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Pietra Zava Lorencini - TO - T105

BASES TÉCNICAS DA CIRURGIA DO de performance). Apenas 50% dos pacientes são


ESÔFAGO E ESTÔMAGO passíveis de tratamento cirúrgico inicialmente.

Procedimentos: Esofagectomia, cirurgia para


tratamento de refluxo, transposição e gastrectomia.

Particularidades:
ESÔFAGO: Dificuldade de acesso ao órgão.
Vascularização pobre (ausência de meso) e ausência
de serosa (a serosa é importante para vedar a ESOFAGECTOMIAS:
anastomose, logo, tendem a ter mais deiscência). Localização e estadiamento, experiência do serviço,
Drenagem pelo sistema azigo e hemiazigo no tipo (transhiatal, transtorácica, toracoscopia).
esôfago, indo para o sistema porta. Os linfonodos
periesofagianos podem ser retirados em
esofagectomia quando tem câncer.
Fisiologia: O esôfago é um tubo que conduz o
alimento até o estômago através da contração da
musculatura lisa e relaxamento do esfíncter esofágico
inferior, além da existência de mecanismo
anti-refluxo.

ESTÔMAGO: Fácil acesso. Rica vascularização.


No terço superior e médio faz transtorácica (faz em
Manipulação favorecida pela localização. Irrigada
3 campos). Abre a cavidade torácica, o que permite
pela A. gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco),
dissecção do esôfago e demais estruturas torácicas
pela A. gastrica direita (ramo da hepática) e pelos
sob visão direta. Vê claramente toda a extensão do
ramos gastroepicloicos. Essas artérias fazem
esôfago e consegue fazer a dissecção dos linfonodos
anastomoses, logo, o estômago é bem vascularizado e
mais eficaz. A morbidade perioperatória é maior. O
isso facilita a cicatrização.
paciente apresenta dor e distúrbio ventilatório.
Dependendo se é um câncer gástrico precoce
Reconstrução com anastomose cervical, já que a
(mucosa e submucosa) ou avançado (passa a
anastomose intratorácica tem maior risco de
muscular), vai retirar determinados linfonodos.
mediastinite.
Fisiologia: Função de digestão e produção de
hormônios. Apresenta função exócrina e endócrina
No terço inferior faz transhiatal: não abre o tórax,
pela liberação de secreção ácida (células parietais no
acessa o esôfago pelo abdome, uma mão entra pela
fundo e corpo), de pepsina (células principais) e de
pescoço e outra pelo abdome; tem maior risco de
gastrina (células G no antro). Apresentam proteção
sangramento; a anastomose nunca é intratorácica
da ação do ácido pelo muco produzido pelas células
devido o risco de deiscência, pode levar a
mucosas. Também apresenta motilidade pela
mediastinite; a anastomose é cervical para diminuir o
contração da camada muscular e relaxamento do
risco de mediastinite (mas pode gerar fístula e sair
piloro.
saliva para o pescoço). A morbidade perioperatória é
menor, já que não precisa abrir a caixa torácica. A
NEOPLASIA DO ESÔFAGO: Adenocarcinoma
anastomose é cervical, diminui a mediastinite. Tem
(mais comum, dependendo da região do mundo; mais
dificuldade de ver linfonodos e vasos mediastinais.
distal, causado por refluxo, esôfago de barrett,
displasia) ou carcinoma de células escamosas
(proximal, causado pelo tabagismo e cigarro).
Sintomas insidiosos: Só quando tem 70% da
obstrução da luz que aparecem os sintomas, por isso
o diagnóstico costuma ser tardio. Entre os sintomas
da neoplasia de esôfago, pode-se citar: Perda de peso
(desnutrição) e perda do performance status (escala
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REFLUXO GASTROESOFÁGICO:
Refluxo de conteúdo ácido do estômago para o Reconstrução Billroth 1: Anastomose duodeno.
esôfago. O objetivo da cirurgia é restabelecer os Pouco usada.
mecanismo anti-refluxo: Esfíncter Inferior Esofágico Reconstrução Billroth 2: Dissecção e sobe a alça de
(musculatura), fibras musculares do cárdia, jejuno. Faz gastrojejuno anastomose. Mais usada
diafragma, porção abdominal do esôfago. atualmente. Favorece a mesma onda peristáltica.
O RGE é diferente da DRGE, sendo o RGE
associado à hérnia de hiato.
O hiato fica mais aberto e parte do estômago sobe
para o esôfago. O tratamento é clínico, como perda
de peso, alteração de hábitos alimentares,
medicamentos (IBP, anti-H2, prócinéticos). O
tratamento cirúrgico é indicado para hernia de hiato
com DRGE e caso ocorra insucesso do tratamento
clínico.
A cirurgia antirrefluxo pode ser feita por toracotomia,
laparotomia e laparoscopia, visando restabelecer os
mecanismos antirrefluxo. Tipos de cirurgia:
O estômago não é preparado para receber conteúdo
cardioplastia, esofagoplastia e fundoplicatura. Na
alcalino, quando faz Roux em Y, é mais complexo,
cirurgia, o paciente fica com as pernas abertas
mas evita que esse conteúdo alcalino não fique no
(posição francesa). Coloca-se 3 trocateres.
estômago. Parte proximal do jejuno reconstrói a parte
Na hiatoplastia fecha o hiato com ponto. A sutura não
digestiva. Parte duodeno fica para levar a secreção do
pode fechar tudo. Se apertar demais o paciente não
pâncreas. Pode ser feita na total e na proximal. Faz a
consegue comer.
anastomose do duodeno no jejuno. A partir dessa
Na fundoplicatura, dá um laço com o estômago em
anastomose ocorre a digestão dos nutrientes, pois
volta do esôfago. Importante o anestesista colocar a
chega as substâncias do pâncreas.
sonda para evitar fechar muito. Também não pode
OBS: O duodeno e o pâncreas são imóveis, por isso
fechar muito, pois o pcte não consegue comer.
não consegue subir, tem que usar as alças do jejuno e
Complicações: disfagia, recidiva da hérnia de hiato e
duodeno.
perfuração do esôfago.
Pode ser usado na gastrectomia parcial e total.
ESTÔMAGO
Procedimentos: Gastrectomia, cirurgia bariátrica e
gastrostomia (via de acesso ao estômago para ofertar
uma fonte nutricional).

NEOPLASIA DO ESTÔMAGO
Sintomas: perda ponderal e sintomas inespecíficos
Tumor proximal: gastrectomia total.
Tumor distal: Gastrectomia parcial.
Pietra Zava Lorencini - TO - T105
- Relacionada a reconstrução gástrica: Gastrite
alcalina, mais comum na B2, converter a Y-Rox.

LINFADENECTOMIA:
D1: Envolve linfonodos perigástricos (1 a 6).
D2: D1 mais os linfonodos ao longo da artéria
esplênica, hepática, gástrica E, tronco celíaco e
ligamento hepatoduodenal.

D1: Tumores precoces.


D2: Câncer gástrico avançado, já que tende a ter
menor recidiva.

Complicações: Deiscência (desnutrição), recidiva da


doença e síndrome pós gastrectomia.
-Relacionada a ressecção gástrica: Dumping precoce
(20 min após a dieta) leva sintomas gastrointestinais
e cardiovasculares, como vômitos, palpitações e
sudorese; Dumping tardio (2h após a dieta) leva a
uma rápida absorção (hiperglicemia com aumento
súbito da insulina), levando a uma hipoglicemia de
rebote. O paciente apresenta taquicardia, tremores e
sudorese (ativação adrenal)

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