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Diarreia Aguda na
Infância
Milenia Greice R Costa
>CONCEITO:
-É a eliminação anormal de fezes amolecidas ou líquidas com uma frequência igual ou maior a três
vezes por dia e duração de até 14 dias.
OBS: Neonatos e lactentes, em aleitamento materno exclusivo, podem apresentar esse padrão de
evacuação sem que seja considerado diarreia aguda.
Disenteria: é a diarreia com a presença de sangue e/ou leucócitos nas fezes.
Diarreia persistente: quando o quadro diarreico se estende além de 14 dias até 30 dias.
Diarreia crônica: duração >30 dias.
ETIOLOGIA:
A diarreia aguda pode ter causas infecciosas e não infecciosas.
Mundialmente, as causas infecciosas apresentam uma maior prevalência e impacto na saúde das
crianças, principalmente nas menores de 5 anos.
Diarreias agudas de origem não infecciosa: Alergias, intolerâncias e erros alimentares, além de
certos medicamentos.
Diarreias agudas de origem infecciosa: têm como principais agentes os vírus, as bactérias e os
protozoários.
No mundo inteiro, os vírus são os principais causadores das diarreias infecciosas, sendo os mais
prevalentes os rotavírus, os calicivírus, os astrovírus e os adenovírus entéricos. Os vírus
são altamente infectantes e necessitam de baixa carga viral para causar doença.
=> A infecção por rotavírus é autolimitada, com pico de incidência na faixa etária de 6 a 24 meses. A
transmissão é de pessoa a pessoa e geralmente provoca casos de diarreia leve e autolimitada.
As diarreias agudas de causa bacteriana e parasitária são mais prevalentes nos países em
desenvolvimento e têm pico de incidência nas estações chuvosas e quentes.
A transmissão da maioria dos patógenos que causam diarreia é fecal-oral, mas pode ocorrer de
várias maneiras.
Quadro clínico:
febre,
mal-estar,
vômitos,
dor abdominal do tipo cólica e
diarreia disentérica, com fezes contendo sangue, muco e leucócitos.
OBS: Os sintomas sistêmicos serão tão mais intensos quanto maior for o potencial invasivo do
patógeno. Em algumas situações, os microrganismos podem atingir a circulação sistêmica,
afetando órgãos a distância como articulações, fígado, baço e sistema nervoso central.
-A principal complicação da diarreia aguda é a desidratação, que nos casos de maior
gravidade pode levar a distúrbio hidreletrolítico e acidobásico, choque hipovolêmico e até morte.
As crianças menores de 1 ano são as mais vulneráveis. Nas populações mais carentes, a
diarreia aguda pode ser um fator determinante ou agravante da desnutrição, que por sua vez
aumenta a predisposição à infecção, além de uso prévio recente de antibióticos.
DIAGNÓSTICO:
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Terapia de reidratação oral e dieta
A criança com diarreia aguda sem desidratação pode ser tratada no domicílio. Orienta-se
aumentar a oferta de líquidos e após cada evacuação diarreica oferecer a solução de
reidratação oral (SRO), de 50 a 100 ml para menores de 2 anos, 100 a 200 ml para crianças de
2 a 10 anos, e, para aquelas acima de 10 anos, o quanto aceitar.
Orientar aos familiares a observação de sinais de desidratação e gravidade. Sucos,
refrigerantes, energéticos e outros não substituem a SRO, uma vez que são hiperosmolares.
Na criança com diarreia e desidratação leve a moderada, realiza-se a reposição com 50 a 100
mL/kg em 3 a 4 horas, oferecendo a SRO em pequenos volumes, com copo, com frequência,
de modo supervisionado por profissional de saúde. Em casos de vômitos persistentes, deve-se
tentar a administração da SRO por sonda nasogástrica, 20 mL/kg/h, durante 4 a 6 horas.
Durante o período de reidratação, não alimentar a criança, exceto se estiver em aleitamento
materno. A criança com diarreia e desidratação grave necessita de hospitalização e hidratação
endovenosa para restabelecer rapidamente a perfusão aos órgãos vitais.
Recomenda-se manter a alimentação normal para a idade nos casos sem desidratação e
reintroduzi-la de forma gradativa, com refeições frequentes e leves, selecionando alimentos
ricos em energia e micronutrientes (grãos, ovos, carnes, frutas e hortaliças), sem a necessidade
de diluir o leite ou de substituí-lo por uma fórmula sem lactose.
Os lactentes em aleitamento materno devem continuar a ser amamentados, mesmo durante o
período de reidratação.
Nas crianças que vivem nos países em desenvolvimento, o uso do zinco oral deve ser recomendado
na dose de 20 mg por dia, durante 10 dias; e nos lactentes menores de 2 meses, na dose de 10 mg
por dia, também durante 10 dias, para o tratamento da diarreia aguda.
PREVENÇÃO DA DIARREIA: