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TEMA

 OCLUSÃO INTESTINAL E ÍLEO


PARALÍTICO

DOMINGOS JACINTO
SUMÁRIO

 DEFINIÇÃO
 CLASSIFICAÇÃO
 ETIOLOGIA
 FISIOPATOLOGIA
 CLÍNICA
 DIAGNÓSTICO
 TRATAMENTO
Oclusão Intestinal o que é?
E íleo paralítico?
CONCEITO

 OCLUSÃO INTESTINAL: Paragem na


progressão de gases e fezes
através do lúmen intestinal.
CLASSIFICAÇÃO

De acordo com o mecanismo de produção:

1. OCLUSÃO FUNCIONAL
Íleo paralítico
Íleo espástico
2. OCLUSÃO MECÂNICA
Simples
Com estrangulamento
CLASSIFICAÇÃO
(Continuação)

 DE ACORDO O GRAU DO OBSTÁCULO:


Parcial ou total
 DE ACORDO A FORMA COMO SE INSTALAM:
Agudas, subagudas ou crónicas
 DE ACORDO A LOCALIZAÇÃO
TOPOGRÁFICA:
Alta ou baixa, do delgado ou do cólon
OCLUSÃO FUNCIONAL

 Existe alteração no substrato funcional que


origina alterações da motilidade intestinal, com
consequente paragem na progressão do conteúdo
intestinal.
 Não há nenhum obstáculo mecânico que impeça
a progressão, mas apenas a alteração da
motilidade intestinal local ou geral, reflexa ou
inflamatória.
ÍLEO PARALÍTICO
CONCEITO

É um aperistaltismo que provoca a atonia


e dilatação progressiva das ansas
intestinais pela estimulação das fibras
inibidoras vago-simpáticas ou da
ineficácia da acção das fibras
excitatórias.
ÍLEO PARALÍTICO
CAUSAS
 Irritação peritoneal (traumática, bacteriana,
química)
 Lesões retroperitoneais (hemorragia, hematoma,
inflamação)
 Cólica renal
 Cólica hepática
 Torsão do testículo ou ovário
 Lesões dos vasos mesentéricos
ÍLEO PARALÍTICO
CAUSAS (CONTINUAÇÃO)
 Lesões pleuropulmonares (pneumonia, pleurisia,
pneumotórax)
 Trauma vertebro-medular
 Fractura das últimas costelas (irritação dos
nervos esplâcnicos)
 Infecções sistémicas
 Urémia
 Hipocaliémia, hipotireoidismo
ÍLEO ESPÁSTICO
CONCEITO
 Situação rara, provocada por espasmos de
intensidade e extensão variáveis

CAUSAS:
Lesões do sistema nervoso central
 Avitaminoses
 Intoxicações (morfina, chumbo, atropina)
 Tetania, anafilaxia, etc.
CLASSSIFICAÇÃO
 
1. CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA:
a) FUNCIONAL:
- Íleo Espástico
        - Íleo Paralítico
Peritonítico
Não Peritonítico

b) MECÁNICA:
- Simples
- Estrangulada
2. CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA:

 
a) DO INTESTINO DELGADO:
 Alta (do duodeno ou do jejuno)
 Baixa (do íleo)

b) DO CÓLON
 Com VIC continente (ansa fechada)
 Com VIC incontinente
3. ADICIONALMENTE A OCLUSÃO
INTESTINAL CLASSIFICA-SE EM:

A) PARCIAL OU TOTAL

B) AGUDA OU CRÓNICA

C) INTRALUMINAL
DA PAREDE
EXTRALUMINAL
OCLUSÕES MECÂNICAS

Há: obstrução total ou parcial do lúmen


intestinal, de causa intrínseca (intraluminal ou
intramural)
ou extrínseca que impede a progressão normal de
gases e de fezes.
OCLUSÃO MECÂNICA
(TIPOS)
SIMPLES: Sem compromisso vascular.

Por obstáculo intraluminal


 Cálculo biliar
 Fecalomas
 Corpo estranho
 Parasitas
 Mecônio
OCLUSÃO MECÂNICA
(CONTINUAÇÃO)
 Lesões parietais (congénitas e adquiridas)
Congénitas:
 Atrésia
 Estenose
 Inperfuração anal
 Más – rotações
 Duplicações e quistos
 Divertículo de Meckel
 Megacolon congénito ou doença de Hirschprung
OCLUSÃO MECÂNICA
(CONTINUAÇÃO)
Adquiridas
 Inflamatórias (enterites, doenças granulomatosas,
diverticulite)
 Traumáticas
 Neoplásicas
 Iatrogénicas (radiações)
OCLUSÃO MECÂNICA
(CONTINUAÇÃO)
 LESÕES EXTRÍNSECAS
 Abcessos
 Tumores de orgãos vizinhos
 Bridas e aderências
 Pâncreas anular
 Hérnias
OCLUSÃO MECÂNICA

COM ESTRANGULAMENTO:

O obstáculo interfere desde o início com a


circulação da ansa, devido a compressão do
pedículo vascular.
Exemplos de Oclusão mecânica
Exemplos de Oclusão mecânica
simples legenda

 1. Compressão extrínseca
 2. Íleo biliar
 3. Lesão tumoral
Exemplos de Oclusão mecânica
Exemplos de Oclusão mecânica

 1. Invaginação
 2. Volvo
 3. Hérnia estrangulada
 4,5,6,7 Bridas
FISIOPATOLOGIA

Presença de obstáculo no lúmen intestinal

Paragem na progressão do conteúdo intestinal

Estase à amontante do obstáculo e acumulação de


líquidos e gases, originando a distensão
intestinal.
FISIOPATOLOGIA

 Consequências da distensão intestinal:


 Alongamento dos vasos intraparietais, com
diminuição do fluxo sanguíneo.

 A elevação da pressão intraluminal comprime


os capilares venosos parietais provocando estase
e edema da parede.
QUADRO CLÍNICO

 Variável (depende da localização e do tipo de


obstáculo, do mecanismo de produção e do
tempo de evolução).
Considerar sempre 4 sintomas:
 Dor
 Vómitos
 Distensão
 Paragem de emissão de gases e de fezes
QUADRO CLÍNICO
(CONTINUAÇÃO)
DOR:
 Aparecimento precoce, tipo cólica, de instalação
brusca, evolui por crises de intensidade crescente.
VÓMITOS:
Precoces, volumosos quanto mais proximal for o
obstáculo.
Podem ser aquosos, alimentares ou fecalóides (se
oclusão prolongada).
QUADRO CLÍNICO
(CONTINUAÇÃO)
 DISTENSÃO

Deve-se a acumulação de líquidos e gases a


amontante do obstáculo e traduz-se
radiológicamente por níveis hidroaéreos.
DIAGNÓSTICO

 É clínico e radiológico e processa-se em 4


tempos:
 Afirmar a existência de oclusão (Diag. da
oclusão)
 Reconhecer o tipo de mecanismo (simples ou
com estrangulamento)
 Localizar o obstáculo (diag. Topográfico)
 Determinar o agente causal (diag. Etiológico)
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

 Dor, vómitos, paragem na emissão de gases e de


fezes.
 Distensão abdominal
 Peristaltismo visível
 Irritação se estrangulamento
 Timpanismo
 Silêncio à auscultação= Ileo paralítico
 Ruídos de timbre metálico = Oclusão mecânica
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO

Rx do abdómen simples :
 Níveis hidroaéreos:
Níveis hidroaéreos
Obstrução Alta
Obstrução Baixa
Íleo Paralítico
IMAGEM EM GRÃO DE CAFÉ
NÍVEIS HIDRO-AÉREOS DE
ANSAS DELGADAS
ÍLEO BILIAR. SEQUÊNCIA
ÍLEO BILIAR. SEQUÊNCIA
OCLUSÃO INTESTINAL POR
ROLHÃO DE ÁSCARIS
OCLUSÃO INTESTINAL POR
CORPO ESTRANHO
VÓLVULO DO CÓLON TRANSVERSO
COM COMPROMISSO VASCULAR
INVAGINAÇÃO INTESTINAL
OCLUSÃO INTESTINAL DO
CÓLON ESQUERDO
DIAGNÓSTICO DO
MECANISMO
 OCLUSÃO COM ESTRANGULAMENTO
1. Início brutal
2. Dor violenta e contínua
3. Vómitos abundantes
4. Ausência de peristaltismo
5. Silêncio abdominal à auscultação
6. Presença as vezes de uma massa localizada,
fixa e dolorosa.
DIAGNÓSTICO NA OCLUSÃO
SIMPLES
 Início progressivo e dor menos violenta
 Tipo cólica, com exarcebação paroxística
 Vómitos tardios e menos abundantes
 Presença de peristaltismo que evolui
paralelamente as crises dolorosas.
 Borborigmos audíveis à auscultação
 Radiológicamente, numerosas imagens
hidroaéreas sobre o intestino proximal.
DIAGNÓSTICO TOPOGRÁFICO

OCLUSÃO ALTA DO INTESTINO DELGADO


 Dor viva supra-umbilical de evolução rápida
 Vómitos precoces e abundantes
 Desidratação rápida, sede e oligúria
 Alteração precoce do estado geral
 Imagens hidroaéreas de localização central de
pequenas dimensões.
Continuação

OCLUSÃO BAIXA DO INTESTINO


DELGADO
1) Dor paroxística de evolução mais lenta
infraumbilical
2) Vómitos tardios, menos frequentes e
abundantes.
3) Meteorismo mais acentuado
4) Rx com distensão de todas as ansas.
Continuação

 OCLUSÃO DO CÓLON
1) Dor de começo menos brusco e de evolução
progressiva
2) Rx , posição periférica das ansas com contornos
regulares e convexos
3) As imagens hidroaéreas de disposição periférica.
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO

 Hérnia estrangulada
 Tumores
 Volvos: do sigmóide, do cego, do delgado
 Ileo biliar
 Invaginação intestinal
 Bridas e aderências
TRATAMENTO
 É sempre uma urgência cirúrgica,
excepto as paralíticas, inflamatórias e espasmódicas que são
tratadas médicamente.
PROCEDIMENTOS:
1. Reposição da volémia
2. Entubação nasogástrica e rectal
3. Algaliação
4. Antibioterapia
5. Análises de rotina
6. Intervenção cirúrgica para restabelecimento do trânsito
intestinal e remoção da causa.
OBRIGADA

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