em
1977 na Somália.
 Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de
Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da
Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações.
História do PNI
 Em 1975 foi institucionalizado o PNI que passou a coordenar, assim, as atividades de imunizações
desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços.

 Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª CAMPANHA NACIONAL DE


VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5
anos em um só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de
1989.

 Em setembro de 1994 o Brasil junto com os demais países da região das américas, recebeu da
Comissão Internacional para a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus
Selvagem nas Américas, o Certificado que a doença e o vírus foram eliminados de nosso
continente.

 Ao longo do tempo, a atuação do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional. As


metas mais recentes contemplam erradicação do sarampo e a eliminação tétano neonatal. A
essas, se soma o controle de outras doenças imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e
Tétano acidental, Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola
e Caxumba em alguns Estados, bem como, a manutenção da erradicação da Poliomielite.
Metas do PNI- Coberturas Vacinais de Rotina
Vacinas de Rotina do
calendário da criança até 1
ano:
- BCG, Penta, Polio, Pneumo 10,
Meningo C, Tríplice Viral,
Hepatite A, Febre Amarela –
95% das crianças até 1 ano
vacinadas com esquema
Proteção Coletiva completo.
Cobertura de Rebanho - Rotavírus – 90% das crianças
até 1 ano vacinadas com
esquema completo
Metas do PNI- Coberturas Vacinais de Rotina
 Vacinas de Rotina do calendário da criança até 1 ano:
- BCG, Penta, Polio, Pneumo 10, Meningo C, Tríplice Viral,
Hepatite A, Febre Amarela – 95% das crianças até 1 ano
vacinadas com esquema completo.
- Rotavírus – 90% das crianças até 1 ano vacinadas com
esquema completo

 Proteção Coletiva:
Cobertura de Rebanho
Calendário da Criança
Ao nascer: BCG e hepatite B
BCG: pode ser realizada até 4 anos, 11 meses e 29 dias
Hepatite B mopnovalente : pode ser realizada até 30 dias de vida da criança.

Aos 2 meses de vida: D1 de Penta, Polio Inatiavada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus. A Penta poderá ser
administrada até menores de 7 anos.
Polio e pneumo: até menores de 5 anos.

Aos 3 meses de vida: D1 de meningo C. Pode ser administrada até menores de 5 anos.

•Aos 4 meses de vida: D2 de Penta, Polio Inativada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus.

ATENÇÃO AOS PRAZOS DA ROTAVÍRUS :


D1 – AOS 2 MESES ATÉ 3 MESES E 15 DIAS DE VIDA
D2 - AOS 4 MESES ATÉ 7 MESES E 29 DIAS.
QUANDO A CRIANÇA NÃO REALIZA D1 , NÃO É POSSÍVEL REALIZAR DOSE SEQUENCIAL

Aos 5 meses de vida: D2 de meningo C



Calendário do Criança
Aos 6 meses: D3 de penta e Polio Inativada (VIP).

Aos 9 meses: Febre Amarela (DOSE PADRÃO). Esta vacina está prevista para população até 59
anos de idade.

Aos 12 meses : D1 de tríplice viral e REFORÇO de pneumo 10 e meningo C. A vacina tríplice viral está
prevista para população até 49 anos de idade.

Aos 15 meses: Dose única de hepatite A, 1º Reforço com DTP, Tetraviral e 1º Reforço com Polio Oral
(VOP). A DTP pode ser realizada em crianças < 7 anos. Polio Oral , Tetraviral e Hepatite A -< 5 anos.

Aos 4 anos :2º Reforço de DTP , Polio Oral (VOP) e Reforço Varicela Monovalente.

ATENÇÃO: CRIANÇAS MENORES 2 ANOS DE VIDA PRIMOVACINADAS, REALIZAR F.A. E APÓS NO MÍNIMO 30 DIAS ,
REALIZAR TRIVIRAL/TETRAVIRAL . NESTE CASO, OBRIGATORIAMENTE, A CRIANÇA DEVERÁ RECEBER F.A. SEPARADA DE
TRIVIRAL/TETRAVIRAL A Varicela monovalente: pode ser realizada na idade entre 5 a < 7 anos . Duas doses com
intervalo de 30 dias.
Calendário do Adolescente- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo anterior= NÃO REVACINAR

HPV quadrivalente* (inativada): 2 doses , intervalo de 6 meses


*meninas de 9 a 14 anos
*meninos de 11 a 14 anos

Dupla adulto (toxoide): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior=
NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Meningocócica C (inativada) : dose única ou Reforço.* meninos e meninas de 11 a 14 anos

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior com 2 doses= NÃO REVACINAR

*A vacina HPV está indicada em 3 doses (esquema 0, 2 e 6) para quem vive com HIV na faixa etária
de 09 a 26 anos de idade, necessitando de prescrição médica para ser vacinado.
Calendário do Adulto- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto (toxoóde): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo
anterior = NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior = NÃO REVACINAR.


Até 29 anos: 2 doses com intervalo de 30 dias
De 30 a 49 anos: Dose única
Profissional de Saúde 2 doses com intervalo de 30 dias

Febre Amarela: Dose Fracionada (campanha) ou Dose Padrão, depende da condição clínica . Esta
vacina pode ser administrada de 9 meses de vida até 59 anos de idade.
Calendário da Gestante
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto : 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior > 5
ANOS=FAZER RFORÇO COM DTPa

DTPa: Como dose que completa esquema de Dt ou dose única devido à gestação. O ideal é
que esta vacina seja administrada entre a 20ª e 36ª semana de gestação.

A vacinação contra a Influenza é sazonal = Período de Campanha Nacional entre os meses de abril
e maio = vacinação trivalente (cepa vigente devido à possível mutação viral).
Vacinas Atenuadas
 Vacinas atenuadas:

- BCG, Rotavírus , Polio Oral, Triviral, Febre Amarela,


Tetraviral, Varicela monovalente.

As demais vacinas são consideradas inativadas.


Vias de Administração
 Intradérmica: BCG
 Subcutânea: Triviral, Febre Amarela, Tetraviral e Varicela
monovalente;
 Intramuscular: Hepatite B, penta, pneumo10, Polio
inativada, meningo, Hepatite A, HPV, Influenza, DTP, Dupla
Adulto (dt), DTPa adulto.
 Oral: Polio oral e Rotavírus.
 Intradermica
• Aplicação de vacina contra a tuberculose — BCG ( Bacilo
de
 Calmett e Guerin; Mitsuda para Hanseniase).
• Quantidade aconselhável, no máximo de 0,5 ml e o ideal
de 0,1 ml, do tipo cristalina e isotônica.
• Ângulo de 15º com bisel para cima.
Intradérmica (ID)
Locais de aplicação
• Pouca pigmentação.
• Poucos pêlos.
• Pouca vascularização.
• Fácil acesso.
• Região que concentra as
características é a face ventral do
antebraço;
• Região escapular das costas pode
ser utilizada se preenchidos os
requisitos acima citados.
• Região do deltóide direito foi
intemacionalmente padronizada
como área de aplicação do BCG —
ID.
Via subcutânea
 A absorção da medicação é mais lenta que pela via IM e EV;
 O volume injetado pode ser frações de ml, podendo variar conforme as condições de tecido
subcutâneo de cada cliente, geralmente aplica-se até 3ml (excetuando-se os administrados via
hipodermóclise);
 Não tolera substâncias irritantes e medicamentos que retardam a absorção;
 Tolera tanto substâncias aquosas como oleosas, cristalinas ou coloidais;
 Somente soluções isotônicas (SF 0,9% e SG 0,5%) podem ser introduzidas nesta via;
 Em idosos ou clientes muito emagrecidos deve-se realizar exame físico para avaliar o local mais
adequado para aplicação ou seja onde houver melhores condições cutâne-musculares;
 Realizar rodízio da aplicação das injeções para evitar lesões.
 Tamanho da agulha: 13 x 3,8 ou 13 x 4,5
Locais de Aplicação:

 Face superior externa do braço;


 Região anterior da coxa;
 Face externa da coxa;
 Região abdominal (entre os rebordos costais e as cristas
ilíacas);
 Região superior do dorso.
Intramuscular (IM)
 A administração IM, deposita o medicamento no tecido muscular.
 A musculatura deve dispor do seguinte conjunto de
características: ser desenvolvido, de fácil acesso e não conter
grandes vasos e nervos em nível superficial.
 O músculo deve estar relaxado para injetar o
medicamento.
 Volume ideal 3ml, podendo atingir até 5 ml. Crianças, idosos e
pessoas excessivamente magras, até 2 ml.
 Crianças pequenas e lactentes administrar até 1ml.
 Seringa: 3 ou 5 ou 10ml (de acordo com o volume a ser injetado).
Bisel lateralizado.
 Agulha: 25 x 6 (crianças) 25x7, 25x8, 30x7 e 30x8
 Músculo utilizados:
 Deltóide

 Vasto lateral

 Glúteo máximo

 Gluteo médio
Via Oral
Avia oral é utilizada para a
administração de soluções
que são melhor absorvidas
no trato gastrointestinal. O
volume e a dose dessas
soluções são introduzidas
pela boca e apresentados,
geralmente, em gotas.
Padronização dos Locais de Aplicação
*Diretriz:
- Calendário em dia x criança em atraso;

- Plano de Imunização do Indivíduo;

- Avaliação e responsabilidade do aplicador: estrutura física do usuário, oferta


de massa muscular no sítio de aplicação, via de administração;

- Recomendação para vacinação com via intramuscular:


- vasto lateral em < 2 anos de idade;
- deltóide a partir de 2 anos de idade.
Importante
 O glúteo não é mais um local de aplicação
recomendado pelo PNI, desde o ano 2001 !

 Esta recomendação se fundamenta:


- Risco de lesão do nervo ciático;
- Oferta de massa muscular x tecido adiposo em crianças =
pode ocorrer absorção inadequada de algumas vacinas.
O intervalo entre as Vacinas!!!!!!!!

Inativado /Inativado- nenhum

Atenuado/Inativado- nenhum

Atenuado/Atenuado: mínimo
15 dias/ideal 30 dias
Vacinação Simultânea
Conceito: É a aplicação de 2 ou mais vacinas em diferentes
sítios anatômicos. Não intensifica a ocorrência de
eventos adversos pós-vacinais e não prejudica a
resposta imunológica.

 As vacinas podem ser administradas simultaneamente ,


exceto a vacina febre amarela e tríplice viral em crianças
< 2 anos. Neste caso, estas vacinas devem ser
administradas com intervalo mínimo de 30 dias.
MOTIVOS PARA ADIAR VACINAÇÃO
Presença de febre moderada à grave - evitar associação
de um possível EAPV ;

Uso de corticóide : superior a 2 semanas com dose maior


ou igual 2mg/kg/dia em crianças com peso menor de 10
kg ou acima de 20mg/dia em crianças com peso acima
de 10kg e adultos – aguardar 1 mês após o término da
corticoterapia.
Intervalo entre hemotransfusão e vacinas
atenuadas injetáveis
Uso de Antitérmico Profilático
 Estudos comprovaram que o uso do paracetamol
profilático desencadeia uma redução do título de
anticorpos das vacinas administradas.

 O uso desta medicação deverá ocorrer mediante


orientação médica e atrelada à história familiar de
convulsão e /ou ocorrência de Eventos Adversos Pós-
vacinais associados à ocorrência de febre moderada
/grave.
CONTRAINDICAÇÕES

FALSAS ! Doenças
infecciosas ou Desnutrição
Diarrréia
leve/moderada
Prematuridade
/baixo peso
(exceto a BCG-
alérgicas –
trato
peso mínimo
respiratório 2000g)- idade
superior cronológica;
(tosse,coriza);

Corticóide em doses
Doenças de História familiar Uso de
diárias não elevadas
pele (impetigo de convulsão ou antibióticos
durante < 1 semana/
uso prolongado com , escabiose) morte súbita
baixas doses / em dias
Reação local a
alternados /
dose anterior
corticóides inalatórios

Aleitamento
Alergias não Tratamento Histórico
materno exceto
relacionadas antirrábico pregressa de
vacina contra a
aos em curso doença
Febre Amarela
componentes imunoprevenível
das vacinas
CONTRAINDICAÇÕES PARA VACINAS DE VÍRUS ATENUADOS

Verdadeiras!
Gravidez
Altas doses
de corticóide
por mais de
15 dias

Neoplasia
maligna Quimioterapia
/ Radioterapia
OS 12 PASSOS CERTOS EM IMUNIZAÇÃO

VACINAÇÃO SEGURA
Conferi se a câmara e a
caixa térmica estão com
temperaturas adequadas (entre
2 a 8 °C)?
1- Conferi o nome
completo do usuário?

2- Conferi registros
vacinais! (avaliação da
caderneta/cartão)

3- Realizei anamnese individualizada?


(estado de saúde, febre, EAPVs anteriores
, uso de medicações *corticóide*, alergias
a componentes específicos?
Idade certa:
Conferi a data de
nascimento? Calculei a
idade?
Vacina certa: Conferi o rótulo certificando
o nome de cada vacina por no
mínimo TRÊS VEZES?

Conferi o rótulo certificando a validade


do lote em uso no mínimo TRÊS
Validade Certa: VEZES? (e do diluente em caso de
reconstituição!)
Dose certa:
Conferi se a dose é
D1, D2, D3 ou
reforço?
Insumo certo: Conferi a compatibilidade
entre seringa agulhada e via de
administração?

Conferi se o volume aspirado está de


acordo com o preconizado pelo
Volume Certo: PNI considerando também faixa
etária do usuário?
Via de administração
certa: Conferi a via de
admnistração? (oral,
intradérmica, subcutânea
e intramuscular)
Conferi se o sítio de
aplicação está de acordo
com a padronização
preconizada pela CPI?

Conferi se o ângulo está de acordo


com a técnica de via de
administração?
Ângulo Certo:
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
CHOQUE ANAFILÁTICO: depois de minutos até 2 hs após a vacinação;

Sinais e Sintomas:
- diminuição ou abolição do tônus muscular;
- palidez;
- cianose;
- resposta diminuída ou ausente aos estímulos;
- depressão ou perda da consciência;
- hipotensão ou choque;
- algumas vezes parada cardíaca associada ou não às alterações respiratórias e manifestações
cutâneas.

TODA SALA DEVE ESTAR MUNIDA DE UM KIT DE EMERGÊNCIA

-AMPOLA DE ADRENALINA 1:1000;


-HIDROCORTISONA DE 100mg;
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
Referências Bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação/ Ministério da Saúde. Secretaria
de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis- Brasília. Ministério da Saúde,
2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós- vacinação/ Ministério
da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis-3. ed.
Brasília. Ministério da Saúde, 2014.

Levi.Guido. Controvérsias em imunizações: 2013/Guido Levi. Heloisa Ihle Giamberardino, Renato Kfouri- São
Paulo: Segmento Farma, 2014.

CPISMS-RJ. Guia Prático de Normas e Procedimentos de Imunização. Rio de Janeiro. 2016.


BORA PRATICAR

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