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HERNIA UMBILICAL
Ocorre tanto em adultos quanto em crianças, mas o modo de apresentação, a história
natural e o tratamento são diferentes
Em crianças, pode ser definida como a persistência do anel umbilical sem o fechamento
de sua camada aponeurótica, com protrusão anormal do peritônio e da pele em função
de um tecido adiposo pré-peritoneal, intestino ou grande omento.
Mais recentemente, com o uso crescente da cirurgia videolaparoscópica, o umbigo
passou a ser sede, também, de hérnias incisionais em adultos
ETIOLOGIA:
As hérnias umbilicais nas crianças de até 3 anos são consideradas congênitas.
São mais frequentes em recém-nascidos pré-termos, de baixo peso, do sexo feminino,
na raça negra e são associadas a algumas doenças, como hipotireoidismo congênito e
mucopolissacaridoses, ou síndromes, como a de Down e de Beckwith-Wiedemann.
Entre os adultos de até 40 anos, podem-se encontrar hérnias adquiridas ou congênitas
não tratadas.
Os principais fatores de risco são obesidade, gravidez, trauma, ascite e outros estados
que aumentam a pressão intra-abdominal. Esse tipo é mais comum no sexo feminino e
em negros
QUADRO CLINICO:
ADULTOS:
Hernias pequenas e assintomáticas, de difícil detecção ao exame físico, podem
não necessitar de tratamento cirúrgico
Hernias maiores, sintomáticas, já encarceradas, com sofrimento de pele ou com
ascite incontrolável devem ser operadas
A cirurgia clássica descrita como MAYO consiste na dissecção do saco herniário,
na sutura da aponeurose em sentido transversal e na fixação da cicatriz
umbilical da aponeurose. Porem tem taxa de recorrência de 30% com essa
técnica.
O uso de tela é aconselhado para defeitos maiores que 2 cm.
HERNIA EPIGASTRICA:
Define-se como a presença de saco herniário na região epigástrica – linha Alba acima
do umbigo. Alguns autores utilizam o termo pseudo-hérnia epigástrica quando o defeito
aponeurótico é muito pequeno, permitindo a passagem somente de gordura pré-
peritoneal sem formar o saco herniário clássico
ETIOLOGIA: Corresponde a 5% das hérnias e ocorre pelo aumento da pressão intra-
abdominal, forçando a passagem do tecido adiposo pré-peritoneal.
É comum encontrar mais de uma abertura aponeurótica na linha Alba, o que denota
fraqueza de toda a parede.
Pode ocorrer em ambos os sexos, normalmente dos 18 aos 50 anos, sendo mais comum
em homens
QUADRO CLINICO:
A maioria é assintomática ou apresenta dor à palpação.
O principal diagnóstico diferencial é a diástase do músculo reto abdominal.
A ultrassonografia da parede abdominal pode fazer a diferenciação, mas ambos
são casos de tratamento cirúrgico.
TRATAMENTO:
A cirurgia consiste na incisão longitudinal, na identificação do saco e do anel
herniário e na correção deste.
A parte principal da cirurgia é a dissecção do tecido subcutâneo, até ser
encontrada aponeurose firme para o reparo.
Grandes falhas aponeuróticas, ou presença de mais de uma hérnia, podem exigir
o uso de telas.
Quando é diagnosticada a diástase do reto abdominal, o tratamento consiste na
reaproximação da linha Alba com uma sutura de reforço tipo plicatura.
As principais complicações pós-operatórias em ambas as cirurgias são infecção,
seroma (em cirurgias com grandes descolamentos), deiscência e recidiva
HERNIA INGUINAL:
Constitui o tipo mais comum de hérnia e responde por 75% dos casos.
Pode ocorrer na infância ou na vida adulta, com mecanismos etiológicos diferentes.
É mais comum à direita (60%), seguida da esquerda (30%) e da bilateral (10%).
Também é mais comum em homens do que em mulheres e, anatomicamente, divide-se
em direta e indireta, esta última a mais comum
Epidemiologicamente, a hérnia mais comum é a indireta, do lado direito
Nas crianças, acontece pela persistência do conduto peritoneovaginal (hérnia indireta).
Nos adultos, também ocorre pelo mesmo motivo, mas manifestando-se mais
tardiamente. Por outro lado, as hérnias diretas, que ocorrem por fraqueza na parede
inguinal e esforço físico, acontecem mais frequentemente nos adultos.
As hérnias podem ser classificadas segundo o esquema proposto por Nyhus, ou, menos
comumente, por Gilbert
Essa classificação é útil para orientar a escolha da técnica cirúrgica adequada para o
reparo herniário, considerando as características específicas de cada tipo de hérnia 1
ANATOMIA DA REGIAO INGUINAL:
HERNIA FEMORAL:
Resulta da projeção do saco herniário pelo trígono femoral, abaixo do ligamento
inguinal. É mais comum no sexo feminino (4:1), e 90% são unilaterais, à direita.
As hérnias femorais são mais comuns em mulheres do que em homens, porém, as
hérnias mais comuns das mulheres continuam sendo as inguinais indiretas
Em números relativos possui o maior risco de encarceramento e estrangulamento em
comparação às outras hérnias.
Existe um orifício chamado de miopectíneo, localizado na região inguinal que é
considerado o local de origem de todas as hérnias inguinais e femorais.
TRATAMENTO:
O tratamento das hérnias envolve cirurgia.
A principal técnica descrita para o tratamento da hérnia femoral é a de McVay, pela qual
o tendão conjunto é suturado ao ligamento de Cooper após a abertura da fascia
transversalis
HERNIA INCISIONAL:
É definida como uma protrusão do conteúdo abdominal por meio de áreas
enfraquecidas na parede abdominal em virtude de intervenções cirúrgicas anteriores
Sua incidência varia de 7 a 13% e, pode chegar a 30% em cirurgias contaminadas. É
importante o conhecimento das principais incisões abdominais, uma vez que algumas
são mais suscetíveis a evolução para hérnias incisionais em pacientes com os fatores de
risco
QUADRO CLINICO: