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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

CURSO: FINANÇAS

DISCIPLINA: FINANÇAS CORPORATIVAS

PROFESSORA: DÉBORA GASPAR

Francisco Rafael de Lima Rodrigues - 476167

Ingrid Vitória Lopes Marins - 475986

Laylson Oliveira Mesquita - 470960

ANÁLISE ECONÔMICO - FINANCEIRA: EMPRESA AMBEV

SOBRAL - CE

2021

1. INTRODUÇÃO

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O mundo dos negócios está cada dia mais necessitado de ferramentas que
auxiliem na gestão do negócio. Para tanto, o conhecimento abrangente da situação
financeira das empresas se faz necessário. A análise econômico-financeira, nesse
contexto, se constitui em um instrumento de avaliação da empresa para auxiliar na
tomada de decisão. Segundo Silva (2006, p. 26), “[...] a análise financeira de uma
empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a
empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a
empresa”.

Assim, verificamos que a análise financeira nos permite a visualização da


situação geral da empresa tanto interna quanto externamente, visto que o produto final
da análise (relatório) destina-se a vários tipos usuários internos e externos, como
exemplos de usuários internos temos, a administração da empresa, acionistas e
proprietários, e externos, fornecedores, clientes, investidores e instituições financeiras
entre outros. Neste trabalho pretendemos fazer uma análise econômico-financeira da
empresa AMBEV.

A priori,vale destacar que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do


mundo, perdendo somente para China e Estados Unidos. O setor de cervejaria é um dos
maiores empregadores do Brasil, e a grande força do setor reflete-se na geração de
impostos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), a
cadeia produtiva da cerveja no Brasil contempla por volta de 12 mil fornecedores de
bens e serviços, além de aproximadamente 8 milhões de profissionais das mais diversas
áreas. Ao longo desse processo participam os setores da construção civil, transporte,
energia, veículos, papel e celulose, alumínio e vidro, entre outros, envolvendo mais de 1
milhão de pequenas e médias empresas.

Diante do exposto, surgiu a necessidade de analisar a situação econômico


financeira da Ambev, já que ela é a maior produtora de cerveja do país, e proprietária de
três das maiores marcas de cerveja existentes no mercado brasileiro: Skol, Brahma e
Antarctica. A análise dos indicadores econômico-financeiros de um grande
conglomerado como a Ambev merece uma atenção especial, pois, se uma empresa deste
nível vier a falir, impactará em toda a cadeia produtiva citada acima e
consequentemente a economia brasileira. É importante ressaltar que os conceitos e a
aplicação da análise econômico-financeira que serão aqui expostos se aplicam a
qualquer empresa, além de serem instrumentos de tomada de decisão essenciais para os

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usuários da administração financeira (analistas financeiros, proprietários e acionistas,
bancos e instituições financeiras, fornecedores, governo etc.). Portanto, por se tratar de
uma companhia de capital aberto, a Ambev é obrigatoriamente registrada na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM), sendo sua administração sujeita à fiscalização
governamental e suas principais informações financeiras são transparentes e acessíveis
ao público em geral, o que dá maior credibilidade e segurança às informações
financeiras que foram aqui analisadas.

1.2 HISTÓRIA - COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS

A AMBEV é a quarta maior cervejaria do mundo e a líder do mercado latino


americano, na qual mantém operações em 14 países pelas três Américas. As operações
da Companhia consistem na produção e comercialização de cervejas, chopes,
refrigerantes, outras bebidas não alcoólicas e malte, dividindo-se em três unidades de
negócio:

● Operações Brasil: representada pelas vendas de (i) cerveja (“Cerveja Brasil”);


(ii) refrigerantes e bebidas não alcoólicos e não carbonatadas (“RefrigeNanc”); e (iii)
malte e sub-produtos;

● América Latina Hispânica (HILA): representada pela participação atual de


59,2% da AMBEV em Quinsa (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai), bem
como pelas operações da Companhia no norte da América Latina (El Salvador,
Equador, Guatemala, Nicarágua, Peru, República Dominicana e Venezuela); essas
últimas operações, agrupadas, são designadas por HILA-ex (HILA excluindo Quinsa); e

● América do Norte: representada pela operações da Labatt Brewing Company


Limited(“Labatt”), incluindo vendas domésticas de cerveja no Canadá e exportações
para os Estados Unidos (“EUA”).

● E- COMMERCE

As principais marcas da AMBEV incluem Skol (a terceira cerveja mais


consumida no mundo), Brahma, Antarctica, Bohemia, Original, Quilmes, Labatt Blue,
Brahva e Guaraná Antarctica. Além disso, a empresa é a maior engarrafadora da
PepsiCo fora dos EUA. Através de um acordo de "franchising", a Companhia vende e
distribui os produtos Pepsi no Brasil e em outros países da América Latina, incluindo

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Pepsi, Lipton Ice Tea e o isotônico Gatorade. A AMBEV é sucessora da Companhia
Cervejaria Brahma e da Companhia Antarctica Paulista, duas das cervejarias mais
antigas do Brasil. Em 31 de março de 2001, a Brahma foi incorporada pela Antarctica, e
a Antarctica alterou sua razão social para Companhia Brasileira de Bebidas (CBB).
Essas transações não tiveram efeito sobre as demonstrações financeiras consolidadas da
AMBEV, pois cada uma das entidades era integralmente controlada por esta.

● CRESCIMENTO

Em 31 de janeiro de 2003, a AMBEV concluiu uma combinação com a Quilmes


Industrial (Quinsa), através da qual adquiriu uma participação econômica inicial de
40,5% na Quinsa e estabeleceu uma presença líder nos mercados de cerveja da
Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Em 2003 e no primeiro trimestre de 2004, a
AMBEV expandiu sua presença no norte da América Latina por meio de uma série de
aquisições pelas quais estabeleceu um apoio em vários mercados de bebidas, tais como
América Central, Peru, Equador e República Dominicana.

Em 27 de agosto de 2004, a AMBEV e a Interbrew S.A./N.V. (atualmente


conhecidas como InBev), cervejaria belga, fecharam uma combinação de empresas que
envolveu a fusão de uma controladora indireta da Labatt, uma das cervejarias líderes do
Canadá, na AMBEV. Ao mesmo tempo, os acionistas controladores da AMBEV
concluíram a contribuição de todas as ações de uma controladora indireta da AmBev
para a InBev em troca de ações recém emitidas da InBev.

Em 31 de maio de 2005, a CBB fundiu-se à AMBEV, uma transação que


simplificou a estrutura societária da AMBEV. Em 28 de julho de 2005 a InBev Brasil
foi incorporada pela AMBEV. Em 3 de agosto de 2005, AMBEV, BAC e Quinsa
celebraram um acordo a partir do qual Quinsa concordou em adquirir a participação de
5.32% de BAC na QIB, subsidiária de Quinsa que controla as subsidiárias operacionais,
pelo montante aproximado de US$119 milhões. Como resultado dessa operação, Quinsa
possui agora 92,95% de QIB, enquanto a AMBEV possui os 7,05% restantes.
Considerando a participação direta e a participação indireta via Quinsa de 56,72%, a
AMBEV possui, no exercício findo em 31 de março de 2006, 59,8% da QIB.

Em 12 de abril de 2006, o CADE autorizou a venda da marca “Marathon” à


empresa Globalbev, a qual havia adquirido a marca através de leilão realizado em 13 de
fevereiro de 2006. Em 13 de abril de 2006, a AMBEV anunciou a celebração de um

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acordo com a BAC, acionista controladora da Quinsa, segundo o qual BAC concordou
em alienar sua participação restante na Quinsa para a AMBEV, por um montante de
aproximadamente US$1.2 bilhões, sujeito a alguns ajustes relativos à distribuição de
dividendos e juros. Com o fechamento da operação, a participação da AMBEV na
Quinsa aumentará de 56,72% para 91,18% do capital acionário. Essa transação foi
concluída em 8 de agosto de 2006 e a AMBEV pagou à BAC aproximadamente US$
1,2 bilhões.

Em 1º de fevereiro de 2007, a AMBEV anunciou que sua subsidiária Labatt


Brewing Company Limited (“Labatt”) celebrou contrato com Lakeport Brewing Income
Fund (“Lakeport”), por meio do qual a Labatt ofereceu um preço de CAD$28,00 por
cota (Unit) de Lakeport, totalizando CAD$201,4 milhões. A transação foi concluída em
30 de março de 2007, quando os detentores de cotas representando 91,43% do total
depositaram suas ações e as condições da oferta foram aceitas. Após a aquisição
compulsória das Units não depositadas, a Lakeport se tornou subsidiária integral da
Labatt.

Em 28 de março de 2007, a AMBEV anunciou a assinatura de um Contrato de


Compra e Venda da totalidade das quotas da sociedade Goldensand Comércio e
Serviços Ltda.(“Goldensdand”), controladora da Cervejarias Cintra Indústria e
Comércio Ltda (“Cintra”). O valor total da operação foi de aproximadamente US$ 150
milhões e não incluiu a aquisição das marcas e dos ativos de distribuição da Cintra. A
transação foi concluída em 17 de abril de 2007.

Antes de iniciarmos a análise, é importante notarmos que a Contabilidade,


geralmente, em seus demonstrativos, fornece informações de cunho monetário, por esta
razão devemos fazer a atualização destes demonstrativos para o momento atual, para
assim termos uma visão mais próxima possível da real situação da empresa.

1. ANÁLISE DO BALANÇO PATRIMONIAL

Para analisarmos o Balanço Patrimonial utilizamos os métodos de análise


horizontal e de análise vertical. Segundo Silva (2006), o objetivo da análise horizontal é
permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as
demonstrações contábeis e da análise vertical é mostrar a participação relativa de cada

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conta do demonstrativo contábil em relação a determinado referencial. No caso do
Balanço Patrimonial esse referencial é o capital total da empresa.

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3. ÍNDICES DE LIQUIDEZ

A análise financeira da liquidez é desenvolvida para identificar o


comportamento de diversos elementos patrimoniais relacionados aos aspectos
operacionais e é considerada como uma das referências de avaliação mais importantes
para o gestor financeiro de qualquer empresa. A análise da liquidez consiste em uma
abordagem de avaliação da capacidade financeira de curto prazo perante terceiros.

3.1 Liquidez Geral

É um indicador responsável pela ilustração da liquidez de uma empresa através


da relação existente entre o Ativo Circulante (AC) adicionado ao Ativo Realizável a
Longo prazo (RLP) e o Passivo circulante (PC) adicionado ao Passivo Exigível a Longo
Prazo (ELP) e face de suas obrigações de curto e longo prazo. Fórmula: 𝐴𝐶+𝑅𝐿𝑃
𝑃𝐶+𝐸𝐿𝑃.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 1,09

4º - 2020 1,00

1º - 2021 1,06

2º - 2021 1,10

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Com base nos dados acima,pode-se notar uma queda nos valores no quarto trimestre de
2020 mas em conseguinte uma melhora consecutiva nos 2 trimestres de 2021.

3.2 Liquidez Corrente

É Importante destacar que o Índice de Liquidez Corrente é um indicador


responsável pela ilustração da liquidez de uma empresa através da relação existente
entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante em face de suas obrigações de curto
prazo.

Sendo assim, é evidente que o Índice de liquidez corrente se distingue do índice


de liquidez geral ao expressar monetariamente a relação existente entre os elementos
patrimoniais vinculados aos aspectos operacionais considerando as perspectivas de
curto e longo prazos. Assim, infere se que quanto maior for este índice, melhor será a
situação patrimonial da empresa para honrar suas obrigações financeiras de curto prazo.
Dessa forma, o objetivo desse indicador é a identificação da expressão nominal da razão
entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Sob a ótica do índice de liquidez
corrente e ao calcularmos os respectivos valores de todos os semestres obtivemos os
seguintes valores

TRIMESTRE - ANO VALOR

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3º - 2020 1,29

4º - 2020 1,05

1º - 2021 1,16

2º - 2021 1,13

Comparada com o terceiro trimestre de 2020, os trimestres em sequência despencam


nos valores mas é notório uma recuperação ao decorrer dos exercícios contábeis.

3.3 Liquidez Seca

O Índice de liquidez seca é outro indicador que possui a responsabilidade de


ilustrar a liquidez de uma empresa para enfrentar suas obrigações de curto prazo. Este
índice de liquidez difere do Índice de Liquidez Corrente, pois não desconsidera os
Estoques como elementos patrimoniais do Ativo Circulante em função de sua baixa
liquidez em comparação com os demais componentes. Fórmula: 𝐴𝐶−𝐸 𝑃𝐶

O escopo primordial desse indicador é a identificação da expressão nominal da


razão entre o Ativo Circulante subtraído dos Estoques e o Passivo Circulante. De
maneira semelhante ao Índice de Liquidez Corrente, quanto maior for o valor
encontrado, melhor será a situação patrimonial da empresa para honrar suas obrigações
financeiras de curto prazo.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 1,04

4º - 2020 0,82

1º - 2021 0,85

2º - 2021 0,80

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Por ser uma função derivada da ideia representada pelo índice de liquidez corrente,
mesmo com a retirada do estoque, o padrão de queda e recuperação dos índices é
repetido.

3.4 Liquidez Imediata

O Índice de Liquidez Imediata também possui a responsabilidade de ilustrar a


liquidez de uma empresa para enfrentar suas obrigações de curto prazo.

Esse índice de liquidez tem o objetivo de ilustrar a liquidez de uma empresa


através da relação existente entre a Disponibilidades contidas no Ativo Circulante em
face de suas obrigações de curto prazo que compõem o Passivo Circulante.

Desse modo, é evidente que o Índice de liquidez imediata difere dos índices
anteriores através da expressão monetária da razão dos elementos patrimoniais do Ativo
Circulante efetivamente disponível para honrar cada unidade monetária das obrigações
discriminadas no Passivo Circulante. De maneira idêntica, quanto maior for o valor
encontrado, melhor será a situação patrimonial da empresa para honrar suas obrigações
financeiras de curto prazo.

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TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,71

4º - 2020 0,51

1º - 2021 0,54

2º - 2021 0,46

Os índices representam uma queda flutuante no poder de honra das obrigações


financeiras no curto prazo

3.5 Capital Circulante Líquido

O Capital Circulante Líquido é um indicador responsável pela ilustração da folga


financeira que uma determinada entidade possui para enfrentar suas obrigações de curto
prazo. Ao longo do tempo, o valor total do Ativo Circulante tende a apresentar volumes
flutuantes que oscilam em função das atividades operacionais e comerciais efetivamente
registradas. Fórmula: AC – PC.

O Capital Circulante Líquido difere do Índice de Liquidez Corrente ao expressar


monetariamente os elementos patrimoniais do Ativo Circulante para honrar cada
unidade monetária das obrigações discriminadas no Passivo Circulante. Considerando
que uma parcela significativa das obrigações contidas no Passivo Circulante não

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apresenta variações significativas ao longo do tempo, torna-se vital a preservação de um
certo nível de segurança financeira. Dessa forma, o objetivo desse indicador é a
identificação da expressão nominal da diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 8823,5

4º - 2020 1864,6

1º - 2021 5179,2

2º - 2021 3914,2

É notório a flutuação dos valores retirados da subtração dos dados com expectativa de
melhora.

4. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO

4.1 Índice de Endividamento Geral

O Índice de Endividamento Geral, ou apenas EG, é utilizado como um indicador


financeiro na análise do endividamento da empresa. De maneira geral, ele mede a

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proporção do endividamento da companhia em relação ao total do seu ativo, ou, em
outras palavras, o quanto dos ativos da empresa estão financiados por terceiros.
Fórmula: 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

Esse índice encontrado é um indicador meramente quantitativo, sendo


importante ressaltar que ele não determina, por si só, como está a saúde financeira de
uma empresa. Contudo, normalmente, quanto menor o endividamento geral de uma
companhia, melhor.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,59

4º - 2020 0,66

1º - 2021 0,59

2º - 2021 0,55

Percebe-se um acentuado aumento no índice no quarto trimestre, seguido de seguidas


quedas.

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4.2 Índice de Estrutura de Capital

O índice de estrutura de capital é um indicador responsável pela ilustração da


relação existente entre os capitais próprios e os capitais de terceiros (Passivo Circulante
e Exigível a Longo Prazo) que uma determinada empresa possui para conduzir suas
atividades operacionais e administrativas.

Mesmo considerando que eventuais sazonalidades possam ocorrer, o valor total


do Patrimônio Líquido (PL), bem como do Passivo Exigível (PE), poderá apresentar
pequenas oscilações, desde que não ocorram operações financeiras de grande vulto.

Desse modo, o objetivo desse indicador consiste na identificação da razão entre


o Passivo Exigível e o Patrimônio Líquido para ilustrar a relação existente entre capitais
próprios e capitais de terceiros. Quanto menor for esse índice, melhor será a situação
patrimonial da empresa em relação à participação relativa dos capitais de terceiros.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,21

4º - 2020 0,22

1º - 2021 0,21

2º - 2021 0,19

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A cada registro por trimestre é notado a melhora no relação entre a estrutura de tal
índice em relação ao capital.

4.3 Índice de Dependência

O Índice de Dependência pode ser considerado como um parâmetro responsável


pela identificação da participação relativa dos capitais de terceiros dentro do montante
de capitais investidos na empresa analisada.

O objetivo desse indicador consiste na identificação da razão entre os capitais de


terceiros contidos no Passivo Exigível e os capitais totais existentes no Ativo Total
(AT). Quanto menor for esse índice, melhor será a situação patrimonial da entidade. O
Índice de Dependência também pode ser elaborado a partir de uma perspectiva
específica considerando a participação relativa do Passivo Circulante dentro do Ativo
Total.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,13

4º - 2020 0,13

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1º - 2021 0,13

2º - 2021 0,12

De forma positiva, os índices mantêm constante valor, tendendo a baixar conforme


segue os trimestres.

4.4 Índice de Composição

O Índice de Composição é um indicador responsável pela ilustração da


participação relativa do Passivo Circulante dentro do conjunto total de exigibilidades de
uma empresa em face de seu Passivo Exigível.

O objetivo desse indicador consiste na identificação da razão entre os capitais de


terceiros contidos no Passivo Circulante e os capitais de terceiros existentes no Passivo
Exigível. Quanto menor for esse índice, melhor será a situação patrimonial da empresa
analisada. A análise dos índices de endividamento, de maneira semelhante à análise dos
índices de liquidez, se baseia em dois aspectos distintos, que são os aspectos internos e
os aspectos externos. Os aspectos internos consideram os valores apresentados pelas
demonstrações divulgadas pelas empresas.

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Os aspectos externos podem abordar os valores apresentados pelas
demonstrações financeiras de uma empresa em comparação com as demonstrações de
outras empresas que atuam no mesmo setor de atividade econômica ou que possuam
estruturas semelhantes.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 1,75

4º - 2020 2,02

1º - 2021 1,78

2º - 2021 1,85

Analisando o padrão formado, a previsão se torna negativa a partir da prerrogativa de


aumento do índices com o decorrer dos trimestres.

4.5 Índice de Cobertura de Juros

O Índice de Cobertura é representativo da capacidade de pagamento que uma empresa


possui em relação a suas obrigações decorrentes de juros contratuais, esse índice

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representa as relações existentes entre o Lucro Antes dos Juros e Impostos (LAJI) e os
pagamentos referentes às despesas com juros.

O objetivo desse indicador consiste em medir a capacidade que a empresa possui de


conseguir honrar seus pagamentos referentes aos juros. Quanto maior for esse índice,
melhor será a condição de pagamento dos juros.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 10,17

4º - 2020 26,92

1º - 2021 51,87

2º - 2021 47,65

A partir do quarto trimestre de 2020 os níveis se elevam, embora no segundo trimestre


de 2020 tenha tido uma queda, os dados da ambev continuam positivos.

4.6 Índice de Cobertura de Caixa

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O Índice de Cobertura também pode ser elaborado a partir de uma perspectiva
específica considerando a inclusão da depreciação com a finalidade de melhor
representar a capacidade de pagamento dos juros.

Índice de Cobertura de Caixa =

𝐿𝑎𝑗𝑖+𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎ç𝑎𝑜 dividido pelo

𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠

Este indicador também representa a capacidade que a empresa possui de


conseguir honrar seus pagamentos referentes aos juros, embora considere o fluxo de
caixa disponível para honrar suas obrigações. Da mesma forma que o índice anterior,
quanto maior for esse índice, melhor será a condição de pagamento dos juros.

Após a análise e o colhimento dos dados obteve-se para os trimestres os


seguintes resultados:

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 15,17

4º - 2020 43,02

1º - 2021 107,18

2º - 2021 62,75

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Assim como o indicie de cobertura de juros, o de caixa manteve o padrão de alta e baixa
dos valores.

5. ÍNDICES DE ATIVIDADE

5.1 Giro de Estoque

O Giro de Estoque é um indicador responsável pela ilustração das relações


existentes entre as vendas realizadas e os estoques. Uma vez que o valor total das
vendas, bem como os níveis dos estoques, varia em função da escala de operações das
empresas, esse índice será capaz de representar a magnitude da agilidade com que os
estoques se renovam. Giro do Estoque = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 dividido pelo 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠

O objetivo desse indicador é ilustrar a capacidade que a empresa possui de


comercializar seus estoques ao longo de determinado período de tempo. Quanto maior
for esse índice, melhor será o giro dos estoques. Os resultados obtidos após a aplicação
na fórmula foram:

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 3,6

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4º - 2020 4,4

1º - 2021 3,2

2º - 2021 5,3

Analisando os dados acima, é possível afirmar que o 2 trimestre de 2021 teve um


aumento bem satisfatório .

5.2 Giro de Contas a Receber

O Giro de Contas a Receber pode ser considerado como um parâmetro


responsável pela identificação da velocidade na qual uma empresa é capaz de cobrar os
valores referentes às vendas realizadas.

Giro de Contas a Receber = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 dividido por 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟

O objetivo desse indicador é ilustrar com que velocidade pela qual a empresa
está habilitada a reiniciar o ciclo de vendas de seus produtos. Quanto maior for esse
índice, melhor será o giro de contas a receber. Os dados colhidos diretamente dos
balanços patrimoniais e demonstração do resultado do exercício foram obtidos os
seguintes valores:

TRIMESTRE - ANO VALOR

30
3º - 2020 1,01

4º - 2020 1,07

1º - 2021 0,56

2º - 2021 0,83

Analisando os dados acima ,observa-se que o 4 trimestre de 2020 foi o período com o
melhor retorno para a empresa.

5.3 Prazo Médio de Recebimento

O Prazo Médio de Recebimento pode ser considerado como um desdobramento


do Giro de Contas a Receber, uma vez que ele representa o número de dias necessários
para cobrar as contas a receber e poder iniciar novamente esse processo.

Prazo Médio de Recebimento = 365 𝐷𝑖𝑎𝑠 dividido por 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟

O objetivo desse indicador é ilustrar a velocidade com que a empresa está


habilitada a cobrar pelas vendas realizadas. Quanto menor for esse índice, melhor será
para a empresa desde o ponto de vista do fluxo de caixa. Com base nos dados
disponíveis foi possível chegar aos seguintes valores:

TRIMESTRE - ANO VALOR

31
3º - 2020 361,2

4º - 2020 341,3

1º - 2021 651,7

2º - 2021 439,7

Analisando os dados acima, observa-se que o 4 trimestre de 2020 é o melhor ,pois tem
um retorno mais rápido para a empresa.

5.4 Giro dos Ativos Fixos

O Giro dos Ativos Fixos representa as relações existentes entre as vendas


realizadas e o montante de ativos fixos de uma empresa. Esse indicador ilustra a
participação relativa das vendas sobre esses ativos fixos.

Giro dos Ativos Fixos = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 dividido por 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠

Esse indicador ilustra a capacidade que os ativos fixos possuem de gerar vendas.
Quanto maior for esse índice, melhor será a capacidade dos ativos fixos de gerar
receitas para a empresa através da realização de vendas.

TRIMESTRE - ANO VALOR

32
3º - 2020 0,92

4º - 2020 1,10

1º - 2021 0,68

2º - 2021 1,04

Analisando os dados acima, observa-se que o 4 trimestre de 2020 é o melhor, pois


quanto mais alto, melhor será o retorno.

5.5 Giro dos Ativos Totais

O Giro dos Ativos Totais se assemelha ao Giro dos Ativos Fixos na busca por
representar as relações existentes entre as vendas realizadas e os ativos. Esse indicador
ilustra a participação relativa das vendas sobre os ativos totais.

Giro dos Ativos Totais = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 dividido por 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠

Esse indicador ilustra a capacidade que os ativos totais possuem de gerar vendas.
Quanto maior for esse índice, melhor será a capacidade desses ativos em gerar receitas
para a empresa.

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TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,73

4º - 2020 0,62

1º - 2021 0,42

2º - 2021 0,65

Analisando os dados acima, observa-se que o 3 trimestre de 2020 se destaca ,o que


representa melhor capacidade dos ativos em gerar receitas para a empresa.

6. ÍNDICES DE RENTABILIDADE

6.1 Retorno sobre o Ativo

O Retorno Sobre o Ativo é um indicador que monitora a relação existente entre


o Lucro Líquido (LL) obtido pela empresa em relação ao seu Ativo Total.

Retorno sobre o Ativo = LL/AT

Aplicando-se a fórmula e utilizando os dados encontrados nos respectivos


balanços da empresa obtêm-se os seguintes resultados:

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TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,023

4º - 2020 0,055

1º - 2021 0,020

2º - 2021 0,024

Analisando os dados acima , observa-se que que o 4 trimestre de 2020 se destaca com o
melhor retorno do ativo.

6.2 Retorno sobre o Capital Próprio

O Retorno sobre o Capital Próprio pode ser considerado como um indicador


financeiro responsável pela mensuração da rentabilidade do capital próprio investido na
empresa.

Retorno sobre o Capital Próprio = LL/PL

O objetivo desse indicador consiste na identificação da razão entre o Lucro


Líquido obtido em um determinado período de tempo e o Patrimônio Líquido para

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representar a taxa de retorno obtida em relação ao capital próprio investido na empresa.
Quanto maior for esse índice, melhor será a rentabilidade do capital próprio.

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,115

4º - 2020 0,119

1º - 2021 0,456

2º - 2021 0,556

Analisando os dados acima, observa-se que a cada período que passava acontecia uma
evolução constante. Logo infere-se que o 2 trimestre de 2021 gerou a maior
rentabilidade do capital próprio.

6.3 Margem líquida

Esse indicador financeiro considera a identificação da razão entre o Lucro Líquido e o


faturamento obtido através das Vendas (V) do período. Mais uma vez, quanto maior for
esse índice, melhor será a Margem Líquida calculada.

Os resultados obtidos após a aplicação dos dados à fórmula foram:

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TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 0,095

4º - 2020 0,121

1º - 2021 0,155

2º - 2021 0,179

Analisando os dados acima, observa-se que que o 2 trimestre de 2021 tem a melhor
margem líquida calculada.

7. ÍNDICES DE MERCADO

7.1 Índice Preço/Lucro

O Índice Preço/Lucro é um indicador financeiro responsável pela ilustração da


relação existente entre o preço de mercado das ações da empresa (P) e o montante de
lucros (L) obtidos

Índice Preço/Lucro = P/L

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Os valores encontrados com base nas informações disponibilizadas foram,
respectivamente:

TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 19,2

4º - 2020 21,0

1º - 2021 18,2

2º - 2021 22,5

Analisando os dados acima, observa-se que o 2º trimestre de 2021 se destaca com a


melhor relação existente entre o preço das ações e do lucro obtido.

7.2 Índice Valor de Mercado/Valor de Livro

Este indicador financeiro fornece parâmetro capaz de ilustrar a relação entre o


valor de mercado da empresa (M), obtido através do preço de suas ações em relação ao
Valor Contábil (VC) que consta nos registros dos livros.

Índice Valor de Mercado/Valor de Livro = M/VC

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TRIMESTRE - ANO VALOR

3º - 2020 13,09

4º - 2020 13,65

1º - 2021 15,13

2º - 2021 17,35

Analisando os dados acima,observa-se que o índice valor de mercado apresenta um


crescimento constante e satisfatório ao decorrer do tempo, com destaque para o 2º
trimestre de 2021 com resultado bem expressivo.

8. CONCLUSÃO

Com o decorrer da análise dos índices calculados sobre a empresa Ambev, os


valores dos índices são mantidos em constante aumento. A empresa se destacou nos
períodos de pandemia com aumento gradual dos lucros e da relação de retorno de
capital aos seus investidores.

39
● A Ambev apresentou um lucro líquido de R$2,9 bilhões no 2º trimestre de 2021,
que representa uma alta de 130,4% comparado ao mesmo trimestre de 2020.
● O volume de vendas representa um crescimento de 19,0% comparado com o 2º
trimestre de 2020.
● As vendas no total de 39.807 milhões de hectolitros representa um dos maiores
volumes de bebidas já registrado pela Ambev.
● O lucro bruto atingiu R$7,7 bilhões no 2º trimestre de 2021, que indica alta de
33,2% comparado ao 2º trimestre de 2020.
● Por medidas administrativas, o foco durante a pandemia foi investir no portfólio
dos produtos comercializados e na gestão de eficientização na produção.

Em resumo, a empresa mantém estabilidade representando atratividade para


investidores. a expectativa para os dados é que o volume de vendas aumente e os índices
continuem positivamente gradualmente a partir da premissa do modo à qual foi tratado
o seu desempenho durante a pandemia, com o fim representará um avanço.

9. REFERÊNCIAS

Central de Resultados. Disponível em:

https://ri.ambev.com.br/relatorios-publicacoes/divulgacao-de-resultados/

Destaques FInanceiros. Disponível em:

https://ri.ambev.com.br/visao-geral/destaques-financeiros/

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