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SAÚDE INFANTIL E JUVENIL

Ermelinda Caldeira
2022
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir
mais casos de doença do que qualquer
tratamento médico.
O que é o Programa Nacional de Vacinação
(PNV)?

O PNV é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra


as vacinas consideradas mais importantes para defender a
saúde da população portuguesa.

É um programa universal, gratuito e acessível a todas as


pessoas presentes em Portugal. Tem por objetivo proteger os
indivíduos e a população em geral contra as doenças com
maior potencial para constituírem ameaças à saúde pública e
individual e para as quais há proteção eficaz por vacinação.

As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de


um ano para o outro, em função da adaptação do programa
às necessidades da população, nomeadamente pela
integração de novas vacinas.
“Aos profissionais de Saúde compete divulgar o programa de vacinação,
motivar as famílias e aproveitar todas as oportunidades para vacinar as
pessoas susceptíveis” (Circular Normativa Nº08/DT de 21/12/2005 In Revista Programa Nacional de Vacinação 2006:8).
Princípios do PNV
Foi implementado em 1965 e, desde o início, que mantém os
seus princípios básicos:

• Universalidade, destinando-se a todas as pessoas que em


Portugal tenham indicação para vacinação;

• Gratuitidade, para o utilizador

• Acessibilidade;

• Equidade;

• Aproveitamento de todas as oportunidades de vacinação.


(DGS, 2020: 17)
Âmbito do PNV
• O PNV é regularmente revisto e atualizado pela Direção-Geral
da Saúde (DGS), após proposta da Comissão Técnica de
Vacinação (CTV) em função das vacinas disponíveis, da
frequência e distribuição das doenças no nosso país, e da
evolução social e dos serviços de saúde.

• Os esquemas de vacinação são efetivos, adequados à


epidemiologia das doenças no nosso país e de aplicabilidade e
aceitabilidade reconhecidas.

• A vacinação deve ser entendida como um direito e um dever


dos cidadãos, participando ativamente na decisão de se
vacinarem, com a consciência que estão a defender a sua
saúde, a Saúde Pública e a praticar um ato de cidadania.
(DGS, 2020: 17)
É essencial:
• Que não se percam oportunidades de vacinação das pessoas que a
procuram espontaneamente, não deixando ninguém para trás;

• Manter e reforçar a modernização e desenvolvimento dos


instrumentos de apoio à gestão do PNV, como é exemplo a
plataforma VACINAS;

• Garantir a cobertura universal, combatendo a complacência,


através da aposta na consolidação da vacinação e na criação de
novas oportunidades de vacinação;

Investir na informação dos cidadãos e profissionais de saúde,


capacitando quer para a tomada de decisões cada vez mais
esclarecidas e participadas quer para a crescente partilha de
informação credível sobre as vacinas e a vacinação, é a base para o
alargamento das parcerias com diferentes sectores da sociedade,
promovendo uma rede de embaixadores da vacinação, com o
objetivo de abranger cada vez mais públicos-alvo, tornando mais
eficiente a promoção da vacinação como um direito, um dever e um
ato de cidadania.
Entrada em vigor do PNV 1965

verificou-se uma notável redução da morbilidade e


da mortalidade pelas doenças infecciosas alvo de
vacinação

ganhos de saúde
• As vacinas destinam-se a conferir resistência específica
(imunidade) contra certas doenças.

• A imunidade activa é conferida por Vacinas que estimulam a


produção de anticorpos e de outros componentes do sistema
imunológico.
• Mesmo quando a imunidade não é total, quem está
vacinado tem maior capacidade de resistência na
eventualidade da doença surgir.

• A vacinação, além da proteção pessoal, traz também


benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior
parte da população está vacinada interrompe-se a
transmissão da doença.
Campanhas de
Vacinação
O PNV, em vigor a partir de Janeiro de 2006, foi aprovado
pelo Despacho Ministerial nº 4570/2005 de 9 de Dezembro
de 2004, publicado no Diário da República nº 43 – II Série,
de 2 de Março de 2005 e vem substituir o PNV de 2000
• Em Janeiro de 2006, foi introduzida, no
calendário vacinal, uma nova vacina conjugada
contra a doença invasiva por Neisseria
meningitidis do serogrupo C (MenC), tendo-se
ainda iniciado o 1º ano de uma Campanha de
vacinação com a vacina MenC, para as crianças
nascidas entre 1997 e Setembro de 2004.
O PNV de 2006 incluía as vacinas contra:
• a tuberculose,
• a hepatite B,
• a difteria,
• o tétano,
• a tosse convulsa,
• a poliomielite,
• a doença invasiva por Haemophilus influenzae do serotipo b,
• o sarampo,
• a parotidite epidémica,
• a rubéola
• a doença invasiva por Neisseria meningitidis do serogrupo C
(meningococo C).
• Infeção por vírus Papiloma humano
As novas alterações ao PNV visaram, sumariamente:

• tornar a vacinação ainda mais segura;

• aumentar a sua aceitabilidade por parte da


população e dos profissionais que vacinam;

• proteger, com segurança, contra mais uma


doença (doença invasiva por Neisseria meningitis
C).
O esquema de vacinação recomendado teve como
objectivo

obter a melhor protecção, na idade mais adequada e o mais


precocemente possível.
2011 – Atualização do Plano
Norma NÚMERO:040/2011

ATUALIZAÇÃO:
29/12/2011

2014 - Alteração do esquema da vacina contra infeções por


vírus do Papiloma humano (HPV)

Norma NÚMERO: 016/2014 de 29/09/2014

Norma nº 016/2014 de 29/09/2014 atualizada a 01/10/2014

2015 - introdução da vacina conjugada de 13 valências contra


infeções por Streptococcus pneumoniae (Prevenar 13)
Prevenar 13 (doença invasiva pneumocócica)

• A introdução da vacina conjugada de 13 valências contra infeções


por Streptococcus pneumoniae (Prevenar 13 - Pn13) no
Programa Nacional de Vacinação (PNV) foi aprovada pelo
Despacho nº 5786/2015, de 26 de maio, do Secretário de Estado
Adjunto do Ministro da Saúde, publicado no Diário da República,
2ª série, nº 105, de 1 de junho de 2015.

• A vacinação com a Pn13 será universal e gratuita para todas as


crianças nascidas a partir de 1 de janeiro de 2015 e tem como
objetivo a prevenção de infeções por Streptococcus pneumoniae e
o controlo dos serotipos incluídos na vacina, promovendo a
imunidade de grupo e a proteção indireta.

• A vacinação com a Pn13, no âmbito do Programa Nacional de


Vacinação (PNV), iniciou-se no dia 1 de julho de 2015.
Doenças alvo do PNV
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Algumas Doenças Alvo do
PNV

https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
PNV 2017 PNV 2017
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Apresentação do Novo Programa Nacional de Vacinação: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf
Atualização Plano:

PNV 2020
Principais atualizações do PNV
2020
Ficam sem efeito os conteúdos de Normas, Orientações, Circulares,
Informações e Ofícios que contrariem o disposto nesta Norma e
revoga-se:

• Norma nº 016/2016 de 16/12/2016 atualizada a 31/07/2017 -


Programa Nacional de Vacinação 2017;

• Norma nº 007/2016 de 09/08/2016 - Vacinação contra Neisseria


meningitidis do grupo B de grupos com risco acrescido para doença
invasiva meningocócica (DIM);

• Norma nº 022/2017 de 19/10/2017 - Programa Nacional de Vacinação


2017 – Vacinação contra a rubéola de mulheres em idade fértil.
(Graça Freitas, 2020)
PNV 2020
O calendário é, atualmente, o seguinte:
À nascença:
•1ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)

Aos 2 meses de idade:


•vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB
• 1ª dose contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa)
• 1ª dose contra doença invasiva por Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
• 1ª dose contra a poliomielite (VIP)
• 2ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)
•1ª dose da vacina conjugada contra infeções por Streptococcus pneumoniae de
13 serotipos (Pn13)
•1ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 1)

Aos 4 meses de idade:


2ª dose de DTPa, Hib e VIP (vacina pentavalente DTPaHibVIP)
2ª dose de Pn13
2ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 2)
Aos 6 meses de idade:
•3ª dose de DTPa, Hib, VIP e VHB (vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB)

Aos 12 meses de idade:


•3ª dose da Pn13
•3ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 3)
•vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C – MenC (dose
única)
•1ª dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR)

Aos 18 meses de idade:


•vacina pentavalente DTPaHibVIP
• 1º reforço de DTPa (4ª dose) e de VIP (4ª dose)
• único reforço de Hib (4ª dose)

Aos 5 anos de idade:


•2ª reforço (5ª dose) de DTPa e de VIP – vacina tetravalente DTPaVIP
•2ª dose de VASPR

Aos 10 anos de idade:


•reforço da vacina contra o tétano e difteria (Td)
•2 doses da vacina (com intervalos de 6 meses) contra infeções pelo vírus do
Papiloma humano de 9 genótipos (HPV9)
Durante toda a vida:
•reforços das vacinas contra o tétano e difteria (Td) em doses reduzidas aos 25,
45, 65 anos de idade e, posteriormente, de 10 em 10 anos

Grávidas:
•em cada gravidez, dose única da vacina contra tétano, difteria e tosse convulsa
(Tdpa), em doses reduzidas

Grupos com risco acrescido:


•vacina contra a tuberculose (BCG)
•vacina contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 23 serotipos
(Pneumo23)
•vacina contra doença invasiva por Neisseria meningitidis dos grupos ACWY
•vacina contra hepatite A, quando expressamente referidas e recomendadas

Os adultos não vacinados ou com atraso na dose de reforço contra o tétano


devem fazer esta vacina em qualquer idade.

As pessoas que não tenham registo vacinal de determinada vacina, são


consideradas não vacinadas.
Abrangência:
• A maior parte das vacinas requer a administração de várias doses
para conferir uma protecção adequada, devendo respeitar-se os
esquemas vacinais aconselhados no PNV. Em situações em
que seja necessário alterar estes esquemas dever-se-ão cumprir
as regras gerais da vacinação.

• Intervalos superiores ao recomendado:

Intervalos superiores ao recomendado no calendário vacinal


não reduzem a concentração final de anticorpos protectores. A
interrupção do esquema vacinal apenas requer que se complete o
esquema estabelecido, independentemente do tempo decorrido
desde a administração da última dose
• Intervalos inferiores ao recomendado

Excepcionalmente, para algumas vacinas e em situações de


elevado risco, os esquemas aconselhados podem ser alterados,
recorrendo-se a “esquemas acelerados” que podem não
cumprir, eventualmente, a idade mínima para administração da
primeira dose e/ou os intervalos mínimos aconselhados entre doses.

A administração de vacinas antes da idade mínima recomendada


e/ou com intervalos inferiores aos mínimos aconselhados pode
diminuir a resposta imunológica.
As doses administradas nestas circunstâncias
(demasiado precocemente e/ou com intervalos excessivamente
curtos), não são válidas devendo ser administrada uma nova dose
com intervalo mínimo de 4 semanas.
• A mistura de diferentes soluções vacinais na mesma
seringa, para administração simultânea numa só injecção,
é contra-indicada, comprometendo quer a eficácia quer a
segurança das vacinas misturadas, podendo provocar
reacções adversas graves.

Estas doses não são consideradas válidas, devendo as


vacinas ser administradas correctamente 4 semanas depois.
AArmazenamento
DMINISTRAÇÃO

O enfermeiro é o responsável pela


administração das vacinas, assim deve conhecer
os locais de administração destas.
AArmazenamento
DMINISTRAÇÃO

Locais de administração em crianças com idade Inferior a 12 meses


Braço esquerdo Braço direito
BCG

Coxa esquerda Coxa direita


hexavalente DTPaHibVIPVHB Hib

pentavalente DTPaHibVIP) VHB


Tetravalente DTPaVIP Pn13
MenB VIP
MenC
MenACWY

Antes dos 12 meses de idade as vacinas devem ser


inoculadas na coxa (excepto BCG) e a partir dessa idade, na
parte superior do braço.
ADMINISTRAÇÃO
Locais de administração em crianças com idade superior a 12 meses

Braço esquerdo Braço direito


hexavalente DTPaHibVIPVHB Hib

pentavalente DTPaHibVIP) VHB

Tetravalente DTPaVIP Pn13

MenACWY VIP

MenB HPV9

MenC Pn23

Tdpa VASPR
Antes dos 12 meses de idade as vacinas devem ser
Td inoculadas na coxa (excepto BCG e MenACWY) e a partir
BCG dessa idade, na parte superior do braço.
Nos casos em que o esquema vacinal está incompleto para a
idade, aconselha-se a administração simultânea do maior número
possível de vacinas em locais anatómicos diferentes, respeitando,
tanto quanto possível, os locais aconselhados e tendo em atenção:

• As vacinas de administração intramuscular nunca devem ser


inoculadas no glúteo;

• Antes dos 12 meses de idade, exceto a BCG, as vacinas são


inoculadas na coxa. A partir dessa idade são inoculadas na parte
superior do braço;

• A partir dos 12 meses de idade, quando não existir


desenvolvimento suficiente da parte superior do braço, as vacinas
podem ser administradas na coxa;

• Pode administrar-se mais do que uma vacina no mesmo membro,


desde que as injeções sejam distanciadas entre 2,5 e 5 cm.
PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES
Contra-indicações às vacinas – raras

A criança não deve ser vacinada se:

• Está doente com febre (temp. ® > 38,5ºC ou temp. (ax) > 38ºC)

• Reacções secundárias graves após uma dose anterior

• Reacções de hipersensibilidade grave a componentes vacinais

• Gravidez (vivas – VAS; VAR e a VASPR) - Grávidas não devem ser


vacinadas com vacinas vivas. As vacinas vivas atenuadas
representam um risco teórico para o feto.

• Alterações imunitárias (HIV positivo, linfomas, leucemias,..)


sobretudo vacinas vivas

(OOM, Paulo: 2009)


FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES
• Mal nutrição
• Doenças benignas (infecções das vias aéreas superiores),
diarreias (excepto VAP), ou outras com temperatura inferior a
38ºC
• Alergias, Asma, Febre dos fenos, Rinite
• Dermatoses, Eczemas ou Infecções cutâneas localizadas
• Doença crónica cardíaca, pulmonar, renal ou hepática
• Doenças neurológicas não evolutivas, como a paralisia cerebral
• Prematuridade
• Baixo peso à nascença (excepto para VHB e BCG)
• Estar a ser amamentado
• História anterior de Sarampo, Parotidite ou Rubéola
• Exposição recente a uma doença infecciosa
• Terapêutica antibiótica concomitante
• Convalescença de doença
Reações adversas
• As reações adversas mais frequentemente associadas às vacinas são
reações ligeiras no local da injeção. Reações sistémicas como a febre são
menos frequentes.

• Podem ocorrer reações de hipersensibilidade não grave a componentes


das vacinas. Estas reações não implicam uma contraindicação à vacinação
(exemplo: alergia ao ovo). A vacinação deve ser realizada como
habitualmente.

• Nas crianças com asma não controlada com história de alergia a


vacinas, a algum dos seus componentes ou a substâncias que podem
estar presentes em quantidades vestigiais (Ver quadro seguinte),

a vacinação deve ser efetuada em meio hospitalar.


Substâncias potencialmente alergénicas que podem estar contidas
em quantidades vestigiais
Reações anafiláticas

• Complicações alérgicas graves (RARAS)

• As reacções anafilácticas progridem rapidamente, atingindo


geralmente vários aparelhos e sistemas.

A reação anafilática é uma reação alérgica aguda


potencialmente perigosa para a vida devido à
possibilidade de rápida evolução para obstrução da via
aérea (edema laríngeo), dificuldade respiratória
(broncospasmo) e choque (vasodilatação aguda e perda de
fluidos devido a aumento da permeabilidade capilar),
associados a alterações cutâneas e mucosas.
Reações anafiláticas

Embora extremamente rara, pode estar relacionada com qualquer


dos componentes de uma vacina.

Com as medidas e terapêuticas adequadas o prognóstico global é


bom, com uma letalidade inferior a 1%.
Reações anafiláticas

A prevenção é a melhor abordagem pelo que deve ser


antecipada uma eventual ocorrência.

Daí a importância de perguntar:


- Reacções anteriores às vacinas
-Alergias (ovo, gelatina ou antibióticos)

ADMINISTRAÇÃO EM MEIO HOSPITALAR

Após a administração da vacina as crianças deverão permanecer sob


observação 30 minutos.
Dada a gravidade de algumas doenças alvo do PNV (ex. tétano),

se houver história de reação de hipersensibilidade grave


ou reação anafilática a uma dose anterior da vacina ou a
algum componente vacinal,

deve haver referenciação a uma consulta de imunoalergologia.


• As reações adversas possivelmente relacionadas com a vacinação
devem ser notificadas ao INFARMED (www.infarmed.pt):

• Online no Portal RAM farmacovigilancia@infarmed.pt - Notificação


de Reações Adversas ao Medicamento

ou

• Por preenchimento no Portal RAM, farmacovigilancia@infarmed.pt,


e envio ao INFARMED, I.P. ou às Unidades Regionais de
Farmacovigilância de formulário específico:
- “Ficha de notificação para profissionais de saúde”,
- “Ficha de notificação para utentes”.
Reações anafiláticas

A criança ou o adulto podem ter reações benignas


relacionadas com o medo ou a dor (desmaio, “ir atrás do
choro”, ataques de pânico ou convulsões) que podem
confundir-se com reações anafiláticas.

Em caso de dúvida, é preferível tratar do que deixar passar


sem tratamento uma reação anafilática.
Reações anafiláticas

O diagnóstico da reação anafilática é clínico. Todos os


profissionais que administram vacinas devem estar aptos a
reconhecer uma reação anafilática e a iniciar, rapidamente, o
seu tratamento.
Reacções anafiláticas – Sinais e Sintomas

• Prurido, urticária

• Edema da face, lábios ou de outra parte do corpo

• Dificuldade em deglutir

• Espirros, lacrimejo, tosse, rouquidão, estridor, pieira

• Dificuldade respiratória, cianose

• Prostração, pulso rápido e fraco, arritmia, hipotensão, choque


Diagnóstico da reacção anafiláctica

• Os cuidados pré-hospitalares na abordagem do doente com


reacção anafiláctica devem obedecer a uma lógica sequencial
estruturada “ABCDE”, do inglês: Airway (vias aéreas),
Breathing (respiração), Circulation (circulação), Disability
(compromisso neurológico) e Exposition (pele – alterações
ao nível da pele)
Diagnóstico da reacção anafiláctica

Deve ser dada particular atenção às manifestações que podem


colocar a vida em perigo com particular atenção para:

 sinais e sintomas de compromisso das vias aéreas

 colapso cardiovascular iminente.


Diagnóstico da reacção anafiláctica

O sinal indicador de compromisso cardiovascular é o Tempo


de Preenchimento Capilar (TPC).

O Tempo de Preenchimento Capilar (TPC) é um sinal precoce e


fiável da situação cardiovascular. Avalia-se através da compressão
da pele, com o dedo, na região anterior do esterno durante 5
segundos, retirando de seguida o dedo e medindo o tempo de
preenchimento capilar (recoloração da pele). Valores de TPC até 2
segundos são normais. Acima deste valor, na maioria das situações,
existe compromisso cardiovascular.

A hipotensão é um sinal de gravidade que pode preceder o


aparecimento de paragem cardíaca.
Diagnóstico da reacção anafiláctica

Todos os serviços de vacinação devem possuir o equipamento


(material e medicamentos) mínimo necessário para o tratamento
inicial da anafilaxia, que deve estar sempre completo e com os
medicamentos dentro do prazo de validade.
Reacções anafiláticas
O tratamento deve ser iniciado imediatamente e inclui:

• Pedir ajuda e telefonar para o 112 para transporte do doente para o Serviço
de Urgência mais próximo.

• Deitar o utente com os pés elevados (posição de Trendelenburg, porque há


necessidade de restaurar rapidamente a volémia) supina pode ser fatal por
aumentar o depósito sanguíneo nos membros inferiores. Nos doentes com
dificuldade respiratória deve optar-se pela posição sentada, com elevação dos
membros inferiores. Algumas crianças com dificuldade respiratória preferem
estar sentadas ao colo.

• Manter vias aéreas permeáveis

• Administrar Adrenalina – IM (adrenalina IM deve ser administrada na face


anterolateral do terço médio da coxa)

• Transporte rápido para um Hospital

• Monitorizar e registar Sinais Vitais


Registos - Vacinação
Registos
Aplicação informática

Desde o ano 2000 está em funcionamento uma aplicação


informática para gestão do PNV

Essencial para uma boa gestão do PNV aos vários níveis


O registo informático de todos os actos vacinais permite o
cálculo de coberturas vacinais e a gestão das reservas em
tempo real .
SALA DE VACINAÇÃO – ACTIVIDADES DE
ENFERMAGEM
• Consulta do Plano Nacional de Vacinação em vigor;

• Demonstração de disponibilidade e estabelecimento de uma


relação empática com a criança/família;

• Diálogo com a criança/família de modo a recolher informações que


possibilitem uma avaliação do seu estado clínico, como alergias
existentes, medicação que está a realizar, existência de estados
febris, história anterior de reações ás vacinas assim como ações
de educação para a saúde de forma a minimizar possíveis
reações;

• Preparação e administração de vacinas, segundo o mesmo plano e


posterior registo;

• Informação acerca da importância da vacinação

• Educação para a saúde acerca dos cuidados a ter após a


administração da vacina e sinais e sintomas a despistar que
indiquem reações adversas à vacinação;
SALA DE VACINAÇÃO – ACTIVIDADES DE
ENFERMAGEM

• Marcação da data da próxima vacinação, de acordo com o Plano


de Vacinação;

• Registo da vacinação no Programa Informático;

• Seleção das fichas não atualizadas;

• Convocação dos utentes.


AArmazenamento
RMAZENAMENTO

Quando as vacinas chegam aos centros de saúde ou extensões de saúde, estas


são entregues obrigatoriamente a um enfermeiro, que é responsável pelo
armazenamento destas, nos frigoríficos disponíveis;

Este enfermeiro ao receber as vacinas deve verificar a temperatura das


vacinas, verificando a temperatura dos sacos de gelo recicláveis;

O enfermeiro deve verificar a integridade da embalagem e a validade dos


lotes das vacinas;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Despacho n.º 12434/2019 (2019). Aprova o novo esquema vacinal do Programa Nacional
de Vacinação (PNV), revogando, com exceção do seu n.º 6, o Despacho n.º 10441/2016,
de 9 de agosto. Diário da República 2ª Série. Nº250 (30-12-2019), 30-31.

Direção Geral da Saúde (2020). Direção Geral de Saúde – Norma nº 016/2014 de


29/09/2014. Programa Nacional de Vacinação - Alteração do esquema da vacina contra
infeções por vírus do Papiloma humano (HPV)

Direção Geral da Saúde (2016). Programa Nacional de Vacinação 2017


(Apresentação). Acedido a 25 de Novembro de 2017, disponível em:
https://www.sns.gov.pt/wp-
content/uploads/2016/06/programa_vacinacao_sns.pdf

Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional de


Vacinação 2020. Lisboa: DGS, 2020
Vacina contra difteria, tétano, tosse convulsa, doença invasiva por
Haemophilus influenzae b, poliomielite e hepatite B (hexavalente
DTPaHibVIPVHB)1

Tipo de vacina:

• Vacina combinada, contendo os seguintes antigénios:


-Toxóide diftérico (D)
- Toxóide tetânico (T)
- Toxóide e subunidades de Bordetella pertussis (Pa)
- Vírus da poliomielite dos tipos 1, 2 e 3, inteiros e inativados
(VIP)
- Polissacárido capsular de Haemophilus influenzae do tipo b,
conjugado com proteína tetânica (Hib)
- Antigénio de superfície do vírus da hepatite B, recombinante
(VHB)
• Antigénios adsorvidos em hidróxido e/ou fosfato de alumínio

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