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HARDTOPICS AFECÇÕES DO TUBO DIGESTIVO NA INFÂNCIA

O QUE CAI?
Diferenciação entre estenose hipertrófica do piloro e atresia de duodeno. Atresia de esôfago e fístula
traqueoesofágica mais comum. Caso clínico de intussuscepção.

ATRESIA DE ESÔFAGO E FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA

conceito. Defeito na formação do esôfago podendo ser associado à fístula traqueoesofágica (FTE). Outras
mal formações podem estar presentes em 60 a 70% dos casos (cardíacas, vertebrais, membros, anorretal,
renal).
atresia esofágica com fístula distal (tipo C). É o achado mais comum, cerca de 85% dos casos, coto
proximal do esôfago em fundo cego e coto distal com fístula com a traqueia.
quadro clínico. Sialorreia, regurgitação, tosse, broncoaspiração. Em caso atresia com FTE distal
apresenta distensão abdominal (por causa da fístula). Em caso de atresia de esôfago sem FTE, teremos um
abdome escavado e muita sialorreia. Na presença de FTE sem atresia, teremos mais clínica respiratória. .
diagnóstico pré-natal. Polidrâmnio e bolha gástrica pequena ou ausente. USG suspeita, a RNM pode
confirmar (pela não visualização do esôfago torácico).
diagnóstico pós-natal. Passar sonda nasogástrica (não progride); o RX de tórax identifica a sonda no
esôfago em fundo cego. Se houver ar no estômago é porque tem FTE distal associada.
tratamento. SNG com drenagem contínua do coto proximal para evitar broncoaspiração e cabeceira
elevada; antibiótico empírico EV de amplo espectro; pode ser necessária uma gastrostomia de emergência
se a fístula for muito grande com grande distensão e insuficiência respiratória. em casos de atresia sem
fístula a gastrostomia será a via alimentar.

ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO

epidemiologia. Obstrução na região pilórica. 1 a 3 casos por 1.000 crianças, mais em brancos, sexo
masculina (4 a 6X), grupo sanguíneo B e O. Geralmente NÃO está presente ao nascimento.
quadro clínico. Vômitos não biliosos, após a alimentação, após 3° semana, a criança apresenta fome
após vomitar. Pode apresentar alcalose metabólica hipoclorêmica pelos vômitos.
exame físico. Massa abdominal, firme e móvel, acima e à direita do umbigo, abaixo da borda hepática,
oliva pilórica. Após a alimentação pode haver uma onda peristáltica móvel.
diagnóstico. Suspeita clínica + ultrassom (95% de sensibilidade).
tratamento. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos; tratamento cirúrgico através da
piloromiotomia extramucosa de fredet-ramstedt.

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ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO


epidemiologia. Estreitamento da luz do duodeno; 1/10.000 nascidos vivos, 50% são prematuros e até
metade dos casos associam-se com anomalias cromossômicas (presença de mais malformações do que na
estenose hipertrófica do piloro).
quadro clínico. Presença de vômito bilioso pós prandial no primeiro dia de vida.
diagnóstico. Sinal da dupla bolha no RX. Uma bolha é o estômago cheio de gás (antes do piloro) e outra
bolha é o duodeno proximal (entre o piloro e a atresia).
tratamento. Cirurgia através da duodenoduodenostomia (“pulando” o ponto da atresia).

INTUSSUSCEPÇÃO

epidemiologia. Causa mais comum de obstrução intestinal na infância; entre os 3 meses e 3 anos (mais
comum de 4 a 9 meses); mais no sexo masculino.
primária. Ausência de lesão que cause a intussuscepção, causada por hipertrofia das placas de peyer
após IVAS ou GECA. Mais comum na criança.
secundária. Presença de lesão (pólipo, tumor, divertículo) que provoca a invaginação. Mais comum em
adultos.
quadro clínico. Sinais de obstrução intestinal, dor intermitente, fezes em geleia de framboesa (isquemia
da mucosa), massa em salsicha.
imagem. Ultrassom apresenta imagem em alvo. Na imagem longitudinal – pseudorim.
tratamento. Em casos de instussuscepção primária, sem complicações, tenta-se o tratamento clínico com
enema de contraste ou ar, com sucesso de 85%. Cirurgia indicada em caos de peritonite, instabilidade,
falha do tratamento clínico ou suspeita intussuscepção secundária.

DIVERTÍCULO DE MECKEL.

conceito. É um divertículo verdadeiro (contém todas as camadas do intestino); localizado de 45 a 60cm


da válvula ileocecal. Resulta de fechamento incompleto do ducto onfalomesentérico (saco vitelínico), pode
ainda comunicar-se com o umbigo.
quadro clínico. Maioria assintomáticos; pode apresentar mucosa ectópica no seu interior (gástrica 50%
e pancreática 5%), com complicações.
sangramento. Complicação mais comum (hemorragia maciça ou crônica com anemia).
obstrução. Por intussuscepção, por volvo ou na hérnia inguinal (de litree).
diverticulite. Difícil diferenciar de apendicite. Nas apendicites brancas sempre avaliar o íleo distal em
busca do divertículo de meckel.
neoplasia. Mais comum é o tumor neuroendócrino.
diagnóstico. Cintilografia com tecnécio 99 na criança. Uma opção é cápsula endoscópica.

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atenção. Vamos utilizar a “regra dos 2” para lembrar de algumas informações sobre o divertículo de
meckel. Presente em 2% da população; distância de 2 pés da válvula ileocecal (45 a 60cm); 2 tipos de
mucosa ectópica (gástrica e pancreática); tamanho de 2 polegadas (5cm de comprimento); 2cm de boca.
tratamento. Indicação de cirurgia nas complicações. Nos casos de sangramento, ressecar o segmento
do delgado todo (não só o divertículo), na maioria dos casos de inflamação também.
achados de intra-operatório sem complicações. Ressecar sempre o divertículo na criança. No
adulto se for apenas um achado não deve ser ressecado.

CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO

conceito. Remanescente do ducto tireoglosso (caminho da tireoide da base da língua até a região
cervical), quando esse ducto não se fecha, forma-se o cisto na linha média.
quadro clínico. Massa cística, lisa, macia e indolor na linha média do pescoço, adjacente ao osso hioide;
móvel à deglutição ou à protusão da língua. Pode complicar-se com infecção.
tratamento. Cirurgia de sistrunk (ressecção do cisto com o osso hioide).

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