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ABDOME AGUDO
Tutorial 1
Módulo XXIV
Bruna Correa de Araújo Castro
Epidemiologia
Situação de emergência na qual há um fator obstrutivo em TGI responsável pelo quadroclínico.
Distúrbios hidroeletrolíticos: Intestino delgado tem a função secretória e absortiva, obstruções nesse seguineto
interferem na funcionalidade, ocorrendo depleção hidroeletrolítica
Vômitos também exacerbam o distúrbio.
Hipocalemia e hipovolemia graves, pode levar a óbito ou complicações cirurgicas.
Distensão abdominal: O segmento anterior à obstrução terá absorção e eliminação de gases e fluidos pela mucosa
intestinal, assim terá distensão pelo acúmulo de componentes: colapso no sistema.
O influxo continuo de secreções biliares e pancreáticas agravam o aporte de fluidos nesse segmento.
O gás responsável pela distensão intestinal nos estágios iniciais é composto pelo ar ingerido que progressivamente aumenta
com os gases gerados pela fermentação das bactérias intestinais.
A distensão progressiva do segmento acometido ocasiona aumento da pressão luminal comprometendo a drenagem venosa
com aumento do influxo de água e eletrólitos para o lúmen, além de perda através da camada serosa para a superfície
peritoneal.
Oligúria: A perda de sódio e água para o lúmen intestinal aumenta progressivamente enquanto a função absortiva
permanece comprometida, ocasionando depleção do volume intravascular efetivo com redução da excreção urinária de sal e
água gerando oligúria e deslocamento de água do espaço extracelular para o intravascular.
Ausência de ruídos hidroaéreos (RHA): Inicialmente pode haver aumento significativo da peristalse a fim de vencer o fator
obstrutivo, evoluindo posteriormente para fadiga da musculatura lisa com parada dos movimentos intestinais. Na
intussuscepção intestinal o segmento proximal do intestino é invaginado na porção distal adjacente. Essa condição é mais
comum em crianças de três a nove meses de vida. Em adultos, geralmente tumores estão envolvidos na gênese desse evento
e o acometimento ileocólico é o mais comum.
Intestino grosso
O comportamento da obstrução no intestino grosso é determinado pela competência da válvula ileocecal (VIC). 20 a 30% dos
pacientes, a VIC torna-se incompetente, reduzindo a pressão no lúmen do cólon com refluxo do conteúdo para o íleo.
Válvula Ileocecal (VIC): Uma obstrução em “alça fechada” - entre a VIC e o ponto de obstrução – ocorre caso a válvula
permaneça competente, levando à dilatação progressiva do cólon com posterior comprometimento vascular. Podendo gerar
necrose e perfuração do segmento acometido.
O ceco é o local mais vulnerável à perfuração devido à sua parede mais delgada que a do cólon esquerdo.
Volvo intestinal: O volvo intestinal é uma importante causa de obstrução em alça fechada, uma vez que o segmento
rotaciona sobre o mesentério, podendo levar a sofrimento vascular. Pode ser primário por má formação congênita ou
secundário por rotação através de um orifício ou de uma aderência.
Sofrimento vascular: se estrangulamento de alça intestinal por aderência ou por angulação pode haver comprometimento
vascular grave secundário ao aumento da pressão na parede intestinal resultando em redução da drenagem venosa e mais
tardiamente necrose por ausência do suprimento arterial.
Translocação bacteriana: Se houver translocação bacteriana através da parede intestinal danificada gerando peritonite
localizada ou difusa.
Obstrução funcional Tutorial 1
Módulo XXIV
Distúrbios metabólicos: e/ou hidroeletrolíticos podem ocasionar obstrução intestinal Bruna Correa de Araújo Castro
sem fator mecânico.
Síndrome de Ogilvie: l há pseudo-obstrução intestinal com distensão colônica por disautonomia nervosa, sem fator
mecânico. Pode levar a sofrimento vascular e isquemia intestinal.
Clínica
Variável, dependente de alguns fatores (local, tempo de obstrução, complicações, grau de contaminação e status clínico do
paciente.
Geralmente apresentam dor abdominal de início súbito, evoluindo com náuseas, vômitos e parada da eliminação das
fezes.
Distensão abdominal geralmente central na obstrução de intestino delgado e em flancos nas obstruções baixas (em molduras).
Podem ser divididos em sinais e sintomas de acordo com o sítio de obstrução.
Complicações
Exame físico: pode apresentar sinais de desidratação ou choque hipovolêmico. A presença de sensibilidade/reatividade à
palpação abdominal pode sugerir peritonite secundária ao estrangulamento de alças.
A presença de massas abdominais sugere processo inflamatório ou neoplásico.
Diagnóstico
anamnese + exame físico minucioso.
Avaliar estado geral, confirmar o diagnóstico e identificar a condição subjacente
ao quadro obstrutivo.
Exames complementares ajudam no diagnóstico diferencial e na diferenciação
entre obstrução funcional ou mecânica, sitio de obstrução e identificação de complicações.
Rx em decúbito dorsal e ortostase: podem evidenciar dilatação de alças com nível líquido intraluminal proximais à obstrução,
sugerindo o nível do processo obstrutivo.
Dilatação do jejuno podem-se verificar válvulas coniventes com aspecto de empilhamento de moedas.
Dilatações ileais apresentam válvulas menos demarcadas.
Dilatação colônica, normalmente verifica-se dilatação com padrão de “moldura” delineando a parede abdominal
marginalmente. Não se evidencia gás no reto abaixo do fator obstrutivo.
No vólvulo de sigmoide identifica-se a dilatação da alça associada ao megacólon. Ainda nesses casos pode haver
impactação fecal com imagens em “miolo de pão” dentro da alça.
Estudos contrastados
Tratamento
Objetivos:
Reposição hidrovolemica
Descompressão gastrointestinal
Analgesia
Terapêutica definitiva
Conduta conservadora: pode ser escolhida em alguns casos.
Se aderências >75% resolução conservadora (não pode apresentar sinal de estrangulamento)
Obstruções de intestino delgado: dificilmente serão resolvidas sem cirurgia se não apresentar melhora em 48 horas do
tratamento conservador.