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(S04P02)
1) Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda
de grande volume de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por
bactérias e vírus, na maioria dos casos. A desnutrição eventualmente pode
ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios
sucessivos acontecem.
DIARREIA AGUDA
Instalação súbita, agentes infecciosos com evolução autolimitada.
O organismo saudável possui mecanismos de defesa que permitem resistir aos
agentes lesivos e que incluem:
(1) o suco gástrico;
(2) a motilidade intestinal, que dificulta a aderência dos microrganismos à
parede do intestino;
(3) os sistemas linfático e imune, que promovem a defesa celular e
humoral contra os agentes nocivos.
A falha desses mecanismos e/ou a alta agressividade do estímulo agressor do
intestino causam a diarreia.
Etiologia
Inflamatória: clínica mais grave, tratamento mais criterioso. É causada por bactérias
invasivas, parasitos e bactérias produtoras de citotoxinas que afetam preferentemente
o íleo e o cólon.
Promove ruptura do revestimento mucoso e perda de soro, hemácias e
leucócitos para o lúmen.
Manifesta-se por diarreia, em geral de pequeno volume, com muco, pus ou
sangue, febre, dor abdominal predominante no quadrante inferior
esquerdo, tenesmo, dor retal.
Clínica
Desidratação: boca seca e sede, diurese concentrada, oligúria, associados a
achados ao exame físico de pele e mucosas desidratadas e hipotensão postural
com taquicardia
Sinais de toxemia: febre alta, taquipneia, vasodilatação periférica com
hipotensão e pulsos rápidos e finos são sinais de alerta.
Exame físico: dor leve difusa à palpação, com possibilidade de descompressão
brusca levemente dolorosa em situações de maior distensão de alças e dor
mais intensa. Os ruídos hidroaéreos estão frequentemente aumentados. Dor
localizada, sinais de irritação peritoneal intensa, massas ou visceromegalias,
distensão abdominal importante e ausência de ruídos são achados que devem
direcionar para avaliação cuidadosa pela possibilidade de outras afecções
abdominais.
Diagnóstico
Anamnese
Hemograma: anemia, linfocitose, neutrofilia
Função renal: a hipovolemia cursa em aumento da ureia e creatinina
EPF
Leucócitos fecais
Coprocultura: casos suspeitos de diarreia infecciosa por bactérias invasivas,
na presença de sangue oculto e leucócitos fecais
Pesquisa de toxinas e antígenos de patógenos: cepas patogênicas do
Clostridium difficile que produzem as toxinas A e B. Essas toxinas podem ser
identificadas nas fezes por teste por ELISA que comprova a presença de
infecção pelo microrganismo. rotavírus, a pesquisa de antígenos virais nas
fezes por ELISA é a melhor forma de confirmar presença do microrganismo.
Giardia e Cryptosporidium também podem ser identificados pelo mesmo
método. O uso da PCR é outra metodologia para pesquisa de antígenos nas
fezes para diagnóstico de inúmeros microrganismos. pela pouca
disponibilidade da tecnologia e pelo seu alto custo.
Radiografia simples do abdome: útil para avaliar complicações como íleo
paralítico e megacólon tóxico.
Endoscopia A retossigmoidoscopia flexível deve ser feita nos pacientes
com clínica de proctite (tenesmo, dor retal) e, também, se há suspeita de
colite pseudomembranosa.
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS
Intoxicação alimentar
<6h: Staphylococcus aureus e Bacillus cereus;
8 e 14 h:sugere intoxicação por Clostridium perfringens;
inferior a 1 h: intoxicação por uma substância química.
DIARREIA CRÔNICA
Etiologia
Dois grandes grupos:
1. Doenças que cursam em perda de peso + má absorção de nutrientes
(síndromes diabsortivas)
2. Mantém estado de nutrição inalterado
As principais causas de diarreia crônica são síndrome do intestino irritável (SII),
doença inflamatória intestinal (DII), síndrome de má absorção e infecção
crônica. Esta última, mais relevante em regiões de condições sanitárias
inadequadas, com possibilidade de infecções bacterianas, por protozoários ou
helmintos.
Portadores de imunodeficiências apresentam frequentemente diarreia
associada a infecções oportunistas crônicas.
O câncer colorretal pode apresentar-se com diarreia crônica, habitualmente
com sinais de perda de sangue.
O uso de medicamentos também deve ser investigado.
Tumores neuroendócrinos produtores de neurotransmissores com ação
secretagoga, como o VIP (peptídio vasoativo intestinal) nos VIPomas e a
serotonina na síndrome carcinoide, estão associados à diarreia crônica e
intensa.
Clínica
A definição diagnóstica exclusivamente pelo quadro clínico é mais difícil na
diarreia crônica devido a suas possíveis etiologias de grande complexidade.
A caracterização da diarreia como alta (intestino delgado) ou baixa (cólon), é
uma das formas de classificar e guiar a sequência de propedêutica
complementar.
Ausência de perda ponderal e de sinais de desnutrição, presença de sintomas
predominantemente diurnos, alternância do hábito intestinal com períodos de
constipação intestinal, além de crise de dor associada à distensão abdominal e
aliviada pela evacuação são sugestivas de síndrome do intestino irritável (SII). O
início dos sintomas, habitualmente, ocorre em períodos de instabilidade
emocional e predomina em adultos jovens. Nestas condições, deve-se evitar
investigação invasiva.
Diarreia crônica inespecífica
Lactente: irritabilidade
Diarreia funcional, síndrome do intestino irritável: escolar, adolescente, adulto
Dismotilidade intestinal
Hiperssensibilidade aos estímulos externos; infecções prévias sensibilizam o
intestino
Critérios de Roma II (diarreia funcional)
Três ou mais evacuações ao dia, sem dor, fezes volumosas, sem forma,
por mais de 4 semanas, associadas a
a) Início dos sintomas 6-36 meses
b) Evacuação quando a criança está acordada
c) Não há prejuízo nutricional se a ingestão de carboidratos for
suficiente
Diagnóstico
pH fecal >5,5
EPF: não há sangue, leucócitos
Intolerância a lactose
Deficiência da enzima lactase, presente no topo das microvilosidades das
células epiteliais
Doenças que lesam essas microvilosidades (doença celíaca, gastroenterites)
Diarreia osmótica
Dx.: pH reduzido nas fezes, teste de hidrogênio exalado positivo
SÍNDROMES DIABSORTIVAS
DOENÇA CELÍACA
Desidratação