Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
SUMÁRIO
DIAGNÓSTICO ............................................................................................................. 4
TRATAMENTO ............................................................................................................. 5
Onfalocele ..................................................................................................................... 10
Gastrosquise .................................................................................................................. 11
Diagnóstico ................................................................................................................... 12
Pré-natal ........................................................................................................................ 12
Pós-natal........................................................................................................................ 13
Manejo .......................................................................................................................... 13
Orientações pré-natais................................................................................................... 13
Transporte do RN.......................................................................................................... 14
Prognóstico ................................................................................................................... 16
Complicações ............................................................................................................... 16
Seguimento ................................................................................................................... 16
Traqueomalácia ............................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 27
OBSTRUÇÃO INTESTINAL NEONATAL
DIAGNÓSTICO
4
formação de níveis hidroaéreos e ausência de ar nos segmentos distais.
No estudo do trato gastrintestinal superior, o ar é o melhor meio de contraste no
diagnóstico das obstruções intestinais nos recém-nascidos. A utilização de outros
contrastes por via oral, baritados ou hidrossolúveis, deve ser evitada, reservando-se para
estudo das obstruções parciais.
O enema opaco pode evidenciar zona de transição na doença de Hirschsprung,
geralmente ao nível do reto-sigmóide, microcolo na atresia ileal distal ou posição
anormal do colo no vício de rotação.
TRATAMENTO
Atresia intestinal
É a causa mais comum de obstrução intestinal congênita e corresponde a um
terço de todas as causas de obstrução intestinal no recém-nascido. Tem prevalência de
um caso para cada 2500 nascidos vivos.
História pré-natal de polihidrâmnio também auxilia no diagnóstico, o qual é
tanto maior quanto mais proximal a obstrução. Aspiração gástrica, realizada ao
nascimento, com mais de 20 mililitros de secreção gástrica e, principalmente biliosa,
sugerem obstrução intestinal.
Distensão abdominal global está presente em 80% dos neonatos com obstrução
distal ao jejuno. Nas obstruções intestinais altas, proximais ao jejuno, a distensão é
exclusivamente epigástrica. Pode-se observar movimentos peristálticos da alça proximal
à obstrução. Falha na passagem de mecônio é indicativo de obstrução intestinal, mas
aproximadamente 30% dos pacientes com atresia duodenal e 20% daqueles com atresia
jejuno-ileal têm eliminação de pequena quantidade de mecônio, com características
anormais, após o nascimento.
5
A radiografia simples de abdome, em pé e deitado, pode definir o diagnóstico. A
presença de duas bolhas gasosas no hemi-abdome superior é indicativa de obstrução
duodenal completa; poucas bolhas, de obstrução jejunal e, várias bolhas, obstrução ileal
e de colo. Como referido anteriormente, deve-se evitar a utilização de contraste
baritado, via oral, no estudo gastrintestinal do neonato.
O tratamento é cirúrgico, com reconstituição do trânsito intestinal,
preferencialmente com ressecção da porção mais dilatada e anastomose término-
terminal.
7
Doença de Hirschsprung
Íleo Meconial
9
inversamente, cerca de 15% dos pacientes com mucoviscidose apresentam íleo
meconial.
Tipicamente, a distensão abdominal está presente ao nascimento. Após o fim do
primeiro dia, com a deglutição de ar, a distensão piora e a criança vomita bile. Alças
intestinais espessadas podem ser palpadas ou mesmo visíveis. Distensão abdominal
maciça, abdome tenso e eritema indicam presença de complicações. O toque retal,
novamente, é fundamental, observando-se dificuldade na introdução do dedo mínimo,
simulando, mesmo, um reto atrésico.
A radiografia simples de abdome revela distensão gasosa com nível líquido
apenas gástrico. A presença de mecônio misturado com ar, no quadrante inferior direito,
simulando “vidro moído”, caracteriza o sinal de Neuhauser.
O enema baritado evidencia microcolo, frequentemente sem conteúdo intestinal.
O íleo meconial não complicado pode ser tratado com enema, utilizando-se
contraste hidrossolúvel, e hidratação endovenosa; o índice de sucesso do tratamento
clínico é de 16 a 50%. Nos demais casos, a irrigação intestinal cirúrgica para eliminação
do mecônio se faz necessária. Na presença de complicações, a cirurgia deve ser
imediata, com ressecção intestinal, seguida de anastomose ou derivações.
10
(Fig. 1) composta de âmnio e peritônio, que pode ser íntegra ou rota. Além de alças
intestinais, o saco herniário frequentemente contém parte do fígado, estômago e baço. A
onfalocele pode ser classificada como menor (<5cm), maior (>5cm) ou gigante (Fig. 2),
quando o fígado inteiro estiver presente no saco. Pode ser isolada ou associada a outros
defeitos. Essa patologia tem maior associação com outras malformações quando
comparada à gastrosquise. Entre elas, podemos encontrar cromossomopatias (20%),
como as trissomias do 13, 18 e 21, Síndrome de Beckwith-Wiedemann (macroglossia,
gigantismo, hipoglicemia e onfalocele), Tetralogia de Fallot, Pentalogia de Cantrell
(defeitos no esterno, pericárdio, coração, parede abdominal e diafragma). As
anormalidades cardíacas são as mais frequentes (45%). Outras anomalias genitais,
renais e gastrointestinais também podem estar presentes.
Gastrosquise
Herniação de vísceras não coberta por membrana, geralmente à direita do cordão
umbilical, que emerge de seu local usual. O saco herniário usualmente contém alças
intestinais edemaciadas e cobertas por fibrina; parte do fígado, estômago ou baço são
dificilmente encontrados. A gastrosquise é classificada como simples, quando isolada,
ou complexa quando associada com anormalidades intestinais coexistentes.
Aproximadamente 17% dos casos são complexas, que quando comparadas às simples,
são associadas a maior mortalidade intra-hospitalar, enterocolite necrozante, obstrução
intestinal, síndrome do intestino curto e necessidade de nutrição parenteral ou de
gastrostomia. Geralmente há associação com má-rotação intestinal. Pode ocorrer
isquemia de alças intestinais (Fig. 4), o que pode ocasionar necrose e consequente
ressecção de parte do intestino, podendo causar complicações, tais como má-absorção e
11
síndrome do intestino curto. A atresia intestinal é a principal malformação associada.
Além disso, podemos encontrar criptorquidia, doença do refluxo gastroesofágico,
defeitos biliares e hidrocefalia, embora geralmente não haja anomalias extra intestinais
associadas1,5.
Diagnóstico
Pré-natal
O diagnóstico pré-natal é possível através da ultrassonografia com sensibilidade
de 75% para onfalocele e 83% para gastrosquise. A idade gestacional adequada para
detecção é ao redor de 20 semanas2. Na onfalocele, a presença de vísceras abdominais
na base do cordão umbilical faz o diagnóstico (Fig. 5). Na gastrosquise, observa-se
imagem descrita como favos de mel pela presença de alças intestinais edemaciadas,
flutuando em líquido amniótico1 (Fig. 6). Nos casos de onfalocele, é recomendado
realizar ecocardiografia fetal no RN, devido ao maior risco de anomalias cardíacas.
Outra opção diagnóstica seria a amniocentese: elevações de alfa-fetoproteína e
acetilcolinesterase na ausência de meningomielocele têm sido correlacionadas com
gastrosquise e onfalocele2, menos utilizada na rotina.
12
Ultrassonografia fetal onfalocele Ultrassonografia
fetal - gastrosquise
Pós-natal
O diagnóstico pós-natal é evidente através do exame do RN e ocorre ao se
encontrar alguma evisceração abdominal. Na ausência de membrana, poderá se tratar de
gastrosquise, enquanto na presença da mesma, de onfalocele.
Manejo
Orientações pré-natais
Orientações pós-natais
Após avaliação do quadro clínico da criança, a família deve ser orientada sobre
13
os tratamentos disponíveis e possíveis para cada caso e sobre o prognóstico do RN.
Transporte do RN
Cuidados pré-operatórios
14
Curativo pré-operatório na gastrosquise
Tratamento cirúrgico
Na gastrosquise, há duas opções de tratamento: fechamento primário (Fig. 8) e
colocação de silo (Fig. 9), um envoltório artificial de silicone para o defeito, que pode
ser reduzido gradualmente, com fechamento tardio do defeito 2.
Prognóstico
Complicações
Seguimento
16
Fluxograma de manejo da onfalocele
17
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO PORTADOR
DE GASTROSQUISE
18
(pregas cefálica e caudal) e do horizontal (pregas laterais). O dobramento horizontal
leva à formação das pregas laterais, direita e esquerda. Com a formação das paredes
abdominais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada pelo embrião,
formando o intestino médio (primórdio do intestino delgado, incluindo a maior parte do
duodeno, ceco, apêndice, cólon ascendente e cólon transverso). A região da ligação do
âmnio com a superfície do embrião também fica reduzida, formando a região umbilical,
relativamente estreita. Com a transformação do pedículo do embrião no cordão
umbilical, a fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação entre as
cavidades celômicas intra e extraembrionárias a uma comunicação estreita, eventos
normais do desenvolvimento embrionário. Porém quando ocorre um fechamento
incompleto das pregas laterais, ocorre a gastrosquise, região enfraquecida pela regressão
da veia umbilical direita. (MOORE E PERSAUD 2004)
A maioria das literaturas estudadas descrevem os fatores de riscos descritos por
Marques et al (2009) onde este autor associa esta patologia as mulheres com menos de
20 anos, primigestas, exposição materna a alguns fármacos, exposição a drogas ilegais,
como a cocaína, ou drogas vasoativas durante o primeiro trimestre da gestação, como
ácido acetilsalisílico, anticoagulantes orais, consumo de álcool em altas doses,
tabagismo ou exposição a toxinas ambientais; há também relatos de que ocorre
associação com fatores nutricionais, troca recente de parceiro e baixo nível
socioeconômico-cultural e maior frequência em raça negra.
Os dois exames mais utilizados para o diagnóstico de gastrosquise no período
pré-natal são a ecografia gestacional e a dosagem da alfa-fetoproteína. A alfa-
fetoproteína encontra-se geralmente aumentada nos defeitos da parede abdominal;
contudo, os índices são maiores na gastrosquise do que na onfalocele. Devido exposição
das alças intestinais ao líquido amniótico, tanto a alfa-fetoproteína sérica materna,
quanto do líquido amniótico, encontram-se elevadas em 77 a 100% dos casos.
(MOURA, 2006)
Há variáveis mais predominantes encontradas na maioria dos estudos, tais como
via de parto, sexo do recém-nascido e infecções hospitalares que levam a perceber a
importância do diagnóstico precoce no pré-natal, para verificar a gravidade do
problema. A maioria dos partos encontrados na literatura é por cesariana, por apresentar
menor risco de infecção para o RN. Os estudos também demonstraram que a maioria
dos recém-nascidos é do sexo masculino e que o fechamento primário, ou seja, a
realização da cirurgia logo após o nascimento é o tratamento mais usado.
19
(MONTALTON e CONZ 2012)
Para Pachajoa et al (2009) a indicação para cesárea no diagnóstico pré-natal de
gastrosquise resulta em menor estadia hospitalar, diminuição da sepse e menor
necessidade de utilizar malha protética na intervenção cirúrgica. O nascimento por
cesárea está claramente indicado quando existem indicações obstétricas e quando o
fígado fetal é extracorpóreo, devido ao risco de hemorragia letal.
Santos (2010) afirma que a gastrosquise é um dos diagnósticos cirúrgicos
neonatais mais comuns, costuma ser uma emergência neonatal com grande número de
complicações pós-operatórias, mas com bom prognóstico, especialmente nos últimos
anos, devido à melhora das técnicas cirúrgicas neonatais, nutrição parenteral total e a
terapia intensiva neonatal. Em países desenvolvidos, a mortalidade é baixa,
apresentando sobrevida acima de 90%, com a maior parte dos óbitos ocorrendo em
pacientes com grande comprometimento intestinal, sepse ou complicações a longo
prazo por síndrome do intestino curto.
Assistência de Enfermagem
20
enfermagem, quanto ao método, pessoal e instrumentos, de modo que seja possível a
realização do processo de enfermagem, que para Alfaro-Lefevre (2005) é um método
sistemático e dinâmico que presta um cuidado humanizado, impulsionando aos
enfermeiros a continuamente examinarem a sua prática, vislumbrando sempre a sua
melhoria, por meio de cinco etapas inter-relacionadas, a saber: investigação,
diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação.
Dessa forma, pensar em um plano assistencial de enfermagem para um RN com
gastrosquise, resgata o cuidado e contribui para o crescimento científico da profissão e a
valorização do profissional enfermeiro frente ao seu paciente e as outras categorias
profissionais que fazem parte do processo terapêutico.
Fontoura et al (2009) afirma que no ambiente neonatal o enfermeiro torna-se
responsável por cuidados específicos e individualizado para a restruturação da saúde,
principalmente quando lida com o RN portador de malformação.
Para a realização de um plano assistencial, é necessário conhecimento cientifico
sobre a doença e suas complicações, e assim traçar cuidados pontuais e de
resolutividade ao RN nascido portador de gastrosquise.
Embasado nesse foco e por haver pouca literatura que contemple a assistência de
enfermagem propriamente dita, o plano assistencial foi baseado a partir dos problemas
levantados por meio da leitura dos artigos relacionados com o tema pesquisado.
Segundo as literaturas utilizadas neste estudo, as complicações da gastrosquise
mais frequentes são: sepse, perfurações, peritonites, insuficiência respiratória em
consequência do fechamento do defeito abdominal, infecções sistêmicas e locais na
ferida cirúrgica e borda da malha sintética e a obstrução intestinal prolongada por
disfunção, ou malrotação intestinal. Sendo assim o plano assistencial levantado visa
amenizar essas complicações.
Para Tamez e Silva (2006) é importante que a assistência ao RN nascido
portador de gastrosquise, inicie-se com o apoio aos pais desse paciente, essa ajuda irá
diminuir a ansiedade e o estresse dos familiares, ressaltando o apego dos pais ao filho.
É necessário que o enfermeiro acolha os pais esclareça todas as dúvidas acerca
da patologia e dos procedimentos que serão realizados neste RN, passando segurança
em relação ao conhecimento da equipe de enfermagem, bem como confiança que o
serviço da Unidade de Terapia Intensiva está ofertando a este RN.
Após o nascimento é necessário estabilizar o RN, antes de proceder à cirurgia,
que consiste na redução das vísceras para o interior da cavidade e no fechamento da
21
parede abdominal em um ou dois tempos. Esse RN deve ser mantido em incubadora
aquecida e ser manuseado com luvas esterilizadas, as vísceras devem ser lavadas com
solução salina (cloreto de sódio 0,9%) morna, estéril, envolvidas com gaze umedecida e
colocadas em bolsa de polietileno estéril até o momento da cirurgia, evitando assim a
hipotermia, infecção e necrose do tecido externo. (TAMEZ e SILVA 2006).
É de suma importância que as Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, tenham
protocolo estabelecido para prevenção, tratamento e acompanhamento dos RNs com
sepse, pois segundo a literatura estuda e descrita por Santos (2010) a sepse foi uma das
complicações mais frequentes relacionadas a gastrosquise.
Outro cuidado pré-operatório descrito na literatura e bem relatado por Santos
(2010), é referente a suspensão da bolsa de polietileno verticalmente, evitando assim a
dobra do intestino. Este procedimento é de suma importância, pois a dobra pode levar a
isquemia e gangrena. Embora estéreis, as gazes devem ser removidas quando embebidas
em exsudato peritoneal, pois são ineficazes em prevenir a contaminação bacteriana, e o
ingresso microbiano ocorre por capilaridade.
A monitorização hemodinâmica deve ser estabelecida, bem como a dosagem
sérica de eletrólitos e gazes do sangue arterial, monitorizações feitas com oxímetro de
pulso/cardioscópio, eletrocardiograma (ECG), pressão arterial não invasiva e como
procedimento de rotina colher hemocultura, iniciar hidratação venosa e o uso profilático
de antibiótico, bem como a passagem de uma sonda nasogástrica, para manter
descomprimidos os intestinos e evitar a broncoaspiração do conteúdo gástrico. (VOZ E.
F. et al, 2005)
Cabe a enfermagem realizar a administração dos fármacos conforme prescrições
médicas, monitorar os sinais vitais, bem como anotar todas as entradas e saídas de
líquidos do corpo do RN, o que permite avaliar o equilíbrio hídrico do RN.
Após a estabilização do recém-nascido pode encaminhá-lo para cirurgia, que
implica na reposição dos órgãos abdominais em sua cavidade e sua reparação posterior.
O fechamento cirúrgico pode dar-se por fechamento fascial primário ou, em casos em
que a desproporção visceroabdominal é grande, devido a inflamação dos órgãos
expostos, deve-se optar pelo fechamento estagiado com silo de pele ou silicone, ficando
indicado o fechamento completo após algumas semanas. (SILVA et al, 2003)
Segundo Voz E. F (2005) a colocação dos órgãos abdominais aumenta a pressão
dentro da cavidade, podendo causar dificuldade respiratória. Portanto, pode ser
necessária a intubação e manejo ventilatório, durante alguns dias ou semanas.
22
Para Barbosa et al (2006) a aspiração orotraqueal é considerada traumatizante, e
deve ser feita com cuidado que se inicia com a ausculta torácica bilateral. O
procedimento deve ser feito com técnica asséptica. A mensuração da sonda deve ser
feita por meio de uma régua adaptada na incubadora com o tamanho do tubo traqueal
utilizado. Após a primeira aspiração, o enfermeiro avalia a necessidade de instilar soro
fisiológico (SF) a 0,9% para fluidificar a secreção. A fluidificação excessiva durante a
toallete respiratória, com um volume maior do que 1ml de SF 0,9%, produz transtornos,
que irão interferir na dinâmica respiratória, expondo o RN a riscos desnecessários. Não
podemos esquecer de que a sonda de aspiração deve de ser introduzida apenas até o
término da cânula e o procedimento deve ser realizado com a pressão do aspirador entre
10mm/ Hg a 15 mm /Hg, afim de evitar o trauma.
É necessário que o enfermeiro, tenha expertise no procedimento de aspiração de
tubo orotraqueal – TOT, vias aéreas superiores e higienização da boca, para que na
ausência da fisioterapia no momento de uma emergência respiratória, possa atuar de
forma eficaz.
A preservação da integridade da pele é um aspecto importante do cuidado de
enfermagem durante o período neonatal. (CUNHA 2002)
Rolim et al (2008) afirma que as condutas adotadas para minimizar o risco da
perda de integridade da pele do RN são: proceder a mudança de decúbito, manter a pele
higienizada e seca, providenciar o rodízio dos sensores dos oxímetros, realizar a coleta
agrupada de exames evitando, assim, punções repetitivas e utilização de hidrocolóides
nas proeminências ósseas e em áreas críticas (sítios de fixação de sonda orogástrica –
SOG e Tubo orotraqueal – TOT e sensores).
O curativo é um dos procedimentos técnicos realizados frequentemente pelos
profissionais de enfermagem, este consiste na limpeza e cobertura de uma lesão com o
objetivo de auxiliar no tratamento da ferida, ou prevenir a colonização nos locais de
inserção de dispositivos invasivos diagnósticos e terapêuticos ou ferida cirúrgica,
promovendo a cicatrização, evitando a infecção, diminuindo custos e prejuízos para o
paciente, estabelecendo assim a integridade da pele.
Na prática hospitalar, o curativo é um procedimento realizado
predominantemente por auxiliares e técnicos de enfermagem, cabendo ao enfermeiro a
supervisão, uma vez que o curativo é um procedimento técnico que compõe o processo
assistencial de enfermagem e envolve riscos que podem comprometer a qualidade da
assistência de enfermagem. (NONINO et al, 2008)
23
Para Montalton e Conz (2012) para preservar a integridade da pele, é necessário
que a enfermagem realize o controle hidroeletrolítico, cuidados com lesões, supervisão
da pele, precauções circulatórias e posicionamento.
A mudança de decúbito deve ser indispensável e realizada a cada 2 horas,
reduzindo a pressão no local.
Os enfermeiros exercem papel de extrema importância no manejo da dor, devido
ao fato de permanecerem mais tempo ao lado do paciente que os outros profissionais de
saúde com a possibilidade de avaliar, planejar e realizar manobras para o alívio da dor.
Para isso, é compreender a base fisiológica da dor, as consequências fisiológicas e
psicológicas e os métodos utilizados para tratá-los, exigindo, assim, um conhecimento
científico e sensibilidade. Dessa forma compreende-se que a utilização de estratégias
para avaliação da dor é necessária para um tratamento adequado e garantia de uma
assistência mais humanizada. Essas estratégias consistem na observação de respostas
comportamentais (choro, expressão facial, agitação, irritabilidade e alterações do sono),
metabólicas (liberação de hormônios do crescimento, corticosteróide, aldosterona,
glucagon, adrenalina, noradrenalina e diminuição da produção de insulina), e
fisiológicas (aumento da frequência cardíaca, da frequência respiratória, da pressão
arterial sistólica, diminuição da saturação de oxigênio. (PRESBYTERO, 2010)
Sendo assim, é necessário que o enfermeiro trabalhe com o olhar para uma
assistência humanizada e avalie o RN sempre que necessário, principalmente no que se
refere a expressão facial, buscando identificar se este RN está sofrendo com a dor que a
própria patologia causa, bem como as consequências do pós-operatório, sendo
imprescindível a intervenção medicamento.
Traqueomalácia
24
Traqueomalácia é uma condição que caracteriza-se por flacidez da cartilagem de
suporte da traqueia, resultando no colapso traqueal, principalmente quando é necessário
um aumento do volume respiratório.
Pode ter etiologia em diversas malformações congênitas, nas quais estão inclusas
defeitos cardiovasculares, retardo do desenvolvimento, anomalias no esôfago e refluxo
gastroesofágico; pode também ser resultado de processos difusos ou alterações
localizadas, como anéis vasculares, artéria inominada anômala, atresia esofagiana
e fístula traqueoesofágica. Nos casos de traqueomalácia adquirida, esta pode ser
consequente de efeitos compressivos de tubos endotraqueais ou de traqueostomia,
trauma torácico, traqueobronquite crônica e p Esta afecção ocorre mais comumente no
terço distal da traqueia. O comprometimento funcional é diretamente ligado à extensão
comprometida e o grau de estenose.
As manifestações clínicas apresentadas pelas crianças com traqueomalácia são:
• Respiração ruidosa (sons agudos relacionados à respiração, denominado
estridor e estertores respiratórios), que torna-se mais intensa ao passo que a criança se
desenvolve;
• Dificuldade de se alimentar;
• “Choro rouco”;
• Afonia.
O diagnóstico inicia-se com uma minuciosa anamnese do paciente, analisando as
possíveis etiologias adquiridas. Normalmente, o diagnóstico é confirmado por meio de
broncoscopia ou cinefluoroscopia. Esta última, por sua vez, utiliza contraste esofagiano,
sendo capaz de evidenciar colapso da parede traqueal devido a anomalias vasculares.
Atualmente, pode ser feito também através da tomografia computadorizada multislice.
O exame radiográfico pode revelar hiperinsulação, exacerbado estreitamento do
lúmen traqueal durante o processo de expiração, ou anormalidades vasculares, tais como
arco aórtico duplo.
No geral, esta condição é benigna, havendo resolução espontânea do processo ao
redor dos 18-24 meses de vida. Em todos os casos deve ser realizado o tratamento
suporte, sendo que a maior parte responde positivamente ao tratamento conservador, por
meio da umidificação do ar, fisioterapia torácica, dietoterapia cuidadosa e controle de
infecções secundárias por meio do uso de antibióticos. Alguns estudiosos recomendam
ainda lançar mão de assistência ventilatória com pressão positiva continua nas vias
aéreas.
25
O tratamento cirúrgico é recomendado nos casos onde o tratamento conservador
não é suficiente, com o paciente apresentando apnéia reflexa ou obstrução respiratória
intermitente. A abordagem cirúrgica consiste em:
• Correção da etiologia subjacente;
• Traqueostomia: auxilia na manutenção da permeabilidade das vias aéreas
durante o desenvolvimento da criança e fornece novamente integridade estrutural à
traqueia.
• Aortopexia: pode fornecer certo alívio da compressão traqueal; todavia,
não é um procedimento livre de complicações.
26
REFERÊNCIAS
27
anomalies, abdominal wall defects. Pediatr Clin North Am 1993;40:1289-314.
Mathias AL. Síndrome de obstruçãointestinal – patologias específicas. In:
Barbieri D, Koda YKL,eds. Doenças gastroenterológicas em pediatria. São Paulo:
Atheneu; 1996. p.255.
Oliveira MC, Reis FJ, Monteiro AP,Penna FJ. Effect of meconium ileus on the
clinical prognosis of patients with cystic fibrosis. Braz J Med Biol Res 2002;35:31-8.
Kiely EM. Meconium ileus. In: Puri P, ed.Newborn surgery.
Oxford:ButterworthHeinemann;1996. p.324.
Kao SC, Franken EA Jr. Nonoperativetreatment of simple meconium ileus: a
survey of the Society for Pediatric Radiology. Pediatr Radiol 1995;25:97-100.
Maksosud JG. Moléstia de Hirschsprung.In: Maksoud JG, ed. Cirurgia
pediátrica. Rio de Janeiro:Revinter;1998. p.778.
Philippart AI, Reed JO, Georgeson KE.Neonatal small left colon syndrome:
intramural not intraluminal obstruction. J Pediatr Surg 1975;10:733-40.
ALFARO-LEFEVRE,R..Aplicação do processo de Enfermagem: Promoção do
cuidado colaborativo.5.ed.Porto Alegre: Artmed, 2005.284p.
BARBOSA A.L. et al. Complicações não clínicas da ventilação mecânica: ênfase
no cuidado de enfermagem neonatal. Fortaleza. CE. 2006.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN), Resolução COFEN -
159/1993.Dispõe sobre Consulta de Enfermagem. Dísponível em:
http://www.portalcofen.gov.br/2013/materias.asp?ArticleID=7028§ionID=34/.
Acessado em 10 de janeiro.2013.
CUNHA, M.L.C. et al. O cuidado com a pele do recém-nascido. Revista gaúcha
Enfermagem, Porto Alegre, v. 23, n. 2, p. 6-15, jul. 2002
FONTOURA F.C. A tecnologia no cuidado de enfermagem ao recém-nascido
com gastrosquise no ambiente neonatal, 2009.
LEOPARDI, M.T. Teoria e método em assistência de enfermagem. 2 ed.
Florianópolis: Ed. Soldasoft, 2006.
MARQUES CC. et al. Defeitos de fechamento de parede abdominal: estudo de
casos atendidos no Ambulatório de Medicina Fetal do Hospital São Lucas da PUCRS.
Scientia Medica, Porto Alegre, v.19, n.4, p.176-181, Out./Dez. 2009.
MONTALTON P.S. e CONZ C.A. Proposta de um plano de cuidados imediatos
do enfermeiro ao recém-nascido com gastrosquise, baseado no NANDA/NIC, São
Paulo, 2012.
28
MOORE KL.; PERSAUD TVN. Embriologia Básica. 6ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004. 462 p.
MOURA, J. M. M. Valor prognóstico das imagens ultra-sonográficas pré-natais
nos pacientes com gastrosquise, Brasília, 2006.
MUÑOZ P.O. et al. Defectos de pared anterior del abdomen: Diagnóstico
prenatal y seguimiento. Revista Chilena de Ultrasonografia, Santiago, v.9, n.3, p.72-79.
2006.
NONINO, E. A. P. M. Avaliação da qualidade do procedimento curativo em
pacientes internados em um hospital universitário. Revista Latino-americana de
Enfermagem. Janeiro-fevereiro. 2008
PACHAJOA H; URREA MF; TORRES J. Gastrosquisis en la unidad de
cuidados intensivos neonatales del Hospital Universitario del Valle, Cali, Colombia,
20002004. Iatreia, Medellin, v.22, n.3, p.213-218, July/Sept. 2009..
PRESBYTERO, R. et al. Os enfermeiros da Unidade Neonatal frente ao Recém-
nascido com dor. Revista Rene, Fortaleza. CE. 2010.
ROLIM, K.M.C. et al. Cuidado com a pele do recém-nascido pré-termo em
unidade de terapia Intensiva neonatal: conhecimento da enfermeira. Revista Rene,
Fortaleza. CE. 2008.
SADLER T. W., FELLKAMP M.L. Embryology of body wall closere: relevance
to gastroschisis and other ventral body wall defects. AM.J.Med. 2008.
SANTOS, J.A.A. Gastrosquise: Diagnóstico pré-natal, seguimento e analise de
fatores prognósticos para óbito em recém-nascido. Rio Grande do Sul. 2010.
SILVA KR; ABRAHÃO AR; GUMIEIRO EH. Gastrosquise: Importância do
diagnóstico pré-natal e assistência de enfermagem ao Recém- Nascido e família. Acta
Paulista de Enfermagem, São Paulo, v.16, n.2, p.18-25. 2003.
TAMEZ, R.N.; SILVA, M. J. P. 1955 – Enfermagem na UTI neonatal:
Assistência ao recém-nascido de alto risco – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
VOZ EF. et al. Manuseio anestésico de paciente com gastrosquise. São Paulo
Medical Journal, São Paulo, v.123, supl., p.45. 2005.
WALDOW, V.R. Cuidar: expressão humanizadora da
enfermagem.1.ed.Petropólis: Vozes,2006.
29
OBRIGADO POR ESTUDAR CONOSCO!
REALIZE A AVALIAÇÃO NO SITE PARA OBTER O SEU CERTIFICADO.
WWW.VENES.COM.BR