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em vacinação
DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE
EM SAÚDE
DA FAMÍLIA
UNIDADE
Preparação e
3
administração
das vacinas e
conservação de
imunobiológicos
Ana Catarina
de Melo Araújo
Preparação e administração das vacinas
e conservação de imunobiológicos
Para garantir que o PNI continue sendo um programa de sucesso e que os calendários
básicos de vacinação sejam eficazes, precisamos administrar esses imunobiológios de uma
maneira segura e eficaz. Então, convido você para conhecer as vias e técnicas de adminis-
tração de vacinas. Vamos lá?
Por muito tempo, o Programa Nacional de Imunizações tinha como grande objetivo o alcance
das coberturas vacinais, no entanto, ao longo dos anos, foi aumentando o número de vacinas
introduzidas no calendário básico de vacinação. Dessa forma, começou a se pensar na utiliza-
ção correta das técnicas de administração de vacinas, para que os erros não sobressaíssem ao
número de casos das doenças imunopreviníveis.
O maior objetivo ao se realizar a administração correta de uma vacina é assegurar que essa
atinja uma imunidade máxima com o mínimo de dano possível. Administrar uma vacina requer
habilidade e conhecimento por parte do profissional que está realizando o procedimento.
A técnica de aplicação, sem dúvida, merece atenção especial, mas outros aspectos também são
importantes e devem ser observados (CDC, 2011; WHO, 2010):
• o atendimento e a atenção ao indivíduo fazem diferença. O profissional deve sempre lembrar que
diferentes pessoas têm diferentes necessidades;
• a orientação deve ser sempre objetiva, concisa e desprovida de informações supérfluas. As dúvi-
das, explícitas ou implícitas, devem ser esclarecidas, lembrando que ansiedade e medo de injeção
são comuns em qualquer idade;
• o ambiente deve ser acolhedor e inspirar confiança. As áreas de conservação e aplicação devem
transmitir a imagem de qualidade em todos os momentos.
• não resulta em resíduo que seja perigoso aos profissionais, outras pessoas e ao ambiente.
Vídeo 1
Infográfico 1
<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/dezembro/11/
Manual-procedimentos-vacinacao-web.pdf>
Ao término da administração de uma vacina precisamos registrá-la nos boletins de registro para
que esse dado seja posteriormente transformado em informação. Isso nos mostrará a cober-
tura vacinal, um indicador que representa o percentual de indivíduos imunizados com deter-
minada vacina, em determinado espaço geográfico e determinado período de tempo. Leva em
consideração o esquema completo de vacinação para cada doença. Corresponde, portanto,
ao percentual de pessoas vacinadas e potencialmente protegidas contra determinada doença.
Deve-se priorizar a obtenção e o acompanhamento das coberturas das vacinas que fazem
parte do esquema básico de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, que deve
ser completado até 12 meses de idade. Entretanto, podem ser calculadas coberturas
vacinais para outras faixas etárias, como ocorre nas campanhas de vacinação.
Boas práticas de vacinação
Preparação e administração das vacinas e conservação de imunobiológicos 5
- Numerador do indicador: número de doses aplicadas de determinada vacina
Para o cálculo das coberturas das vacinas do esquema básico de vacinação, considerar a
dose da vacina capaz de conferir imunidade duradoura e a faixa etária da criança (< 1 ano
para todas as vacinas, exceto tríplice viral; e 1 ano para tríplice viral).
Formas graves de
BCG < 1 ano Dose única
tuberculose
Infecções por
Meningo C < 1 ano 2ª dose
meningococo C
* Só é indicada em algumas regiões do país. Não é utilizada, por exemplo, no esquema básico de
vacinação em Pernambuco.
** Dose considerada capaz de conferir imunidade duradoura: 1ª, 2ª, 3ª dose ou dose única, conforme
a vacina.
• em menores de 1 ano – considerar o número de nascidos vivos, obtidos no Sinasc, como denomi-
nador do indicador;
• em crianças com 1 ano – considerar o número de nascidos vivos do ano anterior, obtidos no
Sinasc;
• nas demais faixas etárias – estimativas populacionais do IBGE (número de habitantes), por municí-
pio, faixa etária e sexo (disponíveis no site do Datasus).
Nos municípios em que o SI-PNI está implantado, os dados sobre as doses aplicadas são fei-
tos por usuário na Ficha de Registro do Vacinado, processada na própria sala de vacinação.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/denominadores_calculo_
coberturas_vacinais.pdf>
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_coberturas_
vacinacao.pdf>
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/14/
besvs-pni-v46-n30.pdf>
Hoje as informações de imunização são registradas e disponibilizadas por meio dos sistemas
de informação do Programa de Imunização. As primeiras iniciativas sobre a informatização
dos registros de vacinação datam do ano de 1990, na região Nordeste, com apoio do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), inicialmente, fracassadas por insuficiência
de recursos financeiros. Entre os anos de 1993 e 1994, com apoio do Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), essa iniciativa foi retomada com êxito,
de modo que em 1997 o sistema informatizado estava implantado em todas as Unidades
Federadas (BRASIL, 2013). Atualmente, os sistemas mais utilizados são:
SI-PNI
O SI-PNI permite a entrada de dados por indivíduo e sua procedência (município
de residência); aprazamento de vacinação; estratégia de vacinação utilizada (rotina,
intensificação, bloqueio, campanha, especial); grupos populacionais específicos
(quilombolas, privados de liberdade, indígenas, assentados, população geral);
mobilidade dos indivíduos; adesão e evasão ao programa, oportunidade perdida
de vacinação; movimentação de imunobiológicos (laboratório produtor/fornecedor
do imunobiológico; lotes disponíveis e utilizados; utilização de imunobiológicos,
inclusive perdas físicas e técnicas), além de alimentar o SI-EAPV, que dispõe de
uma versão on line (BRASIL, 2015).
Além das características já citadas, acrescenta-se que o novo sistema, na sua concep-
ção, tem caráter descentralizado, uma vez que não somente a coleta, mas também
a digitação dos dados é feita no domínio do município. A instalação do software
pode ser feita desde a sala de vacina até o nível central da gestão do município
(BRASIL, 2015). O infográfico a seguir apresenta algumas vantagens do SI-PNI.
SI-PNI
Sistema de informação do
Programa Nacional de Imunização
EAPV CRIE
Eventos Adversos Centro de Referência
Pós-vacinação em Imunobiológicos
Especiais
AIU API
Apuração dos Avaliação do Programa
Imunobiológicos de Imunização
utilizados
Indicadores
Imunos Corbeturas Doses
utilizados vacinais aplicadas
Taxa de Eventos
abandono adversos
Vantagens
Permitir a obtenção de indicadores por município de residência;
Unidade
Unidade
Instrumento
Município
Base de dados
Regional Estado
CG-PNI
• um para o registro de doses aplicadas em cada usuário da sala de vacinação (Ficha do Vacinado);
Módulo 1 - <https://www.youtube.com/watch?v=UnX--qKPPLk>
Módulo 2 - <https://www.youtube.com/watch?v=w7qc5i5iwvE>
Módulo 3 - <https://www.youtube.com/watch?v=q2wXfY9B7cQ>
Módulo 4 - <https://www.youtube.com/watch?v=LLqJzBDSCjY>
Módulo 5 - <https://www.youtube.com/watch?v=lY1a3DHSUp0>
Módulo 6 - <https://www.youtube.com/watch?v=W8aTwhpH6BI>
Módulo 7 – <https://www.youtube.com/watch?v=yDJQBjEpb14>
Módulo 8 – <https://www.youtube.com/watch?v=d7W1iVYy2WI>
Módulo 9 – <https://www.youtube.com/watch?v=hQbhWb7fHeE>
Módulo 10 - <https://www.youtube.com/watch?v=iI5gyiVpGCQ>
Já vimos como administrar e registrar as vacinas, vamos agora compreender todo o proces-
so de armazenamento e transporte.
A inativação de uma vacina, que nem sempre é verificável pela simples inspeção, pode ocor-
rer por falhas no armazenamento, transporte ou manuseio no momento da aplicação. Como
a determinação da validade pode ser verificada somente em laboratório, o que é trabalhoso,
demorado e oneroso, é imprescindível que todos os profissionais de saúde estejam fami-
liarizados com os princípios e com as normas corretas de conservação das vacinas, desde a
sua produção até a sua aplicação (BALLALAI, 2016; BRASIL, 2013).
Define-se como cadeia de frio o caminho pelo qual a vacina percorre desde a produção até
o usuário final. Qualquer quebra na temperatura ou condição de manipulação ideais em um
dos pontos da rede compromete a qualidade dos produtos nos demais (BRASIL, 2013).
Pronto! Agora você já recebeu a vacina e precisa armazenar. O que deve fazer?
Quando houver falhas e/ou dúvidas em relação à rede frio, o responsável pela rede frio
do município ou secretaria estadual devem ser contatados. E para saber qual a conduta
a ser tomada com a vacina que sofreu alteração de temperatura, faz-se necessário saber
(BALLALAI, 2016; BRASIL, 2013):
• a temperatura de exposição;
• o tempo de exposição;
• a validade da vacina e
<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/03/manual-
rede-frio.pdf>
Em 2013, o Ministério da Saúde, por meio do Manual de Rede de Frio, orientou que os
refrigeradores domésticos não deveriam mais ser utilizados nas salas de vacina. Assim,
deveriam ser substituídos gradativamente por equipamentos específicos de armazenamen-
to de vacinas. Como ainda existem salas de vacina com esse tipo de refrigerador, seguem os
cuidados especiais na utilização de refrigeradores de uso doméstico.
Coloque garrafas preenchidas com água misturada a um corante (azul de metileno, anil, vio-
leta de genciana) na gaveta da parte de baixo do refrigerador, ocupando todo o espaço para
que, caso ocorra falta de energia, essas ajudem na manutenção da temperatura externa por
mais tempo.
O empacotamento para o transporte das vacinas deve ser feito em salas climatizadas, e o
transporte deve ser feito em caixas térmicas adequadas que propiciem a manutenção da tem-
peratura em todo o seu percurso. Portanto, recomenda-se (BRASIL, 2013; BALLALAI, 2016):
•v
erificar a temperatura após 30 minutos e registrar, em impresso
apropriado, a data e a hora do transporte;
Esse procedimento também deverá ser seguido ao montar as caixas térmicas para vacinas
de uso diário na sala de vacina.
Com isso, cabe lembrar que, ao utilizar bobinas de gelo reciclável em temperaturas em tor-
no de -10 ºC a -20 ºC, corre-se o risco de, em determinado momento, a temperatura das vaci-
nas ficar próxima à temperatura do gelo. Como consequência, as vacinas poderão congelar,
inativando determinados imunobiológicos (exemplo: vacina hepatite B, influenza, DTP etc.)
(BALLALAI, 2016; BRASIL, 2013).
O refrigerador pode deixar de funcionar por motivo de corte de energia elétrica ou por
defeito. A falta de energia por um período prolongado pode inutilizar totalmente alguns
imunobiológicos. Portanto, é essencial que o serviço de imunização tenha por escrito as
rotinas, em caso de falta de energia, e que os profissionais do serviço as conheçam.
<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/dezembro/11/
Manual-procedimentos-vacinacao-web.pdf>
<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/03/manual-
rede-frio.pdf>
Vamos avaliar o que aprendemos até aqui antes de prosseguir. No AVASUS, realize a ativi-
dade Avaliativa da Unidade 3.