Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TURMA ENF25T
SÃO PAULO
2023
CAROLINA ALVES DA SILVA
TURMA ENF25T
SÃO PAULO
2023
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
EPIDEMIOLOGIA
É uma patologia que pode estar presente em todas as faixas etárias, porém é mais
frequente em adultos e idosos. Corresponde ao segundo tipo de abdome agudo mais
comum, ficando atrás apenas do inflamatório
A obstrução do intestino delgado é mais prevalente (76% das obstruções intestinais)
do que a do intestino grosso (25% das obstruções intestinais). A incidência do intestino
delgado é semelhante para homens e mulheres, com idade média é de 64 anos. No
caso do intestino grosso, média de idade é de 73 anos.
A obstrução mecânica aguda do intestino delgado é uma emergência cirúrgica comum.
A média de pacientes que são submetidos à intervenção cirúrgica é de 20 a 30%.
Dentre as complicações da obstrução intestinal, a isquemia intestinal é a principal
delas, estando associada ao risco de mortalidade.
No caso da obstrução do intestino grosso, as obstruções ocorrem predominantemente
no cólon transverso ou distal. A localização mais comum do câncer colorretal
obstrutivo é no cólon sigmóide.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
A obstrução intestinal é mais frequente no intestino delgado, em razão das bridas ou
aderências pós-operatórias. Pode ser simples ou complicada, devido a ocorrência ou
não de sofrimento vascular, além de poder estar associada com perfuração e
peritonite, independente da localização.
A interrupção do trânsito intestinal desencadeia uma série de eventos que podem levar
a obstrução intestinal.
OBSTRUÇÃOES MECÂNICAS
Nas obstruções mecânicas simples podem ocorrer por estenoses, obstrução e
compressão extrínseca.
Estenose: ocorre por ataques repetidos de inflamação intestinal que causam estenose
do íleo terminal e da região do cólon sigmoide e reto. As doenças que podem causar
esse tipo de obstrução mecânica é a doença inflamatória intestinal, principalmente
tuberculose instestinal e doença de Crohn), e neoplasias.
Obstrução pode ocorrer por diversos motivos. Um deles, observado em crianças, é o
“bolo” de escares. Já no adulto, uma causa comum é o fecaloma. A estagnação do
bolo fecal, levando a uma distensão de alças a montante, o que ocasiona edema na
parede intestinal, levando a uma perda da barreira mucosa intestinal e
comprometimento do suprimento sanguíneo, levando a isquemia, o que favorece o
surgimento da perfuração intestinal.
Compressão extríseca: pode ocorrer nas bridas ou aderências, as quais são
frequentes nas situações em que o paciente possui cirurgias abdominais prévias,
sobretudo quando houve grande manipulação cirúrgica, e na vigência de peritonite,
com intenso processo infeccioso e inflamatório.
Obstrução mecânica com sofrimento de alça
Nesse tipo de obstrução temos as causas vasculares primárias e secundárias.
Vascular primária: constitui o infarto intestinal observado nas tromboses
mesentéricas arteriais ou venosas. Compromete pequenos segmentos entéricos ou
segmentos extensos do intestino delgado e/ou do intestino grosso.
Obstruções vasculares secundárias: destacam-se o volvo, a invaginação e o
estrangulamento, este último com pinçamento vascular por brida ou hérnia ou ainda
torção do meso. Na evolução, pode haver sofrimento de alça com necrose e
perfuração se o diagnóstico e o tratamento forem tardios.
As neoplasias e o volvo de sigmoide constituem as causas mais comuns de obstrução
de intestino groso em nosso meio. No volvo, é possível identificar torção intestinal e
obstrução, enquanto que nos tumores de cólon esquerdo com válvula ileocecal
continente, a persistência do quadro obstrutivo pode determinar sofrimento vascular,
especialmente no ceco, e até necrose e perfuração dele.
• Distensão e obstipação;
• Dor periumbilical;
• Náuseas e vômitos;
• Anorexia.
No caso das obstruções coloretais temos:
• Distensão e obstipação;
• Dor infraumbilical;
• Náuseas ou vômitos poder indicar obstrução proximal;
• Dor na parte de baixo da pelve (devido ao tenesmo) pode indicar obstrução
retal
Podemos classificar a obstrução intestinal quanto à:
Localização: alta (delgado proximal) ou baixa (delgado distal e cólon)
Tipo de obstrução: parcial (incompleta do lúmen intestinal) ou completa (obstrução
total)
Instalação dos sintomas: aguda (instalação abrupta dos sintomas) ou crônica
(instalação insidiosa, apresentando períodos de melhora e piora)
Comprometimento do fluxo sanguíneo: com ou sem complemetimento.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é predominantemente clínico (anamnese e exame físico), com
confirmação a partir de achados radiológicos. É possível também ter o auxílio de
exames laboratoriais.
Os exames que podem auxiliar, tanto no diagnóstico como no preparo pré-operatório,
são:
DRENO DE PENROSE
TRATAMENTO
O tratamento, na grande maioria dos casos, acabam sendo cirúrgicos. Caso seja
mesmo necessário, lança-se mão da laparotomia exploradora, embora a
videolaparoscopia venha adquirindo cada vez mais espaço no diagnóstico e, por
vezes, no tratamento dessa patologia.
Apesar disso, existe uma série de situações que podem ser resolvidas com tratamento
clínico inicial, evitando procedimento cirúrgico imediato ou até definitivo.
CONCLUSÃO
Os pacientes com obstrução intestinal podem apresentar desidratação, fraqueza e
perda de peso devido ao déficit na absorção de nutrientes pelo organismo. Nos casos
graves, o bloqueio pode causar lesões no intestino, infecção generalizada e necrose
dos tecidos.
REFERÊNCIAS
BORDEIANOU, L. YEH, D. D. Etiologies, clinical manifestations, and diagnosis of
mechanical small bowel obstruction in adults. UpToDate, 2022.
BORDEIANOU, L. YEH, D. D. Large bowel obstruction. UpToDate, 2022.
GAMA RODRIGUES, J. J.; MACHADO, M.C.C.; RASSLAN, S. Clínica Cirúrgica
FMUSP. Editora Manole, 2008.
PANNER, R. M.; FISHMAN, M.B. Evaluation of the adult with abdominal Pain.
UpToDate, 2022.
TOWNSEND, Courtney; et al. Tratado de Cirurgia – 2 Volumes. 18ª Ed. Elsevier, 2010.